Buscar

Desenvolvimento Histórico da Cirurgia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
CIRURGIA
EXPLICAR O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA CIRURGIA
Cirurgia: ramo da medicina que se propõe curar pelas mãos. Cirurgia é ciência e arte. Como ciência, tem renovação dinâmica e constante de preceitos e conceitos em função da sua própria evolução. Como arte exige um aprendizado manual paciente e bem conduzido.
Pré-história: Atos médicos e cirúrgicos (trepanações) eram feitos por feiticeiros. A trepanação é a primeira operação conhecida. As trepanações eram mutilações sangrentas e dolorosas executadas com um fim de iniciação mística (crianças e adolescentes) ou de ritos mágicos. Havia, do mesmo modo, outras práticas sangrentas como a subincisão uretral e a circuncisão. Era feita por razões religiosas, mas também médicas (alívio da pressão intracraniana).
Antiguidade: Em 2500 a.C. foram relatadas operações em tumbas de faraós em Saqquarah. Os papiros de Ebers e Edwin Smith, do século XVI A.C., trouxeram informações e foram os primeiros textos sobre cirurgia. Na Índia, no século IV a.C., houve um desenvolvimento grande da cirurgia plástica, principalmente das rinoplastias. Os prisioneiros de guerra e os adúlteros eram punidos com a amputação do nariz, cuja reconstrução era feita à custa de retalhos da testa. 
Idade média: O cirurgião bizantino Paulo de Egina (PaulusAegineta), escreveu um breviário de cirurgia onde compilou sua experiência pessoal sobre: traqueotomia, tonsilectomias, flebotomias e redução do tamanho das mamas.
Abw’lQasimalZahrawi, Albucasis (930-1013), cirurgião islâmico nascido em Córdoba, escreveu o primeiro livro ilustrado de cirurgia, introduzindo o uso do ferro em brasa para cauterização de feridas. Os escritos e manuscritos da época mostram claramente a mistura vigente de misticismo e crueldade. Na Idade Média, o homem era totalmente religioso e via em tudo o que lhe acontecia um gesto direto de Deus. A igreja, cuja autoridade era incontestada, impediu todo o espírito de pesquisa como, por exemplo, a interdição das dissecções. A cirurgia foi considerada uma prática bárbara, também condenada pela igreja.
Já com o surgimento das escolas médicas Guy de Chauliac (1300-1370), professor na Universidade de Montpellier, publicou o livro Chirurgia Magna (1363), em que dizia: “Todos os artesãos devem conhecer o assunto em que trabalham; de outro modo, eles errariam nas suas obras. Como homem da igreja não poderia derramar sangue. Recusava-se a qualquer ato cirúrgico, deixando-o para os inferiores: os barbeiros cirurgiões, que eram simples operários, iletrados e leigos.
Ambroise Paré (1510-1590), considerado o fundador da ortopedia, modificou o tratamento das feridas que, até então, eram cauterizadas e queimadas com óleo. Em 1536 foi reconhecido como apto acurar cravos, bossas, antrazes e carbúnculos, chegando à posição de cirurgião de quatro reis da França.
Renascença e nos séculos XVII e XVIII: nascimento de uma nova cirurgia em virtude do desenvolvimento da anatomia e da fisiologia. 
Século XIX: por conta de todo desenvolvimento da época formaram- se bairros miseráveis o que resultou na proliferação de doenças como: febre tifoide, tuberculose e cólera. 
Século XX: a medicina tem um forte laço com a pesquisa cientifica.
FONTE: Paulo Tubino Elaine Alves; História da Cirurgia, 2009.
COMPARAR OS RISCOS CIRÚRGICOS NO SÉC. XIX COM O SÉC. XXI
A Infecção do Sítio Cirúrgico constitui uma complicação grave, pois pode prolongar o tempo de internação do paciente, dobrar as taxas de re-hospitalização, aumentar os custos com a assistência e reduzir a qualidade de vida destes pacientes. O fato de existir infecções evitáveis, exige da equipe de saúde e das instituições, a prevenção destas infecções. Para se reduzir as taxas se faz necessário conhecer a sua real incidência e seus fatores de risco. O risco de infecção é mais comum em torno da cicatriz, porém também pode ocorrer uma infecção interna, causando sintomas como inchaço, dor, febre e pus. Além disso, no caso de cirurgias onde é feita a aplicação de próteses de silicone, como mamoplastia de aumento pode ocorrer a rejeição da prótese, surgindo a infecção que deve ser tratada com o uso de medicamentos indicados pelo médico. O desenvolvimento da assepsia contribuiu cada vez mais para a diminuição dos casos de infecção. Ademais, os estudos desenvolvidos entre os séculos XIX e XXI contribuíram significantemente para a prática de uma medicina mais segura e mais equipada tecnologicamente.
FONTE: Débora de Campos Nascimento; UFMG (enfermagem), 2015
AVALIAR A IMPORTÂNCIA E O DESENVOLVIMENTO DOS CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAÇÃO DOS PROCESSOS CIRÚRGICOS (higienização, assepsia, temperatura)
DEFINIÇÕES:
Assepsia (impedir a penetração): é o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de microorganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de infecção. 
Antissepsia (inibir o crescimento): é o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microorganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes. 
Degermação: Vem do inglês degermation, ou desinquimação, e significa a diminuição do número de microorganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão. É a remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele.
Esterilização: é processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos e ou químicos, Toda esterilização deve ser precedida de lavagem e enxaguadura do artigo para remoção de detritos.
Desinfecção: é o processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou se inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento.Os esporos não são necessariamente destruídos.
· Inácio Felipe (pai da assepsia) médico húngaro que nasceu em 1818, conseguiu diminuir drasticamente a taxa de mortalidade por sépsis (febre) puerperal em seu hospital mediante a determinação de que os obstetras lavassem as mãos antes de atender aos partos.
· Luís (Louis) Pasteur (1822-1895) foi um cientista e químico francês que, entre 1860 e 1864, demonstrou que a fermentação e o crescimento de microorganismos em caldos de cultura não ocorriam por geração espontânea. Propôs a “teoria germinal das doenças infecciosas”, segundo a qual toda doença infecciosa tem sua causa em um micróbio com capacidade de propagar-se entre as pessoas.
Em 1865, o cirurgião inglês Joseph Lister (1827-1912) aplicou a teoria dos germes de Pasteur para eliminar os microorganismos vivos em feridas e incisões cirúrgicas. Acreditando que as infecções se deviam a partículas presentes no ar ambiente, vaporizava os instrumentos, as feridas e as roupas com ácido carbólico (fenol), que era usado na época para desodorizar águas residuais. Assim, Listeriniciou uma nova era na cirurgia; em 1869 conseguiu reduzir a taxa de mortalidade operatória de 50% para 15%. Inicialmente seu método – que ele chamava anti-séptico– foi recebido com ceticismo, mas por volta de 1880 já era aceito por todos.
Temperatura: Dominique Jean Larrey (1766-1842) cirurgião-chefe dos exércitos de Napoleão, considerado o pai da medicina de urgência, constatou que o frio intenso atenuava a dor dos operados e por muito tempo usou o método para amputar membros gangrenados.
FONTE: ASSEPSIA E ANTISSEPSIA: TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO; USP
 (MEDICINA); Takachi Moriya, Jose Luiz Pimenta Módena
COMPREENDER O DESENVOLVIMENTO E A IMPORTÂNCIA DA ANESTESIA NOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
ANESTESIA:
- O ser humano sempre procurou meios de aliviar a dor; 3000 a.C, na Mesopotâmia,se “narcotizava” o paciente comprimindo-lhe as carótidas para que perdesse a consciência.
- Nas Américas a coca era um importante anestésico usado nas trepanações.
- Plantas medicinais: a narcose começou a ser obtida por meio da administração de diversas substâncias como: haxixe, ópio e álcool. 
- No século X, Ambroise Paré preconizavaum coquetel de ópio e álcool.
- Alquimistas árabes: empregavam técnicas como a esponja soporífera, que era uma esponja embebida em haxixe, ópio e ervas aromáticas. 
- 1844 Horace Wells, um dentista itinerante, assistiam a uma demonstração com gás hilariante (óxido nitroso) em uma feira em Connecticut (EUA) quando um espectador caiu, feriu a perna e nada sentiu enquanto estava inalando o gás Percebeu suas propriedades anestésicas e tentou demonstrá-las em uma sessão pública de extração dentária sem dor, com o uso do óxido nitroso. Foi mal sucedido e o fracasso o perturbou a tal ponto que o levou ao suicídio em 1848.
- Crawford Williamson Long (1815-1878) foi o primeiro a usar o éter como anestésico durante uma intervenção cirúrgica. Em 30 de março de 1842 Long fez com que seu paciente James Venable inalasse os vapores do éter, e assim pôde ressecar um tumor em seu pescoço. A partir de então passou a usar éter em amputações e nos partos, contudo não se preocupou em publicar suas descobertas. 
- Atualmente o uso dos anestésicos mais comuns são: benzodiapinicos (substancia anamnésica) analgésicos e bloqueadores neuromusculares como proporfol.
TIPOS DE ANESTESIA:
· GERAL: procedimento cirúrgico é muito complexo. Na anestesia geral, o paciente fica inconsciente, incapaz de se mover e, habitualmente, intubado e acoplado a um respirador artificial. Um dos motivos do paciente não sentir é pelo fato do mesmo estar profundamente sedado, como se o cérebro estive parcialmente “desligado.”
· REGIONAL: usado em cirurgias mais simples, onde o paciente pode permanecer acordado. Este tipo de anestesia bloqueia a dor em apenas uma determinada região do corpo. Os 2 tipos de anestesia regional mais usados são:
–Anestesia raquidiana (ou raquianestesia).
– Anestesia peridural
· LOCAL: A anestesia local é o procedimento anestésico mais comum, sendo usado para bloquear a dor em pequenas regiões do corpo, habitualmente na pele. A anestesia local funciona bloqueando os receptores para dor na pele e os nervos mais superficiais, impedindo que os mesmos consigam enviar sinais dolorosos para o cérebro.
FONTE: Paulo Tubino Elaine Alves; História da Cirurgia, 2009.
CURIOSIDADES
O éter foi logo substituído pelo clorofórmio que havia sido introduzido como anestésico na Inglaterra por James Simpson, em 1847. A primeira anestesia geral com o clorofórmio foi empregada pelo prof. Manuel Feliciano Pereira de Carvalho, na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, em 18 de fevereiro de 1848, e noticiada pelo Jornal do Commercio em 22 do mesmo mês, com base em anotações fornecidas pelo prof. Luís da Cunha Feijó, que assistira à operação, uma amputação da coxa em um rapaz de quinze anos, por “tumor branco do joelho” (tuberculose) (Santos Filho, 1991, pp. 337-342).
Médicos brasileiros estão adotando a acupuntura para substituir a anestesia em algumas cirurgias, como as de hérnia inguinal (caroço perto da virilha), nódulos na tireoide e partos cesarianos e normais. Ao contrário da anestesia tradicional (em que o paciente chega a perder temporariamente todos os sentidos), a analgesia com acupuntura tira a dor, mas mantém os outros sentidos ativos (como movimentos, pressão e calor). A técnica é usada desde a década de 70, quando foram publicados os primeiros estudos chineses. Desde então, nenhum grande centro teve resultados publicados em revistas científicas internacionais. A primeira cirurgia do gênero foi feita no país em 1978, no Hospital de Clínicas Pedro 2º (ligado à Universidade Federal de Pernambuco), pelo acupunturista Gustavo Sá Carneiro.

Outros materiais