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2. Modificações Locais e Sistêmicas no Organismo Materno Modificações Locais ● Alterações precoces e contínuas ● Ocorrem em: ➔ Mamas ➔ Útero ➔ Ovários ➔ Tubas Uterinas ➔ Vagina ➔ Vulva Mamas ● Mastalgia: 1a sintoma → gravidez x sintoma pré- menstrual/ aumento de volume ● Aumento do volume (túrgidas e doloridas → congestão). ➔ Ocorre o fenômeno de embebição gravídica - todos os tecidos da grávida ficam mais edemaciados (acumulam + água); ➔ 5a semana de gestação (3 semana de concepção) ➔ Hiperplasia - proliferação dos canais galactóforos - principalmente mulheres primigestas ➔ Aumento dos ductos mamários ● Mamilos e aréolas maiores e mais proeminentes ● Hipertrofia das glândulas sebáceas (tubérculos de Montgomery) e aumento da pigmentação (de forma progressiva), ➔ 8a semana ➔ Observação: na mulher que não está grávida já possui essas glândulas sebáceas ao redor do mamilo e aréola, mas são os tubérculos de Morgagni, que se modificam durante a gestação, crescem. ● Aumento da vascularização (rede de Haller) - 16a semana ➔ Aumento na temperatura mamária ➔ "veias superficializadas" ● Colostro: 16a semana - normal; é um líquido proteico (diferente do leite) - pode ser que apareça só no pós- parto. ● Sinal de Hunter: ➔ 20a semana ➔ Hiperpigmentação (aréola secundária - perda da capacidade de identificar o final da aréola - "degradê") ■ alfa- MSH ■ Essa hiperpigmentação acontece por conta do hormônio estimulador de melanócitos (MSH) - produz + melanina. ● Estrias: mamas + túrgidas, aumenta muito de volume e pode acontecer ruptura do colágeno dessa pele fazendo com que apareça. #Importante: Por que não há produção láctea durante a gravidez? ● Gestação → aumento de prolactina (produzida pela placenta/ estimula muito as mamas e deixa ela preparada para produzir leite) ● E + P → aumento de receptores de PRL - durante a gestação, para preparar a mama para prolactina se ligar e produzir leite. ● P → diminui ligação da PRL aos receptores, então, a progesterona em excesso inibe a ligação da PRL aos receptores. ➔ Ao impedir a ligação, não há produção de leite ➔ Com o nascimento, com a saída da placenta, ocorre uma diminuição da progesterona e, com isso, há ligação da PRL com seu receptor e, com isso, ocorre a produção de leite, por isso que demora de 2 a 3 dias pós- parto. ➔ Observação: anticoncepcional com progesterona não interfere na lactação por ser em níveis baixos. Útero ● Órgão que mais sofre modificações ● MUSCULAR: ➔ Hiperplasia, hipertrofia e estiramento + tecido conjuntivo de permeio (sustentação) ➔ Ação estrogênica Observação: hipertrofia e hiperplasia = estrógeno. ● VOLUME: 10 a 50 mL → 5 a 20 L (de 500 a 1000 x) ● PESO: 70 g → 1.000 g ● ESPESSURA da parede no termo: 1,5 cm ➔ + espessa com passar da gestação. Mas, no final da gestação/ na hora do parto ocorre um afinamento da parede, principalmente na região segmentar. Parte ístmica → parede mais fina, onde faz o corte da cesária. ● CONSISTÊNCIA: ➔ Amolecimento no local da implantação - útero e órgãos pélvicos (embebição gravídica - a retenção hídrica faz com que amoleça os órgãos, principalmente os órgãos pélvicos): ■ Sinal de Piskacek: assimetria/ amolecimento no local da implantação ■ Sinal de Hegar: diferença de consistência entre corpo, istmo e colo uterino no período de 6 a 8 semanas - Toque bimanual: sente que a região do istmo uterino está + amolecido em relação ao corpo e colo uterino; o útero recai sobre a nossa mão e recai sobre a bexiga (aumenta a vontade de urinar). - Amolecimento do istmo do útero, permitindo sua movimentação. #IMPORTANTE: ● FORMA: ➔ Crescimento inicial mais acentuado na zona de implantação - forma assimétrica ➔ Mantém o formato piriforme (formato natural do útero - "pera") até 6 semanas (+ já apresentando uma forma assimétrica no local de implantação) ➔ Com o passar da gestação vai assumindo cada vez mais uma forma esférica ("redondinho") até 20 semanas. Observação: ● 12a semana: útero na sínfise púbica - toque bimanual/ órgão abdominal ● 16a semana: útero entre sínfise púbica e cicatriz umbilical - no meio ● 20a semana: útero na altura do umbigo - bem redondo ➔ Após a 20a semana: forma ovóide - cresce e estica Observação: útero começa a crescer 1 cm por semana, após 20 semanas, e segue assim até 32 - 34 semanas. Ex. mulher com altura de 25 cm = 25 semanas. ● No final da uma desacelerada no crescimento ● POSIÇÃO: assume posição diferente ao longo da gestação ➔ Acentua-se anteflexão uterina: ■ Provoca polaciúria A anteflexão contribui para polaciúria. Útero recai sobre a bexiga - isso além de fatores hormonais que atuam e fazem urinar +. ■ Dextrorrotação (retossigmoide à esquerda) ● CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA: ➔ Aumento da vascularização de 20 a 40x (por conta do aumento do volume do útero): ■ Aumento dos vasos (aumento em número e tamanho) ■ Sistema venoso uterino aumenta em tamanho ■ Dilatação do diâmetro do sistema venoso (até 60x) Para ir um afluxo de sangue melhor para esse feto. ■ Adequação da drenagem venosa para fluxo sanguíneo fetoplacentário Objetivo é nutrir o feto - aumento do volume uterino tem relação também com aumento da circulação sanguínea uterina. Colo Uterino ● Sinal de Goodell: amolecimento - ocorre por causa da embebição gravídica (tecidos com retenção hídrica = amolecimento). O útero não gravídico tem uma textura de "nariz" (cartilagem), já o útero gravídico tem textura "labial" (amolecida). ● Colo do útero deslocado posteriormente ➔ Com o crescimento do feto, esse colo vai sendo arrastado para posterior (difícil palpar) ● Quanto mais chega no termo, ocorre a redução do comprimento do colo - feto exerce peso sobre o colo, assim como líquido amniótico e músculos ao redor do útero - diminuindo a distância entre útero e vagina. ➔ Observação: colo grosso = colo cumprido ● Termo: alinhamento colo/vagina - anteriorizando (final do trabalho de parto) ● Muco Cervical: ➔ Aumento da produção ➔ Termo: tampão mucoso - MC que no 1o sinal de dilatação exterioriza para mulher ● Glândulas: ➔ Hiperplasia ➔ Ectocérvice friável (sangramento fácil ao toque) - alteração fisiológica ■ Tecido colunar que tem na parte interna do colo do útero, ele exterioriza para ectocérvice. ■ Aspecto glandular ■ Tecido endocervical se exteriorizando. Ovários ● Corpo Lúteo: 12 semanas ➔ HCG: mantém o corpo lúteo, se está em gestação; produzindo progesterona. ➔ A placenta após essas semanas assume a produção de progesterona suficiente para manutenção da gestação. Com o crescimento da placenta vai haver uma produção de progesterona de forma contínua. ➔ Obrigatório a manutenção do corpo lúteo para que haja progesterona no começo da gestação e para que mantenha a gestação. Observação: ocorre a menstruação quando não ocorre a gravidez, porque o corpo lúteo atresia/ involui, pois não há HCG que mantenha ele produzindo progesterona. Há uma queda abrupta da progesterona = menstruação. ● Reação Decidual: tecido se transforma ● Ausência de desenvolvimento folicular (ovulação) - progesterona alta ● Varizes ovarianas: aumento de vascularização - mais comum em mulheres multíparas Tubas Uterinas ● Decidualização ● Hipertrofia muscular ● Achatamento epitelial da mucosa ● Crescimento uterino leva a cavidade abdominal Vagina ● Hiperemia e hipervascularização - violácea (Sinal de Kluge) ➔ Edema: mole e flexível → embebição gravídica/facilita o parto normal ➔ Musculatura lisa: + flexível ➔ Pulso a. vaginal (passa lateralmente) (Osiander) ➔ Aumento do conteúdo vaginal ■ Mulher queixa-se do corrimento ■ Normal ■ Com aumento da vascularização, a vagina transuda + → aumenta o volume do corrimento ■ Vagina descama + = corrimento de aspecto leitoso → há liberação de glicogênio = bactérias fermentam esse glicogênio e deixa a vagina + ácida. ■ Gestante pode sentir uma queimação vaginal - relacionada a hiperacidez da vagina ● CO (Papanicolau): células naviculares - células intermediárias pequenas - padrão progestogênico ➔ Por mostrar atipias celulares - avisar o patologista sobre a gestação ➔ Alteraçãonão tão importante repetir no pós - parto ➔ Se for importante - investigar Vulva ● Arroxeamento e amolecimento: Sinal de Chadwick ou Jacquemier (coloração violácea) ➔ Tem uma hipervascularização/ embebição gravídica ● Grandes e pequenos lábios e meato uretral: ➔ Hipertrofia - ficam mais escurecidos, arroxeados e violáceos Observação: períneo = os feixes musculares ficam mais dissociáveis e elásticos na região perineal para diminuir as chances de laceração. Modificações Sistêmicas Postura e Deambulação ● Acentuação da lordose lombar - compensa a anteriorização do centro de gravidade com a posteriorização do centro de gravidade. ➔ Com o crescimento do útero gravídico, no final de gestação, principalmente = queixa-se de dor lombar; ● Polígono de sustentação - há um aumento ● Marcha anserina (gansos) Crescimento Uterino ● A medida que o útero cresce irá lateralizando para direita, pois colo sigmóide → empurra o útero. ● O útero gravídico comprime os ureteres → toda gestante tem hidronefrose fisiológica (obstrução do ureter). A hidronefrose é mais volumosa à direita. Alterações Cutâneas ● Linha nigra - hiperpigmentação da linha média. Ocorre em 90% das pacientes - 2a metade da gestação e desaparece depois. É fisiológico. ● Cloasma gravídico ● Telangiectasias (rosto, MMSS) - Fisiológico - O que não é normal? ex. paciente tem um nevo e durante a gestação esse nevo tá aumentando de tamanho, mudando de coloração, mudando seu aspecto - tem que verificar a causa. - Estrias gravídicas, unhas quebradiças #IMPORTANTE: Sistema Cardiovascular ● Desvio cardíaco para E - a medida que o útero vai crescendo, ele vai elevando o nível do diafragma, com isso o coração tem um discreto desvio para lado esquerdo (fisiológico). ➔ Rx de tórax dará uma impressão de que o coração está maior ● Aumento do volume plasmático - em até 50% (pico no 3o trimestre) - isso porque tem maior demanda metabólica (precisa fazer perfusão placentária). ➔ Demanda Metabólica ➔ Posição Supina - paciente muda da posição supina para ortostática, o útero gravídico comprime muito e dificulta o RV, então, seria esperado que se tivesse a mesma volemia que tinha quando não estava grávida que quando muda da posição supina para ortostática, ela tivesse hipotensão postural para evitar isso, ela tem + volemia do que o normal. ➔ Sangramento associado ao parto - por isso, ela já se prepara para esse sangramento, faz um aumento fisiológico da volemia. ■ Ex. se a grávida chocou é porque ela sangrou bastante, pois ela já tem uma volemia muito maior do que uma não gestante. ● Aumento do DC (DC = DS x FC) ➔ À medida que tem mais volemia, chega mais sangue ao coração (sangue que chega ao coração = pré - carga); ou seja, se tem mais volume vai aumentar a pré- carga. Se aumenta a pré- carga aumenta a distensão da FM do ventrículo, consequentemente, a fibra muscular responde aumentando a força de contração (lei de Frank- Starling). Com isso, aumenta o débito cardíaco. ➔ TODA GESTANTE TEM DC MAIOR DO QUE AS NÃO GESTANTES. ● Aumento do débito sistólico e aumento da frequência cardíaca (normal a gestante terem uma FC basal maior e mais elevada do que não gestante) ● O pico de aumento do trabalho cardíaco é na metade da gestação. - Tudo isso acontece pelo aumento de volemia; aumentou a volemia isso fez com que o coração dela tenha que trabalhar mais e, consequentemente, aumenta DS, aumenta FC e, consequentemente, aumenta o DC. ● Por conta disso, a grávida queixa-se de palpitações (muito comum), falta de ar (sintomas parecidos com de IC). ● Às vezes, pode- se ter dispneia paroxística noturna. ➔ Essas coisas são normais de ocorrer, pois o coração está sobrecarregado. ● Quando fizer uma ausculta cardíaca em uma gestante é normal ouvir um sopro sistólico especialmente em foco aórtico acessório. Às vezes, tem desdobramento de primeira bulha também, o que é uma alteração fisiológica na gestação. #IMPORTANTE: ● TA (PA) = DC x RP ➔ Se aumenta o débito cardíaco, aumenta a PA → é o que espera-se ➔ Diminui a PS (5- 10 mmHg) e cai a PD (10 - 15 mmHg) ■ O aumento do DC ainda é menor do que a queda da resistência periférica. ■ TODA A GESTANTE TEM UMA DIMINUIÇÃO ABSURDA DA RVP - essa queda da resistência é muito mais pronunciada do que o aumento do DC e, por isso, no resultado final a PA cai. ■ Por que a RVP cai? O objetivo é perfundir a placenta. A placenta tem que ser um território de baixa resistência para permitir o fluxo sanguíneo. Então, todo o organismo acaba se organizando para garantir essa baixa resistência no território placentário. ■ A PS e PD cai até 32 semanas e depois de 32 semanas (gestação a termo) os níveis tensionais normalizam. ■ A grande queda da PA é no segundo trimestre . Normalizam no final da gestação. Observação: mulheres cardiopatas tendem a apresentar maior risco de desenvolver edema agudo de pulmão no segundo estágio do parto e no pós- parto imediato. Sistema Venoso ● O útero gravídico está comprimindo, o que dificulta muito o RV. Com isso, as grávidas terão muito mais varizes de MMII, vulva, anus (dilatação varicosa = hemorróida → não precisa fazer nada, apenas tranquilizar, pois após ter o bebe normaliza-se). Sistema Digestivo ● Periodontite ● Pirose (muito comum): há uma diminuição normal do tônus do esfíncter esofágico inferior. Pode-se usar antiácido ● Náuseas/Vômitos: primeiro trimestre. Ocorre por conta do HCG. Quando o HCG está alto, age no bulbo (centro do vômito), com isso, o paciente vomita mais. - Náuseas e vômitos surgem no início da gestação, atingem o pico de intensidade por volta da nona semana, e os sintomas melhoram em torno da 12a semana. ● Diminuição da motilidade (tubo/vesícula): peristaltismo diminuído, pois a progesterona faz isso; a progesterona que é produzido pela placenta irá diminuir o peristaltismo do tubo digestivo; paciente queixa-se de constipação (orienta dieta, acrescenta fibra, ideal é não prescrever laxante para gestante). A progesterona lentifica o trânsito intestinal. - A progesterona faz com que o tônus da vesícula biliar diminua. ● Diminuição da secreção gástrica - também pela ação da progesterona. #IMPORTANTE: Sistema Respiratório ● Toda gestante costuma ter uma hiperventilação fisiológica. ➔ O crescimento do útero começa a empurrar o diafragma para cima, o que diminui a expansão pulmonar, com isso, a paciente hiperventila. ● Se aumenta a ventilação - aumenta o volume de ar corrente, com isso aumenta o volume de trocas gasosas (Vac = tidal volume = volume de ar corrente). ● O crescimento do útero gravídico empurra o pulmão para cima e isso diminui o volume de reserva expiratória que faz parte da capacidade residual. ● Toda gestante tem uma redução do volume de reserva expiratória e uma redução no volume residual, que faz com que a capacidade residual funcional do pulmão (mensura na espirometria) esteja diminuído. ● Se houver um aumento na superfície de trocas gasosas, o pCO2 cai (pelo CO2 ser mais difusível). Quando cai a pCO2 causa alcalose respiratória. O bicarbonato compensa essa alcalose; e para ter essa compensação, o bicarbonato tem que baixar. ➔ Se a gestante está hiperventilando, o que é mais difusível é o CO2, pelo alvéolo ➔ Quanto mais alto o bicarbonato mais alcalino e quanto mais baixo o bicarbonato mais ácido. ➔ A gestante terá uma alcalose respiratória compensada (por conta do bicarbonato que se ajusta). ➔ pH= 7,35 a 7,45 (normal- pois o bicarbonato consegue compensar) Observação: - expansão do volume sanguíneo associado ao edema de mucosa, gera congestão nasal - rinite - e epistaxe; - a resolução das alterações respiratórias induzidas pela gravidez começa 24 a 48 horas após o parto e se completa com sete semana do puerpério. Sistema Urinário ● Diminuição da motilidade ureteral - progesterona diminui a motilidade do ureter. ● Dilatação pielocalicial ● Estase -A ação da progesterona promove estase urinária decorrente da dilatação dos ureteres a partir da 10a semana, com aumento de volume de urina contido neles. ● Toda gestante tem predisposiçãoem fazer a ITU - por ter mais estase urinária ➔ Por isso, rastreia infecção urinária no pré- natal e por isso que trata bacteriúria mesmo que seja assintomática em gestante. Uma infecção urinária pode dar um trabalho de parto pré- termo, por exemplo. ● Fluxo sanguíneo renal (50%- aumento) - volemia que aumenta em 50% ● Rim trabalhará bem mais, com isso, há um aumento da taxa de filtração glomerular (50%) ➔ Se aumenta a TFG, consequentemente, o glomérulo filtra mais e excreta mais coisas. A excreção de ureia, Ca, glicose, creatinina, ácido úrico estará aumentada na gestante (toda gestante excreta bem mais esses componentes → normal). ➔ Importante fazer rastreio de diabetes gestacional, mas glicosúria isolada em gestante é normal. ➔ Terá níveis séricos menores de todos os componentes citados acima. - Glicosúria e proteinúria são fisiológicas na gestação. ● Aumento do tamanho renal (1,5 cm a mais)- por trabalhar mais. → normal ● Capacidade vesical diminui - útero gravídico está por cima da bexiga, não deixa ela expandir muito e, por isso, que a gestante sofre de polaciúria. Alterações Hidroeletrolíticas ● Aumento 50% volume + aumento de 50% TFG ● O sódio acaba sendo mais excretado. ➔ Sódio é muito importante no sistema renina-angiotensina- aldosterona → mexer no túbulo distal do néfron para regular a reabsorção de sódio. ● Para não deixar o sódio ir embora na urina, pois a filtração está aumentada, ativa o SRAA (aldosterona vai no tubulo distal do néfron, retém sódio e excretar potássio) → toda grávida tem um hiperaldosteronismo secundário da gravidez (com o intuito de reabsorver mais sódio para não deixar a grávida ficar hiponatrêmica). - Obs: se ativa esse SRAA → dá vasoconstrição #Pegadinha - Hiperaldosteronismo secundário ● Angiotensina II: faz vasoconstrição ➔ Mesmo que haja um aumento da produção da angiotensina II, para aumentar a produção de aldosterona para dar esse hiperaldosteronismo; os vasos sanguíneos se tornam refratários à ação da angiotensina II. Mesmo que tenha mais angiotensina II do que o normal, os VS não respondem a ação da angiotensina II. ➔ Há uma refratariedade vascular à angiotensina II Alterações Hematológicas ● Aumento de 30% - produção eritrocitária ➔ As hemácias aumentam em número e em volume corpuscular médio (VCM na gestante = aumenta discretamente) - Obs: se aumenta o número de hemácias tem que se fazer uma policitemia. ● Anemia fisiológica ➔ Os níveis de hemoglobina são menores se for comparar uma gestante com uma não gestante. ➔ Há um aumento de 50% na volemia, mas há um aumento de 30% na produção de hemácias; se você comparar o aumento de volemia é muito superior ao aumento de produção de células vermelhas. Com isso, ocorre uma hemodiluição. ➔ Por mais que esteja produzindo mais células vermelhas, o aumento do volume plasmático é superior e, isso faz com que ela fique hemodiluída. ➔ TODA GESTANTE TEM NÍVEIS DE HEMOGLOBINA MAIS BAIXOS → fisiologia ➔ A medula óssea começa a trabalhar mais. - Aumento de glóbulos vermelhos (aumenta de forma crescente até 40 semanas que atinge um platô e depois cai depois do parto). ● Leucocitose fisiológica ● Discreta diminuição de plaquetas (normal) ➔ 110 mil plaquetas não é considerado plaquetopenia em uma gestante. ➔ Trombocitopenia fisiológica ● Fatores de coagulação: aumento de procoagulantes e diminuição de fibrinólise ● Estado de hipercoagulabilidade - toda gestante tem ➔ A coagulação sanguínea de uma gestante é muito mais hipercoagulável do que uma não gestante. ➔ Há um aumento da agregabilidade plaquetária e além de tudo tem mais estase venosa - toda a gestante tem mais chance de evento tromboembólico do que uma não gestante. ➔ A própria fisiologia da gestação aumenta em 16x o risco de um evento tromboembólico se comparar com uma não gestante. #IMPORTANTE - Metabolismo ● HLP - resistencia periférica a insulina → 50% - aumenta em 50% desde o início da gestação, mas é muito mais acentuado a partir da segunda metade (a ocorrência de diabetes gestacional tem que lembrar de rastrear depois também- teste de tolerância- justamente porque a chance é maior na segunda metade) ➔ A gestante produz muito um hormônio chamado lactogênio placentário (HLP). ➔ HLP leva a um estado diabetogênico da gestação ➔ O objetivo é desviar a glicose para o feto. Então, esse aumento da resistência periférica à insulina é para garantir que a glicose vá para o feto. ➔ O HLP aumenta a resistência das células da gestante a insulina para garantir que a glicose vá para o feto, por isso que a gestante tem esse estado diabetogênico. ● Ácidos graxos (metabolismo usa como base) ➔ Logo que a gestante come (período pós-prandial) faz picos mais altos de glicemia do que não gestantes. No período de jejum, costuma ter níveis de glicose mais baixos, pois a glicose foi toda para o feto. Então, é normal as gestantes passarem mal por hipoglicemia. Perfil Lipídico ● Lipólise: metaboliza muito AG ● Aumenta o LDL, HDL e os triglicerídeos - não tem risco de aterogênese. -Dica: não pedir perfil lipídico para gestante, pois vai dar alterado. - Isso tudo estará alterado pela própria fisiologia Outras Alterações ● Aumento do volume da tireoide - hiperplasia e hipertrofia - T3 e T4 aumentadas fisiologicamente - Caso a gestante tenha doença de Graves, o TRAb pode, de fato, cruzar a barreira placentária, causando hipertireoidismo fetal. O seguimento do hipertireoidismo fetal se faz por meio de exames ultrassonográficos, procurando taquicardia fetal ou outras complicações. O tiamazol é contraindicado nas primeiras 12 semanas de gestação. Normalmente, utiliza-se a propiltiouracila no primeiro trimestre, e depois se troca para tiamazol. Importante lembrar que ambos os medicamentos atravessam a barreira placentária e podem causar hipotireoidismo fetal, quando em altas doses. - O feto médio requer cerca de 30 g de Ca para manter seus processos fisiológicos. A maior parte deste cálcio é transferido para o feto durante o terceiro trimestre e é derivado do aumento da absorção dietética pela mãe. Há uma diminuição total da concentração sérica de Ca durante a gravidez. - O pico de demanda por Ca ocorre apenas no terceiro trimestre. - PTH produzido pela gestante apresenta redução dos seus níveis séricos com o decorrer da gravidez. ● Cognição: comum no terceiro trimestre de gestação; pacientes esquecem muito, dificuldade de se concentrar. Normal/ volta ao normal depois ● Sonolencia: progesterona tem um efeito sedativo, principalmente no primeiro trimestre.
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