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1 Adria Martins I Turma IV I 2020.2 ICTERÍCIA CONCEITO • Coloração amarela em pele e escleras por aumento de bilirrubina no plasma e nos tecidos ORIGEM DA BILIRRUBINA TIPOS DE BILIRRUBINA • Direta ➢ Solúvel • Indireta ➢ Insolúvel DEGRADAÇÃO DE HEMÁCIAS SENIS • O ferro será reaproveitado e colocado nas novas hemácias • A protoporfirina nos macrófagos será convertida em bilirrubina indireta/insolúvel, ou seja, não fica diretamente no plasma CAPTAÇÃO • Captação da bilirrubina indireta do sangue para dentro dos hepatócitos pela albumina CONJUGAÇÃO • Ação da enzima glucuronil transferase EXCREÇÃO • Excreção para via biliar ➢ Ocorre o enchimento retrógado da vesícula biliar o A bile desce pela via biliar principal, chega no esfíncter de Oddi que está fechado, pois não há necessidade de bile para o TGI, e volta para onde tem menos resistência, a vesícula biliar • Excreção do corpo ➢ A bile é liberada do TGI para emulsificação de gorduras, nas fezes é convertida em estercorbalina, responsável pela cor marrom escuro das fezes ➢ Na urina se transforma em urobilina ETIOLOGIA HIPERBILURRUBINEMIA INDIRETA • Superprodução de bilirrubina indireta (hemólise) ➢ Já há presença de anemia nos exames • Diminuição da captação ➢ Medicamentos ➢ Jejum prolongado ➢ Infecções • Diminuição da conjugação ➢ Síndromes genéticas ➢ imaturidade do sistema de conjugação HIPERBILURRUBINEMIA DIRETA 2 Adria Martins I Turma IV I 2020.2 • Lesão hepatocelular ➢ Aumento mais expressivo das transiminases/aminitransferases ➢ Canaliculares estarão normais ou levemente aumentados • Obstrução biliar ➢ Aumento das canaliculares ➢ Transiminases normais ou levementes aumentadas QUADRO CLÍNICO • Icterícia > de 5 já manifesta icterícia ➢ O primeiro lugar que manifesta icterícia é as escleras o Tecido com maior afinidade pela bilirrubina ➢ O segundo lugar que manifesta icterícia é o frênulo da língua ➢ O terceiro lugar a manifestar icterícia é a pele o A bilirrubina total > 2,5 • Icterícia subclínica o Bilirrubina de 2 2 não ictéricos ➢ Exame físico não é o suficiente para diagnosticar • Icterícia clínica ➢ Primeiro lugar a manifestar será nas escleras EXAMES LABORATORIAIS • Efeito gangorra ➢ Aumento das canaliculares ➢ Transaminases normais ou levemente aumentadas Obs: TGO e TGP (especifica do fígado) indicam lesão hepática, não função hepática. TAP, albumina e bilirrubina são os indicadores de função hepática • Enzima canaliculares ➢ Gama- GT o É a mais específica ➢ Fosfatase alcalina ➢ 5- Nucleotidase o É a mais específica para informar lesões dos canalículos hepáticos SÍNDROME COLESTÁTICA • Icterícia ➢ Tanto na bilirrubina direta, quanto indireta • Colúria ➢ Escurecimento da urina por conta do excesso de bilirrubina direta no sangue ➢ Por bilirrubina indireta não haverá colúria, pois é insolúvel e não chegar na urina • Acolia fecal ou hipocolia fecal ➢ Fezes mais claras (marrom claro ou esbranquiçadas) ➢ Isso ocorre porque a bilirrubina esta represada na via biliar, e consequentemente a bile não alcançar o TGI e não ocorre a formação de estercobilina • Prurido ➢ Ocorre pelo excesso dos sais biliares que impregnam na pele e geram irritação REGRAS PRÁTICAS • Síndrome com Lesão hepatocelular! ➢ Aumento das Transaminases > 10x maior que o valor de referência • Síndrome Colestática ➢ Aumento da Fosfatase alcalina > 4x maior que o valor de referência o Fosfatase alcalina de 300 pode estar aumenta, mas não representa síndrome colestática 3 Adria Martins I Turma IV I 2020.2 • Hepatite viral aguda ➢ Transaminases forem > 1.000U/L com TGP>TGO • Hepatite Alcoólica ➢ Nas hepatites a TGP é maior que TGO! A inversão desse padrão clássico, em especial com TGO >2x TGP, sugere CONDUTA PARA ICTERÍCIA OBSTRUTIVA • 1º passo: Pede-se bilirrubina total, direta e indireta ➢ BL direta: lesão hepatocelular ➢ BL indireta: hemólise • 2º passo: Pede-se TGO, TGP, gama-GT e fosfatase alcalina ➢ Para diferenciar a causa em casos de aumento de BL direta ➢ Em icterícia obstrutiva: gama-GT e fosfatase alcalina estarão mais de 4x elevada • 3º passo: Topografar o nível da obstrução ➢ USG abdominal o Observar se a obstrução é acima ou abaixo da via biliar ➢ É visível a vesícula biliar cheia de líquido (anecóica- preta), imagem hiperecóica- branca caracteriza a pedra, no entanto, tem que ter a presença de sombra acústica posterior para confirmar que é um cálculo DIAGNÓSTICO • Móvel = cálculo ➢ Imagem hiperocogênica, com sombra acústica posterior e é móvel ao decúbito • Fixa= pólipo ➢ Crescimento fixo na parede da vesícula • USG abdominal ➢ Não é boa para ver o fator obstrutivo, mas ela vê sinais indiretos, principalmente a dilatação das vias biliares ➢ Obstrução do fluxo da bile o Dilatação à montante (antes da obstrução), distende e aumenta a pressão intraluminal do canal biliar e por conta disso terá lesão dos canalículos e por consequência liberação das enzimas canaliculares (fosfatase alcalina, gama- GT e 5-nucleotidase) • Para definir exatamente o fator obstrutivo, devemos pedir outros exames para verificar se a icterícia é flutuante ou progressiva • Icterícia flutuante = icterícia intermitente ➢ Possui momentos de melhora e piora ➢ Mais característico de cálculo o Pois não costuma ter formato regular para obstruir a via biliar totalmente, obstrui parcialmente, permitindo que a bile “escape”, assim teremos uma melhora da icterícia ➢ Solicita-se CPRE (colangiopancreatrografia retrógrada endoscópica) o Diagnóstico e terapêutico o Consegue ver todos os cálculos, até extrahepático • Icterícia progressiva = neoplasia ➢ Piorando à medida que o câncer evolui ➢ Solicita-se TC de abdome 4 Adria Martins I Turma IV I 2020.2 o Consegue diagnosticar e ajuda do estadiamento da doença TRATAMENTO • Tratar da doença de base • Hepatite viral aguda ➢ Geralmente é domiciliar e sintomático • Obstrução da drenagem biliar por cálculo ➢ endoscópico ou cirúrgico • Tumor ➢ intervenção cirúrgica • Transfusões sanguíneas ➢ Utilizadas apenas quando absolutamente necessárias (angina e cor anêmico) • Suspenção de drogas • Administração de ácido fólico ➢ Porque a hemólise ativa consome folato e causa megaloblastose. • Corticoides ➢ Anemia hemolítica autoimune. • Imunoglobulina (IgG) ➢ Anemia hemolítica autoimune • Reposição de ferro ➢ Hemólise intravascular severa com hemoglobinúria persistente ocasionando perda substancial de ferro • Esplenectomia ➢ Pode ser necessária em alguns tipos de anemia hemolítica, como na esferocitose familiar ou na falência terapêutica das anemias hemolíticas autoimunes QUESTÕES SES/RJ 2011 Um famoso médico recebeu em seu consultório, o pai de um colega da faculdade que clinicava no interior. Este, em seu encaminhamento, dizia não dispor de exames para esclarecer se estava diante de doença óssea ou hepática, dúvida nascida da análise de uma rotina laboratorial. O próprio médico colheu amostra de sangue para estudo adicional, tendo um dos resultados apontado para hepatopatia, pois havia aumento significativo de: A) Deoxipiridinolina B) 5-Nucleotidase C) Hidroxiprolina D) Telopeptídio C • Surgiu a dúvida com o pedido de exame da fosfatase alcalina, pois aumentada de forma isolada pode ser doença óssea ou hepática, não é específica de doença do fígado. • Se a FA tiver elevada, pede-se outros exames • Hepatopatia= 5 – Nucleotidase (mais específica de lesão canicular) UERJ 2010 Um lacônico pedido de parecer, enviado por colega de outro hospital público, traz a você um comerciáriode 29 anos. A razão do encaminhamento foi “aumento de TGO”. Não há história anterior de doença do fígado e, no hepatograma, a TGP está normal. A origem desse aumento de TGO deve ter como primeira hipótese vínculo com: A) coração; B) músculos; C) hemácias; D) canalículos biliares • TGO não é específica do fígado e TGP que é específica do fígado está normal, dessa forma, pensamos em outra hipótese, por exemplo, lesão muscular UERJ- 2008 Um paciente de 62 anos, etilista contumaz, com história prévia de litíase biliar, iniciou tratamento com carbamazepina para neuralgia do trigêmeo. UUERJ 2008- ma semana depois apresentou dor no hipocôndrio direito, 5 Adria Martins I Turma IV I 2020.2 procurando atendimento na manhã seguinte, sendo constatado: TGO 1.360 U/L, TGP 1.266 U/L, FAL 206 U/L. Três dias depois, já com melhora da dor, tinha TGO 368 U/L e FAL 645 U/L. O diagnóstico mais provável é: A) Hepatite A; B) Hepatite alcoólica; C) Cálculo de colédoco; D) Hepatite medicamentosa. • Paciente tem história prévia de litíase biliar, fator importante para pensarmos em icterícia por coledocolitíase. • Logo no início da doença há aumento das transaminases, isso ocorre em fases agudas da coledocolitíase. Depois há diminuição das transaminases (fica em um valor “normal” para indicar lesão hepatocelular) e a FA aumenta confirmando que é uma obstrução biliar, ou seja, temos no início a descrição da fase aguda da coledocolitíase e depois a descrição do padrão específico que é transaminase elevada, mas não tanto e a FA mais elevada que a transaminase, p diagnóstico mais provável, portanto, é cálculo de colédoco. Obs.: SE fosse lesão hepatocelular as aminotransferases estariam aumentadas e poderiam até diminuir, mas não aumentariam as canaliculares UFRN 2009 Paciente com 68 anos de idade, ictérico 4+/4+, referindo prurido e perda ponderal de 10kg nos últimos 2 meses, apresenta ao exame físico, hepatomegalia e vesícula palpável. Deve-se solicitar inicialmente o seguinte exame de imagem: A) TC de abdome; B) Colangiorressonância magnética; C) USG de abdome; D) Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. • A propedêutica da icterícia obstrutiva é solicitar primeiro USG abdominal. Obs.: Para cálculos os melhores exames são USG e ressonância, em TC não é muito bem visto.
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