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Aula 16/02/22 HEPATITES CRÔNICAS Engloba as hepatites HBV, HCV e HDV que possuem a possibilidade de cronificar, ou seja, perdurar por mais de 6 meses. É uma reação inflamatória do fígado. ● HEPATITE B: Transmissão: - Perinatal: vertical; - Sexual: mais comum na HBV que é considerada propriamente dita uma IST; - Percutânea: perfurocortantes contaminados; - Transfusão; - Outras: horizontal, contato com escovas de dente (não passa pela saliva, apenas se houver microlesões que contaminem a escova com sangue), lâminas de barbear, alicates contaminados. O vírus da hepatite B fica até 7 dias vivo no ambiente, podendo contaminar novas pessoas (5-40% de contaminação em indivíduos não vacinados). O risco é maior do que o observado para o vírus da hepatite C (3-10%) ou da AIDS (0,2-0,5%). Até hoje não há cura para o HBV. OBS: HBC já possui cura. Existe vacina. Quando o recém-nascido entra em contato com o vírus há 90% de chance de se tornarem cronicamente infectados. Já nos adultos, 90-95% das infecções agudas evoluem para cura espontânea (independente de vacina). A infecção crônica tem dois caminhos: 1) Portador Crônico Assintomático: o vírus fica dormente no fígado e, em 2% dos casos, pode evoluir para cura. Não há necessidade de iniciar tratamento, somente se o vírus dê um start na sua atuação. 2) Hepatite B Crônica: pode evoluir com cirrose (20%) e/ou cancro do fígado (5%) = câncer. O risco é potencializado se houver HIV associado. Sintomas: - Tipicamente inespecífico; - Cerca de 30% desenvolvem icterícia na fase aguda; - Na fase crônica pode apresentar: ascite (que pode evoluir para hérnia umbilical); eritema palmar, baqueteamento digital (unhas em vidro de relógio - perde o formato retilíneo, ficando mais arredondado), aranhas vasculares. Diagnóstico: Não Específico: - TGO e TGP: dx e acompanhamento. Conforme o paciente evolui para a fase de convalescência, as transaminases vão reduzindo, então tanto diagnóstica quanto acompanhamento. Específico: - Teste rápido; - Imunoensaios: sorologias por ex. Sorologias: - HBsAg (superfície externa do vírus): "O vírus está aqui?" ➔ Anti-HBs: "Vacina/Imunidade?" - HBcAg (centro) ➔ Anti-HBc (total e IgM - único que tem as duas frações): "teve contato com o vírus?" - DNA polymerase (para saber a carga viral conta-se o DNA do vírus); - HBeAg (marcador de replicação viral ➔ não necessário para diagnóstico, apenas para acompanhamento) - Anti HBe. Solicitar para Diagnóstico: HBsAg (principal marcador sorológico para diagnóstico de hepatite B), Anti-HBc e Anti-HBs (esses dois dão nome e segmento ao tratamento). Exames reservados ao Médico Especialista: HBeAg e Anti-HBe. Incubação: de 4 a 6 meses HBsAg primeiro marcador, depois aparece o Anti HBc IgM e fica positivo por 4 a 5 meses. Persistência de HBsAg por mais de seis meses = quadro crônico. Anti-HBs inicia na fase de convalescência, é um marcador positivo ➔ Acompanhado da queda das transaminases e sintomas sistêmicos. HBeAg indica replicação intensa e aponta alta infectividade. Tratamento: Iniciar o Tratamento: - Paciente com HBeAg reagente de ALT 2x acima do VE; - Adulto maior de 30 anos HBeAG reagente; - Paciente com HBsAg não reagente, mas com HBV-DNA maior que 2.000 e ALT maior que 2x. Independente de Exame, iniciar tratamento em pacientes que: - HF de CHC (carcinoma hepatocelular); - Manifestações extra-hepáticas com acometimento motor incapacitante, artrite, vasculite, etc. - Co-infectado com HIV ou HCV; - Hepatite aguda grave; - Reativação de HBV crônica, cirrose ou insuficiência hepática, biópsia hepática METAVIR positiva para fibrose ou elastografia hepática maior que 7; - Prevenção ou reativação viral em pacientes que irão receber terapia. Droga Indicada: - Tenofovir: primeira linha de tratamento com HBV crônica - efeitos colaterais de toxicidade renal e desmineralização óssea.. - Entecavir: indicado se houver contraindicação ao tenofovir e cirrose. - Alfapeginterferona: reservado apenas para pacientes muito específicos. Aplicações subcutâneas semanais por 48 semanas. ● HEPATITE C: Transmissão: - Via parenteral; - Contato com sangue contaminado; - Transmissão sexual ocorre em poucos casos - não é IST. Genótipos: seis genótipos do vírus - 1, 2, 3, 4, 5 e 6, sendo o 1 o mais prevalente no mundo (46% das infecções), seguido pelo genótipo 3 (30%). Quadro Clínico: - Sintomas inespecíficos; - A maioria dos casos é assintomático. Diferente do que ocorre na B, a regra é cronificar, 60-85% evoluem para cronificação, em média 20 % para cirrose e posteriormente para CA. Diagnóstico: - Teste rápido - Anti-HCV único marcador que indica contato prévio com o vírus e ficará para sempre positivo, portanto a confirmação diagnóstica se dá com HCV-RNA detectável por mais de 6 meses + Anti-HCV positivo. - Carga Viral + e genotipagem Tratamento: Tratar todos os pacientes com HCV. Fundamental saber se o paciente tem fibrose avançada (F3) ou cirrose - se for precisa encaminhar ao hepatologista, caso contrário o generalista pode tratar. Escores podem indicar cirrose (já que o diagnóstico é histopatológico): feito através do número de AST e de plaquetas. - Genótipo 1: ledipasvir-sofosbuvir (2 em 1) - Genótipos 2, 3, 4, 5 e 6: velpastasvir-sofosbuvir Fazer nova carga viral para verificar resposta viral sustentada (RVS) - ausência da carga viral da 12-14 semana após o término da terapia medicamentosa. ● HEPATITE D: Precisa do vírus da hepatite B para existir. Em média, 70% dos pacientes evoluem para cirrose (não evolui para cronicidade como o HCV, mas sim para a doença direto). Suprime a replicação do HBV, por isso é muito mais grave que a hepatite B. É a forma mais grave de todas as hepatites. Tipos de Infecção: - Co-infecção: infecção simultânea de HBV e HDV - normalmente aguda, fulminante, raramente passa pela fase crônica. - Super Infecção: adquire PBV e HDV em momentos distintos - torna-se crônico em 80% dos casos e 40% evolui para cirrose. Diagnóstico: HBsAG no soro: positivo apenas se o paciente tem HDV. Tratamento: como é um vírus de alta morbidade precisa sempre ser tratado - tratamento com alfapeginterferona. O objetivo é redução do dano hepático já que não vai conseguir curar (a maioria evolui para transplante de fígado).
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