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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro ATIVIDADE AVALIATIVA II – AA2 Período – 2021.1 Disciplina: Seminário Temático III Coordenador da Disciplina: Prof. Ricardo Sparapan Pena Aluno: Katiane Ribeiro Matrícula: 19113110437 Polo: Nova Iguaçu Prezados alunos, para a AA2, buscamos trabalhar o conhecimento sobre os modelos de atenção à saúde, também conhecidos como modelos assistenciais ou tecnoassistenciais em saúde. Levando em conta o que foi visto no Módulo I, é possível relacionar a estrutura organizacional das políticas de saúde, mais especificamente do SUS, ao modelo de atenção cuja finalidade é promover cuidados à população garantindo a saúde como direito. Sendo assim, a partir das leituras de Silva Junior e Alves (2007), no capítulo intitulado “Modelos Assistenciais em Saúde: desafios e perspectiva, e de Gil e Maeda (s/d), EXPLIQUE o que são os modelos de atenção à saúde e os RELACIONE com a Atenção Básica/Saúde da Família como estratégia de organização da atenção primária à saúde no Brasil. Segundo Merhy, “O tema de qualquer modelo de atenção à saúde, faz referência não a programas, mas ao modo de se construir a gestão de processos políticos, organizacionais e de trabalho que estejam comprometidos com a produção dos atos de cuidar do indivíduo, do coletivo, do social, dos meios, das coisas e dos lugares. E isto sempre será uma tarefa tecnológica, comprometida com necessidades enquanto valores de uso, enquanto utilidades para indivíduos e grupos. (Merhy, 2000:2) Em outras palavras, os modelos assistenciais (de atenção à saúde) são as formas que as ações dos serviços de saúde se organizam em uma determinada sociedade, em um determinado tempo, para responder às demandas de saúde dessa sociedade, tanto individuais quanto coletivas. Ao longo da história do Brasil, devido às transformações sociais, históricas e políticas, existiram vários modelos assistenciais, elaborados em vários momentos dessa história. No período da República, em meio às epidemias que ocorreram, como varíola, febre amarela e peste, foram realizadas campanhas contra essas doenças, que por fim acabaram se tornando UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro uma política de saúde. Já na década de 1930, houve instalação de centros e postos de saúde para atender algumas demandas específicas da população, como: pré-natal, vacinação, infecções sexualmente transmissíveis, tuberculose e hanseníase. Logo, percebe-se a presença de dois modelos assistenciais, médico Hegemônico (atendimento a demandas específicas) e o Sanitarista (campanhas de saúde para algumas demandas). O modelo hegemônico tem como principais características o individualismo, saúde/doença mercadoria, a história da prática médica, medicalização dos problemas, privilégio da medicina curativa, estímulo ao consumismo médico. Já o modelo sanitarista é essencialmente constituído de programas especiais programas de saúde e vigilâncias. Tem como principais exemplos de sua atividade: vacinação, controle de epidemias e erradicação de endemias; ele remete a ideia de campanha e programa, ilustra a saúde pública centrada no biomédico, fortalece influência americana, desenvolve programas especiais, incorpora ações de vigilância sanitária e epidemiológica. Na década de 40 o modelo de medicina científica estruturou a assistência médica previdenciária, que é um modelo voltado para a assistência da doença em seus aspectos individuais e biológicos, centrado no hospital, nas especialidades médicas e no uso intensivo de tecnologia. Este expandiu-se na década de 50 e outras categorias profissionais aderiram ao modelo dos Iaps, formando novos institutos e, consequentemente, novos serviços foram inaugurados para assistir os respectivos trabalhadores e seus dependentes. A política de saúde pública reforçou o investimento em centros e postos de saúde com seus programas verticalizados. Ná década de 60, após a implantação do Regime militar, foram estabelecidas novas mudanças. Os Iaps foram unificados no INPS e este novo quadro substitui a ênfase na prevenção das doenças endêmicas pelas doenças de massa agravadas pelas condições de vida e de trabalho e, na saúde individual, cresce o modelo médico privatista centrado na assistência médica, nas práticas curativas altamente especializadas e fragmentadas, no cuidado individual e na organização voltada ao complexo médico hospitalar. o final da década de 1970 que cresce a discussão em torno da necessidade de mudanças dos modelos de assistência à saúde praticados no Brasil e no decorrer da década de 1980 “vários acontecimentos contribuíram favoravelmente para o crescimento de experiências estaduais e municipais de saúde. Com a severa crise econômica da Previdência Social o modelo assistencial predominante revela sua ineficiência e ineficácia por meio dos altos gastos com a prestação de serviços e da baixa qualidade dos mesmos. Decorrente disso surge oportunidades de reorganização do sistema por meio das Ações Integradas de Saúde UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (AIS) e do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), ambas as propostas voltadas à descentralização fortalecendo a perspectiva de municipalização dos serviços e de mudança do modelo assistencial.” Em 1986 acontece a VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS) que foi um marco de referência para as mudanças no setor saúde. Com a promulgação da Constituição de 1988, ocorre a criação do SUS e sua instituição pelas Leis Orgânicas da Saúde nº 8080/90 e nº 8142/90, onde ficam assegurados os princípios que devem reger a organização do sistema de saúde brasileiro, a saber: descentralização, equidade, integralidade, participação da população e universalização. O processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS) teve como propósito central “racionalizar formas de financiamento e gestão dos sistemas estaduais e municipais de saúde, a partir de uma proposta de gerar maior autonomia política dos municípios”. Atualmente o sistema de saúde brasileiro é uma relação entre os mais diversos modelos assistenciais, com maior vinculação aos modelos hegemônicos, bem como, o modelo médico assistencial privatista e o modelo assistencial sanitarista. Em contrapartida também busca a construção de modelos alternativos. As dificuldades do financiamento do modelo de saúde vinculado na doença exigem o estabelecimento de novas estratégias que visem a qualidade de vida e desenvolvimento das comunidades com participação dos cidadãos. Pode-se considerar como o marco zero da descentralização dos serviços de saúde no Brasil o final da década de 1970, quando são inauguradas as primeiras experiências municipais que se espelharam, pouco depois, na Atenção Primária à Saúde (APS). Desde então, na trajetória da descentralização dos serviços de saúde no Brasil, os conceitos de Atenção Primária e, posteriormente, de Atenção Básicae de Saúde da Família, foram incorporados paulatinamente ao cenário da RSB. Nesse contexto da necessidade de atender a saúde básica da família, o SUS contribuiu fortemente na implementação de um modelo focado numa visão generalista, de prevenção e tratamentos. Referências: MOROSINI, Márcia Valéria G.C. Modelos de atenção e a saúde da família, - Organizado por Márcia Valéria G.C. Morosini e Anamaria DíAndrea Corbo. Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 2007.
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