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Profº João Henrique VOLPINI Mattos E-mail: joao.volpini.mattos@gmail.com WhatsApp: (21) 98132-6927 Agradecemos a todos os nossos antigos colegas da DNV que contribuíram com o meu aprendizado para este trabalho; Aanund Berdal, Bruna Nabuco, Cecília Cintra, Pascal Le Gal, Fan Zhang, Glenn Davis, Jan Henrik Berg-Jensen, Jeremy Linn, Jo Ovstaas, Leonardo Brandão, Mariana Fortes, Ole Jan Nekstad, Paula Nascimento, Renata Grabowsky, Rune Nysveen e Salvatore Ponzio. Agradecimentos especiais aos professores e pesquisadores da COPPE/UFRJ; Alexandre Alho, Luiz Vaz Pinto, Luis Sagrilo, Marcelo Almeida, Sergio Sphaier, Severino Neto, Theodoro Netto e Ulisses Monteiro mailto:joao.volpini.mattos@gmail.com VOLPINI é engenheiro naval formado pela UFRJ em 1980. Desde antes de formado, trabalhou no Estaleiro Mauá, alcançando a posição de chefia do setor de Arquitetura Naval. Após tentativa frustrada de terminar o mestrado em hidrodinâmica na COPPE (faltou a finalização da tese – Cálculo de Vibração em Propulsores pela Teoria da Circulação), e com o fechamento da indústria naval, se envolveu com o desenvolvimento de sistemas para várias áreas da engenharia. Foi sócio de empresas de informática 1988 a 2000, quando desenvolveu e aprovou um microcomputador para uso marítimo. Primeiro representante Autodesk no Rio de Janeiro, escrevendo livros e artigos sobre o assunto. Fez MBA em Análise de Sistemas e, após breve passagem por uma empresa desenvolvedora de sistemas de manutenção preditiva para plataformas e navios, foi gerente comercial e instrutor da DNV Software para os aplicativos de análise estrutural e hidrodinâmica de sistemas flutuantes. Desde 2012 é o engenheiro responsável pela frota da CCR Barcas (20 embarcações e 15 flutuantes). joao.volpini.mattos@gmail.com (21)98132-6927 ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO NAVAL E OFFSHORE ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO NAVAL E OFFSHORE COMPETÊNCIAS E PERFIL DO ESPECIALISTA O Curso de Pós-graduação em Engenharia de Construção Naval e Offshore prepara o aluno para entender vários processos relativos à construção naval e offshore, desde a preparação da chapa, à entrega do navio. O egresso do curso estará apto a realizar atividades de gestão e planejamento ou análise de processos em estaleiros, embarcações e oficinas. Turmas em andamento COMPETÊNCIAS E PERFIL DO ESPECIALISTA O Curso de Pós-graduação em Engenharia de Manutenção Naval e Offshore apresenta os principais conceitos em processos na construção naval, máquinas e sistemas navais, sistemas elétricos e eletrônica embarcada. O egresso do curso estará apto a analisar: tratamento de superfícies, proteção anticorrosiva e soldagem; gestão de manutenção; análise de risco e falhas; práticas de manutenção e docagem para reparação naval. Primeira turma: 07/08/2021 METODOLOGIA A DISTÂNCIA ✓ As aulas são 100% ao vivo, transmitidas por videoaulas. ✓ Essa metodologia privilegia a interação, em tempo real, entre o professor e alunos da turma, possibilitando, ainda, durante a aula, trabalhos em grupos em salas virtuais. ✓ As aulas transmitidas ao vivo são gravadas e disponibilizadas na plataforma do aluno, juntamente com o material didático, enviado previamente pelos professores como conteúdo suplementar de apoio. ✓ Horários: Sábados quinzenais das 08:30h às 17:30h ou Noite: segundas e quartas quinzenais ou terças e quintas quinzenais das 18:30h às 22h https://www.ipetec.com.br/engenharia-de-construcao-naval-offshore-ead/ https://www.ipetec.com.br/engenharia-de-manutencao-naval-e-offshore-ead/ OBJETIVOS Na área marítima, principalmente em regiões de mar aberto, as ondas tem papel fundamental sobre o comportamento de estruturas flutuantes, seja um navio ou plataforma. Elas afetam não só a manobrabilidade e velocidade da embarcação, a estrutura do casco sobre a qual incidem, mas também às outras estruturas e equipamentos a ele conectados, devido às acelerações dos movimentos decorrentes deste impacto. Os objetivos desta aula é dar uma ideia de como este tipo de problema é abordado, apresentando mas não se detendo muitos detalhes matemáticos ou dos softwares utilizados. TÓPICOS PRINCIPAIS ✓ Parte I : A Excitação das Ondas ✓ Parte II : A Resposta Dinâmica ✓ Parte III : A Resposta Estrutural Avaria da proa recebida pelo petroleiro norueguês Wilstar em 1974, causada pela combinação do movimento caturro e uma onda de grande altura Porta-container ONE Apus (2019 – 14.000 TEU), perde mais de 1.000 containers no Pacífico em novembro/2020, entre o EUA e a China. PARTE I A EXCITAÇÃO DAS ONDAS • Alguma Matemática (não tão) Básica • Física (meio) Básica • Ondas de Gravidade • Características Físicas das Ondas • Medindo as Ondas • Ondas Regulares • Ondas Irregulares • Alguma Estatística (não tão) Básica • Espectros • A Onda Centenária • Vento • Correntes • As Vezes a Matemática Falha Algumas características do comportamento de estruturas flutuantes em ondas são importantes no seu projeto, sob o ponto de vista da segurança e conforto : – Movimentos e acelerações em diversos pontos do casco – Tensões ocorrentes em pontos do casco. – Ocorrência de batida de proa (slamming). – Incidência de água no convés (green sea). – Ocorrência de emersão do propulsor. – Perda de velocidade em ondas. – Dificuldade de manobras. Slide 6 Para calcular tudo isto, o primeiro passo é uma compreensão adequada das ondas : seu comportamento real, seus modelos matemáticos, sua distribuição no tempo e no espaço, ... Slide 7 Alguma Matemática (não tão) Básica • Você que provavelmente tem um background em matemática, engenharia civil, mecânica dos fluidos ou física, certamente não tem medo de derivadas parciais ou funções de transferência quadráticas … Ou tem ? • Na matemática aplicada à hidrodinâmica, temos que conhecer alguns conceitos; cálculo vetorial, equações diferenciais, operadores diferenciais, transformada de Fourier, números complexos, estatística... • Não que este conhecimento seja fundamental à compreensão deste texto, mas será se quiser ler posteriormente algum livro ou artigo sobre o assunto. Slide 8 Slide 9 LETRA NOME UTILIZAÇÃO α Alpha β Beta Ângulo entre o aproamento e a direção da onda, parâmetro de escala de Weibull γ Gamma Fator de intensificação de pico, assimetria δ Delta Amplitude da onda ε Epsilon Largura de banda ζ Zeta Elevação da onda η Eta θ Teta Parâmetro de localização de Weibull, ângulo de arfagem ι Iota κ Kappa λ Lambda Comprimento da onda μ Mu Profundidade relativa, média estatística de valores LETRA NOME UTILIZAÇÃO ν Nu Coeficiente de viscosidade cinemática ξ Xi Fator de amortecimento ο Omicron π Pi 3.1415926535897932384626... ρ Rho Densidade σ Sigma Desvio padrão τ Tau Período de retorno υ Upsilon φ Phi Função de distribuição acumulada, ângulo de jogo, potencial de velocidades χ Chi ψ Psi Ângulo de guinada ω Omega Frequência angular • O produto escalar (ou produto interno) entre dois vetores A e B é um número real resultado do produto do comprimento de A pela projeção de B em A • Em um sistemas de coordenadas ortonormal de n dimensões, onde então Slide 10 ( )cos. BABA =• ( ) ( ) nn n i ii n n babababa bbb aaa +++==• = = − ... ,,..., ,,..., 2211 1 21 21 BA B A A B |B|cos(θ) • O produto vetorial (ou produto externo) entre dois vetores A e B no espaço tridimensional é um outro vetor perpendicular a ambos os vetores (ou normal ao plano formado por ambos) • Em notação matricial, se então Slide 11 A A ₓ B B |A ₓ B| ( )nBABA ˆsin. = n é o vetor unitário perpendicular tanto a A quanto a B 321321321321 bbbbbbaaaaaia =++==++= kjiBkjiA e =−+−+−= 321 321122131132332 det)()()( bbb aaababababababa kji kjiBA i, j, k são os vetores unitários nas direções x,y,z Enquanto as funções trigonométricas geram círculos, as funções hiperbólicas vão gerar uma hipérbole. Slide 12 𝑥 = cos𝛼 𝑦 = sin 𝛼 𝑥 = cosh𝛼 = 𝑒𝛼 +𝑒−𝛼 2 𝑦 = sinh 𝛼 = 𝑒𝛼 − 𝑒−𝛼 2 x2 + y2 = 1 sincos tan sinh cosh tanh Slide 13 • Em vários processos físicos existem grandezas que variam com a posição e o tempo e que podem ser representadas por uma função f(x,y,z,t) que é denominada campo. • Um campo é estacionário quando independe do tempo f(x,y,z). • Um campo é escalar quando a grandeza característica do campo é escalar. • Exemplos : • A distribuição de temperatura em uma sala. • A intensidade do som em um cinema. • O campo magnético terrestre. • A velocidade de escoamento da água em uma pia aberta. Campo escalar Campo vetorial zyxzyxf sin53),,( 2 −+= )3,5,53(),,( xyxzyzxzyxF += • Foi introduzido para utilização no cálculo vetorial para denominar o operador diferencial (derivada de um campo nas direções ortogonais). • Em coordenadas cartesianas ou ou • Em coordenadas cilíndricas • Em coordenadas esféricas Slide 14 zyx ˆˆˆ zyx + + = zρ ˆˆ1ˆ z + + = kji zyx + + = ˆ sin 1ˆ1ˆ + + = rrr θr i, j, k são os vetores unitários nas direções x,y,z = zyx ,, ρ William Rowan Hamilton Matemático irlandês 1806-1865 Slide 15 • É uma função vetorial que indica o sentido e direção da maior alteração do valor uma função escalar por unidade de espaço. • Suponha um campo escalar f(x,y,z), então • Exemplo : kji z f y f x ff + + = kji zyf zyxzyxf cos103 então sin53),,( se 2 −+= −+= • O gradiente de f(x,y) em (x,y) é tangente à superfície no ponto (x,y), apontando para a direção de crescimento máximo de f(x,y). • Em suma, o gradiente de uma função escalar é um vetor com módulo, direção e sentido que representa a taxa máxima de crescimento desta função escalar. Slide 16 • Divergente de um campo vetorial F é um escalar que representa o fluxo do vetor por unidade de volume • Ele é calculado como o produto escalar entre o operador e um campo vetorial. • Suponha um campo vetorial , então • Ou seja, divergente é um operador que mede a magnitude da “fonte” ou “sumidouro” de um campo vetorial em um dado ponto, isto é, pode ser entendido como um escalar que mede a dispersão dos vetores do campo em um determinado ponto. z F y F x F zyx + + =• F dS VVSV → =• )(0 .lim nFF kjiF zyx FFF ++= V é o volume em uma região arbitrária S(V) é a superfície deste volume n é o vetor normal à área • Exemplo : Se o ar é aquecido em uma sala, ele irá se expandir em todas as direções. O divergente será positivo pois se observarmos um pequeno volume desta região teremos mais ar saindo do que entrando neste volume : uma fonte. yyzyxyzyx sin21sin3 )55()cos10()23( +=−+=•−++−++−= VkjiV Giuseppe Luigi Lagrange Matemático e astrônomo italiano 1736-1813 Slide 17 • Suponha um campo vetorial , então • Ou em termos matriciais kjiF − + − + − = y F x F x F z F z F y F xyzxyz kjiF zyx FFF ++= zyx FFF zyx = kji F A Fds c A → =• 0 limˆ)( nF • A direção do rotacional aponta para o eixo de rotação e sua magnitude é dada pelo módulo do rotacional. • O rotacional de um campo vetorial pode ser entendido fisicamente como uma medida de sua circulação por unidade de área (vorticidade). kjiVkjiV 265 )55()cos10()23( −+=−++−++−= zyxyzyx Hermann Ludwig Ferdinand von Helmholçtz Médico e físico alemão 1821-1894 Slide 18 • O operador Laplaciano é um escalar definido como o divergente de um gradiente. Na verdade, isto é uma simplificação, pois ele também pode ser aplicado a campos vetoriais. 2 2 2 2 2 2 2 z f y f x ffff + + ===• • Exemplo : Fisicamente o Laplaciano pode ser visualizado como uma medida da “concavidade” ou mudança de direção de uma função - uma rampa linear teria Laplaciano nulo. kjiFF zyx FFF 2222 ++== Laplaciano escalar aplicado a um campo escalar. Laplaciano vetorial aplicado a um campo vetorial. Pode ser encarado como a soma dos laplacianos dos componentes ortogonais. Equação de Laplace ∇2𝑓 = 0 Pierre Simon Laplace Matemático francês 1749-1827 • Se pensarmos em um ponto p0, é possível demonstrar que o Laplaciano nesse ponto é proporcional à diferença entre o valor médio do campo no elemento de volume em torno do ponto e o valor do campo em p0. Slide 19 • Em fluidodinâmica, um escoamento potencial é aquele que pode descrever o campo de velocidades como o gradiente de uma função escalar : o potencial de velocidades. • Exemplo matemático • Se o escoamento é potencial, então • Se o fluido é incompressível, então • O escoamento potencial não apresenta turbulência nem camada limite. =v 0= v 02 = )2,3(),( 23),( = += yx yxyx v O rotacional é nulo O Laplaciano é nulo Slide 20 • Matematicamente, o Teorema de Green relaciona a integral de linha ao longo de uma curva fechada no plano com a integral dupla sobre a região limitada por esta curva. • Seja C uma curva simples fechada derivável e D a região do plano delimitada por C. Sejam P e Q duas funções reais de variável real com derivadas parciais contínuas na região contendo D, então : − =+ C D dA dy P x QQdyPdx • Na fluidodinâmica este teorema é utilizado para descrever o relacionamento pelo qual um fluido incompressível se move ao longo ou através de uma fronteira em um plano e o modo pelo qual ele se move dentro desta região. George Green Matemático inglês 1793-1841 Slide 21 Física (meio) Básica • 1ª Lei (Lei da Inércia) • 2ª Lei (Princípio Fundamental da Dinâmica) • 3ª Lei (Princípio da Ação e Reação) Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta a menos que seja obrigado a mudar por forças impressas a ele. A mudança do movimento é proporcional à força motriz impressa e se faz segundo a linha reta pela qual se imprime esta força. A uma ação sempre se opõe uma reação igual em sentido contrário. Isaac Newton Físico inglês 1642-1727 00 == dt dvF avvpF m dt dm dt md dt d ==== )( −= abba ,, FF Não é preguiça, é inércia ! • Para um fluxo permanente sem viscosidade e incompressível, um aumento na velocidade do fluido ocorre simultaneamente com uma diminuição na pressão ou na energia potencial do fluido. constante 2 2 =++ pghv • O princípio de Bernoulli pode ser utilizado para justificar a força de sustentação de um aerofólio. Se o ar na parte superior do mesmo se move mais rapidamente do que na parte inferior, haverá uma diferença de pressão para cima. Daniel Bernoulli Matemático holandês 1700-1782 • São equações diferenciais que descrevem o escoamento de fluidos Newtonianos. Elas são equações a derivadas parciais que permitem determinar os campos de velocidade e de pressão num escoamento. Estas equações estabelecem que mudanças no momento e aceleração de uma partícula fluída são simplesmente o resultado das mudanças na pressão e forças viscosas dissipativas (similar a fricção) atuando dentro do fluido. • Em notação vetorial, assumem a seguinte forma • Para escoamentos invíscidos (μ=0) chega-se à equação de Euler Claude Louis Marie Henri Navier Engenheiro e matemático francês 1785-1832 George Gabriel Stokes Matemático e físoco irlandês 1819-1903 Vpg Dt VD 2+−= Massa por unidade de volume vezes aceleração Força gravitacional por unidade de volume Força de pressão por unidade de volume Força viscosa por unidade de volume pg Dt VD −= • Milha Náutica : A definição atual da milha náutica (ou milha marítima) foi adotada em 1929 pela First International Extraordinary Hydrographic Conference, realizada em Mônaco. 1 mn = 1852 m Historicamente a milha náutica foi definida como sendoo comprimento de 1 minuto de arco ao nível do mar, medida ao longo dos meridianos ou do equador. A milha terrestre é definida como 5280 pés (1609,344 m), e historicamente foi definida na Roma antiga como a distância percorrida em 1000 passos por uma coluna de soldados. • O nó (knot) é a unidade de velocidade normalmente utilizada nos meios marítimos. 1 nó = 1 mn/h = 1852 m/h = 0.5144 m/s = 1,852 km/h O nome veio historicamente do processo utilizado para medir velocidades, onde uma corda com nós espaçados de 50 pés, amarrada a uma tábua de madeira triangular com pesos (para se manter afundada) era jogada pela popa. Uma ampulheta de 30 segundos era utilizada, contando-se quantos nós passavam pela amurada neste intervalo. 50 ft x 0.3048 m = 0.51 m/s 30 s 1 ft Demonstração : Ondas de Gravidade Slide 27 • Ondas geradas no meio fluido ou na interface entre a água e o ar, tendo como força de restauração principal a gravidade. • Mesmo não transportando massa (ao menos na teoria linear), transportam energia (quem viaja é a forma da onda, não a matéria). • A medida em que a profundidade aumenta, o movimento das partículas diminui. A uma profundidade igual à metade do comprimento da onda o movimento orbital das partículas é menos que 5% o da superfície. • Correntes de ar : Resultante da ação do vento soprando em uma extensão suficiente da superfície do oceano (pista). • Correntes marítimas : Devido ao efeito dos campos de pressão atmosférica que geram os ventos e as correntes marítimas. • Marés : Associada a variação do nível médio da superfície livre da água, causada pela interferência da Lua e do Sol sobre o campo gravitacional da Terra. • Deslocamentos de terra ou gelo. Irregulares e randômicas em formato, altura, comprimento e velocidade de propagação. • Classificação : − Wind seas (vagas) : Geradas pelo vento no local, em geral não possuem uma direção coerente nem formato definido. − Swell (marulho ou ondulação) : As mais comuns. se propagam por milhares de quilômetros, tendendo a se alinhar e agrupar em séries. Em um determinado local pode existir swell vindo de vários outros locais. − Tsunami : Gerada por perturbações sísmicas (terremotos, erupções vulcânicas, etc.). Não oferecem perigo em alto mar. − De capilaridade : Formadas no início das correntes de vento, morrem quando o vento termina, sendo amortecidas pela tensão superficial da água. Em geral resultam do vento soprando sobre uma grande área do oceano (pista - fetch) durante um bom tempo. • Inicialmente o movimento turbulento do ar começa a perturbar o equilíbrio da água pela ação de pulsos de pressão sobre a superfície, surgindo as ondas de capilaridade (ripples). • Se o vento aumentar, as ondas começam a se formar e a interferir na passagem do vento. Ele encontra maior resistência para vencer as cristas e cavados e tem início a transferência de energia para a superfície da água. • Se o vento continua por mais tempo e distância, a velocidade das ondas pode se igualar a sua velocidade (ou mesmo ultrapassá-la), formando o que é chamado de “mar totalmente desenvolvido” (a energia ganha do vento é igual à perdida para a gravidade). Na figura podemos estimar a altura significativa das ondas, partindo dos valores de velocidade do vento (eixo vertical) e comprimento da pista (eixo horizontal), ou velocidade do vento e sua duração (linhas tracejadas), determinando a altura das ondas (linhas cheias). V el o ci d ad e d o v en to ( m /s ) Duração (h) Comprimento da pista (km) A lt u ra ( m ) 60 1,5 3,6 • A altura da onda é limitada pela sua quebra. • A altura máxima por quebra é dada por • A altura máxima por quebra também pode ser mostrada como uma função do período da onda para diferentes profundidades, como no gráfico abaixo = dHb 2tanh142.0 7 =bH• Em águas profundas • Em águas rasas a altura de quebra pode ser tão baixa como 78% da profundidade local, mas em regiões extensas e muito planas pode diminuir a 55% da profundidade local. • Perdem energia devido ao espalhamento. • Empinamento (shoaling). É o processo no qual a altura da onda aumenta a medida em que a profundidade diminui (a profundidade é considerada rasa quando d <= λ/20). Seu período é mantido, mas o comprimento e velocidades também diminuem. • A onda quebra quando sua altura é maior que 78% da profundidade ou menor que 1/7 do seu comprimento. • Dependendo da inclinação do fundo, da altura e do comprimento da onda (em águas profundas), a forma da arrebentação pode variar - Deslizantes : inclinação suave - Tubulares : Inclinação intermediária - Ascendentes : Inclinação acentuada. Na verdade as ondas nunca quebram. • Propagam-se na interface de separação entre massas de água com densidades diferentes. Qualquer perturbação é suficiente para provocar estas ondas. • Com frequência bem mais baixa do que as ondas de superfície (períodos entre 10 e 20 min), mas com amplitude significativamente maior (dezenas de metros), as ondas internas fazem com que as partículas que estão na superfície (como detritos, derramamento de petróleo, etc.) convirjam e se acumulem sobre os seus cavados. Slide 37 Características Físicas das Ondas Slide 38 Na análise de estruturas submetidas a carregamento de ondas, elas podem ser modeladas por métodos determinísticos ou estocásticos. Quanto à Regularidade Quanto à Linearidade ▪Ondas Regulares : São periódicas e uniformes, possuindo um comprimento λ, período T e uma altura H bem definidos. ▪Ondas Irregulares : pode ser representado pela superposição linear de ondas regulares com diferentes amplitudes, frequências e fases. ▪Ondas Lineares : Satisfazem as condições do movimento ser irrotacional e o fluido incompressível (a matéria não se desloca). ▪Ondas Não-Lineares : As partes “altas” da onda se movem mais rápido que as “baixas”. λ AC AT Hx z • Comprimento da onda λ [m] é a distância entre duas cristas sucessivas. • Período da onda T [s] é o intervalo de tempo para a onda percorrer um ciclo completo. • Velocidade de fase é a velocidade de propagação da forma da onda [m/s]. • Frequência da onda [Hz] é número de ciclos que a onda realiza por unidade de tempo. • Frequência angular da onda [rad/s]. • Número de onda [rad/m] é o número de ciclos da onda por unidade de comprimento. T c = T f 1= f T 2= = T, f e ω estão interligados = k • Altura ou amplitude da crista AC é a distância do nível de águas paradas até a crista. • Profundidade ou amplitude do cavado AT é a distância do nível de águas paradas até o cavado. • Altura da onda H é a distância vertical do cavado até a crista H = AC + AT • Ondas lineares são simétricas em relação ao nível médio da água. • Ondas regulares não lineares são assimétricas, (AC > AT), e a velocidade de fase c depende da altura da onda H. • Esbeltez é a proporção entre a altura da onda e seu comprimento • Altura relativa é a proporção entre a altura da onda e a profundidade • Profundidade relativa é a proporção entre a profundidade e o comprimento da onda λ AC AT Hx z Leito marinho d d H d = Horace Lamb Matemático inglês 1849-1934 HS = )tanh( )2sinh( 21 2 1 kd k g kd kdcg += == dgkdgk 2tanh2)tanh( • Na teoria linear de ondas pode ser demonstrado que a velocidade de fase depende do comprimento da onda e profundidade local • Em um local do oceano são gerados trens de ondas com vários comprimentos de onda e períodos ligeiramente diferentes. Estas ondas vão interferir formando um único grupo de ondas resultantes. • Velocidade de grupo cg é a velocidade pela qual a modulação das amplitudes da onda (a energia) se propaga. ▪Relação de dispersão para ondas lineares = dgc 2tanh Slide 43 Medindo as Ondas • O conceito de estado demar (sea state) é vago, pois não indica o período das ondas. Entretanto, é largamente utilizado. • Definido pela World Meteorological Organization, é baseado na Escala de Douglas para “wind seas”. CÓDIGO WMO DESIGNAÇÃO ALTURA DAS ONDAS (m) 0 Espelhado 0 1 Chão 0-0.1 2 Encrespado 0.1-0.5 3 Pequena vaga 0.5-1.25 4 Cavado 1.25-2.5 5 Grosso 2.5-4 6 Alteroso 4-6 7 Tempestuoso 6-9 8 Encapelado 9-14 9 Excepcional 14+ WMO 4 WMO 9WMO 7 WMO 6 Henry Percy Dougllas Hidrógrafo inglês 1879-1939 • É uma escala que mede a intensidade dos ventos tendo em conta a sua velocidade e os efeitos resultantes no mar e em terra. • Não confundir com Estado de Mar, embora haja uma certa correlação. • Na escala Beaufort a velocidade do vento U (nós) = 1.87 x B ^ 1.5 Slide 45 Francis Beaufort Hidrógrafo irlandês 1774-1857 Grau B Designação m/s km/h nós Aspecto do mar Efeitos em terra 0 Calmo <0,3 <1 <1 Espelhado Fumaça sobe na vertical 1 Aragem 0,3 a 1,5 1 a 5 1 a 3 Pequenas rugas na superfície do mar Fumaça indica direcção do vento 2 Brisa leve 1,6 a 3,3 6 a 11 4 a 6 Ligeira ondulação sem rebentação As folhas das árvores movem; os moinhos começam a trabalhar 3 Brisa fraca 3,4 a 5,4 12 a 19 7 a 10 Ondulação até 60 cm, com alguns carneiros As folhas agitam-se e as bandeiras desfraldam ao vento 4 Brisa moderada 5,5 a 7,9 20 a 28 11 a 16 Ondulação até 1 m, carneiros frequentes Poeira e pequenos papéis levantados; movem-se os galhos das árvores 5 Brisa forte 8 a 10,7 29 a 38 17 a 21 Ondulação até 2.5 m, com cristas e muitos carneiros Movimentação de grandes galhos e árvores pequenas 6 Vento fresco 10,8 a 13,8 39 a 49 22 a 27 Ondas grandes até 3.5 m; borrifos Movem-se os ramos das árvores; dificuldade em manter um guarda chuva aberto; assobio em fios de postes 7 Vento forte 13,9 a 17,1 50 a 61 28 a 33 Mar revolto até 4.5 m com espuma e borrifos Movem-se as árvores grandes; dificuldade em andar contra o vento 8 Ventania 17,2 a 20,7 62 a 74 34 a 40 Mar revolto até 5 m com rebentação e faixas de espuma Quebram-se galhos de árvores; dificuldade em andar contra o vento; barcos permanecem nos portos 9 Ventania forte 20,8 a 24,4 75 a 88 41 a 47 Mar revolto até 7 m; visibilidade precária Danos em árvores e pequenas construções; impossível andar contra o vento 10 Tempestade 24,5 a 28,4 89 a 102 48 a 55 Mar revolto até 9 m; superfície do mar branca Árvores arrancadas; danos estruturais em construções 11 Tempestade violenta 28,5 a 32,6 103 a 117 56 a 63 Mar revolto até 11 m; pequenos navios sobem nas vagas Estragos generalizados em construções 12 Furacão >32,7 >118 >64 Mar todo de espuma, com até 14 m; visibilidade nula Estragos graves e generalizados em construções http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro_por_segundo http://pt.wikipedia.org/wiki/Quil%C3%B3metro_por_hora http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%B3_(unidade) • O estado de mar é melhor caracterizado por várias estatísticas, sendo as principais : − Altura significativa Hs − Período médio entre cruzamentos zero Tz ou período de pico Tp − Direção da propagação das ondas • Alguns destes parâmetros são historicamente obtidos por estimativas visuais feitas por um observador treinado. • Outros podem ser obtidos a partir de análises estatísticas a partir de uma tabulação dos dados coletados H1/3, Hrms). • Finalmente, através de análises estatísticas mais complexas a partir do espectro de distribuição de energia, parâmetros mais confiáveis podem ser obtidos (Hs, Tp, σ, etc.) (s) 83.2 (m) 68.1 44.0 75.0 Vp Vs TT HH = = • Em geral é utilizado um ondógrafo para registrar ao longo do tempo as elevações ocorridas. Com o uso de acelerômetros é possível também coletar informações relacionadas às direções de incidência das ondas. Vários parâmetros podem ser obtidos da série temporal. • Após a retirada do ruído da série temporal é aplicada a FFT, convertendo os sinais de elevação em função do tempo para uma modalidade de energia associada à frequência (δ2/ω x ω). • O ajuste do espectro é feito por expressões matemáticas que o definem em função de alguns parâmetros como forma, altura significativa de onda e período de pico. Jean-Baptiste Joseph Fourier Matemático e físico francês 1768-1830 Slide 48 sinal envelope Tempo (s) E le va çã o (m ) Série Temporal Tabulação dos Dados Probabilidade Relativa H (m) Probabilidade Acumulada H (m) A partir da análise de um registro das alturas de onda, vários parâmetros podem ser estabelecidos. PARÂMETRO VALOR Amplitude média Ā 0.04 m Desvio padrão σ 2.40 m Amplitude média quadrática Arms 2.40 m Amplitude máxima Amax 9.97 m Amplitude mínima Amin -8.18 m Cruzamentos 0 ↑ 1112 Nº Máximos 1289 Nº Mínimos 1282 Altura Pico-Pico ↑ 17.64 m Altura Pico-Pico ↓ 17.07 m Período médio de cruzamento zero Tz 9.71 s Período médio entre cristas Tc 8.38 s H1/3 9.25 m H1/10 11.78 m • Satélites de observação com vários tipos de sensores, radares e câmeras são utilizados atualmente. • Da imagem complexa pode-se gerar a imagem amplitude, que é o módulo da imagem complexa. • Para a medição de altura de ondas (e de terreno) é utilizado o radar SAR (Synthetic Aperture Radar). O radar gera um pulso que é refletido, contendo duas informações importantes : a amplitude do sinal de retorno e a diferença de fase em relação ao sinal irradiado, que juntos são tratados como uma imagem complexa bruta. Satélite ERS-2 (1995) Funcionamento do SAR Imagem amplitude (cores claras são ondas maiores) Slide 51 Ondas Regulares • Airy : A elevação da onda é aproximada por uma senóide. • Stokes : A altura da crista é maior que a altura do cavado. Cristas mais agudas do que o cavado. • Cnoidal : Cristas muito mais agudas do que o cavado. • Solitária : A altura da crista é praticamente igual a altura da onda (não há cavados). • Determinar o potencial do campo de velocidades das ondas de superfície φ. • Hipóteses básicas : 1. Fluido incompressível (densidade constante) 2. Fluido invíscido (não tem viscosidade) : escoamento irrotacional 3. Movimento coplanar (despreze espalhamento - eixo y) λ H d x z ζ(x,t) Leito marinho z = -d Nível da água z = 0 Conservação da massa Conservação do momento Condições de contorno Equações : • Equação geral de Navier-Stokes : 0 1 =•+ v Dt D • Hipótese 1: Fluido incompressível 0 0 =• = v Dt D • Hipótese 2 : Movimento irrotacional = = v v 0 • Hipótese 3 : Nada se move em y A densidade é constante. O divergente de velocidades é nulo. (água que entra = água que sai) O rotacional de velocidades é nulo. A velocidade pode ser expressa como o gradiente de uma função potencial. Não há escoamento transversal então então A variação da massa em um volume infinitesimal é igual à massa que nele entra menos a massa que sai. Slide 55 0= y • Equação de Bernoulli não estacionária: 0=++ − gzp t • No leito do oceano (em z = -d) : 0= z Slide 56 • Na superfície livre (z = ζ) : – Condição de contorno cinemática : uma partícula do fluido que está na superfície livre lá permanece (sua velocidade vertical é igual a velocidade vertical da superfície do fluido). – Condição de contorno dinâmica : A pressão atmosférica é considerada nula pois uma pressão constante não exerce força resultante sobre o corpo. A velocidade do fluido normal ao fundo é nula. = − = − z xxtz em 0. =+ − g t Bernoulli aplicado a z = ζ onde p = 0 Considerando que a altura da onda seja pequena quando comparada ao seu comprimento, o termo de inclinação δζ/δx=0. tz = − • Considerando uma onda senoidal onde são conhecidas a amplitude H, o comprimento λ e seu período T, a elevação de sua superfície pode ser expressa por • Através da separação de variáveis chegamos à solução • Aplicando esta solução a Bernoulli em z=0, chegamos à relação de dispersão 57 ( ) ( ) 22sin 2 , ==− = k T tkxHtx e onde( ) ( ) ( ) ( )tkxkd zdkgHtzx − + = cos cosh cosh 2 ,, == dgkdgk 2tanh2)tanh(2 • A teoria linear de ondas é uma solução da equação de Laplace, o que leva a seguinte formulação para a velocidade de fase • A partir daí podemos verificar porque a profundidade da água pode ser classificada em 3 categorias : – Águas profundas Para profundidades maiores que 50% do comprimento da onda, a velocidade de fase não é influenciada pela profundidade. Este é o caso da maior parte das ondas na superfície do oceano. – Águas rasas Quando a profundidade é menor que 5% do comprimento da onda, a velocidade de fase é dependente somente da profundidade, não sendo mais uma função do seu comprimento. – Águas intermediárias Para todos os outros casos, ambos a profundidade e o comprimento da onda tem uma influência significativa na velocidade de fase. 2 0.12tanh5.0 gcdd = gdcdπdd = 22tanh05.0 = dgc 2tanh 5.005.0 d • A altura da onda é pequena em comparação com seu comprimento ou profundidade da água. • Condições de contorno na superfície livre são satisfeitas no nível médio de águas tranquilas e não no nível real de elevação das ondas. • Parâmetros que definem uma onda linear : H (ou ζa), d, T, ʎ λ ζa x z crista cavado George Biddell Airy Astrônomo inglês 1801-1892 • Relação de dispersão [m/s] • Comprimento da onda [m] • Velocidade de fase [m/s] • Velocidade de grupo [m/s] • Elevação da superfície ζ = ζa sin(kx - ωt) [m] • Pressão subsuperficial p = ρ g exp(kz) ζa sin(kx - ωt) [Pa] onde g = aceleração da gravidade (9.81 m/s2) ρ = densidade da água (1025 kg/m3) Observe que z se torna mais negativo a medida em que vamos para o fundo. 2.2 g k ggTgc ==== Para águas profundas (d > 0.5 λ) 2 2gT = ggk 2== 2422 1 cgTg k gcg ==== Para águas intermediárias (0.5 λ < d < 0.05 λ) A formulação envolve funções hiperbólicas, fazendo com que vários parâmetros tenham que ser calculados por métodos numéricos ou aproximações. ▪ Relação de dispersão ▪ Comprimento da onda λ é a solução de ▪ Velocidade de fase ▪ Velocidade de grupo ▪ Pressão subsuperficial = dg T 2tanh22 2 ( )dk k gc .tanh= ).sin(. ).cosh( ).(cosh.. xkt hk zhkgp −+= == dgkdgk 2tanh2)tanh( )tanh( )2sinh( 21 2 1 kd k g kd kdcg += Para águas rasas (d < 0.05 λ) • Relação de dispersão • Comprimento da onda • Velocidade de fase • Velocidade de grupo • Pressão subsuperficial (aproximadamente a hidrostática) p = ρg(ζ + z) gdT= gdc = gdgdk 2 == cgdcg == • A medida em que a altura da onda aumenta com relação ao comprimento, (esbeltez S aumenta) ela vai se afastando da onda linear. − Cavado mais achatado (e longo) do que a crista. − Amplitude até a crista é maior que amplitude até o cavado. − O movimento das partículas não é fechado, havendo um pequeno deslocamento na direção da propagação (Stokes drift). − Por isto as ondas conseguem transportar sedimentos, derrames de petróleo, etc. − O equacionamento da onda é feito através de expansão em série de Taylor. O último termo da série define a ordem da onda de Stokes. George Gabriel Stokes Matemático irlândes 1819-1903 • Velocidade de fase • Elevação da superfície • Pressão subsuperficial • Velocidade de deriva de Stokes (drift speed) ( )kd k gc tanh= )](2cos[)2cosh(2 )(sinh )cosh( 3 2 tkxkd kd kdH −+ = 1)](2cosh[ 2sinh4 )](2cos[ 3 1 )(sinh )](2cosh[ 2sinh4 3 2 2 2 −+−− − + = dzk kd)( gHtkx kd dzk kd)( gHp cHU kd dzkcHU 2 2 2 . )(sinh )](2cosh[. = + = Aproximação para águas profundas Qualquer profundidade • É uma solução periódica não-linear e exata da equação não linear diferencial parcial proposta por Korteweg e de Vries (equação KdV). • É utilizada para descrever ondas de gravidade de comprimento extremamente grandes quando comparados à profundidade. • Aplicável quando λ > 5d e • A solução das equações é complexa, dependendo de aproximações numéricas. Além disto é instável quando o número de onda k é elevado. • Outra solução foi proposta por Benjamin-Bona-Mahomy (equação BBM). g dT 7 Diederik Korteweg Matemático holandês 1848-1941 Gustav de Vries Matemático iholandês 1866-1934 • É uma onda em águas rasas (solitão) que consiste em um único deslocamento de água acima do seu nível médio. • Foi descrita pela primeira vez em 1834 por John Scott Russel quando ele observou a onda causada pela parada brusca de uma barcaça em um canal. • É uma descrição razoável da onda causada por um tsunami, mas é utilizada também na progressão de ondas periódicas quando a profundidade é menor que 10% do comprimento da onda. • Teoricamente seu comprimento é infinito, mas para propósitos práticos : – Velocidade de fase – Número de onda – Comprimento da onda – Elevação )( Hdgc += 34 3 d Hk = )]([sech2 ctxkH − = k = John Scott Russell Engenheiro naval escocês 1808-1882 • Três parâmetros são utilizados para determinar qual teoria de ondas deve ser aplicado a um problema específico : – Altura da onda H – Período da onda T – Profundidade da lâmina d’água d • Adimensionais decorrentes : – Esbeltez (steepness) – Profundidade relativa – Número de Ursell == S d HU R 3 . 22 gT HHS == 22 gT dd == UR mede o impacto da profundidade sobre a não-linearidade da onda Subrata Kumar Chakrabarti Engenheiro indiano 1941-2009 • Calcule a velocidade de fase e a velocidade de grupo para uma onda linear de comprimento 200m nas profundidades de 2000, 80 e 10m. 𝜆 = 200 k = 2𝜋 200 =0,0314 ondas/m = dgc 2tanh += )2sinh( 21 2 kd kdccg = k d (m) c (m/s) cg (m/s) 2000 17,67 8,84 80 17,56 9,36 10 9,74 9,43 • Uma onda regular plana propaga-se em águas profundas com período de 16s. Qual o comprimento da onda e sua velocidade de fase m/s ? m/s 25 .2 16.81,9 .2 === gTc m 400 2 16.81,9 2 22 === gT • No projeto de navios aliviadores para a Bacia de Campos, a Petrobrás recomenda Hs=3.5m e Tp=9s. Qual seria a teoria de ondas a utilizar ? Investigue nas profundidades mínima e máxima da bacia (100m e 2500m). • Vazamento de óleo em uma FPSO no Campo de Tupi a 250km da costa, em lâmina d’água de 2000m ! Ondas de 1.5m de altura com período de 6s e comprimento de 40m são medidas no local. Em quanto tempo as manchas de óleo começarão a aparecer nas praias ? Desconsidere a variação de profundidade até a costa e o vento. 00424,0 6.81,9 5,1 66,5 6.81,9 2000 22 22 == == gT H gT d 𝑘 = 2𝜋 𝜆 = 2𝜋 40 = 0,157 rad/m 𝑐 = 𝑔. 𝑇 2. π = 9,81 . 6 2 . π = 9,37 m/s ሜ𝑈 = 𝜋 𝐻 𝜆 2 𝑐 ሜ𝑈 = 𝜋 1,5 40 2 . 9,37 = 0,1300 m/s 𝑡 = 250000 0,1300 = 1,923𝑥106 s = 22 dias Stokes 2ª ordem 00189,0 9.81,9 5,1 126,0 9.81,9 100 22 22 == == gT H gT d 00189,0 9.81,9 5,1 145,3 9.81,9 2500 22 22 == == gT H gT d d=100m d=2500m Em ambos os casos a utilização de Stokes 2ª ordem seria suficiente (embora a Petrobrás requeira sempre 5ª ordem). Slide 70 Ondas Irregulares • Na fase de projeto preliminar as ondas regulares representam um bom modelo para a representação do estado do mar. • Um estado real de mar apresenta características aleatórias de amplitude, frequência e fase, havendo a impossibilidade matemática de definir uma relação sólida que determine seu comportamento : é um processo estocástico. • Quando se considera o modelo estocástico pode-se representar o estado de mar formado pela superposição de diferentes ondas senoidais com diferentes amplitudes, frequências e fases(hipótese Gaussiana). • Na hipótese Gaussiana, o processo é completamente descrito por : – Média – Variância • A partir de dados obtidos no mar, pode ser afirmado que : – Para mar calmo a moderado (< 4m) ele pode ser considerado estacionário para períodos de mais de 20 minutos. Para estados de mar mais severos isto pode ser questionado mesmo para períodos de 20 minutos. – Para estados de mar acima do moderado (4 a 8m) os modelos Gaussianos ainda são precisos, mas o desvio aumenta com a severidade do estado de mar. – Se o mar é suficientemente profundo, a elevação da onda pode ser considerada Gaussiana, independentemente do estado de mar. 2 2 agE = ...)( 2 2 3 2 2 2 1 +++= aaa gE • As ondas irregulares são caracterizadas por um espectro de onda que descreve a distribuição de energia (altura) em relação à sua frequência ou período. • O mar irregular é descrito pela sua energia total e não pela forma da onda. • Para uma onda senoidal simples a densidade de energia é descrita por • Para um mar irregular, composto por um somatório de ondas senoidais, a densidade de energia será • Se a irregularidade das ondas observadas é somente na direção do vento dominante, de modo que existe várias ondas unidirecionais com separação variável mas mantendo seu paralelismo, o mar é conhecido como de cristas longas (long- crested). • Se as irregularidades são aparentes ao longo das cristas das ondas em ângulos perpendiculares ao vento, o mar é conhecido como de cristas curtas (short- crested ou confused sea). Após o vento ter soprado de forma constante por um período de tempo, a elevação do mar pode ser assumida como estatisticamente estável. Isto é conhecido como “mar totalmente desenvolvido”. Slide 75 Alguma Estatística (não tão) Básica • Distribuição de probabilidade é uma função que descreve a probabilidade de uma variável randômica assumir determinados valores. • Considerando que uma variável aleatória discreta x toma os valores x1, ...xn, então : – Média aritmética : – Valor eficaz : – Média geométrica : – Moda : É o valor de maior frequência. – Mediana : Dependendo se o número de elementos ordenados for ímpar ou par, é o valor central ou a média dos valores próximos ao centro. – Desvio padrão : – Variância : = +++ == n i n i n xxxx n x 1 21 ...1 ( ) = − − = n i i xxn 1 2 1 1 2 n xxxx n x n n i irms 22 2 2 1 1 2 ...1 +++== = n n n i n ig xxxxx ...211 == = • Mediana : Md é o valor de x para o qual F(x)=0.5 • Moda : Mo é o valor de maior frequência • Desvio padrão : • Uma variável randômica contínua x tem uma função de distribuição de probabilidade f(x) de modo que a probabilidade P da variável estar entre dois valores a e b é • A função F da distribuição acumulada de x é • Média : = b a dxxfbxa )(]P[ − = x dxxfxF )()( moda mediana média f(x) F(x) + − = dxxfx )(. ( ) + − −= dxxfx )(.2 f(x) • Assimetria : Indica o grau de afastamento da simetria de uma distribuição 1º Coeficiente de Pearson : 2º Coeficiente de Pearson : )(3 dM−= )( oM−= • Curtose : Indica o grau de achatamento de uma distribuição, indicando a concentração de valores nas suas caudas, em relação a uma distribuição normal ( ) 3 )(. 3 4 − − = + − dxxfx c Simétrica Assimetria positiva Assimetria negativa do MM == do MM od MM −Se o valor da curtose for = 0, então tem o mesmo achatamento que a distribuição normal. −Se o valor é > 0, então a distribuição em questão é mais alta (afunilada) e concentrada que a distribuição normal. −Se o valor é < 0, então a função de distribuição é mais "achatada" que a distribuição normal • Algumas formas de distribuição de probabilidade : Slide 79 Distribuição Parâmetros Características Aplicabilidade Aspecto Discreta Valores e probabilidade de ocorrência destes valores Assume apenas os valores fornecidos Utilizada na escolha de parâmetros das entidades. Por ex., em uma loja 30% dos clientes compram mercadorias no balcão e 70% nas prateleiras. Uniforme Maior e menor valor Todos os valores no intervalo têm a mesma probabilidade de ocorrência Quando não se tem nenhuma informação sobre o processo ou apenas os valores limites. Triangular Menor valor, moda e maior valor Simétrica ou não Quando se conhece a moda, o menor e o maior valor que podem ocorrer. Exponencial Média Variância alta e cauda para a direita Grande variabilidade dos valores. Independência entre um valor e outro. Muitos valores baixos e poucos altos. Utilizada em estatística de falhas. Normal Média e desvio padrão Simétrica com forma de sino. Variabilidade controlada pelo desvio padrão. Probabilidade de valores acima e abaixo da média são iguais. • Procurando dar um tratamento matemático aos mais diversos fenômenos da natureza, diversos tipos de funções de distribuição foram desenvolvidos: – Beta – Cauchy – Dagum – Fisher-Tippet – Gama – Gaussiana – Gumbel – Laplace – Levy – Pareto – Qui-Quadrado – Rayleigh – Rice – Von Mises – Weibull – Etc. ( ) − −= 2 2 2 exp 2 1)( xxf ( ) dxxxF x − − −= 2 2 2 exp 2 1)( Regra 68-95-99.7 Carl Friedrich Gauss Matemático alemão 1777-1855 Considerada a mais proeminente distribuição de probabilidade na estatística (simplicidade, conveniência para vários tipos de amostragens, etc.) • Formulação : – Função de distribuição : – Distribuição acumulada : – Média (= moda e mediana) : μ – Variância : σ 2 É um tipo de distribuição observada quando a magnitude total de um vetor é relacionada às suas componentes direcionais não correlacionadas mas normalmente distribuídas e com a mesma variância (ex.: velocidade do vento, propagação das ondas do mar, etc.). • Formulação : – Função de distribuição : – Distribuição acumulada : – Média : – Mediana : – Moda : – Variância : −= 2 2 2 2 exp)( xxxf −−= 2 2 2 exp1)( xxF 253.1 2 177.1)4ln( 22 429.0 2 4 − f(x) F(x) John William Strut (Lord Rayleigh) Matemático inglês 1842-1919 É utilizada extensivamente em análise de confiabilidade e de falha, governando o tempo para a ocorrência do elo mais fraco de vários processos simultâneos de falha. • Formulação para 3 parâmetros : – Função de distribuição : – Distribuição acumulada : onde k = parâmetro de forma β = parâmetro de escala ϴ = parâmetro de localização Se considerarmos x como o tempo para a falha − − − = − kk xxkxf exp)( 1 k < 1 indica que a taxa de falha diminui com o tempo (mortalidade infantil). k = 1 indica que a taxa de falha independe do tempo. k > 1 indica que a taxa de falha aumenta com o tempo (morte por velhice). f(x) xF(x) x − −−= k xxF exp1)( Ernest Hajlmar Waloddi Weibull Engenheiro suíço 1887-1979 Se θ = 0 recaímos na distribuição de Weibull de 2 parâmetros – Média : – Mediana : – Moda : – Variância : – Assimetria : • Para a determinação dos parâmetros a partir de dados coletados são utilizados os momentos da função de distribuição === 3 2 21 mmm 2 3 2 3 )/11()/21( )/11(2)/11()/21(3)/31( kk kkkk +−+ ++++−+ = k k k 1 1 −+ k 1 )]2[ln( + ++= k 11 Função Gama Γ(t)=0 ∞ 𝑥𝑡−1𝑒−𝑥𝑑𝑥 Γ(n) = (n−1)! +− += kk 1121 222 + = 0 )(. dxxfxm nn Utilizada para modelar a distribuição dos máximos ou mínimos de um número de amostras de várias distribuições (estatística de extremos). • Formulação : – Função de distribuição : – Distribuição acumulada : – Média : – Mediana : – Moda : μ – Desvio padrão : − −−= xxF expexp1)( + ( )( )2lnln − 6 = − − − = xxxf expexpexp1)( Emil Julius Gumbel Matemático alemão 1891-1966 γ= 0,57721 (constante de Euler-Mascheroni) • O seguinte histograma de altura de ondas foi obtido de uma série temporal em uma amostra de um sistema de ondas irregulares : 1. Qual é a altura significativa H1/3 desta amostragem ? 2. Nesta tempestade, qual a probabilidade que a altura da onda exceda 2.75m ? H (m) Nº Obs. < 0.25 0 0.25-0.75 30 0.75-1.25 60 1.25-1.75 110 1.75-2.25 42 2.25-2.75 28 2.75-3.25 18 3.25-3.75 10 3.75-4.25 2 > 4.25 0 H obs obs acum % acum H x Obs H^2 x Obs 0,25 0 0 0,00 0 0 0,5 30 30 0,10 15 7,5 1 60 90 0,30 60 60 1,5 110 200 0,67 165 247,5 2 42 242 0,81 84 168 2,5 28 270 0,90 70 175 3 18 288 0,96 54 162 3,5 10 298 0,99 35 122,5 4 2 300 1,00 8 32 4,25 0 300 1,00 0 0 total 300 491 974,5 média 1,64 eficaz 1,80 geométrica 1,35 moda 1,50 mediana 1,25 prob 6 0 20 40 60 80 100 120 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 H x Obs 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 H x F Slide 87 Espectros • O registro das ondas não pode ser escrito como uma onda senoidal, mas pode ser caracterizado por várias ondas com diferentes amplitudes, períodos e fases. • Uma vez calculadas estas amplitudes e períodos das ondas componentes (a fase é desprezada), é plotado um espectro de densidade de energia em função da frequência. frequência de ns id ad e de e ne rg ia A m pl itu de ζ (m ) tempo (s) • A densidade de energia em um particular intervalo de frequência é dado por • A partir do espectro e de sua idealização matemática vários outros parâmetros podem ser calculados. 2 2g ▪ Características espectrais importantes: – Momento espectral de ordem n – Momento espectral de ordem 0 (área sob a curva) – Desvio padrão – Período médio )= 0 0 ( dSm 0m= – Período médio de cruzamento zero ou período médio dos zeros ascendentes – Período médio entre picos – Período modal T0 (ou período de pico Tp) é o período no qual o máximo de energia ocorre. – Largura de banda – Altura significativa ........................................ – Se a largura de banda do espectro for estreita (ε =0) então – Se a banda for larga (ε =1) então −= −= 2 2 40 2 2 1 z p T T mm m 2 0 02 2 m mTT mz == 4 2 24 2 m mTm = = 0 )( dSm nn −= 2 14ou 2 03/1 mHH s 04 mH S = 0 0 828.2 2 4 mmH S = ω [rad/s] S [m 2/ (r ad /s )] ω0, T0, f0 T 1 0 01 2 m mTT m == Várias idealizações matemáticas dos espectros de ondas do mar estão disponíveis na literatura. – Bretschneider de um parâmetro (HS). O período associado é típico de mares totalmente desenvolvidos). – Pierson-Moskovitz (1964). O espectro é definido pela velocidade nominal do vento a uma altura de 19.5 m acima do nível do mar. Utilizado em mar totalmente desenvolvido. – Bretschneider de dois parâmetros ou ISSC (HS e ). Substitue PM quando a modelagem de mar totalmente desenvolvido é muito restritiva. – JONSWAP (JOint North Sea WAve Project 1973). Utilizado para descrever ondas em águas costeiras em mares não totalmente desenvolvidos. Apresenta um pico mais estreito que o ITTC. – DNV. Uma formulação mais generalizada do espectro, utilizando um fator de intensificação de pico que é determinado a partir da altura de onda e do período modal. – Ochi-Hubble (1976). É um espectro formulado para descrever mares que sejam uma combinação de 2 estados de mar diferentes. É um espectro de 2 picos. – Torsethaugen (1996). É obtido pelo ajuste de 2 funções JONSWAP generalizadas a um espectro médio obtido na plataforma continental norueguesa. T • É conhecida apenas a altura significativa Hs. • Distribuição espectral onde e • Frequência modal É definido apenas em termos da altura de onda, sendo utilizado apenas em mares plenamente desenvolvidos. 2 2 11.3 00811.0 SH g == −=) 4exp( BS sH g4.00 = Charles L. Bretschneider Engenheiro americano 1895-1975 Constante de Philips • São conhecidas a altura significativa HS e o período médio . • Distribuição espectral onde e • Momento espectral de ordem 0 • Altura característica • Período médio de cruzamento zero • Período de pico É um espectro de banda larga que contém todas as frequências de onda até o infinito. Entretanto, na prática as ondas de alta frequência (ripples) são negligenciadas e o espectro efetivamente se torna de banda estreita. −=) 4exp( ITTCS 44 2 691 75.172 TT H S == 40 =m TTz 92.0= TTP 296.1= 04 mH S = T Assume que um vento constante de velocidade U19.5 incidiu por um longo tempo em uma grande área, e que as ondas estão em equilíbrio com ele (mar totalmente desenvolvido). • É conhecida a velocidade do vento a 19.5 m de altura U19.5. • Distribuição espectral onde e • Altura de onda significativa • Período de pico −=) 4 5.19 exp( U gSPM 74.0 .00811.0 2 == g g UH S 2 5.1921.0= g UTP 5.191644.7= Atualmente a velocidade do vento é medida a 10 m de altura, e considera-se a seguinte relação Outra formulação do espectro 105.19 .026,1 UU −= −4 5 4 2 4 5exp 16 5 p p SPM HS Willard J. Pierson Jr. Oceanógrafo americano 1922-2003 Lionel I. Moskowitz Oceanógrafo americano 1937- Similar ao espectro de Pierson-Moskowitz, exceto que as ondas continuam a crescer com a distância ou tempo, e o pico do espectro é mais pronunciado por um fator de intensificação de pico γ. É utilizado em águas costeiras. • São conhecidas a altura significativa HS e o período de pico Tp. • Distribuição espectral onde γ = em geral 3.3 − − = 2 5.0exp )()( P P PMJ SAS )ln(287.01 −=A = = = 0 0 para 09.0 para 07.0 b a P P T 2 = É o espectro utilizado pela Petrobrás na costa brasileira. Para a Bacia de Campos : + + == − 89.10 5 e 4.6 491.0 pzp TTT JS é um modelo razoável quando 0.56.3 S P H T Uma formulação mais generalizada de espectro que recai em Bretschneider quando γ = 1 e em JONSWAP quando γ = 3.3 0.10.5 15.175.5exp0.56.3 0.56.3 se = −= = S P S P S P S P H T H T H T H T • O fator de intensificação de pico γ depende da altura significativa e do período modal. • Distribuição espectral onde − − −= 2 2 12 1exp 5 4 exp)( PDNVS = = = 0 0 para 09.0 para 07.0 b a P P T 2 = 4 4 4 2 4 20 )ln(287.015 P P S T T H = −= ESPECTRO H T γ VWIND OBS. ITTC Requerido Requerido 1.0 Não aplicável Mar desenvolvido BRETSCNEIDE R Requerido Especificado pelo método 1.0 Não aplicável Mar desenvolvido JONSWAP Requerido Requerido 3.3 Não aplicável Mar não desenvolvido DNV Requerido Requerido 1.0~5.0 Não aplicável Qualquer mar PIERSON- MOSKOWITZ Estimado pelo método Estimado pelo método Não aplicável Requerido Mar desenvolvido Golfo Pérsico águas rasas Irlanda costa oeste Para mares confusos (short-crested) um espectro direcional é mais realístico e muito importante para o cálculo das cargas nas estruturas marítimas, pois o movimento de resposta depende altamente do ângulo de encontro. Para simulação é comum separar o espectro direcional como um produto de duas funções : 𝑆 𝜔, 𝜒 = 𝑆 𝜔 .𝑀(𝜒) 𝑀(𝜒) é a função de espalhamento Onde 𝜒0 é a direção dominante de propagação das ondas, e os valores de s=1 e 2 são comumenteutilizados. Slide 98 para caso contrário ω (Hz) 0.5 0.7 0.9 1.1 1.3 1.5 Sζ (ω) 0.00 0.75 0.95 0.43 0.12 0.00 Um espectro simplificado de energia de ondas é dado por : 1.Utilizando o método dos trapézios, calcule a altura significativa, o período médio T e o período médio de cruzamento zero Tz. Dê uma explicação física de cada um. 2.Determine a probabilidade de exceder uma onda de 4m neste espectro, utilizando a função de densidade de probabilidade de Rayleigh. 3.Determine também o número de vezes por hora que esta altura de onda será excedida. 4.Explique o termo mo na função de densidade de probabilidade de Rayleigh. 5.Qual a probabilidade da altura significativa de onda H1/3 ser excedida ? 6.Qual a desvantagem de utilizar Tz quando analisando um espectro de ondas medidas ? D en si da de e sp ec tr al ( m 2 s ) Frequência angular (rad/s) Slide 100 A Onda Centenária • A segurança é vinculada à ideia de sobrevivência aos riscos inerentes ao meio em que estiver envolvida a estrutura. • As estruturas devem ser projetadas de modo a suportar as tensões provenientes das ações ambientais mais extremas durante sua vida útil e dentro de um custo econômico aceitável. • Alturas significativa de onda em um período de 50 ou 100 anos é um parâmetro que pode ser estimado por meio da estatística de valores extremos. • Estatísticas de curto prazo são válidas somente para um período de tempo de até uns poucos dias, enquanto uma tempestade mantém suas características básicas. • Para cada tempestade ou amostra podemos utilizar a altura de onda significativa Hs e o período de cruzamento zero Tz para construir um espectro e então determinar as estatísticas de curto prazo. • Durante este período o mar é descrito por um espectro estacionário S(ω,ζ). • No longo prazo o mar não é estacionário. • As estatísticas de longo prazo podem ser representadas como a soma de várias estatísticas de curto prazo, analisando em conjunto um grupo de tempestades com diferentes durações a alturas de onda. • Em geral são feitas diversas medições curtas a intervalos pré-determinados (ex.: medições de 3 em 3 horas com duração de 10 a 30 minutos). • As estatísticas das ondas não se alteram somente em função do tempo; também dependem da área geográfica onde estão sendo feitas as medições. • Os quadrados de Marsden (QMD) dividem o globo em uma grade que segue os paralelos e meridianos, de 10º em 10º, identificando cada quadrado por um número. Slide 103 • Os quadrados podem ainda ser subdivididos em 100 partes (10 x 10), numerados de 0 a 99, de modo a melhorar a precisão. 1 mn = 1` medido sobre o equador = 1852 m William Marsden Historiador inglês 1754-1836 • Divide o globo em 52 zonas náuticas para estimativa dos parâmetros de distribuição de longo prazo. • Apresenta os parâmetros para distribuição por Weibull de 2 parâmetros para cada área. • Utilizado para determinação do momento fletor em ondas sobre a viga-navio. 1. Selecione os dados relevantes. Em geral, Hmax e Thmax ou Hs e Tp ou Tz para cada amostra. 2. Ajuste os parâmetros da distribuição selecionada aos dados coletados. Existem vários métodos de ajuste. 3. Defina o período de retorno (ou intervalo de recorrência) da onda, pelo menos 3x a vida útil da estrutura (por ex. 50 ou 100 anos). 4. Calcule o valor altura significativa de onda e o período correspondente. LOCAL Bacia de Campos Golfo do México RETORNO 10 anos 100 anos 10 anos 100 anos Hs [m] 7.2 7.8 10.0 15.8 Tp [s] 14.8 15.6 13.0 15.4 Hmax [m] 13.3 14.5 17.7 27.9 Thmax [s] 14.4 15.0 11.7 13.9 • Selecione os dados relevantes (no caso Hs). Não se esqueça de verificar a duração de cada amostra. Slide 106 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0 2 4 6 8 10 12 14 16 f ( H s) Hs • Escolha o tipo de distribuição a utilizar (no caso Weibull de dois parâmetros θ=0). • Integre numericamente a curva anterior obtendo a probabilidade acumulada F para cada Hs. Calcule a probabilidade de excedência de F (Q = 1 – F). • Lembre-se que em Weibull de 2 p. então • A correlação entre Q e Hs pode ser melhor observada em uma escala logarítma. Plote X = ln(Hs) contra Y = ln(-ln(Q)). -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 ln (- ln (Q) ) ln (Hs) exp)( exp1)( −= −−= kk xxQxxF • Por mínimos quadrados ajuste uma reta aos pontos, determinando os coeficientes a e b de Y = aX+b • Determine os parâmetros de forma e escala k e β da distribuição de Weibull. −=−= = k bkb ka exp ln • Defina o período de retorno. No nosso exemplo, τ = 100 anos. • Admitindo-se ondas com persistência de 3 horas, haverá 2922 registros de ondas por ano, portanto em τ anos a probabilidade de não excedência do valor de retorno será de • Determine o valor de Hs100. 99999658.0 292200 11 2922 11)( 100 =−=−= SHQ Quanto estimando valores extremos, é importante que a cauda da distribuição ajustada tenha uma boa correlação com os dados coletados. Nestes casos em geral é utilizada a distribuição de Weibull de 3 parâmetros. Uma outra alternativa é utilizarmos Hmax ao invés de Hs em cada amostra. Neste caso, em geral é utilizada a distribuição de Gumbel. Para estimativa do período da onda (necessário para determinação do seu comprimento), em geral se fazem análises de distribuição conjunta H-T. Vento • Vento é o deslocamento de ar, que migra de regiões de alta pressão atmosférica para pontos onde esta pressão é menor. • Normalmente são classificados por sua velocidade, duração, tipos de forças que causam, regiões nos quais eles ocorrem e seus efeitos. - Ventos com grande variação de velocidade em curso espaço de tempo são chamados de rajadas, que podem também se referir aos cursos momentos em que a velocidade do vento é máxima. - Ventos fortes de duração intermediária (cerca de 1 minuto) são chamados de instabilidade ou lufada. - Ventos de longa duração tem diversos nomes, associados com sua intensidade média, como brisa, vento, tempestade, furacão. Rajada em UK Ciclone em SC É uma escala que mede a intensidade dos ventos tendo em conta a sua velocidade e os efeitos resultantes no mar e em terra. Francis Beaufort Hidrógrafo irlandês 1774-1857 Grau Designação m/s km/h nós Aspecto do mar Efeitos em terra 0 Calmo <0,3 <1 <1 Espelhado Fumaça sobe na vertical 1 Aragem 0,3 a 1,5 1 a 5 1 a 3 Pequenas rugas na superfície do mar Fumaça indica direcção do vento 2 Brisa leve 1,6 a 3,3 6 a 11 4 a 6 Ligeira ondulação sem rebentação As folhas das árvores movem; os moinhos começam a trabalhar 3 Brisa fraca 3,4 a 5,4 12 a 19 7 a 10 Ondulação até 60 cm, com alguns carneiros As folhas agitam-se e as bandeiras desfraldam ao vento 4 Brisa moderada 5,5 a 7,9 20 a 28 11 a 16 Ondulação até 1 m, carneiros frequentes Poeira e pequenos papéis levantados; movem-se os galhos das árvores 5 Brisa forte 8 a 10,7 29 a 38 17 a 21 Ondulação até 2.5 m, com cristas e muitos carneiros Movimentação de grandes galhos e árvores pequenas 6 Vento fresco 10,8 a 13,8 39 a 49 22 a 27 Ondas grandes até 3.5 m; borrifos Movem-se os ramos das árvores; dificuldade em manter um guarda chuva aberto; assobio em fios de postes 7 Vento forte 13,9 a 17,1 50 a 61 28 a 33 Mar revolto até 4.5 m com espuma e borrifos Movem-se as árvores grandes; dificuldade em andar contra o vento 8 Ventania 17,2 a 20,7 62 a 74 34 a 40 Mar revolto até 5 m com rebentação e faixas de espuma Quebram-se galhos de árvores; dificuldade em andar contra o vento; barcos permanecem nos portos 9 Ventania forte 20,8 a 24,4 75 a 88 41 a 47 Mar revolto até 7 m; visibilidade precária Danos em árvores e pequenas construções; impossível andar contra o vento 10 Tempestade 24,5 a 28,4 89 a 102 48 a 55 Mar revolto até 9 m; superfície do mar branca Árvores arrancadas; danos estruturais em construções 11 Tempestade violenta 28,5 a 32,6103 a 117 56 a 63 Mar revolto até 11 m; pequenos navios sobem nas vagas Estragos generalizados em construções 12 Furacão >32,7 >118 >64 Mar todo de espuma, com até 14 m; visibilidade nula Estragos graves e generalizados em construções http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro_por_segundo http://pt.wikipedia.org/wiki/Quil%C3%B3metro_por_hora http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%B3_(unidade) • Normalmente é dividido em duas componentes : um valor médio e um valor flutuante ou rajada (gust). • É um fenômeno 3D, mas em aplicações marítimas é restrito a 2D, e as velocidades são consideradas apenas no plano horizontal, não havendo componentes verticais. • O vento é parametrizado pela velocidade U e direção ψ. Sua direção é tomada na direção em que o vento está vindo, medida a partir do norte, positiva para leste. Sensores de direção e velocidade média do vento (anemômetro) Flutuações de variação lenta na velocidade e direção média do vento podem ser modeladas como um processo de 1ª ordem de Gauss-Markov , isto é, segue uma distribuição Gaussiana e os estados anteriores são irrelevantes para a predição dos estados seguintes, desde que o estado atual seja conhecido. • O vento é diferente de rajada de vento. A rajada vem de um movimento brusco e repentino do ar. A rajada é um vento de curta duração, em geral com menos de 20 segundos, que tem velocidade pelo menos 18,5 km/h (10 nós) a mais do que a média de velocidade que vinha sendo observada antes dela acontecer. • A rajada de vento pode ser modelada como um processo estocástico com um espectro em particular. 0 0.01 0.02 0.03 0.04 0 50 100 150 200 250 300 350 400 S p e c tr a l d e n s it y [ (m /s )2 /H z ] Frequency [Hz] Wind spectra (U=20 m/s) Davenport Harris API ISO • O perfil de velocidades do vento depende das condições de estabilidade atmosférica, podendo variar bastante sua forma ao longo de 24 horas. • Uma abordagem mais simplificada (neutra) assume o seguinte perfil : onde α= 1/7 a 1/8 𝑈 𝑧 = 𝑈𝑧𝑟𝑒𝑓( 𝑧 𝑧𝑟𝑒𝑓 )𝛼 Modelos de perfis de velocidade do vento Slide 116 Correntes • As correntes podem ser criadas por vários fatores : − Marés : regulares, seguindo os movimentos harmônicos dos planetas. − Circulação dos oceanos (ex. Corrente do Golfo) − Ventos de tempestades − Ondas internas causadas por gradientes de densidade. • Podemos dividir a modelagem das correntes em três níveis de detalhe : − Correnteza na superfície do oceano, para uso na modelagem da resposta de embarcações de superfície. − Perfil completo de correnteza, para uso na modelagem de risers, linhas de ancoragem, etc. − Correnteza próxima ao fundo, para uso no cálculo de dutos e umbilicais submarinos em contato com o solo. As correntes marítimas são os fluxos das águas dos oceanos, ordenadas ou não, decorrentes da inércia da rotação do planeta Terra, dos ventos e da diferença de densidade. Suas movimentações não são bem definidas por haver continentes e ilhas ao longo da sua movimentação, portanto, correm com grande variabilidade. Em vários projetos a corrente pode ser a causa principal do carregamento hidrodinâmico. Portanto, a seleção de um perfil adequado é importante. Modelos de perfis de correnteza retangular, triangular, ... Efeito da corrente em uma coluna de perfuração Corrente BOPCabeça do poço • Correntes de profundidade podem afetar significativamente o perfil resultante. Perfil de corrente em águas profundas em diferentes instantes. • A decisão pode ser bastante complexa. Slide 119 As Vezes a Matemática Falha 1...99999.0 1 99 910 ..999999.0910 ..999999.910 ...99999.0 = = = += += = = a a aa a a a A maior onda já registrada ocorreu na Baía de Lituya, na costa sul do Alasca em 1958. Um terremoto de 8,3 graus na escala Richter atingiu a área e desprendeu 40 milhões de metros cúbicos de terra e gelo de uma geleira na montanha no fundo da baía. Quando os destroços atingiram a água, uma onda de 520 metros foi criada. Nível da onda • Nas últimas duas décadas do século XX mais de 200 grandes navios (L > 200m) afundaram devido ao “mau tempo”. • Relatórios de (poucos) sobreviventes informavam ondas de 30 m de altura. • Comunidade cientifica cética. Estas ondas só aconteceriam a cada 10.000 anos • Medições das ondas por laser em plataformas offshore no Mar do Norte registraram 446 ocorrências de ondas de mais de 25 m em 12 anos. • O projeto MAXWAVE (2003), com observação das ondas por satélites, apresentou em 3 semanas mais de 10 ondas gigantes com mais de 25 m de altura em todo mundo. Rogue ou freak waves são ondas relativamente grandes (H > 2HS) que ocorrem espontaneamente em águas profundas, dependendo de um número de fatores coincidentes tais como vento forte e convergência de correntes. Ocorrem mais comumente no sul da África, podendo ser previstas com antecedência de 2 a 3 minutos. Um grupo de matemáticos demonstrou uma nova maneira de prever ondas turbulentas em experimentos usando um tanque de água de 270m de comprimento na Noruega. imitando as condições do mar agitado. O maquinário do tanque gerou ondas com características particulares que os pesquisadores puderam escolher; colidindo formas de onda personalizadas umas nas outras, eles identificaram ondas que resultaram em ondas de até cinco vezes a altura das vizinhas. rogue waves.mpg • Dados coletados de observações de satélite e boias desde 1985 demonstram que os ventos no oceano e as alturas de onda aumentaram significativamente nos últimos 30 anos. Por exemplo : – Sudeste da Austrália – Nordeste do Pacífico (junto à costa) • As alturas extremas de onda cresceram nos últimos 20 anos cerca de 0.25% ao ano nas regiões equatoriais, e até 1% ao ano nas latitudes mais altas. • Implicações na engenharia costeira, offshore, navegação, e processos de erosão. • Plataformas no GOM eram projetadas para suportar ondas de até 22m e ventos de até 225km/h simultaneamente. Katrina superou isto. mH mH 6 5 2008 max 1985 max = = mH mH 14 10 2008 100 1996 100 = = Furacão Ivan (setembro 2004) Sensores de pressão no leito marítimo detectam onda de 27,7m. Furacão Katrina (agosto 2005) (Hs 16.91m, Hmax estimado 32m, λ 320m, U 280 km/h) 47 plataformas destruídas, com mais 20 sofrendo avarias pesadas. 6 plataformas tiveram rompimento das amarras e ficaram a deriva. 3 auto elevatórias destruídas e 1 emborcada (Rowan New Orleans) 2 auto elevatórias, 5 semi-subs and 2 fixas sofrendo avarias pesadas. Furacão Rita (setembro 2005) 66 plataformas destruídas, com mais 32 sofrendo avarias pesadas. 13 plataformas de apoio tiveram rompimento das amarras e ficaram a deriva. 1 auto elevatória naufragada, 7 auto elevatórias, 2 semi-subs sofrendo avarias pesadas. Ciclone Potira (abril 2021) Ondas de mais de 3m fora da barra se agigantaram para 5 a 6m ao entrarem no funil da boca da Baía e passar sobre a Laje da Besta. Avarias pesadas na Ponte 4 (linha para Charitas) do Terminal Hidroviário da Praça XV. • DNV “DNV-RP-C205 Environmental Conditions and Environmental Loads” • HAVES, S. (2000) “On the Prediction of Extreme Wave Crest Heights”, Statoil, Stavanger, Norway • Sarpkaya, T (1979) “Mechanics of Wave Forces on Offshore Structures”, Van Nostrand Reinhold Company, New York, USA • Coastal and Hydraulics Laboratory (1984) “Coastal Engineering Manual”, US Army Corp of Engineers, Washington DC, USA • Chakrabarti, S.K. (2003) “Hydrodynamics of Offshore Structures”, WIT Press, Southampton, UK • WMO (1968) “Guide to Wave Analysis and Forecasting”, Geneva, Switzerland • Dean, R. G (1984) “Water Wave Mechanics for Engineers and Scientists”, World Scientific • Pierson, W.J. et Moskowitz, L. (1963) “A Proposed Spectral Form for Fully Developed Wind Seas Based on the Similarity Theory of S.A. Kitaigorodskii”, NY University, USA https://drive.google.com/drive/folders/18uuzfgTtx3C99z_rldXFWPR0UGecdHvm?usp=sharing FIM DA PARTE I A EXCITAÇÃO DAS ONDAS
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