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Modelos, perspectivas crítica e interpretativa da cultura organizacional Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST Rodrigues Agapito, Paula Modelos, perspectivas critíca e interpretativa da cultura organizacional / Paula Rodrigues Agapito Ano: 2020 nº de p. : 10 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 Modelos, perspectivas crítica e interpretativa da cultura organizacional 3 Apresentação A administração de empresas é um processo relativo e contingencial para o qual não existem normas e princípios universais. Ela nunca é igual entre as organizações; assume diferentes perfis de acordo com o ambiente interno e externo. Isto acontece porque cada empresa possui a sua cultura, que pode ser entendida como um conjunto de regras explícitas e implícitas que regem o dia a dia da empresa. Em um mundo tão complexo e que exige novas posturas e ações para acompanhar as mudanças é preciso estar aberto para revisitar a cultura estabelecida e realizar alguns ajustes para continuar no mercado. Sistemas culturais Campos et al. (2013) apresentam quatro perfis organizacionais definidos por Rensis Likert, que se baseou em variáveis como: processo decisório, sistema de comunicações, relacionamento interpessoal e sistemas de reconhecimento e punições. Em cada um destes perfis, a cultura apresenta-se de forma diferente. Veja a seguir. Sistema 1 – autoritário-forte O sistema autoritário-forte, como o próprio nome já sugere, é autocrático, coercitivo, forte, altamente arbitrário e controlador. É comumente encontrado em empresas da construção civil e linhas de produção mais rudimentares, por exemplo. Processo decisório: totalmente centralizado. Os funcionários não têm voz ativa nem autonomia, devem receber as ordens e acatá-las independentemente de concordarem com elas ou não. Manda quem pode e obedece quem tem juízo, sabe? Assim! Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 Sistema de comunicações: muito precário. As informações são transmitidas de forma descendente, ou seja, de cima para baixo na escala hierárquica, com nenhuma possibilidade de argumento. As ordens são dadas, e o profissional é um mero executor. Relacionamento interpessoal: é visto como algo prejudicial aos negócios e que não deve ser estimulado. Até́ mesmo os cargos e as tarefas a serem executadas são organizados de forma a não incentivar nenhum relacionamento entre os empregados. Sistema de recompensas e punições: o ambiente de trabalho gera um clima de desconfiança nos funcionários. Por este motivo, o sistema de recompensas e punições é baseado em medidas disciplinares. De forma muito autoritária, as tarefas são delegadas e devem ser realizadas conforme as normas e os procedimentos preestabelecidos. Sistema 2 – autoritário benévolo O sistema autoritário benévolo não difere tanto do autoritário-forte, mas é possível perceber diferença em relação à confiança nos funcionários. Empresas cujos processos produtivos adotam tecnologia mais sofisticada e que requerem mão de obra especializada são exemplos de um ambiente provável deste tipo de sistema. Processo decisório: também é centralizado na cúpula da empresa, sem nenhum envolvimento dos funcionários. No entanto, se algum empregado tiver ideia ou sugestão de uma forma diferente de realizar a tarefa, por exemplo, pode solicitar autorização do seu chefe imediato. Existe a possibilidade de fazer alguma mudança. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 Sistema de comunicações: a comunicação é precária. Acontece de forma descendente e raramente de forma ascendente – esta última forma é rara, mas pode ocorrer, e podemos considerar isso um avanço. Relacionamento interpessoal: existe um espaço mínimo para que os grupos informais se formem, pois, neste sistema os gestores também temem que a união entre os pares possa ser prejudicial à empresa. A esses grupos (quando existem) não é dado nenhum valor ou poder. Sistema de recompensas e punições: não se difere do sistema autoritário-forte. As ordens devem ser cumpridas da forma que foram estipuladas, sob risco de punição. Sistema 3 – participativo-consultivo O sistema participativo-consultivo é mais voltado para uma gestão participativa e menos autocrática. O profissional tem voz e é ouvido. Costumamos encontrar este tipo de gestão em bancos e áreas administrativas de empresas mais avançadas. Processo decisório: envolve a alta hierarquia e os demais colaboradores da organização. Os gestores dão espaço para discussões e exposição de ideias, mas a decisão final é deles, que não necessariamente acatam o que foi sugerido ou solicitado. Sistema de comunicações: a comunicação ocorre de forma descendente, ascendente e lateral. Sistemas internos de comunicação dão conta de controlar o teor das discussões entre as pessoas. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 Relacionamento interpessoal: é incentivado e existe de forma amistosa, graças à confiança que é transmitida aos funcionários. Sistema de recompensas e punições: o foco é dado no sistema de recompensas, que podem ser materiais ou simbólicas, mas não exclui a possibilidade de punições. Sistema 4 – participativo-grupal O sistema participativo-grupal é democrático e aberto. É mais comumente encontrado em negócios nos quais os profissionais têm autonomia, como consultorias e agências de publicidade, ou em negócio que utilizam tecnologias muito sofisticadas. Processo decisório: é descentralizado. Discutem-se as ações a serem tomadas, no entanto, a decisão final é sempre tomada pelos superiores. Sistema de comunicações: a comunicação acontece de todas as formas possíveis e é incentivada para que a organização alcance os seus objetivos. Relacionamento interpessoal: o trabalho em equipe é incentivado, pois favorece a troca de informações e experiências, reforçando a cultura e fortalecendo os laços de amizade. Sistema de recompensas e punições: as recompensas são sociais, simbólicas e materiais e raramente ocorrem punições. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 Certamente, esses quatro modelos não esgotam as possibilidades de estilos gerenciais, e, sim, apresentam um delineamento do padrão geral de gestão. Existem diversas formas de gerir uma organização, e cada uma delas proporciona meios diferentes para desenvolver gestores e culturas. Cultura organizacional Fonte: Plataforma Deduca (2020) Perspectivas crítica e interpretativa da cultura organizacional Até́ o momento, apresentamos o conceito de cultura organizacional do ponto de vista de teóricos da administração – abordagem esta que utilizaremos até́ o final da disciplina. No entanto, é importante saber que o conceito de cultura organizacional foi tomado emprestado da Antropologia. Segundo Mascarenhas (2002, p. 89): “o assunto é abordado pelos teóricos da administração com grande distância em relação ao enfoque antropológico”. Reflita Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 Esta diferença de enfoque ocorre porque a abordagem da administração é instrumental, muito voltado à prática, sempre analisando quais são as variáveis nas organizações que têm impacto nos objetivos e resultados. Uma dessas variáveis é a cultura da empresa, cujas características devem ser monitoradas e manipuladas para que os objetivos sejam alcançados, como já vimos anteriormente. Já a abordagem antropológica da cultura, que não é instrumental, possibilitou, de acordo com Mascarenhas (2002), que antropólogos desenvolvessem grande capacidade e criatividade para compreender e interpretar os sistemas simbólicos nas empresas. Esta interpretação se dá por meio de duas perspectivas: interpretativa e crítica. A perspectiva interpretativa concentra-se na produçãode significados, e a perspectiva crítica observa os contextos sociais dentro dos quais esses significados são construídos. Clifford Geertz, o mais importante representante da antropologia interpretativa, citado por Jaime Júnior (2002, p. 78), entende a cultura como sendo a produção de sentido, ou seja, “uma inextricável teia de significados que os homens tecem em suas interações cotidianas e que funciona como um mapa para a ação social”. Atenção Geertz enxerga a cultura como um texto que as pessoas leem para interpretar o que acontece no ambiente que estão inseridas. Para ele, os grupos, as práticas, as mudanças e o cotidiano são passíveis de leitura em algum sentido. Nesse contexto, o antropólogo seria o leitor e intérprete que traduziria os textos culturais, dando significado às práticas observadas. É a perspectiva interpretativa da cultura organizacional. O sociólogo britânico John Thompson, também citado no estudo de Jaime Júnior (2002, p. 79), afirma que Geertz dá atenção insuficiente aos problemas de conflito social e poder. Para Thompson, a antropologia interpretativa “concentra-se na produção de significados e esquece de observar os contextos sociais estruturados dentro dos quais esses significados são construídos”. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 9 Conflito social e poder Fonte: Plataforma Deduca (2020) Na perspectiva crítica da cultura organizacional, as pessoas estão posicionadas de formas diferentes e desiguais na hierarquia da organização. Elas têm diferentes classes sociais, percepções, graus de escolaridade, papéis e interesses. Por esta razão, interpretam de formas diversas o mesmo texto cultural, pois atuam e se desenvolveram em contextos muitos diferentes. Devidamente apresentadas as duas perspectivas, fica a pergunta: como a Antropologia pode ajudar os administradores no atingimento de seus objetivos, já que ela não tem uma característica instrumental? Para responder a esta pergunta, recorremos ao estudo de Mascarenhas (2002, p. 94): Ao possibilitar a compreensão mais aprofundada da condição humana nas organizações, em todas as suas dimensões, o conhecimento antropológico permite a formação de um quadro mais realista dos desafios com os quais os administradores defrontam-se diariamente. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 10 Fechamento Ao estudar diferentes organizações é possível perceber e entender as mais diversas maneiras de como a cultura está incorporada no ambiente organizacional. Os sistemas culturais podem fazer toda a diferença na melhor adaptação das equipes ao estilo de condução dos líderes. Mesmo que o gestor esteja preocupado com lado humano, o bem-estar de seus colaboradores e a satisfação de clientes, mas percebe que a cultura daquela organização tem um modelo autoritário forte, há pouco engajamento e consequentemente resultados pouco produtivos. Ao longo dos estudos, também foi possível conhecer as perspectivas interpretativa e crítica de análise da cultura organizacional. Referências CAMPOS, H. L. et al. Estilos de liderança e interferência no nível de confiança organizacional: um estudo de caso. Revista Gestão e Planejamento, v. 14, n. 3, p. 389-409, 2013. JAIME JÚNIOR, P. Um texto, múltiplas interpretações: antropologia hermenêutica e cultura organizacional. Revista de Administração de Empresas, v. 42, n. 4, p. 1-12, 2002. MASCARENHAS, A. O. Etnografia e cultura organizacional: uma contribuição da antropologia à administração de empresas. Revista de Administração de Empresas, v. 42, n. 2, p. 88-94, 2002. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 A INFLUÊNCIA NACIONAL NAS ORGANIZAÇÕES Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST MACHADO, Daiani A influência nacional nas organizações / Daiani Machado Ano: 2020 nº de p. 11 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 3 A INFLUÊNCIA NACIONAL NAS ORGANIZAÇÕES APRESENTAÇÃO Vamos compreender a origem da cultura nacional e entender como é a influência da cultura brasileira nas organizações. Retornaremos, primeiramente, ao passado, para entender a formação cultural e os traços da cultura brasileira, chegando à gestão de pessoas, nas organizações do país. As organizações sofrem influência de todas as formas, seja pelo ambiente em que se encontram, seja pelos colaboradores e clientes. A questão cultural tem uma participação expressiva na forma pela qual as empresas trabalham para alcançar seus objetivos, e como gerem os processos e pessoas. INFLUÊNCIA DAS CULTURAS NACIONAIS NAS ORGANIZAÇÕES O contexto cultural estabelece como os processos são conduzidos e como se dá o comportamento dentro das organizações, tanto de colaboradores de níveis hierárquicos mais altos quanto dos operacionais. Conforme relatado por Souza (2014), o psicólogo holandês Geert Hofstede estudou a influência da cultura nacional nas organizações, no período de 1967 a 1973, constatando sua importância para a explicação das diferentes atitudes e sentimentos em relação ao trabalho, em contextos nacionais distintos. As quatro dimensões dessas diferenças são: Distância de poder: representa o quanto os membros pertencentes a níveis mais operacionais esperam e aceitam que o poder seja distribuído de forma desigual. Individualismo e coletivismo: o individualismo trata-se da preferência dos indivíduos por uma vida sem muitos vínculos sociais; já o coletivismo, representa o prevalecimento dos interesses do grupo em relação aos individuais. Aversão à incerteza: representa o quanto os indivíduos se sentem ameaçados em relação a situações incertas. Masculinidade e feminilidade: a masculinidade refere-se à preferência por realizações, heroísmo, assertividade e sucesso material; já a feminilidade, o gosto pelas relações sociais, modéstia, cuidados com as fraquezas e qualidade de vida. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 Partindo do princípio de que cada nação tem um contexto cultural distinto, a cultura nas organizações torna-se uma grande influência em negociações entre organizações de diferentes países e até mesmo na contratação de funcionários. As dimensões de Hofstede têm uma relevância significativa sobre pesquisadores e gestores do comportamento organizacional (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2001, publicou a “Declaração Universal sobre Diversidade Cultural”, acentuando a necessidade de convivência entre grupos com identidades culturais variadas. Texto disponível em: <https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000127160>. Saiba mais A organização está inserida em um ambiente/território, que possui uma cultura, um “jeito de ser” do local, envolvendo costumes, hábitos, valores da população e da nação na qual se instalou. Essa cultura nacional se reflete nos comportamentos dos membros da empresa, influenciando sua cultura e forma de atuação. Quanto mais traços da cultura nacional forem encontrados na organização, maior é a sua influência sobre ela. Em linhas gerais, observamos que a relação entre cultura organizacional e cultura nacional demonstra, segundo Dias (2013), que: A organização e sua cultura interagem constantemente com o ambiente, em um sistema aberto. As pessoas, com culturas e nacionalidades específicas, são cada vez mais importantes nas organizações, cada uma contribuindo com a instituição, individual, profissional e culturalmente. Cultura nas organizações Fonte: Plataforma Deduca (2018) Neste tópico, percebemos a influência que a cultura tem nas organizações. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA A cultura brasileira carrega características desde o seu descobrimento, passando por toda a evolução atéchegar aos dias atuais. Cada época deixa uma marca, um vestígio cultural. A cultura brasileira teve uma influência europeia muito forte, já que foi colonizada por portugueses. A presença dos escravos africanos foi fundamental na época da colonização do Brasil. Eles, no entanto, não se adaptaram à escravidão (HOLANDA, 1995 apud SOUZA, 2014). O trabalho escravo era o único tipo de trabalho conhecido no Brasil. Havia desprezo em relação ao trabalho manual e prevalecia uma sociedade rural. O ano 1851 foi um período em que se desenvolveu a vitalidade em outros negócios. O capital investido em navios negreiros passou para outros ramos de negócio, fazendo surgir, a partir de então, novas formas de trabalho, ligados à política e à burocracia, bem como de profissões liberais, principalmente as que exigiam diplomas de bacharel, considerado um símbolo de nobreza. Havia um apego aos valores oriundos do recinto doméstico e uma relutância quanto à superindividualidade. Desenvolvimento de novos negócios Fonte: Plataforma Deduca (2018) Os profissionais liberais, ao atuarem em sua área de formação, representavam prestígio na sociedade, o que fazia com que conseguissem alcançar seus objetivos sem esforço. Holanda (1995, apud SOUZA, 2014) complementa, ainda, que a revolução brasileira foi um processo demorado, que teve como principal marco a abolição. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 O livro “Cultura Brasileira & Identidade Nacional”, de Renato Ortiz, aborda a questão de a identidade nacional estar profundamente ligada a uma reinterpretação do popular, pelos grupos sociais, e à própria construção do Estado brasileiro. Não existe, assim, uma identidade autêntica, mas uma pluralidade de identidades, construídas por diferentes grupos sociais, em diferentes momentos históricos. É uma ótima leitura. Saiba mais Conhecemos neste tópico, um pouco mais sobre a história e os fatores influentes para a formação cultural brasileira. Agora, você já ouviu falar sobre traços culturais? No cenário brasileiro, há traços culturais nacionais fortes, que influenciam os membros das organizações aqui instaladas: o coletivismo, a lealdade às pessoas, a aversão aos conflitos, o personalismo, a cordialidade, a malandragem, o formalismo, o “jeitinho”, a flexibilidade, a desigualdade de poder, a adoção de postura de espectador, o paternalismo, a plasticidade e a orientação a curto prazo (CHU, 2010 apud SOUZA, 2014). Tais traços encontram-se presentes na cultura das organizações públicas e privadas. Presença dos traços culturais brasileiros em empresas públicas e privadas TRAÇOS CULTURAIS BRASILEIROS Organizações públicas Organizações privadas Há maior controle sobre as atividades desempenhadas nas organizações (formalismo). Ocorre a coexistência da relação profissional com a pessoal (personalismo). O personalismo é apontado como decorrente da formalidade e da rigidez das normas e regulamentos. O desenvolvimento profissional é enfatizado pela empresa, há diversas premiações internas e o foco na avaliação dos funcionários é constante (o formalismo não é encontrado). Há a necessidade de se desenvolver internamente uma relação informal e pessoal com as equipes de trabalho e a gerência. A autonomia dos dirigentes é bastante limitada nessas organizações. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 Esse tipo de organização atribui ao próprio excesso de normas a quebra de regras (“jeitinho”). O “jeitinho” é visto como mecanismo legítimo para se resolverem problemas. A gerência da organização adota um estilo de alto grau de consulta entre líder e liderados, para fazer frente à presença da orientação a curto prazo, aversão à incerteza, protecionismo e ao personalismo. Há a orientação a curto prazo, em virtude das instabilidades econômicas. Há a orientação a curto prazo, em virtude das instabilidades econômicas. Fonte: Souza (2014, p. 61-62) O Brasil é um país muito grande, com uma considerável diversidade cultural. Aprofunde seus conhecimentos sobre a cultura de cada região brasileira, lendo o artigo “Diversidade Cultural no Brasil”, disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ geografia/diversidade-cultural-no-brasil.htm>. Saiba mais Após estudarmos as organizações e os traços culturais brasileiros, percebe-se que cabe à gestão da organização considerar os valores nacionais e sua cultura, a fim de administrar sua influência para a cultura da organização, a construção de sua identidade e a geração de valor. GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS Além das diferenças que podem existir no mundo corporativo, referentes ao gênero, etnia, comportamento político e religioso, formação acadêmica, experiência profissional etc., há diferentes gerações, convivendo no mesmo ambiente. Como pensar a gestão nesse caso? As empresas modernas possuem gestores e colaboradores de todas as idades. A convivência entre eles apresenta pontos positivos e alguns pontos de atenção. A integração, em função da diversidade, pode ser um ponto positivo, mas também pode apresentar alguns conflitos e desequilíbrios, caso não haja uma gestão efetiva para alinhar as visões das diferentes gerações no ambiente interno. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 Sabemos que as gerações possuem características distintas, de acordo com a época em que o indivíduo foi criado, tomando por base suas crenças, valores, atitudes etc. Historicamente, as gerações se modificam, os valores são substituídos e outros emergem. Para ilustrar isso, observe um breve comparativo entre as gerações. As diferentes gerações e seus valores para o trabalho Grupo Ingresso no mercado de trabalho Idade atual aproximada Valores trabalhistas dominantes 1. Veteranos Década de 1950 a início de 1960 Mais de 60 anos Trabalho árduo, conservadorismo, conformismo, lealdade à organização. 2. Baby Boomers 1965 a 1985 De 40 a 60 anos Sucesso, realização, ambição, rejeição ao autoritarismo, lealdade à carreira. 3. Geração X 1985 a 2000 De 25 a 40 anos Estilo de vida equilibrado, trabalho em equipe, rejeição a normas, lealdade nos relacionamentos. 4. Geração da Tecnologia De 2000 em diante Menos de 25 anos Autoconfiança, sucesso financeiro, independência pessoal junto com trabalho de equipe, lealdade a si mesmo e aos relacionamentos. Fonte: Adaptado de Robbins, Sobral e Gomes (2011, p. 56) A partir do contexto em que a cultura tem grande relação com o comportamento do indivíduo nas organizações, devemos estar tentos aos impactos dos traços culturais brasileiros nos processos de recursos humanos. Para ampliar seu conhecimento sobre o Comportamento Organizacional, acesse o blog. Acesso disponível em: <https://blog. acsendo.com/pt/8-passos-gerir-mudanca-cultura-organizacional/>. Saiba mais Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 9 Impacto dos traços culturais brasileiros nos processos de recursos humanos Processos de recursos humanos Traços Culturais brasileiros Impacto Seleção Personalismo e Cordialidade. Processos baseados em relações de amizade e confiança. Socialização Personalismo, coletivismo, evitar conflitos, cordialidade e lealdade às pessoas. Fundamental para sobrevivência do indivíduo no grupo. Participação “de fachada” no grupo ou como forma de demonstração de cordialidade. Avaliação de desempenho Paternalismo, evitar conflitos e cordialidade. Subjetiva e pouco meritocrática, baixa credibilidade, falta de feedback real, geração de expectativas falsas, caminha para a objetividade. Remuneração Desigualdade de poder, coletivismo, postura de espectador, lealdade às pessoas, personalismo, paternalismo, planejamento (crescimento), contexto nacional (estabilização), feminilidade (orientação às pessoas), políticas de remuneração e internacionalização. Grande desigualdade, ausência de premiação pela eficiência,protecionismo (“amigos do rei” têm seus salários ajustados), adoção de benefícios não monetários, orientação para a qualidade de vida, caminha para a objetividade. Fonte: adaptado de Chu (2010, p. 94 apud Souza, 2014, p. 63-65) Você consegue perceber a responsabilidade que a área de recursos humanos tem em relação à criação de estratégias para retenção de talentos e a promoção da qualidade de vida organizacional? Vale ressaltar que, nas organizações, de forma geral, os fatores de impacto abordados têm grande relação com o clima organizacional, já estudado anteriormente. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 10 FECHAMENTO Nesta unidade, você estudou questões relacionadas à influência das culturas nacionais nas organizações, a formação cultural e os traços da cultura brasileira, que vêm desde o período de colonização. Percebemos a importância de valorizarmos as diversas culturas que fazem a nossa nação e saber trabalhar com cada uma delas nas organizações. Além disso, compreendeu a gestão de pessoas nas organizações brasileiras. Vale lembrar a importância da gestão da diversidade, a valorização das pessoas e a cultura que cada uma traz consigo, para que os impactos e resultados sejam ao mais significativos ao negócio. Siga em frente e bons estudos! Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 11 Referências DIAS, R. Cultura organizacional: construção, consolidação e mudança. São Paulo: Atlas, 2013. ROBBINS, S. P.; JUDGE, T. A.; SOBRAL, F. Comportamento Organizacional. 14a ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. ROBBINS, S. P.; SOBRAL, F.; GOMES, R. de C. Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson/Prentice Hall, 2011. SOUZA, C. P. S. Cultura e clima organizacional: compreendendo a essência das organizações. Curitiba: Editora InterSaberes, 2014. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 Valores, crenças e comportamentos da cultura organizacional (CO) Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST Ramos, Vlademir Lucio Ramos Valores, crenças e comportamentos da cultura organiza- cional (CO) / Vlademir Lucio Ramos Ano: 2020 nº de p.: Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. 10 Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 3 Valores, crenças e comportamentos da cultura organizacional (CO) Apresentação Você já parou para pensar em como a cultura organizacional (CO) é importante e impacta nos resultados das empresas? Nesta unidade, estudaremos os elementos vinculados à CO em seus diversos níveis. Assim, veremos que esses elementos, apesar de interligados, possuem características específicas; consequentemente, impactam a organização de formas distintas. Além disso, veremos a influência do ambiente e da cultura organizacional sobre o comportamento dos colaboradores, observando também como estes carregam consigo crenças, valores e comportamentos que, por sua vez, influenciam a organização. Por fim, estudaremos os componentes da cultura organizacional. A cultura organizacional Para começarmos nossos estudos, é importante observarmos, primeiramente, que existem alguns elementos principais que constituem a cultura organizacional (CO), como os valores, as crenças e os comportamentos. Tais elementos estão inter- relacionados e possuem características importantes na criação da CO. Consideramos que as organizações são expressões de uma realidade cultural, chamadas a viver em um mundo de mudanças permanentes, tanto no âmbito tecnológico e econômico quanto no social (SOUZA, 2014). Embora possuam identidade dentro dos seus limites formais, não deixam de sofrer influências advindas da realidade externa, que refletem um marco de valores, crenças, ideias, sentimentos e vontades de uma sociedade particular. Por isso, a CO norteia o comportamento dos colaboradores ao construir pautas e regras sobre como as pessoas devem agir ou o que se espera delas. Em muitas ocasiões, a cultura de uma organização é tão forte, que podemos notar o comportamento evidenciado dos seus stakeholders ao passar pela porta da empresa. Você já teve essa experiência? Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 Stakeholders é um termo em inglês que significa “parte interessada”, isto é, diz respeito às pessoas ou entidades que interferem e são afetadas pelas atividades e decisões de uma organização. Atenção Segundo Robbins, Sobral e Gomes(2011), a ausência de uma visão compartilhada por todos os stakeholder sem torno dos valores, crenças e comportamentos esperados, os processos de transformação organizacional e sua adaptabilidade ao contexto contemporâneo, podem levar ao comprometimento da identidade e da cultura da organização, afetando a imagem externa da empresa. Partindo, então, da ideia de que uma organização é composta de crenças, valores e comportamentos, vamos entender cada um desses conceitos a seguir: 1. As crenças representam a maneira particular de cada indivíduo ver o mundo, sendo formadas desde a mais tenra idade nas interações com outras pessoas: cada pessoa constrói seu próprio sistema de crenças com base na sua interação com o mundo. As crenças podem ser entendidas como a “verdade na organização”. São ideias ou pensamentos considerados verdadeiros e inquestionáveis, capazes de promover segurança e equilíbrio para os stakeholders. Elas representam, enfim, como a organização é ou deveria ser.2. Os valores constituem o núcleo da CO e representam a base que os membros de uma organização utilizam para to- mar uma decisão: os valores proporcionam, para a empresa, uma sensação de direção comum, além de estabelecerem as diretrizes para os compromissos diários. Estão muito ligados às crenças, pois à medida que há interação com o mundo, é possível qualificar essa interação como boa ou má. São, além disso, elementos-fonte na criação de uma CO, surgindo, geralmente, de seus fundadores, e devem ser claros, compartilhados e aceitos portodos os membros e níveis da organização, de modo que a unifiquem e a fortaleçam como um todo (ROBBINS; SOBRAL; GOMES, 2011). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 3. Os comportamentos são manifestações externas e observáveis das crenças e dos valores (conscientes ou inconscientes): o nosso sistema de crenças sustenta nossos valores, e estes direcionam os nossos comportamentos. Com isso, observa-se o quanto esses três conceitos são importantes para as organizações. Os elementos que compõem a cultura organizacional Por que podemos dizer que a CO é a chave para alcançar a excelência empresarial? Porque ela representa a essência de como as pessoas interagem e trabalham. Para sedimentar uma CO, é necessário que os gestores levem em consideração vários elementos (alguns tangíveis, outros não) que podem ser encontrados em vários lugares e expressos nos rituais, mitos, slogans, linguagem e símbolos adotados pela organização. Segundo Freitas (2000, p.15): A descrição dos elementos que constituem a cultura organizacional, a forma como eles funcionam e as mudanças comportamentais que eles provocam são maneiras de dar ao assunto um tratamento mais concreto e possibilitar o seu reconhecimento mais facilmente. [...] frequentemente, esses elementos fornecem uma interpretação ou uma mensagem para os membros da organização a respeito do que se considera importante e válido [...]. Vamos, agora, conhecer alguns elementos ou componentes da CO de forma mais detalhada: os mitos, os ritos, a linguagem, os símbolos e os tabus. 1. Mitos: são as ações, personagens ou sagas de heróis que servem como modelo (FREITAS, 2000). Esses “heróis” são exemplos (do presente ou do passado) que personificam a cultura, servindo como modelos de conduta para o comportamento dos integrantes da organização. Licensed to Anderson Czocher- cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 2. Ritos/rituais: representam uma série de atos formalizados e planejados pelos membros da organização, tais como comportamento em reunião, seleção de novos colaboradores, atendimento ao público, festa de confraternização anual, programa de trainee e outros, que exemplificam como os procedimentos são executados. Quando há a contratação de um novo funcionário, essa pessoa deixa a condição de estranho para fazer parte do grupo, ou seja, passa por um ritual de integração. 3. Linguagem: ela corresponde aos hábitos linguísticos que uma organização possui (forma característica de se comunicar na empresa). Temos, como exemplo, jargões, slogans, denominações de cargos, expressões próprias etc. 4. Símbolos: são os elementos materiais e imateriais que caracterizam, estabelecem e marcam uma ordem de importância dos sujeitos dentro da organização. 5. Tabus: correspondem às proibições ou questões sobre as quais não é permitido falar ou agir na organização. Como vimos até aqui, tais elementos contribuem para um melhor entendimento da CO e possuem a capacidade de fortalecer a identidade e promover a coesão interna entre os colaboradores. Os níveis de cultura organizacional e suas influências nos comportamentos Você já percebeu que a cultura nos cerca em todos os âmbitos da vida: nos costumes, regras, símbolos, artefatos, linguagens, visão de futuro, crenças, pensamentos etc.? Por isso é tão complexa a sua compreensão. Vale ressaltar que o entendimento da CO é desejável para todos, principalmente aos líderes que realizam Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 a orientação e a condução das atividades da organização. Podemos dizer que a cultura corporativase sobrepõe aos elementos que a compõem, ou seja, os rituais, valores, crenças, símbolos, tabus e linguagem representam apenas uma parte da CO. Segundo Schein (2009), existem três níveis da CO. Vejamos cada um deles na figura a seguir. Níveis da cultura organizacional São as crenças, premissas, percepções, pensamentos ou sentimentos inconscientes que estão enraizados em cada colaborador da organização. Refere-se aos princípios sociais, filosofias, propósito, visão de futuro, objetivos e estratégias escolhidas. A empresa, em tese, regula o comportamento dos colaboradores, porque atua com base naquilo que ela valoriza. Nível mais visível da cultura Nesse nível, encontramos a estrutura física da empresa e a forma de interação entre os stakeholders (padrões de comportamento). Também é composto pelo ambiente físico: os móveis, a arquitetura, os equipamentos, documentos e registros. Nível dos valores/identidade Crenças compartilhadas (nível intangível) Fonte: Adaptada de Schein (2009). A cultura de uma organização é constituída por uma rede de símbolos, valores e crenças que orientam o comportamento dos stakeholders. Toda organização possui também algumas dimensões ou características que a identificam como tal. Hofstede (2001) desenvolveu o chamado “modelo das cinco dimensões”, que auxilia na compreensão de cada grupo cultural. O modelo é constituído por distância do poder, individualismo, masculinidade versus feminilidade, evasão da incerteza e orientação a longo prazo. 1. Distância do poder: toda organização possui níveis de poder e determina como ele é distribuído. Como os colaboradores aceitam essa distribuição desigual do poder? Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 4. Evasão da incerteza: essa dimensão marca como as pessoas lidam e se sentem ameaçadas pelas incertezas e também como as evitam. 2. Individualismo: espera-se que, em uma sociedade ocidental, os sujeitos cuidem de si mesmos. Como as organizações administram esse aspecto? A tarefa das organizações não seria justamente a oposta, promover o coletivismo e a integração entre seus membros? 3. Masculinidade versus feminilidade: é um indicador importante e nos ajuda a perceber como a questão de gênero está implicada nas organizações. Leva-nos à seguinte pergunta: o homem é mais competitivo do que a mulher, por isso se diferencia nas funções, ou ambos podem desempenhar o mesmo papel na organização? 5. Orientação a longo prazo: existem organizações que planejam suas ações enfatizando muito o presente, em contraste com outras culturas organizacionais, que planejam suas tarefas a longo prazo a fim de obter recompensas futuras. As organizações enfatizam mais a qualidade e a integração dos seus colaboradores ou buscam a lucratividade? Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 9 Com isso, observamos a complexidade envolvida no desenvolvimento e na definição da cultura organizacional. Fechamento Ao longo deste material, estudamos os elementos que compõem a cultura organizacional de uma empresa. Vimos que os colaboradores possuem visões de mundo diferentes, carregando-as consigo ao longo de suas vidas e levando- as inclusive para o ambiente de trabalho, o que faz com que este seja um local dinâmico e diversificado. Também vimos que as empresas possuem umacultura própria, que é formada no dia a dia pela união dos colaboradores. Além disso, avisão, a missão e os valores de uma organização podem ser alterados ao longo dos anos, tendo em vista que ela está inserida em um ambiente dinâmico. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 10 Referências FREITAS, M. E. Cultura organizacional. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000. HOFSTEDE, G. Cultura e organizações: compreender a nossa organização mental. Lisboa: Edições Silabo, 2001. ROBBINS, S. P.; SOBRAL, F.; GOMES, R. C. Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson/Prentice Hall, 2011. SCHEIN, E. H. Cultura organizacional e liderança. São Paulo: Atlas, 2009. SOUZA, C. P. S. Cultura e clima organizacional: compreendendo a essência das organizações. Curitiba: InterSaberes, 2014. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 Inteligência cultural Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST Galdo, Alessandra Maria Ruiz Inteligência cultural / Alessandra Maria Ruiz Galdo Ano: 2020 nº de p.: Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. 11 Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 3 Inteligência cultural Apresentação Nesta unidade, estudaremos o que é a inteligência cultural. Para isso, iniciaremos compreendendo o que é cultura e descobriremos como ela é formada. Depois, veremos o que são as culturas internacional, nacional e as subculturas. Tendo conhecido esses conceitos iniciais, adentraremos no contexto das organizações, observando o que é a cultura organizacional. Veremos, assim, que pode haver subculturas dentro de uma organização. Após isso, finalizaremos os nossos estudos observando a diversidade cultural e os elementos da inteligência cultural. Bons estudos! O que é a cultura e como ela é formada? Barbosa (2009, p. 1) define cultura como “[...] um conjunto de valores e significados que fornecem uma base comum compartilhada [...] seja por países ou organizações”. Diante disso, Thomas e Inkson (2006) destacam três dimensões relacionadas à inteligência cultural, destacadas na figura a seguir. Três níveis da inteligência cultural Personalidade Cultura Natureza humana Biológica Aprendida Herdada e aprendidaEspecífica de indivíduos Específica de grupos Universal Fonte: Adaptada de Thomas e Inkson (2006). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 Somos, assim, formados por nossa cultura, nossa personalidade e nossa natureza humana, além de sermos aquilo que vivemos: nossa história. Mas o que são esses elementos? Descubra a seguir. 1. Natureza humana: relaciona-se às necessidades biológicas básicas, comuns a todos os seres humanos, como a fome, a territorialidade, acriação dos filhos. Como são necessidades universais, pode haver compartilhamento de condutas, mesmo quando as pessoas provêm de diferentes culturas. 2. Cultura: são as experiências, valores, atitudes e comportamentos compartilhados por um grupo específico. Manifesta-se em várias dimensões: de maneira nacional, regional, étnica e, ainda, organizacional. Os códigos culturais são aprendidos e internalizados, às vezes, de forma implícita, não consciente ou por meio de um processo de aprendizagem institucionalizado. 3. Personalidade: são manifestações específicas de um dado indivíduo, que expressa de maneira particular os valores, atitudes e comportamentos de um dado grupo cultural. Antes de nos aprofundarmos nas características da inteligência cultural, que você verá ao final deste material, iremos conhecer mais a respeito dos aspectos culturais. Os diferentes âmbitos da cultura impactam nas relações organizacionais, especialmente porque as empresas e instituições interagem com atores distribuídos por todo o planeta, seja direta ou indiretamente. Diante disso, precisamos compreender conceitos como cultura internacional, cultura nacional e subculturas. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 1. Cultura internacional: são as tradições culturais que perpassam fronteiras geográficas e as macro culturas, como a cultura ocidental ou a cultura oriental. As religiões também são culturas que não respeitam fronteiras. 2. Cultura nacional: é o conjunto de crenças, comportamentos, experiências, tradições, rituais e valores compartilhados por pessoas que vivem em um mesmo país. 3. Subculturas: são grupos culturais que partilham aspectos específicos regionais, étnicos, tradições, mesmo fazendo parte da cultura nacional. A globalização econômica trouxe o compartilhamento de diversos hábitos de consumo que também ultrapassam fronteiras nacionais e a cultura internacional tangencia o conceito de civilização. Os colaboradores que trabalham em dado ambiente de negócios convivem com pessoas de diferentes nacionalidades – mesmo que não convivam diretamente, como acabamos de verificar, estão em contato com a diversidade cultural. O administrador necessita, assim, incentivar um clima de compreensão e respeito a tais diferenças, sejam elas de ordem nacional, étnicas ou organizacionais. Ainda que sob o olhar de fora o Brasil pareça integrar tão bem diferentes culturas e etnias, há preconceitos mascarados que precisam ser descortinados e continuamente combatidos. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 Etnia é o grupo de indivíduos que compartilha o mesmo conjunto de crenças, hábitos, língua e outros indicadores culturais. Tende a apresentar certos traços biológicos em comum (embora isso nem sempre ocorra). Curiosidade O preconceito refere-se uma ideia, um julgamento pré-concebido, pronto, formado e generalizado a partir do senso comum. Ele incorpora um estranhamento diante do outro. A cultura organizacional Uma organização também tem suas subculturas que podem ser resultado das equipes formais que integram as unidades funcionais da empresa (setores, departamentos) ou os grupos informais que compartilham interesses e valores em comum. Sabendo disso, temos o conceito de cultura organizacional, cuja explicação pode ser observada na figura a seguir. Cultura organizacional Histórias e culturas individuais Cultura organizacional Valores e princí- pios definidos pela organização Fonte: Elaborada pela autora (2020). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 As subculturas de uma organização não podem ser desconsideradas, ao contrário, precisam ser estimuladas e integradas sempre que possível. Elas também podem ser importantes na solução de problemas e se tornar, assim, uma rica ferramenta para a inovação. As subculturas se manifestam nos chamados “grupinhos” ou grupos com interesses em comum. O mesmo acontece com a diversidade cultural. Freitas Filho (2013) afirma que quanto maior a diversidade de uma equipe, maior a possibilidade de surgirem ideias criativas. A diversidade e a multiculturalidade são fontes de riqueza para os negócios, mas para transformá-las em ferramentas que agreguem diferenciais para a imagem institucional, é necessário superar alguns desafios. A diversidade cultural em uma organização ou a diversidade cultural que ela enfrenta na realização de seus negócios requer o intercâmbio de entendimentos e percepções, os quais são representados pela multiculturalidade e interculturalidade. Três pontos destacam-se para transformar o desafio de lidar com a multiculturalidade em oportunidades. 1. Reconhecer que as diferenças existem: para alguns, reconhecer e celebrar a existência da diferença como o mais importante aspecto da sociedade multicultural é o primeiro passo para uma integração significativa. 2. Redistribuir os recursos: ao reconhecer as diferenças, constata-se que os recursos não são distribuídos de maneira equitativa pelos diferentes grupos étnicos e culturais. Proceder a uma redistribuição de recursos contribui para a justiça social. 3. Estabelecer vínculos de solidariedade: o terceiro aspecto que dá uma dimensão maior à multiculturalidade é o estabelecimento da ligação com o outro, com laços de afetividade, estima social e identificação. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 Já o conceito de interculturalidade se modificou com a chegada da globalização, do estabelecimento de redes e alianças, e se ampliou para dar conta da realidade atual. A primeira noção de intercultural se referia somente à tradução de uma cultura para outra, permitindo que profissionais como diplomatas e pilotos de linhas internacionais conseguissem lidar com diferentes códigos culturais. Hoje, o conceito se ampliou: intercultural não é apenas conhecer diferentes códigos culturais, mas sim realizar uma efetiva comunicação entre diferentes culturas. A interculturalidade se refere à comunicação, às conexões que se criam entre diferentes culturas. Atenção Essa noção responde à necessidade prática de trabalho colaborativo entre integrantes de diversas culturas, as chamadas equipes multiculturais que necessitam dialogar e promover um entendimento entre si para implementar ações concretas. Diversidade de culturas organizacionais entre negócios Nas relações de parceria e alianças entre organizações, seja entre empresas da mesma nacionalidade ou de diferentes origens, é necessário considerar que cada uma traz sua própria cultura organizacional e todas apresentam as mesmas necessidades de comunicação. O desafio é como comunicar-se quando existem diferentes valores e códigos culturais. No caso de organizações com culturas muito diferentes, o desafio para a comunicação ou integração de negócios pode ser bastante significativo e até mesmo inviabilizar a parceria. Por isso, as organizações e as pessoas necessitam se preparar para lidar com diferentes culturas. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 9 Diversidade cultural nas organizações Fonte: Deduca, 2020. Você consegue expandir suas possibilidades de conectar-se com o diferente mantendo sua mente aberta para experimentar o novo – novas comidas, novos livros, novos cursos. Você pode viajar virtualmente e quebrar a rotina, ampliar seu círculo de amizades e desenvolver a capacidade de aceitar críticas, evitando cristalizar comportamentos – é um bom começo. Desenvolver a inteligência cultural, como colocado por Thomas e Inkson (2006), é outra estratégia indispensável. Podemos até não chegar a viajar ao redor do mundo a negócios, mas na realidade contemporânea, interconectada e globalizada, o mundo vem até nós (THOMAS; INKSON, 2006). Curiosidade Para abordar o que chamam de inteligência cultural, Thomas e Inkson (2006, p. 39) definem cultura como “[...] programas mentais compartilhadosque condicionam as respostas dos indivíduos ao seu ambiente”. Assim, para conseguir compreender outras culturas é necessário que você abandone, ainda que momentaneamente e apenas sob o ponto de vista racional, os tais programas mentais para enxergar o que os olhos do outro enxergam, sem deixar de ser você mesmo, com suas raízes e valores culturais. A inteligência cultural envolve três elementos. Conheça-os a seguir. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 10 1. Conhecimento cultural: é a consciência sobre como as culturas diferem e o quanto a cultura afeta o comportamento individual. A compreensão de uma cultura de outra região só ocorre verdadeiramente quando se interpreta seu contexto maior, procurando conhecer sua história, sua filosofia, seus aspectos religiosos. 2. Atenção: foco constante nas diferenças essenciais, ignorando as acessórias. É necessário perceber a diversidade de históricos de vida para não realizar falsas generalizações ou tratar as pessoas de maneira estereotipada. Um olhar atento legitima as diferenças. 3. Habilidades comportamentais: são as habilidades que permitem a você transferir uma experiência vivida para outras práticas, momentos e cenários futuros. A habilidade de se mover entre culturas e diferenças é essencial neste dinâmico mundo dos negócios, em uma sociedade interconectada, na qual a diversidade cultural se manifesta como um desafio que você pode transformar em oportunidade. Fechamento Nesta unidade, estudamos sobre a inteligência cultural. Porém, para compreendê- la, vimos antes o que é a cultura e como ela é formada. Depois, aprendemos sobre a multiculturalidade e a interculturalidade, percebendo a importância do respeito à diversidade cultural dentro de uma organização. Na sequência, aprendemos sobre a cultura organizacional e vimos que dentro de uma organização podem haver subculturas. Após isso, finalizamos os nossos estudos analisando o que é a inteligência cultural e os elementos que a compõem. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 11 Referências BARBOSA, L. Cultura e diferença nas organizações. São Paulo: Atlas, 2009. FREITAS FILHO, F. L. Gestão da inovação: teoria e prática para implantação. São Paulo: Atlas, 2013. THOMAS, D. C.; INKSON, K. Inteligência cultural: instrumentos para negócios globais. Rio de Janeiro: Record, 2006. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 A organização e o indivíduo Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST MACHADO, Daiani A organização e o indivíduo / Daiani Machado nº de p. 11 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 3 A organização e o indivíduo Apresentação Neste momento iremos compreender o clima organizacional, as competências e identificar os motivos que levam o indivíduo a cooperar dentro da organização. Além disso, vamos estudar alguns conceitos muito importantes, que fazem parte das organizações. Veremos o que é e qual é a relevância de um bom clima organizacional dentro de uma empresa; e conheceremos um pouco mais sobre qualidade de vida no trabalho e a motivação. Uma organização é composta por pessoas, sendo assim, a interação entre a organização e o indivíduo é indispensável. E para que os processos dentro de uma organização ocorram bem, é importante que essa interação aconteça da melhor forma possível, e que ambos (organização e indivíduo) fiquem satisfeitos em relação às suas necessidades. O clima organizacional Você já ouviu falar em clima organizacional? Segundo Souza (2014), o clima organizacional pode ser entendido como a percepção dos funcionários em relação ao ambiente da empresa. Mas, afinal, quais são os fatores que influenciam o clima organizacional? Entre tantos outros fatores, podemos citar: • volume de trabalho; • capacitação para os funcionários; • salários e benefícios; • relacionamento entre os colegas de trabalho (independente da hierarquia); • valores e crenças da organização; • valorização profissional e motivação da equipe. Segundo Luz (2012), existem tipos de clima organizacional. Quando a empresa possui um ambiente de trabalho participativo, com motivação e comprometimento, Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 por parte dos funcionários, predominam atividades positivas e esse ambiente se torna favorável a um bom clima organizacional. Clima organizacional Fonte: Plataforma Deduca (2018) Existem diversos fatores que influenciam o comportamento das pessoas dentro das organizações e, também, vários modelos de indicadores, que podem ser utilizados para mensurar o clima dentro da empresa – lembrando que o clima pode ser favorável, neutro ou desfavorável. Clima organizacional – comparativo Clima organizacional Desfavorável Mais ou menos Favorável Frustração. Indiferença. Satisfação. Desmotivação. Apatia. Motivação. Falta de integração entre empresa e funcionários. Baixa integração entre empresa e funcionários. Alta integração entre empresa e funcionários. Falta de credibilidade mútua entre empresa e funcionários. Baixa credibilidade mútua entre empresa e funcionários. Alta credibilidade mútua entre empresa e funcionários. Falta de retenção de talentos. Baixa retenção de talentos. Alta retenção de talentos. Improdutividade. Baixa produtividade. Alta produtividade. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 Pouca adaptação à mudança. Média adaptação à mudança. Maior adaptação à mudança. Alta rotatividade. Baixa rotatividade. Alta rotatividade. Alta abstenção. Média abstenção. Baixa abstenção. Pouca dedicação. Média dedicação. Alta dedicação. Baixo comprometimento com a qualidade. Médio comprometimento com a qualidade. Alto comprometimento com a qualidade. Clientes insatisfeitos. Clientes indiferentes. Clientes satisfeitos. Pouco aproveitamento nos treinamentos. Médio aproveitamento nos treinamentos. Maior aproveitamento nos treinamentos. Falta de envolvimento nos negócios. Pouco envolvimento nos negócios. Maior envolvimento nos negócios. Aumento no número de doenças psicossomáticas. Alguns casos de doenças psicossomáticas. Raros casos de doenças psicossomáticas. Insucesso nos negócios. Estagnação nos negócios. Sucesso nos negócios. Fonte: Souza (2014, p. 125-126) Além de melhorar o desempenho dos colaboradores de uma empresa, em suas atividades, você entende como o clima também é importante para a determinação da qualidade de vida no trabalho? Para tanto, a fim de que o clima se torne (ou se mantenha favorável), a empresa pode contar com o auxílio de diversas pesquisas sobre o assunto. Isso mesmo! Segundo Luz (2012), a pesquisa de clima é um método formal que analisa as diversas variáveis do clima de uma organização, de acordo com a opinião dos próprios funcionários. A percepção dos funcionários em relação aos fatores que influenciam o clima organizacional é, então, identificada e, a partir disso, a organização pode criar estratégias de melhorias. Qualidade de vida no trabalho A gestão da qualidade de vida no trabalho (QVT) é, por definição, segundo Gramms e Lotz (2017), o conjunto de estratégias, que tem como objetivo diagnosticar, promover, acompanhar e monitorar ações para a saúde, o bem-estar e a satisfação profissional. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 Gramms e Lotz (2017) citam a definição de qualidade de vida, da Organização Mundial de Saúde (OMS), como sendo a “percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. É importante entendermos que a qualidade de vida de um indivíduo é composta pelos seguintes fatores:• Objetivos: determinados pelas condições de vida e atrelados ao desenvolvi- mento econômico e social, como renda, escolaridade e moradia. • Subjetivos: determinados pelo estilo de vida e influenciados por hábitos que impactam em seu bem-estar, como alimentação, sono e prática de ati- vidades físicas. Qualidade de vida Fonte: Plataforma Deduca (2018) Sendo assim, percebemos que a qualidade de vida no trabalho não está somente ligada ao clima organizacional, já que fatores externos à organização também interferem na vida e bem-estar das pessoas, bem como a motivação de cada pessoa. Nós agimos e fazemos as coisas, conforme a nossa motivação, não é mesmo? Segundo Chiavenato (2016), esse impulso à ação pode ser estimulado por um fator externo, do ambiente, ou, então, ser gerado internamente, nos processos mentais do próprio indivíduo. Somos diferentes em relação às nossas motivações, já que temos necessidades diferentes, convívio social distinto etc. Biazzi (2017) diz que tudo aquilo que sentimos, pensamos e temos necessidade de fazer acontecer são impulsos, Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 determinados, em parte, por nossa personalidade e, em parte, por fatores situacionais. Interessante, não é mesmo? Atenção: a palavra-chave por trás da motivação é “esforço”. A motivação modifica o nosso comportamento e nos faz “correr atrás” dos nossos objetivos, despendendo bastante energia e persistência! O autor complementa dizendo que, na motivação, há a interação de 3 fatores: necessidades, esforço e resultados. As necessidades levam ao esforço, que promove o desempenho, e este gera os resultados! O link, a seguir, é de acesso a um artigo, que trata da relação entre a motivação para o trabalho e as metas do trabalhador: <http://www. scielo.br/scielo.php?pid=S1415-65552003000400003&script=sci_ arttext&tlng=es>. Vale muito a pena ler! Saiba mais Reciprocidade entre indivíduo e organização e o equilíbrio organizacional É importante percebemos que a reciprocidade, no contexto organizacional, funciona como um “contrato psicológico”. Nesse “contrato”, estão “descritas” as expectativas, que vão além do contrato formal entre o indivíduo e a organização (aquele no qual estão formalmente definidos os salários, carga horária de trabalho, função a ser exercida etc.). Trata-se de uma relação de trabalho que também influencia o comportamento do funcionário e da organização. Podemos até dizer que é uma troca de valores entre as partes. Sabemos que a percepção do funcionário, em relação à empresa, é muito importante, certo? A empresa tem suas ações e participação para com o funcionário, tentando dar a ele um bom ambiente de trabalho, qualidade de vida, entre outros fatores. Ah, também temos os salários, que são cruciais e um direito de todo trabalhador! Enfim, o funcionário também tem sua participação para com a empresa, pois dedica seu tempo, esforço e aplica seus conhecimentos em prol do bem da organização. Isso chamamos de contrato psicológico. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 Contrato psicológico Fonte: Plataforma Deduca (2018) Conheça a teoria do economista Herbert Simon sobre equilíbrio organizacional, no artigo disponível em: <https://administradores. com.br/ar tigos/herber t-simon-e-a-teoria-do-equil ibrio- organizacional-interacao-motivacao-dinamica-e-eficacia>. Saiba mais Enfim, o equilíbrio organizacional nada mais é do que a “troca” que existe entre a organização e o funcionário. Enquanto a empresa paga os salários em dia, fornece um bom ambiente de trabalho e qualidade de vida, o funcionário fornece sua dedicação, pontualidade e assiduidade, por exemplo. Estamos em um país multicultural, não é mesmo? Nosso país é imenso e, em cada região, há hábitos, comidas diferentes, enfim. A cultura, de uma forma geral, também afeta o comportamento do indivíduo. Isso mesmo! Elementos como valores, costumes, idiomas, normas e rituais influenciam muito o comportamento humano. Existem também as subculturas, já ouviu falar delas? São grupos de uma cultura, que exibem padrões de comportamento, característicos e diferentes, dentro da mesma cultura. Um pouco complicado de entender? Veja: esses fatores incluem raça, origem étnica, nacionalidade, religião, faixa etária e comportamento individual. Por exemplo: se a característica for “religião”, podem ser subculturas: católicos, judeus e evangélicos. Se a característica for “nacionalidade”, as subculturas podem ser: portugueses, italianos e brasileiros. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 9 Diversidade cultural Fonte: Plataforma Deduca (2018) O comportamento humano realmente é resultado de um conjunto de fatores intangíveis. É importante que a organização conheça seus funcionários e mantenha a equipe unidade e engajada, independente dos diferentes comportamentos que os integrantes tenham. Você encontrará diversos artigos sobre o comportamento humano, no site do Instituto Brasileiro de Coaching (IDB): <http:// www.ibccoaching.com.br/>. Saiba mais Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 10 FECHAMENTO Estudamos elementos importantes sobre a organização e o indivíduo, como o clima organizacional (o ambiente em que se encontram as organizações), qualidade de vida no trabalho e motivação humana, reciprocidade e equilíbrio organizacional, além do comportamento humano. Por meio desses conceitos, foi possível compreender os motivos que levam o indivíduo a cooperar (ou não) dentro de uma organização. Diante dos conceitos trabalhados, se faz importante lembrar a importância dos indivíduos nas organizações para que estas possam desenvolver o seu trabalho, atender seus clientes e gerar negócios. Por isso, a necessidade de se ter qualidade de vida no trabalho em sintonia com os comportamentos dos trabalhadores, para que o clima organizacional possa ser favorável. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 11 Referências BIAZZI, F. Lições essências sobre liderança e comportamento organizacional: transforme conhecimento em realização, eficácia e impacto. São Paulo: Editora Labrador, 2017. CHIAVENATO, I. Administração de recursos humanos - fundamentos básicos. 8. ed. Barueri: Editora Manole, 2016. GRAMMS, L. C.; LOTZ, E. G. Gestão da qualidade de vida no trabalho. Curitiba: Editora InterSaberes, 2017. LUZ, R. Gestão do Clima Organizacional. Rio de Janeiro: Quality Mark, 2012. SOUZA, C. P. S. Cultura e clima organizacional: compreendendo a essência das organizações. Curitiba: Editora InterSaberes, 2014. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 QVT: Diagnóstico: organizações e pessoas Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST OLIVEIRA, Elizangela de Jesus QVT: Diagnóstico: organizações e pessoas / Elizangela de Jesus Oliveira Ano: 2020 nº de p. 11. Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 3 QVT: Diagnóstico: organizações e pessoas Apresentação Neste momento trataremos sobre a qualidade de vida no trabalho, cultura e clima organizacional, entendendo a sua articulação como postura estratégica nas organizações. Vamos verificar a importância das crenças e valores da empresa, para a formação das equipes de trabalho, e assim, estabelecer um clima organizacional favorável ao alcance dos resultados. Além disso, vamos verificar o papel da liderança nas organizações para um bom andamento das ações de QVT, para potencializar a cultura organizacional e gerenciar os fatores que mobilizam os funcionários a desempenharem seu trabalho por meio de um saudável clima organizacional. CULTURA ORGANIZACIONAL: FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é um termo amplo e envolve saúde, motivação, satisfação,cultura e clima organizacional, as condições de trabalho propiciadas pelas empresas, estresse, estilos de liderança e entre outros aspectos. Nesse sentido, podemos conceituar a cultura de uma empresa como sendo o conjunto de artefatos, valores, crenças que são compartilhados e construídos pelos colaboradores ao longo da vida da organização (SILVA; ZANELLI; TOLFO, 2013). Assim, a partir da perspectiva dos autores, a cultura é concebida como uma rede de sentidos que são construídas e formadas ao longo da vida organizacional. Para o autor Kanaane (2009), o conceito de cultura organizacional é formado por três dimensões: • material que envolve o sistema produtivo; • psicossocial abrange o sistema de comunicação e interação dos envolvidos e, • ideológica composto pelo sistema de valores presente na organização. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 Observe as relações interpessoais que são estabelecidas nas organizações, você conseguirá identificar os sinais que apontam para uma cultura existente, através por exemplo, das interações que podem refletir o grau de formalidade dos ambientes organizacionais. Atenção Outro ponto a ser considerado sobre a cultura organizacional é a presença de um maior ou menor grau de flexibilidade das relações estabelecidas pelos membros e as condições de participação dos grupos existentes nas organizações (KANAANE; 2009). Assim, os grupos sociais, que participam da construção da cultura organizacional, apresentam uma concepção de qualidade de vida no trabalho, que impacta diretamente em resultados e no posicionamento estratégico da organização. Isto precisa ser percebido e considerado, por gestores e dirigentes, a fim de capacitar a organização a se posicionar de forma mais efetiva num um mercado cada vez mais competitivo. A cultura de uma organização envolve ainda, os significados que são compartilhados pelos participantes, o sentido atribuído às atividades desempenhadas no dia a dia, os ritos, as crenças, os gestos e todos os símbolos que refletem e proporcionam um sentido para as pessoas. Cultura Organizacional Cultura Organizacional Qualidade de Vida no Trabalho Bem-estar dos colaboradores Fonte: Elaborada pelo autor (2017) Dentro desse contexto da cultura organizacional, a QVT passa a ser concebida como um conjunto de escolhas orientadas para o bem-estar dos colaboradores em direção a um equilíbrio dinâmico dos fatores biológico, psicológico, social e organizacional das pessoas (TAVEIRA, 2013; LIMONGI-FRANÇA, 2003). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 Assim, a cultura organizacional pode ser percebida pelo nível de sinergia presente no sistema organizacional que é resultante das energias emanadas por cada colaborador em suas interações sociais. Sinergia é uma cooperação das pessoas, em que o resultado alcançado ou o todo é maior que a soma de cada parte. Curiosidade Essas interações podem estar relacionadas à cooperação, colaboração e participação, ou às relações conflituosas não administradas como as competições e rivalidades grupais (LIMONGI-FRANÇA, 2003). Perceba que a cultura organizacional e a qualidade de vida impactam inicialmente o aspecto físico, mas não somente. Se num primeiro momento o ambiente precisa ser planejado para atender às necessidades físicas, será necessário, também, que o seja, para as necessidades psíquicas dos colaboradores. Logo será imprescindível proporcionar as melhores condições de vida e, consequentemente, maior produtividade e desempenho às organizações e às pessoas (LIMONGI-FRANÇA, 2003). CLIMA ORGANIZACIONAL E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Como a QVT envolve várias dimensões do comportamento organizacional, é de fundamental importância para as empresas compreenderem a relação tanto da cultura quanto do clima organizacional no contexto da qualidade de vida dos trabalhadores. Perceba que essa compreensão, propicia às organizações uma fonte de informação sobre o que o que pode ser implementado no ambiente de trabalho para torna-lo cada vez mais harmonioso e alinhado aos objetivos organizacionais e às aspirações dos trabalhadores. Essa descrição constitui uma concepção de clima organizacional, o qual pode ser definido como sendo a busca de satisfação das necessidades fisiológicas, de pertencimento a um grupo social, das necessidades de estima e de auto realização no ambiente organizacional e, que compreendem o processo de ajustamento entre os objetivos das pessoas e das organizações (BOOG, 2002). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 Clima Organizacional conjunto de percepções compartilhadas pelos empregados acerca dos aspectos da vida organizacional (PUENTES-PALÁCIOS; MARTINS, 2013, p. 257). Curiosidade Definições sobre o conceito de Clima organizacional Autor Denominação Descrição do conceito Forehand e Gilmer (1964) Abordagem estrutural Aspectos do ambiente organizacional, tais como tamanho, centralidade e número de níveis hierárquicos, que distinguem a organização de outras, são relativamente duradouros ao longo do tempo e afetam o comportamento dos membros. James e Jones (1974) Abordagem perceptual Percepções individuais de atributos e características organizacionais interpretadas de maneira global. Ênfase no processo de interação entre o ambiente o indivíduo. Schneider e Reichers (1983) Abordagem interacionista Grande ênfase dada à interação entre os membros da organização. O clima é visto como um processo dinâmico (muda ao longo do tempo), construído a partir de uma rede de significados e sustentados socialmente. Moran e Volkwein (1992) Abordagem Cultural O clima organizacional é criado pelo grupo, a partir da interação dos membros, que compartilha um marco de referência abstrato chamado cultura organizacional, e resulta da construção de interpretações sobre eventos organizacionais. Fonte: Puentes-Palácios; Romá (2013, p.263) Nesse sentido, afirma Boog (2002) que o clima organizacional positivo sinaliza um bom funcionamento da equipe e alcance das metas definidas pelas organizações. Concebido como sendo um atributo pertencente tanto ao indivíduo como à organização, o clima organizacional relaciona-se principalmente a uma boa convivência no local de trabalho. Isto implica dizer que quanto mais positiva for a expectativa dos dirigentes em relação à participação dos trabalhadores, maior a necessidade de um clima organizacional afetivo (BOOG, 2002). Diante disso, é importante que as empresas busquem promover incentivos no ambiente do trabalho com a finalidade de demonstrar aos colaboradores que sua participação é de fundamental importância na construção de um clima harmonioso permeado por afetos positivos nas organizações (BOOG, 2002). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 Clima Organizacional CL IM A O RG AN IZ AC IO NA L Pr ec al ên cia d e af et os p os itiv os Af et os p os itiv os Af et os ne ga tiv os Ex pe ct at iva s An se io s Ne ce ss id ad es Fonte: Elaborada pelo autor (2017) Os componentes do clima organizacional, segundo Boog (2002), têm impacto, direto ou indireto, na motivação e, por conseguinte, no clima organizacional. Tal fato se explica, pois, o trabalho provoca (estimula, demanda, etc.) reações diferentes de comportamentos nos colaboradores. Sendo ele, positivo ou negativo, ter-se-á, como consequência percepções e relações de satisfação no trabalho, de interesse dos colaboradores pelo trabalho, ou mesmo, da atividade desempenhada. O que vem na sequência, são os efeitos na Qualidade de Vida do funcionário, bem como, no alcance dos resultados da organização. Se por um lado, quando este alcance acaba sendo efetivado, com mais benefícios do que “sequelas”, aos colaboradores, em se identificam melhora em números e qualidade de entregas: resultados. Por outro lado, a ausência destas benesses,traz consigo, insatisfação das necessidades e a percepção de um clima organizacional, que tende a ser negativa ou “carregada”, caracterizado por estados de agressividade, apatia e insatisfação no espaço laboral o que impacta de forma direta na qualidade de vida, pois pode acarretar patologias aos colaboradores. O que você precisa compreender é que o clima organizacional é a expressão dos sentimentos dos empregados em relação aos valores, as políticas e práticas de gestão de recursos humanos, e à forma de relacionamento estabelecida no trabalho Atenção Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 AS ORGANIZAÇÕES E O PAPEL DAS LIDERANÇAS O processo central da gestão da cultura e clima nas organizações demanda o exercício da liderança de pessoas orientando-as para o alcance de resultados a curto, médio e longo prazo. Segundo autores como Kanaane, 2009 e Limongi-França (2003) fica evidente o papel singular que uma liderança, quando exercida, de forma bem alinhada com as premissas orientadas para a atender à QVT, terá sobre os objetivos da organização. Assim, para que isso ocorra é preciso que os profissionais que assumam a liderança apresentem uma visão mais abrangente de toda a organização, e de seus desdobramentos culturais e aplicados às questões inerentes à QVT. Ainda sobre a questão da liderança e o contexto organizacional, as ações que empreendem a busca pela melhoria da QVT precisam se nortear sob a lógica de que há que se conjugar o alcance dos resultados com pessoas e sempre buscar técnicas de invocação para manter a competitividade das organizações. Atenção Liderar, sob esta concepção é assumir, inerentemente, a responsabilidade pela transição das mudanças (vindouras ou necessárias), mas que precisarão passar pela gestão de os valores e crenças (cultura organizacional), que se mostram de diversas culturas. Isto é um potencial de gerador de conflitos: pois demandará, em linhas gerais, da capacidade para transitar entre os objetivos pessoais e organizacionais (PUENTES-PALÁCIOS, ROMÁ, 2013). Retomemos nosso debate para tratarmos da figura do Gestor (o líder). Segundo Kananne (2009) o papel do líder será sine qua non para a construção de relacionamentos mais saudáveis e aproximar ao máximo os colaboradores (seus anseios, necessidades e desejos) às demandas, práticas e objetivos organizacionais (promovendo o ajustamento de cargos, esclarecer dúvidas, ofertando suporte). Ainda segundo o autor a ponte para esta articulação parece estar alicerçada em práticas e programas que primem pela busca da Qualidade de Vida no Trabalho, ou seja, estruturar uma forma de gestão orientada para o indivíduo. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 9 Visão de liderança orientada ao indivíduo Visão da Liderança Sujeito centro do processo de trabalhoSatisfação das necessidades individuais Atenção resultados organizacionais Fonte: Adaptada Kanaane (2009) e Boog (2008) Na visão do autor Kanaane (2009), esse tipo de gestão parte do pressuposto de que o sujeito é o centro do processo de trabalho, pois a tarefa é executada por ele, e a partir disso é possível identificar aspectos que reforçam e facilitam o desempenho individual e grupal. Este tipo de modelo de gestão tem aplicação direta com Programas de Qualidade de Vida no Trabalho (PQVT) pois (KANANEE, 1998): (a) propicia autonomia às pessoas e aos grupos; (b) incentiva a gestão do tempo pelo próprio colaborador; (c) facilita o processo de aprendizagem; (d) incentiva a autonomia crítica de análises, em termos de posicionamentos e ações; (e) valoriza a criatividade; (f) acentua a realização individual e/ou grupal; (g) estimula à responsabilização, pessoal/profissional; (h) estimula a prática do feedback nas interações laborais; (i) potencializa o desenvolvimento de competências e o autodesenvolvimento; (j) otimiza relacionamentos interpessoais mais assertivos e saudáveis. Uma liderança centrada no indivíduo é aquela que considera o poder pessoal inerente a cada indivíduo, valoriza o trabalho em equipe para o alcance dos objetivos e executa a administração do conflito que pode vir a ocorrer no ambiente do trabalho. Atenção Perceba que esse estilo de liderança busca capacitar o grupo ao processo de tomada de decisão, enquanto grupo, e não à tomada de decisão ao nível individual, pois o que se busca nesse processo de gestão é a maximização Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 10 das potencialidades de liderança de todos os colaboradores da organização (KANAANE, 2009). Dessa forma, quando a decisão é a nível grupal o clima organizacional é favorável ao consenso, uma vez que a perspectiva de todos os indivíduos é considerada em processo de interação e troca de experiências e valores. Assim, o gestor ou líder que adota uma administração centrada no indivíduo tende a conseguir maior flexibilidade e liberdade de ação de toda a equipe no alcance dos resultados organizacionais (KANAANE, 2009; BOOG, 2002). Fechamento Estudamos os conceitos de QVT nas organizações, sua importância e potencialidades ao alcance dos resultados da empresa, levando em consideração o bem-estar dos funcionários, tanto físico quanto mental. Assim, estratégias de gestão de pessoas que invistam em práticas de QVT podem favorecer o negócio e reter os talentos na empresa. Ao mesmo tempo, estudamos que a cultura organizacional é um fator de condução das práticas de QVT nas empresas, tendo como um conjunto de regras, crenças e valores que orientam o convívio dos funcionários e gestores para o desempenho de suas atribuições. E, o relacionamento interpessoal das equipes, aliada à estrutura física da empresa, apresentam alguns dos elementos do clima organizacional, o qual é um elemento importante de atenção na gestão de pessoas e processos. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 11 Referências BOOG, G. G. Manual de gestão de pessoas e equipes. São Paulo: Gente, 2002. KANAANE, R. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao século XXI. São Paulo: Atlas, 2009. LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de Vida no Trabalho – QVT: Conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. São Paulo: Atlas, 2003. PUENTES-PALÁCIOS, K.; ROMÁ, V. G. Gestão de equipes de trabalho. In: BORGES; L.O.; MOURÃO, L. O trabalho e as organizações. Atuações a partir da psicologia. Porto Alegre: Artmed, 2013. SILVA, N.; ZANELLI, J. C.; TOLFO, S. R. Diagnóstico e gestão da cultura nas organizações. In: BORGES; L. O.; MOURÃO, L. O trabalho e as organizações. Atuações a partir da psicologia. Porto Alegre: Artmed, 2013. TAVEIRA, I. M. R. Representações sociais da qualidade de vida no trabalho. Curitiba: CRV, 2013. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08
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