Prévia do material em texto
CURSO DE FARMÁCIA UROANÀLISES CASO CLINICO 1 A.P.G.M, 68 anos, feminino, procedente de Restinga, Dor nas costas e para urinar há 2 dias. Paciente relata que há 2 dias iniciou quadro de dor lombar à direita associada a disúria, polaciúria, febre e eliminação de urina escurecida. Também refere náuseas e vômitos prostração e diminuição do apetite. Nega infecções urinárias de repetição, uso de medicações regularmente, tabagismo e etilismo. Ao exame, paciente consciente, eupnêica, acianótica, corada, hidratada, afebril e anictérica. PA = 121/61 mmHg FC = 102 bpm FR = 16 irpm Tax = 38° C SpO2 = 96% (AA) Abdome – Plano, flácido, sem visceromegalias, doloroso à palpação profunda em flanco D, sem sinais de irritação peritoneal, peristalse presente, Giordano positivo à direita Resultados de exames laboratoriais: • Hemograma: Hb = 11,8g/dl e Ht = 36% GB = 13500 77% de neutrófilos com desvio à esquerda(11% de bastões) Plaquetas = 150.000 • Gasometria arterial: Sem acidose metabólica com lactato de 1,0mmol/L • Creatinina = 2,29 • Uréia = 65 • Na = 134 • K = 4,0 Resultados de exames laboratoriais: • Urina I: Moderadamente turva Ácida, com densidade de 1020, 2.000.000 de leucócitos, 1000 células, 40.000 hemácias bactérias frequentes, nitrito positivo • Ultrassonografia de rins e vias urinárias: normal Hipótese diagnóstica A infecção de trato urinário é o termo utilizado para descrever colonização por agentes infecciosos, com invasão tecidual, em qualquer parte do trato urinário. A cistite bacteriana é a síndrome clínica caracterizada por resposta inflamatória do urotélio vesical à invasão bacteriana. Em cerca de 80% dos casos de ITU, o agente etiológico encontrado é a Escherichia Coli A incidência é maior em mulheres, uma vez que a uretra (via de acesso comum para a entrada de micro-organismos na bexiga) tem trajeto relativamente curto e reto. Bactérias provenientes da flora intestinal e da área genital colonizam a região periuretral, ascendem pela uretra e alcançam a bexiga, onde podem proliferar e invadir o tecido vesical. CASO CLINICO 2 Em consulta de Nefrologia Pediátrica com bom estado geral: peso de 35,3 kg (P50-75), altura de 1,38 m (P50-75) e tensão arterial de 113/57 (hemograma com eosinofilia de 12,7%), função renal e ionograma com valores normais para a idade. A análise sumária de urina mostrou pH de 6, densidade de 1017, proteínas de 150 mg/dL, hemoglobina +++, leucócitos 25 mg/dL e sedimento com muitos eritrócitos. A proteinúria de 12 horas era de 28 mg/m2/hora. Ácido úrico, cálcio, oxalatos e fósforo urinário das 24 horas apresentavam valores normais para a idade. Para esclarecimento etiológico, realizou uretrocistoscopia, que revelou bexiga trabeculada com formações dispersas, noduladas, algodonosas e vascularizadas. Hematúria é definida como a presença anormal de eritrócitos na urina. É classicamente dividida em macroscópica ou microscópica, sendo esta última mais comum em crianças. Hematúria macroscópica é definida como qualquer grau de Hematúria que pode ser identificada a olho nu. Já a Hematúria microscópica pode ser aferida por qualquer dos seguintes métodos: determinação do número de eritrócitos por mililitro de urina excretada (câmara de contagem); exame do sedimento urinário centrifugado (contagem de sedimento) exame indireto da urina por meio de dipstick (o modo mais simples para identificação da Hematúria microscópica). A definição recomendada pela Associação Americana de Urologia (AUA) para Hematúria microscópica é a presença de 3 ou mais eritrócitos por campo na avaliação do sedimento urinário em pelo menos 2 de 3 amostras de urina corretamente coletadas.