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Polêmicas acerca de classificações da cultura Polêmicas e indagações acerca de classificações da cultura: alta, baixa, follk, massa - Raimundo Martins - Pablo Passos Sérvio • Efeito de imagens e artefatos visuais na vida cotidiana dos indivíduos. Isso produz expectativas e contradições. • Esse processo vem sendo impulsionado pelo tráfego continuo de capital e investimentos. • Isso ocasiona que o ciberespaço seja transformado num espaço social de convívio, diálogos, disputas e contestação. • Ciberespaço: conjunto de relações sociais mediadas por fluxos tecnológicos de informação onde ideias, imagens, conceitos, capitais e investimentos orbitam por espaços virtuais deixando registros que podem se materializar a qualquer momento nas telas de computadores. • Assim o ciberespaço se transforma em um sítio virtual onde se articulam uma diversidade de práticas culturais de diferentes grupos. • Produção de significados veinculsfos a sentidos e símbolos econômicos, políticos, culturais e sociais. • Fragilização de matrizes culturais e institucionais conhecidas -> "fragmentação do saber" -> "criação de conhecimento contextualmente específico" -> potencialização de práticas culturais da pós-modernidade conectadas a avanços tecnológicos configurando uma nova arquitetura das relações. • Essas práticas aí mesmo tempo em que oferecem um grande leque de informações, podem definir ou impor significados. • Isso revela a capacidade de integrar indivíduos, influenciar e, com frequência condicionar modos de pensar e conceber o mundo o que gera questões preocupantes. • Isso pode ser explicado pelo fato de que 1) o ciberespaço possibilita uma distribuição de informações desiguais em termos de acesso e participação apesar de projetar uma forte sensação de livre acesso. 2) a pós-modernidade tecnológica manipula através de formas visuais multimodais. Utilizando diferentes modalidades de linguagem (palavras, imagens, sons, etc.) em sua estrutura. Conceitos de alta-cultura, cultura folk, baixa cultura e cultura de massa • De acordo com Storey (2003) os conceitos de alta-cultura e cultura folk (folclórica) são de certo modo resultado do desejo de intelectuais de várias correntes de distinguir seus ideais culturais das manifestações consideradas representativas da "cultura de massa". • A cultura folk tem sido definida como autêntica, orgânica, rural, memorialista... Viés que se coloca a frente do popular urbano • Como os folcloristas vêem as manifestações de massa: cópias, artificial idade, submissão ao lucro... • Noção de autenticidade como pressuposto primordial para definição das manifestações que merecem ser denominadas cultura. • Cultura folk: identifica-se como "a cultura", a alma do povo em contraposição ao vazio inerente as massas. Fantasia romântica construída através da negação e distorção. Destinada a curar as feridas recentes e salvaguardar o futuro. • Crítica ao romantismo: os intelectuais romantistas tentarem tomar para si a legitimidade de definir um mundo ideal em contraposição ao mundo real de valores cada vezes mais burgueses. • Storey (2003,p4) define o folclorismo como uma "ilusão abstrata e uma exclusão concreta". -> resultado: negação das culturais reais vividas pelo trabalhadores rurais e urbanos. • Baixa cultura: orgulha-se da natureza local enquanto a alta cultura se define como universal. Porém as duas se diferem da cultura de massa no sentido de terem como valor fundamental a autenticidade • Alta cultura: autenticidade é fruto da auto expressão intelectualizada • Cultura folk: autenticidade é resultado da alma de um povo, algo singular, instintivo • Tanto a folk quanto a alta cultura se contrapõe a corrida desenfreada por dinheiro, desejo que aciona a criação da cultura de massa • Crítica a cultura de massa: folcloristas criticam a ênfase no progresso e destruição de tradições e os da alta-cultura a criticam por não ser inovadora nem produtora, uma meta consumidora de fórmulas sencionalistas, vulgares, pobres. A massa se conformaria com o com clichês industrialmente globalizados • 'Mal gosto' da cultura de massa: forma grupal e desordeira de consumo. • A alta-cultura comonformsnde marcar e manter desigualdades de classe. Falta de capital para decifrar o "código" dos objetos canonizados da arte -> vulnerabilidade social com aqueles que detém o capital cultural. • "O que é cultural é apresentado como natural, e, assim é usado para justificar o que é social". • "culturas universais": Imposição de valores estéticos que são ligitimados como existindo de uma forma mágica fora de contingências históricas e sociais. -> critérios de avaliação prontos para julgamentos. Ex: autoexpressao, criatividade autenticidade • Romero britto • Status é adquirido com a depreciação do gosto popular e do sentimento de exclusividade. • (Storey, 2003, p.100) "A instituição da arte é parte da máquina para por no lugar a distinção da arte e a cultura que não é arte". • Questionar o rótulo da arte (regimes de avaliação pré-concebidos pelos gestores da máquina). Pois se não o pensamento crítico é enfraquecido. • Ideia de arte como uma categoria de avaliação pré definida e que não é questionada prejudica/compromete o pensamento crítico • Cultura visual: seu objetivo é compreender a dimensão culturais das experiências visuais (ver e ser visto). Objetivo também de refletir sobre as marcações de diferença de pensar sobre os tipos de identidade que as classificações vigentes impõe. • A categoria arte poderia ser criticada pela problemática que configura sua unificação. Por isso vemos imagens de diferentes contextos vinculadas sob um único rótulo: a arte. • Premissas que orientam a "Sociedade do espetáculo" • Mais importante que artefatos, textos ou imagens, são as interpretações, os usos e os modos como os consumidores os inserem em suas táticas e práticas culturais. • Martin-Barbero (2006, p. 292): O consumo não é apenas reprodução de forças, mas também produção de sentidos: lugar de uma luta que não se restringe à posse dos objetos, pois passa ainda mais decisivamente pelos usos que lhes dão forma social e nos quais se inscrevem demandas e dispositivos de ação provenientes de diversas competências culturais. • “as aspirações das artes por autonomia frente à igreja e ao Estado, só foram possíveis quando a literatura, a pintura e a música foram pela primeira vez organizadas de acordo com os princípio da economia de mercado”. A alta cultura modernista deve sua própria existência ao sucesso da economia de mercado capitalista que ela tanto despreza. • premissa da "arte pela arte' - despropósito da arte • Para Martin-Barbero, pensar o massivo não deve nos levar a conclusões generalistas sobre alienação ou manipulação, mas, deve, em primeiro lugar, nos ajudar a perceber “novas condições de existência e luta, um novo modo de funcionamento da hegemonia” • As classes altas aprenderam muito cedo a separar a demanda das massas - com sua carga de periculosidade política e também seu potencial de estimulação econômica - da oferta massiva de bens materiais e culturais “sem estilo”, pelos quais não poderia sentir senão desprezo. Para as classes médias, pequeno-burguesas, aquelas que, por mais que desejassem, não podiam distanciar-se, a massificação foi especialmente dolorosa, “porque atacava aquela ânsia de interioridade que caracterizava seus membros, zelosos de sua individualidade e de sua condição de pessoas diferenciadas”. Para as classes populares, por outro lado, embora fossem as mais indefesas diante das novas condições e situações, a massificação trouxe mais ganhos do que perdas. • O popular urbano não deve ser caracterizado apenas como uma “multidão de isolados”, culturalmente vazia. Imagens e artefatos visuais agem pela sedução, pela persuasão, não somente pela simples alienação, e para analisa-los é necessário aproximar-se dos repertórios do público ao qual eles atingem. São repertórios diversificados, complexos e múltiplos. Desconsiderar tais repertórios implicanão apenas em desconhecimento sobre as dimensões culturais do popular urbano, mas, também, em uma depreciação da massa • Considerar o contexto cultural é fundamental para analisar fenômenos nos quais imagens e artefatos visuais estejam presentes. • Nossa relação com as imagens e artefatos direcionadas à promoção do consumo se explicam exclusivamente pela análise do sistema de produção e dos interesses das elites? Que matrizes culturais próprias às classes populares permitiram o surgimento e desenvolvimento da cultura de massa?
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