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INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA: Ventilação pulmonar – inspiração é processo ativo e expiração é um processo passivo – e trocas gasosas. Distribuição e respiração celular. Oxigênio é transportado no sangue: dissolvido no plasma – pequena parte; ligado à molécula de hemoglobina – maior parte. Em condições normais, grande parte da Hb está saturada de O2 (Sat O2). Curva de dissociação da Hb demonstra a relação entre a Sat O2 e a Pressão Arterial de O2 (PaO2). A PO2 é diferente no sistema arterial e venoso, porém a PCO2 tem valores parecidos. *Gasometria venosa é mais para medir pH. DEFINIÇÃO E CAUSAS É uma síndrome que se dá pela incapacidade do organismo em realizar as trocas gasosas de forma adequada. Decorrente da disfunção em um ou mais componentes do sistema respiratório. Condição clínica na qual o sistema respiratório não consegue manter os valores de pressão arterial de O2 (PaO2) e/ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2) dentro dos limites da normalidade, para determinada demanda metabólica. IMPORTÂNCIA: Mortalidade e emergência. A – Vias aéreas. B – Respiração. C – Circulação. CLASSIFICAÇÃO Tipo 1 – hipoxêmica (O2) – PaO2 < 60. Gradiente alvéolo capilar 02 > 15 – elevado. Prejuízo na difusão de O2 do alvéolo para o sangue. Pneumonia, edema pulmonar, DPOC exacerbado, asma grave, embolia, atelectasias, quase afogamento. Tipo 2 – hipercapnica (CO2) – PCO2 > 45 e Ph < 7,35. Gradiente alvéolo-capilar normal 02 < 15. Prejuízo da ventilação. ↑PCO2 + acidose. Principal causa é DPOC, obstrução de via aérea superior. Gradiente alvéolo-arterial de O2 = PAO2 – PaO2. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA HIPOXÊMICA Distúrbio V/Q (dissociação entre ventilação/perfusão). - Efeito shunt: redução da ventilação com perfusão mantida, ex: atelectasia. - Espaço morto: aumento da ventilação com queda da perfusão, ex: embolia pulmonar. - Limitação da difusão de O2: edema intersticial, inflamação intersticial (PNM), fibrose pulmonar. - Redução da fração inspirada de O2 (FiO2): queimadas, grandes altitudes. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA HIPERCÁPNICA Hipoventilação alveolar. pH < 7,35. Redução do drive respiratório: SNC – bulbo, ex: TCE, AVC, esterno. Comprometimento de vias aéreas – obstrução: queda de base de língua (rebaixamento do nível de consciência), bronquite – espessamento de vias áreas – asma/DPOC, destruição alveolar – enfisema. Doenças neuromusculares: afetam caixa torácica e diafragma, ex: ELA, miastenia gravis. QUADRO CLÍNICO Alterações da consciência. Alterações do exame físico respiratório: roncos, sibilos, estertores, MV reduzido, depende da doença de base. Sinais e sintomas cardiovasculares: cianose, sudorese, taquicardia. Tosse, taquipneia (>20), uso de musculatura acessória, alteração do nível de consciência, sudorese, taquicardia (>90), inquietação e cianose. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA HIPERCAPNIA Leve a moderada: ansiedade, cefaleia, sonolência, dispneia leve. Instalação rápida: delirium, paranoia, rebaixamento, confusão, coma. Grave: mioclonia. DIAGNÓSTICO Quadro clínico → etiologia → confirmação por oximetria de pulso e gaso arterial. Gaso: PaO2 < 60mmHg ou SatO2 < 90% ou PaCO2 > 50mmHg. Relação PaO2/FiO2 < 300. AVALIAÇÃO - História clinica breve: pneumonia, TEP, exacerbação de asma e DPOC, ICC, pneumotx; agudo, crônico? - Exame físico sumário, mas nem sempre é possível determinar causa. - Avaliar SO2 em alterações neurológicas inexplicadas considerar gasometria. *Atenção a FR e FC, não esperar cianose. As vezes a taquipneia é o único sinal clínico de uma pneumonia em idosos e crianças. - SO2 normal não exclui necessidade de gaso arterial. Geral: hemograma, ureia, creatinina, Na, K, Ca, Mg, TP, TTPa, TGO, TGP, gasometria arterial, raio X de tórax. SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO O 5º sinal vital. SO2 normal ~94-98%. SO2>92% tem sensibilidade de 100% - exclui hipoxemia. Melhor acurácia quando SO2>88%, cai quando a saturação cai. Acurácia cai se sinais de hipoperfusão. carboxiHb e metaHb – comprometimento de onda semelhante ao da oxiHb. Influencia na cor da pele e esmalte dos dentes. Melhores lugares para saturação: Mãos > lobo da orelha > pés. INVESTIGAÇÃO DOS MECANISMOS CAUSADORES DE IRpA (slide) SatO2 <90 ou PaO2 < 60 → Gaso A normal → PaCO2 elevada → causa é hipoventilação, sedativo, doença neuromuscular. SatO2 <90 ou PaO2 < 60 → Gaso A normal → PaCO2 normal → Baixa PO2. SatO2 <90 ou PaO2 < 60 → Gaso A alterada e PaCO2 normal → Rebaixamento ao esforço. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS ICC descompensada – edema agudo de pulmão (EAP), dispneia paroxística noturna (DPP), turgência jugular, edema de membro inferior. Acidemia – hiperpneia sem hipoxemia. DPOC – tosse crônica e produtiva, dispneia crônica aos esforços, pensar nos fatores de risco, roncos/sibilos presentes ou não. Neuromusculares – tem doença neuromuscular? Asma – histórico de crise, sibilância, uso da musculatura acessória. ETIOLOGIAS E MECANISMO DE HIPERCAPNIA (slide) Elevação da produção da CO2 pode ser por: Febre persistente, sepse, metabolismo aumentado. Sistema nervoso central – “não respira” – diminuição da respiração central (AVC, encefalite). Sistema nervoso periférico ou musculatura respiratória, pleura, vias respiratórias superiores – não consegue respirar – trauma raquimedular, obstrução, guillan barré, epiglotite. Pulmão: paciente não inspira o suficiente como na embolia, asma, DPOC. CAUSAS DE IRpA Hipoxêmica (tipo 1): infecções, edema agudo de pulmão cardiogênico ou não cardiogênico, SARA, embolia, atelectasia, fibrose pulmonar, doença intersticial pulmonar, neoplasia, contusão pulmonar. Hipercápnica (tipo 2): asma, DPOC, medicações depressoras do SNC (opioides, barbitúricos, BZD), doenças neuromusculares, transtornos do SNC (neoplasias, infecções, trauma, AVC, elevação da pressão intracraniana), metabólicos (hipoglicemia, hiponatremia, hipercalcemia). Mista: deformidades da caixa torácica (cifoescoliose) com infecção pulmonar, exacerbação DPOC/asma grave, politrauma, IRpA evoluindo com fadiga muscular, intoxicação por droga depressora do SNC e broncoaspiração. Outras: obstrução/lesão das vias aéreas superiores (infecções, laringites, trauma), distúrbios tórax/pleura/pele (esclerodermia, peumotx/derrame, queimadura elétrica torácica), choque (hipovolêmico/hemorrágico). TRATAMENTO Reconhecimento precoce → Tomar medidas o mais rápido possível → Monitorização, Oximetria de pulso e acesso venoso (MOV). ABC. Avaliar fatores de mau prognóstico: gravidade, idade, histórico. Alteração da consciência – obstrução de via aérea? – presente → reverter imediatamente. Manobras de desobstrução: Chin lift e Jaw trusth. Se não há obstrução de via aérea: - Respiração espontânea e estável: 1 – O2 suplementar, 2 – Tratamento da causa subjacente, 3 – VNI se consciente, 4 – Se refratário ou inconsciente IOT e VM, sob intubação de sequência rápida. - Paciente crítico: fornecer O2 em alto fluxo (> 15L/min) ou bolsa-valva-máscara. Procurar a causa. Se for um paciente com risco de hipercapnia (DPOC) não se pode ofertar oxigênio em alto fluxo (Venturi), fornecer o mínimo possível. Saturação entre 88-92%. Se paciente sem risco alvo da saturação: 94-98%. Sat < 94% = ofertar oxigênio no cateter nasal de 1 a 2L/min (equivalente a 3-4% de FiO2). O cateter nasal só vai até 3L. Depois é máscara de O2, a partir de 5L (menos que isso é prejudicial por conta da pressão pequena). Ventilação não invasiva (VNI): aparelhos que jogam ar com pressão positiva nas vias aéreas. Dois modos ventilatórios: CPAP (pressão contínua nas vias aéreas) – usar em edema agudo de pulmão. BiPAP (pressão em dois níveis – inspiratório e expiratório) – usar no DPOC. Pressão expiratória finalpositiva (PEEP) é uma pressão mínima para manter os alvéolos abertos.
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