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Aspectos fisiopatológicos da desnutrição proteicocalórica

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Aspectos fisiopatológicos da desnutrição proteicocalórica 
Aula 3 – Fisiopatologia da Nutrição 
O estado nutricional do indivíduo reflete o grau no qual as 
necessidades fisiológicas de nutrientes estão sendo atendidas ou 
não. O indivíduo consegue atingir um estado nutricional ótimo quando 
a ingestão de nutrientes é compatível com as suas necessidades 
nutricionais. 
Ingestão de nutrientes pode ser influenciado por: 
 Doenças; 
 Fatores socioeconômicos; 
 Fatores comportamentais emocionais; 
 Pressões culturais; 
 Ambiente; 
 Problemas mecânicos. 
Necessidades de nutrientes sofre influência de: 
 infecção; 
 Doença; 
 Febre; 
 Estresse fisiológico; 
 Crescimento; 
 Estresse psicológico; 
 Manutenção do corpo; 
 Bem-estar. 
 Os estados de deficiência ou excesso nutricionais 
ocorrem quando a ingestão de nutrientes não está em equilíbrio 
com as necessidades específicas para manutenção na saúde. 
 Quando o indivíduo passa por situações em que o seu 
estado nutricional pode ser desequilibrado, mecanismos de 
adaptações tentam contrabalancear essas alterações existentes, 
afim de estabelecer um novo estado de equilíbrio sem qualquer 
perda significativa da função fisiológica. Mas, na medida que a 
ingestão se distancia dos limites aceitáveis e permanece 
distanciada por muito tempo, o organismo se acomoda à alteração 
do suprimento de nutrientes através da diminuição das suas 
funções ou da alteração de tamanho/estado dos compartimentos 
corporais. 
Desenvolvimento da deficiência nutricional 
 
Grupos de risco 
 Grávidas; 
 Idosos; 
 Lactantes; 
 Crianças; 
 Pacientes hospitalizados. 
Desnutrição 
 É uma condição na qual um indivíduo não recebe ou não é 
capaz de usar quantidades adequadas de nutrientes para a função 
normal do corpo. 
Causas: 
 Ingestão inadequada: indisponibilidade de alimentos ou 
alterações comportamentais que resultam restrições 
autoimpostas; 
 Doenças agudas ou crônicas; 
 Digestão ou absorção prejudicada; 
 Processamento metabólico disfuncional; 
 Aumento da excreção de nutrientes especiais. 
Alterações importantes na composição corpórea: 
 Diminuição corporal e de todos os órgãos; 
 
 
 Atrofia tubular e edema do epitélio capsular renal (pode ter 
redução da taxa de filtração renal e comprometimento no 
volume urinário); 
 Acidose metabólica não rara; 
 Perda de massa intestinal, seguida de atrofia da mucosa. 
Classificações da desnutrição 
 
Classificação antropométrica (leva o IMC em consideração): 
Classificação IMC (kg/m2) Risco de comorbidade 
Desnutrição <18,5 - 
Desnutrição leve 17 – 18,4 Baixo 
Desnutrição 
moderada 
16 – 16,9 Moderado 
Desnutrição grave <16 Alto 
 
Desnutrição primária: 
Causada por ingestão insuficiente de alimento ou qualidade 
inadequada dos mesmos. 
Causas da desnutrição primária 
Condições sócio-econômicas: 
 Pobreza; 
 Falta de condições educacionais satisfatórias. 
Impedimento à passagem dos alimentos pelas vias digestivas altas: 
 Patologias do SGI superior (processos inflamatórios, hérnia de 
disco, hiato, estenose esofágica, etc). 
- O indivíduo tem acesso ao alimento, mas acaba fazendo escolhas 
erradas. 
Influência psíquica: 
 Isolamento social; 
 Estresse; 
 Transtornos alimentares; 
 Ansiedade. 
Desnutrição secundária: 
Causada por condições mórbidas que prejudicam a absorção e o 
metabolismo dos nutrientes, causando perdas (alterações 
orgânicas). 
Causas da desnutrição secundária: 
Digestão inadequada de nutrientes: 
 Insuficiência pancreática; 
 Obstrução do colédoco por cálculos; 
 Insuficiência hepática (diminuição da bile); 
 Acloridria. 
Absorção insuficiente ou inadequada de alimentos: 
 Processos inflamatórios intestinais; 
 Má absorção (atrofia de vilosidades – diarreia crônica). 
Aumento da atividade metabólica: 
Hipertireoidismo (aumento do apetite e redução do peso porque a 
taxa metabólica está muito elevada). 
Excreção excessiva de nutrientes: 
 Perdas gastrintestinais excessivas (doenças de Crohn,. 
Retocolite, enterocolites; etc. 
Insuficiência de órgãos vitais metabólicos: 
 Insuficiência hepática; 
 Insuficiência cardíaca; 
 Insuficiência renal. 
Desnutrição específica: 
Falta de nutriente especifico. Ex.: anemia ferropriva (carência de 
ferro), escorbuto (carência de vitamina A), raquitismo 
Desnutrição global: 
Déficit proteico e calórico. Ex.: desnutrição protéicocalórico. 
Desnutrição Marasmo: 
 Deficiência predominante de calorias afetando principalmente 
o compartimento somático (redução das proteínas musculares 
esqueléticas). 
 Perda progressiva de massa muscular e de reservas de 
gorduras; 
 Deficiência de proteínas e calorias devido a ingestão 
insuficiente de alimentos; 
 Indivíduo com aspecto definhado, com perda de massa 
muscular, crescimento retardado e perda de gordura 
subcutânea; 
 Cabelos esparsos, secos e opacos; 
 
 
 Redução da frequência cardíaca, pressão arterial e 
temperatura corporal (mecanismo de poupar energia); 
 Abdome saliente (em consequência da hipotonia muscular); 
 Infecções associadas em decorrência da imunidade deprimida; 
 Anemia e deficiência polivitamínica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perfil da avaliação nutricional no marasmo: 
 Peso inferior a 60% do ideal; 
 Prega tricipital <3 mm; 
 Circunferência muscular do braço <15 cm; 
 Índice de creatinina altura <60%; 
 Hipoalbuminemia não inferior a 2,8g/dL. 
Desnutrição Kwashiorkor: 
Deficiência predominante de proteínas afetando principalmente o 
comportamento visceral. 
 A base é a deficiência proteica; 
 Corresponde a forma mais grave de desnutrição; 
 Está associada à redução profunda do compartimento de 
proteínas viscerais; 
 Hipoalbuminemia grave (edema generalizado ou dos membros 
inferiores que mascara a perda de peso); 
O edema mascara a perda de peso. 
 Sinal de bandeiro: cabelos com áreas de perda de cor 
(avermelhado) e de perda de adesão ao couro cabeludo; 
 Pele com descamação (“pintura em escama”), aumento do 
fígado (esteatose) e, consequentemente, do abdome, 
anorexia, extrema apatia e irritação; 
 Hipovitaminose, deficiência imunológica e infecções 
secundárias; 
 Redução do débito cardiaco e tarquicardia. 
Conhecida popularmente como “doença sofrida pela criança 
desmamada por causa de um irmão”. 
 
Sinais clínicos: 
 Albunina: <2,8 g/dL; 
 Transferrina: < 150 mg/dL; 
 Leucopenia <1500 linfócitos/mm3. 
Desnutrição proteicocalórico mista: 
Combinação de marasmo e Kwashiorkor. 
 Déficit proteicocalórico avançado, associado ao aumento da 
demanda ou da perda proteica; 
 Acontece quando um paciente marasmático é submetido a um 
estresse agudo, de forma que o Kwashiorkor se soma à 
desnutrição prévia; 
 Rápida diminuição das medidas antropométricas com edema e 
definhamento aparente; 
 
 
 Perda de massa orgânica com redução do volume dos órgãos; 
 Propensão a infecções assintomáticas e complicações. 
Desnutrição proteícocalórica: 
Representa uma deficiência dos tecidos corporais 
“magros” (tecido metabolicamente ativo) causada por inanição ou 
uma combinação de inanição e estresse catabólico. Os tecidos 
magros constituem o maior compartimento do corpo, então, a sua 
taxa de decomposição é o determinante principal do peso corporal 
total na maioria dos casos de desnutrição proteicocalórica. 
Inanição: 
Pode ocorrer em consequência de traumatismos ou doenças. 
 Utilização de glicerol, lactato e aminoácidos na síntese de 
glicose; 
 Ácidos graxos livres e cetonas tornam-se o combustível 
predominante (cetose); 
 Uso de proteínas como fonte de energia (causa perda de peso 
substancial) e diminuição da síntese hepática de proteínas 
séricas; 
 Cicatrização ruim e diminuição da resposta imune; 
 Diminuição na massa de todos os órgãos (exceto o cérebro); 
 Nos rins,pode ocorrer atrofia tubular e edema do epitélio 
capsular (redução da taxa de filtração glomerular; 
 Atrofia da mucosa intestinal; 
 Enfraquecimento dos músculos respiratórios; 
 Depressão e letabilidade emocional; 
 Redução de apetite e desejo por líquidos; 
 Diminuição da libido, anoculação, amenorréia e função 
testicular reduzida; 
 Aumento da excreção de cálcio e fósforo e retenção de ácido 
úrico. 
Desnutrição hospitalar: 
 A desnutrição hospitalar aumenta os ínidces de 
morbidade e mortalidade, complicações e duração da internação, 
devido: 
 Diminuição da capacidade de utilizaçao do alimento; 
 Diminuição do apetite; 
 Atrogênica; 
 Fatores psicológicos; 
 Aumento das necessidades metabólicas. 
Consequências progressivas: 
 Redução de massa muscular; 
 Redução das proteínas viscerais; 
 Diminuição da resposta imune; 
 Diminuição da cicatrização; 
 Diminuição da funções orgânicas; 
 Diminuição da adaptação ao estresse; 
 Morte. 
 Ocorre uma perda substancial de massa magra, o 
processo de reabilitação tissular é mais lento do que o processo de 
perda e há um grande ganho de peso na forma de gordura 
corpórea no processo de reabilitação. 
O processo de reabilitação tissular é mais lento do que o processo 
de perda. 
 
Tratamento 
 Correção dos distúrbios hidreletrolíticos; 
 Repor proteínas, calorias e micronutrientes; 
 Pode ser usada a via enteral ou parental; 
 Oferta lenta de nutrientes afim de evitar complicações 
(síndrome do roubo celular).

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