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1 Hipercromias – pré aula I N TRO DU ÇÃ O Discromia ► Termo genérico que engloba toda e qualquer alteração da cor da pele ► Maioria das vezes é relacionado a quantidade de melanina ► Podem ser divididas em ▪ Acromias ou hipocromias (ausência ou diminuição de melanina) ▪ Hipercromias (aumento de melanina) ▪ Leucomelanodermias (associação das duas anteriores) ▪ Discromias por outros pigmentos ► Frequentemente ocorrem residuais após processos inflamatórios ► As hipercrômicas tendem a ser mais intensas e duradouras em pacientes com fototipos mais elevados, constituindo as denominadas hipercromias pós-inflamatórias ▪ Podem ser de natureza hereditária (congênita ou não) ou adquirida H I P E R C RO M I A S C A RA C T E RI Z A D A S P O R M E L A N Ó C I TO S N A D E RM E ► Melanose dérmica é caracterizada por melanócitos ectópicos na derme, determinando lesões de cor azulada ou castanho-azulada em função do efeito óptico (Tyndall) ► As formas mais comuns incluem mancha mongólica, nevo azul, nevo de Ota, nevo de Ito, nevo de Hori e melanocitose dérmica adquirida, porém alguns tipos de melanocitose dérmica não se encaixam em nenhuma dessas categorias morfológicas Mancha mongólica ► Manchas congênitas azuladas ▪ > únicas ou em pequeno número ▪ Medem alguns cm ▪ Regiões sacra e lombar ▪ > involui espontaneamente ▪ Epidemio: orientais > negros > brancos ► Exceção: extensa, acometer dorso e ombros ▪ Alguns desses casos vêm acompanhados de doenças lisossomais de depósito Nevo de Ota ► Também chamado de nevus fusco-caeruleus- ophtalmo-maxillaris ► Mancha hipercrômica intensa ▪ Algo azulada ▪ Atinge a pele da face inervada pelo trigêmeo (ramos oftálmico e maxilar) e a esclerótica − Pode também: afetar a pele do rosto, o palato duro, as vias respiratórias superiores (faringe) e a membrana timpânica + estrutura ocular Possível surgir melanoma ocular e glaucoma ► Geralmente unilateral ► > presente já ao nascimento ou antes do primeiro ano e o restante na adolescência ▪ Raro após 20 anos Nevo de Hori ► Também denominado nevo de Ota-máculas-símiles bilateral adquirido ► Bilateralidade das manchas ▪ Predominantemente na região zigomática, e ausência de acometimento mucoso ▪ Asiáticas nas 4ª e 5ª décadas de vida ► Uso dos lasers Q-switched de Nd:YAG, rubi ou alexandrita, e do Nd:YAG fracionado, é eficaz 2 Nevo de I to ► Também denominado nevus fusco-caeruleus acromiodeltoideus ► Hipercromia = nevo de Ota, porém: ▪ Acomete a área correspondente aos nervos laterobraquial e supraclavicular posterior, afetando as regiões deltóidea, acromioclavicular e escapular ► O tratamento é igual ao do nevo de Ota H I P E R C RO M I A S C A RA C T E RI Z A D A S P E L O A U M E N T O D E M E L A N I N A E M E L A N Ó C I T O S N A E P I D E RM E Efélides (sardas) ► Pequenas máculas acastanhadas em áreas expostas ao sol ▪ + exposição solar = + pigmento − ≠ dos lentigos → cor não muda com a fotoexposição ► Não há ↑ do nº de melanócitos ► Na microscopia ▪ Melanossomos esféricos e aumentados de tamanho ► Os queratinócitos estão pigmentados ► TTo: Fotoproteção, uso de lasers Q-switched Nd- YAG (532 a 1.064 nm) e alexandrita (755 nm), além da luz intensa pulsada Macula melanótica mucosa ► Labial, peniana, vulvar ▪ + lábio inferior ► Lesão solitária ► Melanócitos estão hiperativos e pode haver melanófagos na derme papilar Manchas café-au-lait ► Manchas acastanhadas ▪ Limites e formas variáveis ▪ Definidas ▪ Isoladas ou múltiplas ▪ Geralmente associadas a síndromes ▪ Perceptíveis ao nascimento ou durante início da infância ► Manchas resultam do aumento da melanogênese e do conteúdo de melanina nos queratinócitos ► Pode ser entidade autônoma ou associada a: ▪ Neurofibromatose ▪ Síndrome de Albright ▪ Síndrome LEOPARD ▪ Esclerose tuberosa Nevo de Becker ► Também chamada de melanose de Becker ► Mancha hipercrômica unilateral localizada ▪ Borda irregular ▪ Região escapular ▪ Quase sempre acompanhada de Hipertricose ► Síndrome do nevo de Becker ▪ Hipoplasia ipsolateral do peito, aréola, mamilo e membro superior, escoliose, pectus carinatum, espinha bífida, hiperplasia suprarrenal 3 ► Síndrome SNUB ▪ Mamilos supra numerários, uropatias e melanose de Becker ► Pode haver associação de hamartoma de músculo liso, percebido à palpação, espessamento dérmico e, por vezes, também pápulas perifoliculares ► Há relatos de lesões de acne sobre a melanose ► Acredita-se que seja decorrente de mosaicismo ► A lesão costuma aumentar por até 2 anos e então estabiliza-se, apresentando clareamento com persistência da Hipertricose ► Tratamento: epilação segundo as técnicas atuais e, para a melanose, há, em geral, recorrência ► Atualmente, o nevo de Becker é considerado uma variante do nevo epidérmico e a síndrome do nevo de Becker, uma variante da síndrome do nevo epidérmico ▪ Incidência é de cinco mulheres para cada dois homens Nevo Spilus ► Ou nevo lentiginoso salpicado ► Mácula de alguns cm de diâmetro ▪ Cor marrom-clara ▪ Com numerosos pontos mais escuros − Salpicados na superfície Representação de células névicas ▪ Distribuição segmentar ou zosteriforme − Afetando mais extremidades e tronco ► Histopatologia da mácula acastanhada: de um lentigo simples Síndrome de Peutz-Jeghers ► Herança autossômica dominante ▪ Mutações em um gene supressor tumoral − STK11/LKB1 Localização no cromossomo 19p13.3 → codifica a proteína serina treonina-quinase → reguladora da apoptose celular − Presentes em 70% dos casos familiares Em 50% dos esporádicos ► Clínica ▪ Pigmentação nas regiões acrais, perioral e oral ▪ Máculas presentes ao nascimento ou surgir na 1ª infância − Irregulares − 1 a 12mm − Coloração pode ser preta, marrom ou azul − Localização Bordas dos lábios Mucosa oral Pele da região perinasal e periorbital Superfície dorsal dos dedos das mãos e dos pés Especialmente sobre as articulações e nas palmas e plantas ▪ A pigmentação cutânea pode esmaecer ou mesmo desaparecer na puberdade, mas a pigmentação das mucosas permanece ▪ Os pólipos, que predominam no intestino delgado (93%), podem ser encontrados também no intestino grosso, no estômago e no duodeno, e ocasionalmente na bexiga, no nariz e nos brônquios − São hamartomas → baixo potencial de transformação maligna ► Quando aumentam de volume: quadros transitórios de invaginação → interpretados como verdadeiros casos de abdome agudo cirúrgico e, de fato, eventualmente, evoluem para obstrução total ▪ Associação, principalmente, com tumores de ovário 4 ▪ Há aumento na incidência de outros tipos de câncer, como mama, colo do útero, testículo e pâncreas ► Tratamento ▪ Dos lentigos: lasers ou luz intensa pulsada ▪ Pólipos: podem exigir cirurgia H I PER CROM I AS A D QU IR I DAS Melasma (cloasma) ► Manchas castanhas, mais ou menos intensa ▪ Limites irregulares ▪ Localização em áreas de exposição solar − Limita-se à face Regiões frontal, temporal, malar, supralabial, dorso nasal e mandibular, sendo o acometimento centrofacial o mais comum Pode surgir em no colo e nos membros superiores ► Apresenta aumento nos depósitos de melanina na epiderme ► Considerada fotodermatose porque o sol é fator desencadeante e agravante ► História familiar positiva ► Pode surgir na gravidez (cloasma gravídico) ou com o uso de hormônios exógenos (pílulas anticoncepcionais e terapia por reposição) ► Predomina em mulheres de fototipo III-IV, ▪ Bem menor no sexo masculino ▪ Em áreas com alta incidência de raios ultravioleta ► Tratamento ▪ Fotoproteção − Químicos e físicos De largo espectro▪ Agentes despigmentares − Mais eficaz: hidroquinona Podendo estar associada ao ácido retinoico de 0,01 a 0,05% e à hidrocortisona a 1% ou equivalente Quando em longo período: pode levar à acromia em confete e/ou a ocronose exógena Fitofotodermatite ► Manchas acastanhadas de formas bizarras (dependente do fotossensibilizante) ▪ Se instalam após lesão eritematosa ou eritematobolhosa − Produzidas pelo contato de furocumarinas (existentes em algumas plantas e frutos) com a pele, seguido de exposição solar ► Localização ▪ Mãos (ato de espremer limão, laranja) ▪ Colo (toque com perfume que contenha bergamota) ► Bronzeadores caseiros, sobretudo feitos com folha de figueira, são causas frequentes de queimaduras de 3º grau, portanto, eventualmente fatais ► Uso de fotoprotetor nas manchas hipercrômicas é recomendado, assim como, em uma fase inicial, o uso de corticosteroide tópico ► A evolução natural do quadro é com o esmaecimento gradual da hipercromia, desaparecendo por completo em poucas semanas, mesmo sem tratamento 5 Melanose Solar ► Quadro comum ► Após 3ª/4ª década ► Manchas castanho-clara ► Em dorso de mãos, punho, face e antebraços ► Ação cumulativa ao Sol ► Síntese de melanina elevada com melanócitos normais H I PER CROM I AS N ÃO - M EL ÂN IC AS Dermati te ocre ► Ou Angiodermite pigmentar e purpúrica de Favre ► Manchas purpúrica, puntiformes ▪ Confluem formando grande placa ▪ Localização preferencial na face interna do terço inferior de uma das pernas ou, mais raramente, das duas ► Ocorre em pessoas adultas ► Resultante do extravasamento de hemácias que são destruídas pelos macrófagos ▪ Hemossiderina é o resultado da degradação da hemoglobina e pelo fato de a quantidade de ferro ser maior do que a capacidade dos macrófagos em fagocitar e, então, remover; surge, portanto, a pigmentação escura ► Tto: ácido tioglicólico Carotenemia ► A pele torna-se amarelada em função do depósito de caroteno ▪ Decorrente da ingestão exagerada de caroteno (cenoura, mamão, tomate e outros) ou da incapacidade de sua transformação em vitamina A, como ocorre nos diabéticos e hipotireóideos − Com diminuição: quadro tende a diminuir ► Localizações preferenciais são: regiões palmoplantares, frontal e retroauricular ► Não impregna mucosas e não apresenta prurido associado ▪ Diferente da icterícia Metalodermias ► A ingestão ou inoculação de ouro (criíase) e prata (argiria), neste caso também percutânea, pode produzir melanodermias ► Um recente e efetivo tratamento para argiria é feito com o laser Nd:YAG Tatuagem ► Complicações ▪ Infecções ▪ Reações alérgicas ▪ Queloide ▪ Ocultação de neoplasias ► Tratamento ▪ Necessário por quaisquer das manifestações de alergia ou por motivos estético-sociais
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