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Leishmaniose em Animais Domésticos

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UNIBRA - Centro Universitário Brasileiro 2022.1
Curso: Bacharelado em Medicina Veterinária Turma: 6AN
Disciplina: Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos Profª.: Ana Carolina Messias
Aluna: Lígia Rayssa Figueirêdo de Paiva Rodrigues
____________________________________________________________________________________________________________
LEISHMANIOSE
➢ Características: a leishmaniose apresenta manifestação a nível ocular, renal, articular, dentre outros.
➢ Morfologia: os parasitas do gênero Leishmania são digenéticos (heteroxenos) e apresentam em seu ciclo de vida apenas
duas formas evolutivas: a forma promastigota e a forma amastigota. A leishmaniose em sua forma promastigota apresenta
sinais clínicos distintos da forma amastigota.
○ Promastigota: flagelada e extracelular, as promastigotas apresentam corpo alongado, medindo entre 14 e 20mm e
flagelo livre. É a forma em que o parasito está circulando no sangue.
○ Amastigota: intracelular e sem movimento, as amastigotas têm corpo ovóide, medindo entre 2,1 e 3,2mm e
flagelo interno. Se dá quando o parasito perde os flagelos e entra na célula em um processo de multiplicação.
Importante: o cão é considerado o sentinela da leishmaniose. O mosquito é considerado um hospedeiro intermediário e biológico,
pois o parasita cicla dentro do hospedeiro.
➢ Ciclo Biológico: o mosquito se alimenta do sangue do cão ou do humano (repasto sanguíneo), ingerindo células que contém
o parasito em sua forma amastigota. Em seguida, a forma amastigota do parasito rompe a célula, passando para sua forma
promastigota (procíclica), pois ela precisará de um flagelo para se movimentar dentro do tubo digestivo do inseto. Dentro
do inseto, a forma promastigota dá início ao processo mitótico. Em seguida, ela migra para perto da faringe do mosquito,
que é quando, durante mais um repasto sanguíneo (picadura), ela inocula a forma promastigota metacíclica, que é a forma
infectante do parasito da leishmaniose.
○ Forma Infectante: forma capaz de gerar um processo infeccioso. Isto é, é a forma capaz de promover a doença.
➢ Forma Promastigota Metacíclica: é a fase aguda da doença, com a presença de alta parasitemia. Essa forma apresenta
predileção por macrófagos, por granulócitos, dentre outras células de defesa. Os sinais clínicos da forma promastigota
metacíclica depende da carga parasitária.
○ Alta Parasitemia: é a grande quantidade de parasitos circulando no sangue, que faz com que o animal apresente
sinais clínicos na fase aguda.
○ Baixa Parasitemia: baixa quantidade de parasitos circulando no sangue. Nessa forma, existem casos em que o
próprio organismo do animal consegue acabar com a infecção.
➢ Fases do Parasito
○ Fase Crônica: quando a forma promastigota começa a entrar dentro dos macrófagos, multiplicando-se na forma
amastigota, entrando dentro dos granulócitos e dos tecidos. Um animal com leishmaniose na fase crônica da
doença pode dar falso negativo. Para encontrar a positividade, é necessário avaliar os tecidos. A fase crônica da
doença entra nos tecidos, no sistema renal, destruindo os néfrons, quando não consegue mais detectar a forma
promastigota ou a amastigota no sangue.
○ Fase Aguda: um animal com leishmaniose na fase aguda pode ser assintomático pois depende do sistema
imunológico do animal. Quando o parasito consegue romper a barreira imunológica, ele começa a criar
propriedade, crescendo para cima da fisiologia do organismo, rompendo os macrófagos.
Importante: divisão, multiplicação e processo mitótico dizem a mesma coisa.
Importante: se tem a forma promastigota metacíclica no sangue, ela entra nos macrófagos. Entretanto, já existem os macrófagos
infectados e também tem a forma promastigota metacíclica circulando. A diferença está na resposta do sistema imunológico. Em vez
de ter um sistema imunológico de maneira mais branda devido a ausência de memória imunológica, uma vez que já tem a memória,
a resposta é mais forte, mais rápida e mais efetiva.
➢ Vetores de Leishmania spp.: Lutzomyia longipalpis é o mosquito que pode provocar o elo de infecção.
Importante: o teste PCR para leishmaniose é o mais seguro pois informa se o animal já teve contato com o parasito. O teste rápido
também tem característica sorológica, entretanto, com infecção cruzada, pode dar falso negativo.
➢ Leishmaniose Tegumentar
○ Características: se apresenta no tegumento, provocando um processo inflamatório na pele associado a formação
de úlceras.
○ Sintomas: lesões ulceradas (lesão que rompe e se transforma em uma ferida aberta) ou crostosas no plano nasal,
nos lábios, no pavilhão auricular e nas pálpebras.
○ Patogenia: o lutzomyia longipalpis gera o processo de infecção que pode resultar na cura da doença, devido a
presença de anticorpos tais como a vacina, ou na evolução da doença. Quando se trata da evolução da doença,
acontece sempre que há infiltração de macrófagos, uma vez que os granulócitos e macrófagos não conseguiram
parar a evolução da infecção. Uma vez que a infecção está evoluindo, ela pode evoluir para a fase crônica ou para a
fase aguda. Na fase aguda, os parasitos ainda estão adentrando os macrófagos e, dependendo da parasitemia, é
possível ver a forma promastigota circulando no sangue, assim como alguns macrófagos infectados.
○ Sinais Clínicos da Fase Aguda: nessa fase, os sinais são inaparentes.
○ Sinais Clínicos da Fase Crônica: processo ulcerativo, alopecia, lesão bolhosa entre os dígitos, pápula, lesões
nodulares, dermatopatias, erupções na pele.
➢ Leishmaniose Visceral
○ Características: atinge os órgãos viscerais tais como globo ocular, sistema renal, sistema articular e também a pele.
○ Epidemiologia: o cão é o principal sentinela urbano, fazendo a ponte entre o humano e o animal silvestre.
○ Patogenia: no contexto crônico, há o envolvimento sistêmico, é quando a forma promastigota que estava
circulando no sangue se infiltra na mucosa intestinal, forma a forma amastigota e, posteriormente, multiplica-se e
desencadeia um processo inflamatória. Na mucosa intestinal, há as microvilosidades que serão destruídas,
destruindo também a capacidade de absorção de nutrientes, provocando diarreia e, consequentemente, o
emagrecimento em um processo de caquexia.
○ Fase Crônica: a promastigota se movimenta no sangue e quando entra nos órgãos, se transforma na forma
amastigota, resultando na evolução da doença crônica, causando a formação de imunocomplexos para tentar
acabar com a infecção. Infelizmente, os imunocomplexos não conseguem barrar a evolução da doença, que resulta
em doença renal (nefrite), doença ocular (uveíte, ceratite e conjuntivite) e/ou doença articular (artrite). Além
disso, a infiltração de amastigota no tecido ungueal provoca onicogrifose, isto é, o crescimento do tecido da unha.
Na fase crônica também há a diminuição na quantidade de proteínas plasmáticas, provocando uma diminuição na
coagulação sanguínea, fazendo com que o animal fique mais propício a processos de hemorragia.
○ Sinais Clínicos da Fase Aguda: inaparentes.
○ Sinais Clínicos da Fase Crônica: emagrecimento progressivo, hemorragias, alopecia generalizada, onicogrifose,
dermatite erosivo-ulcerativa, dermatite nodular, dermatite pustular, dermatite pápulo-nodular, linfadenopatia
periférica, doença renal, doença digestiva, doença ocular.
○ Sintomas: lesões, descamação e coloração branca prateada na pele; pododermatite; pele grosseira por excesso de
produção de queratina; unhas espessas e em formato de garras (onicogrifose); machucados que não saram nunca
e feridas nas orelhas também são comuns; 80% dos cachorros infectados apresentam problemas a nível de globo
ocular.
Importante:a vacina age na forma promastigota metacíclica e na forma amastigota. A forma amastigota no macrófago é uma forma
aguda da doença. No sangue, encontra-se o parasito nessas duas formas.
➢ Classificação Clínica da Leishmaniose Visceral Canina
■ Enfermidade Leve: poucas alterações clinicopatológicas, título baixo e sem movimento renal.
■ Enfermidade Moderada: presença de sinais clínicos com pouco envolvimento renal.
■ Enfermidade Grave: presença de sinais clínicos com envolvimento renal.
■ Enfermidade Muito Grave: envolvimento renal irreversível.
➢ Diagnóstico da Leishmaniose: clínico, laboratorial, epidemiológico, patológico e exames complementares.
○ Laboratorial: pele íntegra, pele lesionada, punção aspirativa de linfonodo, biópsia medular, histopatológico, PCR.
Quanto à biópsia medular, o animal precisa de anestesia ou sedação.
○ Exames Complementares: hemograma, bioquímica sérica, urinálise.
■ Hemograma: apresenta leucopenia, trombocitopenia, hemorragia.
■ Urinálise: creatinina alta.
■ Patológico: baço aumentado (esplenomegalia).
➢ Tratamento: avaliação clínica do paciente, informação ao proprietário, critérios de tratamento, notificação do órgão.
○ Milteforan: medicamento aprovado pelo MAPA para tratamento de leishmaniose canina. Trata-se de uma solução
à base de miltefosina.
➢ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
○ Art. 1º- Proibir, em todo o território nacional, o tratamento da leishmaniose visceral em cães infectados ou
doentes, com produtos de uso humano ou produtos não-registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA).
○ Art. 2º - Definir, para efeitos desta Portaria, os seguintes termos:
■ Risco à Saúde Humana: probabilidade de um indivíduo vir a desenvolver um evento deletério de saúde
(doença, morte ou sequelas), em um determinado período de tempo.
■ Caso Canino Confirmado de Leishmaniose Visceral por Critério Laboratorial: cão com manifestações
clínicas compatíveis com leishmaniose visceral e que apresente teste sorológico reagente ou exame
parasitológico positivo.
■ Caso Canino Confirmado de Leishmaniose Visceral por Critério Clínico-epidemiológico: todo cão
proveniente de áreas endêmicas ou onde esteja ocorrendo surto e que apresente quadro clínico
compatível de leishmaniose visceral, sem a confirmação do diagnóstico laboratorial.
■ Cão Infectado: todo cão assintomático com sorologia reagente ou parasitológico positivo em município
com transmissão confirmada, ou procedente de área endêmica. Em áreas sem transmissão de
leishmaniose visceral é necessária a confirmação parasitológica.
■ Reservatório Canino: animal com exame laboratorial parasitológico positivo ou sorologia reagente,
independentemente de apresentar ou não quadro clínico aparente.
➢ Lei nº 14.139 de 31 de agosto de 2010: dispõe sobre o controle de reprodução e regulamentação da vida de cães e gatos
encontrados na rua no âmbito do Estado de Pernambuco. Fica instituída no âmbito do Estado de Pernambuco a adoção de
medidas sanitárias e de proteção que objetivam o controle reprodutivo de cães e gatos na forma regulamentada por esta
Lei. As medidas sanitárias e de proteção serão realizadas através da: identificação e registro do animal; esterilização
cirúrgica; adoção de campanhas educacionais para a conscientização pública da realização das atividades descritas nos
incisos I e II. É vedada a eliminação da vida de cães e gatos pelos órgãos de controle de zoonoses, pelos canis situados no
Estado de Pernambuco e por estabelecimentos congêneres, à exceção da eutanásia. A eutanásia só será permitida em casos
de males, doenças graves, enfermidades infectocontagiosas incuráveis que coloquem em risco a saúde dos seres humanos
ou de outros animais e deverá obrigatoriamente: ser justificada por laudo do responsável técnico dos órgãos, canis e
estabelecimentos congêneres regulamentados por esta Lei; o laudo descrito no inciso I, nos casos em que se façam
necessários para diagnóstico dos males, doenças graves e enfermidades infectocontagiosas, deverá ser precedido de exame
laboratorial; os documentos descritos nos incisos I e II deste artigo ficarão à disposição das entidades de proteção dos
animais. Caso o animal recolhido não se enquadre nas hipóteses em que é permitida a eutanásia, conforme disciplinado no
art. 4º, ele permanecerá à disposição do seu proprietário ou cuidador pelo prazo de setenta e duas horas, oportunidade em
que será esterilizado. Parágrafo único. Vencido o prazo disposto no caput deste artigo, o animal não resgatado será
disponibilizado para adoção e registro após sua identificação às entidades de proteção dos animais ou a pessoa física
mediante a assinatura de termo integral de responsabilidade pelo adotante. O animal de rua com histórico de mordedura,
injustificada e comprovada por laudo médico, será inserido em programa especial de adoção, de critérios diferenciados,
prevendo assinatura de termo de compromisso pelo qual o adotante se obrigará a cumprir o estabelecido em legislação
específica para cães bravios, a manter o animal em local seguro e em condições favoráveis ao seu processo de
ressocialização. Parágrafo único. Caso não seja adotado em noventa dias, o animal poderá ser eutanasiado. Caso o cão
venha a ser um animal comunitário, para os fins desta Lei é o cão que estabelece com uma determinada comunidade laços
de dependência e manutenção, embora não possua responsável único e definido, será esterilizado e registrado. Parágrafo
único. O cão comunitário poderá ser devolvido à comunidade de origem mediante a assinatura de termo integral de
responsabilidade por um cuidador principal. O recolhimento dos animais descritos nesta Lei observará os procedimentos
protetivos de manejo, transporte e averiguação da existência de proprietário, do responsável ou do cuidador na sua
comunidade.

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