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Angiografias (arteriografia e flebografia) _____________________________________________________ arteriografia Introdução - Na maioria das vezes, a arteriografia é substituida pelos exames não invasivos, mas ainda é um exame importante, principalmente para tratamento endovascular e em alguns casos na programação de tratamento cirúrgico convencional. - Princípios a serem seguidos para realização do exame: • Contraste biologicamente tolerável • Material adequado • Equipamento radiológico compatível • Experiência com técnicas de cateterismo + conhecimento de anatomia e patologia vascular Contraste - O contraste ideal deve ser: não iônico + iso-osmolar + baixa viscosidade. - Antigamente eram a principal limitação da arteriografia, até a sintetização de diatrizoato (iônico e de alta osmolaridade). - Baixa osmolaridade e menos tóxico: ioxaglato - Mais modernos e mais usados: não iônicos e com baixa osmolaridade e baixa viscosidade: ioexol (omnipaque), iopamidol (iopamiron). - Não iônicos iso-osmolares e alta viscosidade: lodixanol (visipaque) Administração do contraste - Opções: • Punção direta (em desuso) • Punção por cateteres, guias e monitores de vídeo (técnica de Seldinger). Contraindicações Relativas - História de alergia (iodo) - Insuficiência renal - Distúrbios hemorrágicos - ICC que impossibilita decúbito na mesa do exame Cuidados e preparos para realizar a arteriografia - Suspender o uso de medicamentos (anticoagulantes e metformina principalmente) • Suspender heparina 6h antes do procedimento • Suspender metformina 24h antes e voltar a tomar 24h depois. - Jejum de 6 horas. - Pacientes imunodeprimidos —> antibiótico profilático 1 hora antes. - Hidratar bem o paciente antes do procedimento - Utilizar fluimucil 600mg a cada 12 horas, 24 horas antes e depois do procedimento Técnica - A primeira opção é a artéria femoral, depois pode-se utilizar a umeral, axilar (costuma- se evitar devido ao risco de lesão de plexo braquial) e aorta abdominal (praticamente em desuso). - Punção com ângulo de 45º introduzir o fio guia, introdutor e posteriormente as guias e cateteres pela técnica de Seldinger. - Punção da aorta abdominal: • Realizada com bloqueio (raqui ou peri) ou anestesia local. • Introduz a agulha junto a 12ª costela em direção a coluna lombar • Após tocar a coluna posiciona-se a agulha alguns centímetros abaixo para puncionar a aorta abdominal. Indicações - Usada como programação de tratamento cirúrgico ou em dúvidas diagnósticas após um exame não invasivo. - Geralmente é usada para terapêutica em procedimentos endovasculares. 2 modalidades - Arteriografia convencional (AC): • Possui alta resolução de detalhes, sobretudo da circulação distal das extremidades inferiores e superiores • Ótimo método quando a árvore proximal está pérvia) • Avalia com qualidade o suprimento vascular de uma MAV - Arteriografia por subtração digital (ASD): • As imagens dos vasos sanguíneos são realizadas antes e após a injeção do contraste; depois, um computador subtrai a imagem antes do contraste da imagem após o contraste. As imagens das estruturas não relacionadas são eliminadas, isolando as imagens da luz dos vasos sanguíneos opacificados pelo contraste. • Útil na avaliação da árvore arterial distal de membro inferior em pacientes com lesões proximais multisegmentares, demonstrando opacificações segmentares e eliminando estruturas vizinhas. Aplicações e Indicações Clínicas - Doença vascular cerebral de origem extra-craniana: • Avalia arco aórtico, carótidas e vertebrais. • Realizar no mínimo 2 incidências e pedir estudo associado da circulação intra- craniana se necessário. • Pode ser realizada somente com métodos não invasivos, mesmo como preparo pré- operatório. • Arteriografia é utilizada apenas para procedimentos endovasculares. - Aorta torácica: • Avaliada pela angioTC ou angioRM • Pode-se pedir arteriografia em casos duvidosos e para procedimentos endovasculares. - Arteriografia pulmonar: • Método definitivo no diagnóstico de embolia pulmonar. • Indicada quando: • Cintilografia pulmonar ineficaz e alta suspeita clínica • Impossibilidade de utilizar angioTC ou angioRM • Indicação de fibrinólise - Aorta abdominal: • Avalia também artérias renais, tronco celíaco e mesentéricas. • Aneurismas: avaliado por métodos não invasivos. • A arteriografia avalia colo arterial proximal, extensão distal, circulação mesentérica e íleo femoral, para preparo pré operatório dos aneurismas quando não for possível com métodos não invasivos. • Na insuficiência arterial, como programação de tratamento cirúrgico, se não for possível por métodos não invasivos. • Procedimentos endovasculares. - Extremidades inferiores: • Avaliação da bifurcação aórtica até o pé. • Incidências oblíquas são importantes na avaliação da bifurcação das ilíacas e femorais (lesões de parede posterior). • Na insuficiência arterial, como programação de tratamento cirúrgico (se método invasivo não for possível). • Procedimentos endovasculares. Traumatismos - A arteriografia tem sensibilidade e especificidade de quase 100% nas extremidades e visceral - Não escolher ecodoppler em traumas! - A arteriografia avalia lesões diretas, lesões arteriais prévias, níveis de oclusão, compressões extrínsecas, pseudoaneurismas e FAV. - A arteriografia é muitas vezes utilizada para diagnóstico e tratamento imediato. - Sequência escolhida no trauma —> AngioTC no primeiro momento e depois arteriografia Dificuldade de Interpretação - Superposição de vasos: principalmente na bifurcação femoral, ilíaca e carótida. Corrigir com outra incidência. - Superposição de ossos: principalmente nas artérias da perna. Corrigir com rotação interna do pé para afastar a tíbia e a fíbula. Diagnóstico diferencial entre trombose e embolia arterial - Toda oclusão arterial aguda, pode ser uma trombose ou embolia: • Trombose: imagem em bico de flauta, paredes arteriais irregulares e muitas colaterais. • Embolia: imagem em taça invertida, paredes arteriais lisas e poucas colaterais. Complicações - As complicações graves são raras. - Mortalidade de 0,05% - Excetuando-se coronariografias, as complicações do cateterismo são de 0,5 a 2,3% - Complicações por meios de contraste são mais frequentes, mas somente 0,1% leva a hospitalização. - Em crianças, espasmos e tromboses podem chegar a 30% dos casos, além de maior risco de comprometimento renal. - Complicações locais: hemorragia, trombose, pseudo-aneurisma, FAV, dissecção. - Complicações sistêmicas: embolização, quebra do cateter, dissecção, enovelamento do cateter, perfuração da artéria pelo fio guia. Efeitos adversos do contraste - Na ausência de fator de risco (insuficiência renal, diabetes, proteinúria, desidratação) a prevalência de nefropatia induzida por meio de contraste é baixa, dependendo do tempo de exposição e do tipo e volume de contraste utilizado. - Fórmula do volume do contraste: 5ml x peso/creatinina sérica (não se usa na pratica) - Paciente com Creatinina > 4,5mg/dl tem maior risco de efeitos adversos - Pacientes portadores de feocromocitoma podem apresentar crises hipertensivas e edema agudo de pulmão. - Alterações neurológicas são raras (convulsões, paresias, AVC). - Reações alérgicas: • Menores: náuseas, vômitos, calafrios, tontura, prurido, edema, exantema transitório, cefaleia. • Intermediárias: hipotensão vasovagal, exantemas persistentes, edema, urticária, broncoespasmo moderado. • Maiores: hipotensão severa, convulsões, edema pulmonar, broncoespasmo severo, edema de glote, arritmia cardíaca. Angiografia por subtração digital - Diferente da convencional (imagens formadas por RX), na angiografia por subtração digital as imagens são geradas com menor quantidade de radiação, captadas por um intensificador que permite subtração por computador das partes moles e ósseas, visualizando-se somente ovaso sanguíneo. - Uso fundamental na terapêutica vascular. - Assim como a angiografia convencional, pode ser realizada em grandes obesos, com placas ateroscleróticas calcificadas, em uso de próteses metálicas. - Nesse exame podem ser usado outros tipos de contraste como dióxido de carbono e gadolíneo. - Avalia-se detalhes da imagem, aumentando-as. - É possível efetuar medidas nos vasos com auxílio de régua própria com marcas de chumbo ou cateteres centimetrados (aneurismas de aorta abdominal). - Os aparelhos usados são mais caros do que a convencional. Roadmap® é muito utilizado nos procedimentos endovasculares e há a opção pelo arco cirúrgico. _____________________________________________________ Flebografia Introdução - As flebografias requerem punção venosa, injeção de contraste iodado, exposição do paciente e da equipe à radiação, ou seja, é um método invasivo que atualmente foi substituído na maioria das vezes pelo ecodoppler. - É reservada para os casos de dúvidas do ecodoppler ou programação de tratamento cirúrgico sobre o sistema venoso profundo, além dos procedimentos endovasculares do sistema venoso. Indicações - Membros Inferiores: • Flebografia ascendente ou anterógrada: • O contraste é injetado em veias distais para que siga a direção do fluxo sanguíneo. • Normalmente o contraste é injetado nas veias dorsais do pé. • Flebografia descendente ou retrógrada: • O contraste é injetado proximal para estudo do refluxo de contraste em direção oposta à da corrente sanguínea. • Normalmente contraste injetado na Veia femoral. • Avalia a suficiência valvar. • Raramente é realizada - Membros Superiores: • Punção em veia dorsal da mão • Cavografia superior e inferior: • Exame para avaliar a veia cava • O ideal é o cateterismo das veias basílica ou cefálica para a cava superior e da veia femoral para a cava inferior. • Pode ser realizado com punção bilateral e injeção simultânea nas veias, sem cateterismo. Complicações - Reação alérgica ao contraste, nefropatia induzida pelo contraste. - TVS, TVP ou TEP (extremamente raros)
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