Buscar

03-Análise Laboratorial de Fluidos Biológicos

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Conteudista: Prof.ª Dra. Bruna Amorin  
Revisão Textual: Prof.ª Ma. Sandra Regina Fonseca Moreira
 
Objetivo da Unidade:
Compreender os processos envolvidos na obtenção das amostras de
�uidos biológicos, as etapas do seu processamento e o signi�cado
biológico das suas alterações para a determinação de possíveis patologias.
 Material Teórico
 Material Complementar
 Referências
Análise Laboratorial de Fluidos Biológicos:
Líquor e Sêmen
Coleta, Manuseio e Diagnóstico Laboratorial a partir de
Líquor e Sêmen
Líquor
Formação
O líquor, também denominado Líquido Cefalorraquidiano (LCR) ou ainda Líquido Cerebrospinal
(LCE), é um �uido salino secretado pelos plexos coroides que circula através dos ventrículos
cerebrais para dentro do espaço subaracnóideo pelos espaços perivasculares e através do canal
da medula espinal. Ao bombear sódio e outros solutos a partir do plasma para os ventrículos,
as células do plexo coroide criam um gradiente osmótico que permite a formação do líquor.
Depois, o �uido é reabsorvido através de vilosidades especializadas que estão presentes na
membrana da meninge aracnoide, o que possibilita seu retorno ao sangue (Figura 1). Um
adulto produz cerca de 500mL de líquor ao dia, o que permite a renovação do �uido três vezes
ao dia, uma vez que o volume total circulante gira em torno de 90 a 150mL. Do volume total, a
maior parte encontra-se no espaço subaracnóideo e apenas uma pequena porção (cerca de
25mL) apresenta-se circulante nos ventrículos cerebrais.
1 / 3
 Material Teórico
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Aspectos Anatômicos e Fisiológicos
Diferentes funções são exercidas pelo líquor, que auxiliam na homeostase do Sistema Nervoso
Central (SNC). São elas:
Leitura 
Antes de continuarmos nosso estudo, você gostaria de revisar a
Histologia do Tecido Nervoso? Atente às informações sobre os
ventrículos e meninges apresentadas na leitura a seguir
Proteção e suporte físico: em virtude da sua �utuabilidade, o líquor reduz em 30
vezes o peso do encéfalo, de cerca de 1500g para apenas 50g.
Proteção química: a composição química do líquor difere do plasma sanguíneo em
virtude da característica seletiva do plexo coroide. Vale ressaltar que o líquor
também realiza trocas iônicas com o líquido intersticial do SNC.
Proporciona excreção de resíduos: um mecanismo importante, uma vez que não
há vasos linfáticos dentro do SNC.
https://www.ufrgs.br/livrodehisto/pdfs/4Nervoso.pdf
Figura 1 – Anatomia do plexo coroide, secreção e
reabsorção do líquor
Fonte: SILVERTHORN. 2017
Coleta e Manuseio de Líquor
A obtenção da amostra de líquor ocorre a partir de uma parancentese espinal, mais conhecida
como “punção lombar”, de cisterna ou lateral-cervical, ou através de desvios ou cânulas
ventriculares. O médico responsável pela coleta deve anotar, além da história clínica do
paciente, o local onde foi realizada a punção, uma vez que os padrões bioquímicos e
citológicos podem variar conforme o sítio de coleta. Também é importante registrar que esse
procedimento não deve ser realizado na presença de alguma dessas condições: pressão
intracraniana aumentada, hipertensão, bradicardia e edema do disco óptico (papiledema).
Importante! 
Em virtude das trocas iônicas seletivas do plexo coroide, o líquor
possui concentração química diferente do plasma. Inclui-se maior
concentração de cloreto e menores concentrações de potássio e cálcio.
Consequentemente, uma amostra de líquor possui valor clínico muito
importante em doenças que atingem o SNC, tais como infecções e até
mesmo a presença de sangue no LCR, pois trata de um indicador das
concentrações químicas encefálicas.
Antes da coleta, é necessário �xar um manômetro, que irá registrar a pressão de abertura,
sendo os valores normais em adultos de 90 a 180mm de água (mmH2O) e de 10 a 100 mmH2O
em crianças, considerando posição de decúbito lateral com as pernas e pescoço em posição
neutra (Figura 2). Essa pressão tem variações em virtude de diversos fatores, como alterações
posturais, pressão sanguínea e alteração do �uxo sanguíneo cerebral. Com a respiração, por
exemplo, a pressão de abertura pode variar em 10mm. Em indivíduos obesos, pode-se
registrar até 250mmH2O de pressão de abertura, sendo que valores acima de 250mmH2O já
são considerados como casos de pressão intracraniana aumentada. Esse diagnóstico pode ser
decorrente de diversos fatores como infecções (exemplo: meningite), presença de tumores no
SNC e hemorragia intracraniana. Não é recomendada a retirada de mais de 2mL de líquor se a
pressão de abertura estiver acima de 200mmH2O. Em situações de pressão de abertura
normal, é possível obter cerca de 20mL de líquor.
Re�ita 
A análise do líquor é um procedimento multidisciplinar! E a punção
lombar é um procedimento invasivo. Além do desconforto, a coleta do
líquor inclui riscos de infecção e hemorragia, mesmo quando
realizadas por um médico experiente, e eventualmente não pode ser
repetida por vários dias após uma primeira punção. Portanto, é de
grande responsabilidade do corpo clínico e laboratorial que o máximo
de informações seja obtido a partir da coleta e análise desse �uido,
antes que ele seja descartado ou desperdiçado.
Figura 2 – Punção lombar
Fonte: MURPHY. 2019
Você Sabia? 
Os primeiros registros de punção lombar datam do �nal do século XIX,
porém, na época o procedimento era considerado terapêutico, sendo
unicamente utilizado para reduzir a pressão intracraniana
aumentada, em virtude de meningite tuberculosa. Alguns anos mais
tarde, ainda no século XIX, o líquor puncionado começou a ser
utilizado como uma importante ferramenta auxiliar no diagnóstico
clínico.
Saiba Mais 
Alguns indivíduos possuem hipertensão intracraniana idiopática, ou
seja, sem causa de�nida. Esse quadro é mais comumente observado
em mulheres obesas em idade fértil. Além de procedimentos
cirúrgicos, terapia medicamentosa com diuréticos pode auxiliar a
reduzir a produção de líquor.
A coleta de líquor é realizada, geralmente, em três tubos estéreis, de forma seriada. Não é
recomendado o uso de tubos de vidro, pois a adesão das células ao tubo pode interferir
diretamente na contagem celular. A divisão dos três tubos de coleta ocorre da seguinte forma,
dentro de um Laboratório de Análises Clínicas:
Se há suspeita de processos tumorais, um tubo adicional pode também ser coletado para
exames citopatológicos. Se não houver material su�ciente, mas uma malignidade é a principal
suspeita clínica, o Tubo 3 é destinado para esse exame. Pode-se a�rmar que a amostra do
Tubo 3 representa os exames de principal propósito na coleta do líquor. Concomitantemente à
coleta do líquor, deve ser realizada a coleta do sangue periférico, visando a realização de
alguns exames, como glicose. Se houver presença de sangue, observar se a amostra do Tubo 3
é mais límpida que a do Tubo 1. Se positivo, indica provável lesão no momento da coleta; se as
três amostras tiverem o mesmo padrão hemorrágico, provavelmente a hemorragia era pré-
existente.
Tubo 1: destinado aos setores de Bioquímica e Imunologia;
Tubo 2: destinado ao setor de Microbiologia;
Tubo 3: destinado ao setor de Hematologia, em que será realizada a contagem de
células e diferenciais.
Saiba Mais 
Vamos agora avaliar juntos um caso hipotético, de um paciente com
suspeita de esclerose múltipla. O principal exame que pode ser
realizado para con�rmar esse diagnóstico é a análise de proteínas do
líquor. Ou seja, trata-se de um exame a ser realizado no setor de
Apenas uma hora após a coleta, as células presentes no líquor já apresentam padrão de
degradação a ponto de interferir no resultado do exame. Por isso, o líquor é um �uido que
deve ser enviado imediatamente ao laboratório e seu processamento também deve ocorrer
rapidamente. Se uma amostra for indicada para cultura (exemplo: suspeita de meningite), não
é recomendado refrigerar o material, pois o resfriamento interfere na sobrevivência de alguns
microrganismos
como Haemophilus in�uenzae e Neisseria meningitidis, o que pode levar a um
resultado falso negativo.
Bioquímica. Porém, ao proceder a coleta, a amostra de líquor do Tubo 1
encontra-se hemorrágica. A presença de sangue nessa amostra pode
afetar drasticamente os parâmetros bioquímicos que se pretende
observar nesse material. Portanto, nessa situação especí�ca, o mais
indicado é realizar a análise de proteínas a partir da amostra do Tubo
3, pois se trata do exame que ocasionou a coleta do líquor desse
paciente.
Importante! 
A amostra do Tubo 1 NUNCA deve ser destinada ao setor de
Microbiologia, porque bactérias da microbiota da pele estarão
presentes nesse material.
Exame Físico
Normalmente possui aspecto cristalino e incolor, tendo viscosidade semelhante à água,
porém, sinais de turbidez podem estar presentes, especialmente se houver contaminação com
bactérias, mais de 200 leucócitos/mm3 ou 400 eritrócitos/mm3. Se houver elevada
concentração de proteínas, pode ocorrer formação de coágulos. Algumas colorações podem
ser observadas no líquor, sendo denominadas xantocromias, tais como descritas na Tabela 1.
Tabela 1 – Xantocromias e Distúrbios Associados
Cor do sobrenandante de LCE Doença/distúrbios associados
Rosa
Lise de CVSs/produtos de quebra de
hemoglobina
Amarelo 
Lise de CVSs/produtos de quebra de
hemoglobina Hiperbilirrubinemia 
Proteínas do LCE > 150 mg/dL (1,5g/L)
Alaranjado 
Lise de CVSs/produtos de quebra de
hemoglobina 
Hipervitaminose A (carotenoides) 
Amarelo-
esverdeado 
Hiperbilirrubinemia (biliverdina) 
Marrom Melanoma metastático meníngeo 
Fonte: MOTTA, VALTER. 2009 
Contagem de Células
A contagem celular total ocorre de forma manual, em uma câmara de contagem normal, com
o líquor não diluído. Dois aspectos devem ser considerados ao realizar a contagem de células
do líquor: a idade do paciente e o tipo celular. A idade é um parâmetro importante porque
recém-nascidos ainda não possuem a barreira hematoencefálica funcional e anatomicamente
madura, o que pode contribuir para a presença de hemácias e polimorfonucleares, como
neutró�los. Outra consideração importante é o tipo celular, pois adultos apresentam
contagem normal de 0 a 5 células/uL. Porém, em adultos não deve haver hemácias e essas
células se referem a leucócitos mononucleares (linfócitos e monócitos). 
Vídeo 
Você sabia que a contagem de células do líquor na Câmara de
Neubauer é bastante debatida e contestada? Acompanhe nesse vídeo o
porquê dessa discussão.
Contagem do Líquido Cefalorraquiano na Câmara de Neubauer
https://www.youtube.com/watch?v=QnR3fnK37ps
Contagem Diferencial
O método de citocentrifugação, seguido da coloração de Wright, é recomendado para
contagem celular diferencial de qualquer líquido corporal, inclusive no líquor. A contagem
celular diferencial deve ser realizada em amostras citocentrifugadas, uma vez que o baixo
número de células do líquor di�culta a precisão na contagem diferencial. A partir dessa
técnica, é possível estabelecer os tipos celulares e as proporções esperadas tanto para adultos
quanto para recém-nascidos, tais como descritas na Tabela 2.
Tabela 2 – Valores de Referência para Contagens Diferenciais em Amostras Citocentrifugadas
de Líquor
Tipos de células Adultos (%)
Recém
nascidos (%)
Linfócitos 62 ah 20 ± 18
Monócitos 36 ± 20 72 ± 22
Neutro�los 2 ± 5 3 ± 5 
Histiócitos Raras 5 ± 
Células ependimárias Raras Raras 
Tipos de células Adultos (%)
Recém
nascidos (%)
Eosinó�los Raras Raras 
Fonte: MCPHERSON, MATTHEW. 2012
Algumas alterações na contagem diferencial de células estão relacionadas a inúmeras
condições clínicas. As principais condições estão citadas abaixo:
Concentração aumentada de neutró�los: indicação de processo in�amatório
agudo. Está presente em alguns processos virais, tais como na meningite viral
precoce, porém, mais frequentemente observada em infecções bacterianas agudas;
Concentração aumentada de linfócitos: patologias crônicas, tais como meningites
crônicas em indivíduos imunossuprimidos, meningites virais, cisticercose e
esquistossomose;
Plasmocitose: plasmócitos normalmente não estão presentes no líquor, mas
podem ser detectados em condições de caráter in�amatório, como na esclerose
múltipla. O mieloma múltiplo, tumor hematológico dos plasmócitos, raramente
afeta as meninges, mas quando esse processo ocorre, os plasmócitos podem se
apresentar no líquor;
Eosino�lia: pode ser marcante em crianças, mas está frequentemente associada a
infecções parasitárias que afetaram ao SNC;
Células tumorais: a avaliação de células tumorais no líquor tem baixa sensibilidade
e alta especi�cidade, sendo que essa sensibilidade pode ser melhorada se
diagnóstico molecular posterior for realizado. O tipo celular varia conforme o tipo
de tumor. Alguns tumores hematológicos que levam à presença de blastos no
líquor são a leucemia linfoblástica aguda (Figura 3), leucemia mieloblástica aguda
e linfoma de Burkitt.
Figura 3 – Células blásticas sugestivas de leucemia
linfoblástica aguda no líquor
Fonte: MCPHERSON, MATTHEW. 2012
Causas da Neutro�lia no Líquor
Causas da Elevação do Número de Neutró�los no LCE
Meningite;
Meningite bacteriana;
Meningoencefalite viral precoce;
Meningite tuberculosa precoce;
Meningite micótica precoce;
Fonte: McPherson, R. A., & Pincus, M. R. (2012)
Encefalomielite amébica.
Outras infecções;
Abscessos cerebrais;
Empiema subdural;
Radiculopatia por CMV relacionada à AIDS.
Subsequente a febres;
Subsequente à hemorragia no SNC;
Subaracnóidea;
Intracerebral.
Subsequente a infanto do SNC;
Reação a punções lombares repetidas;
Injeção de material estranho no espaço subaracnoide (p. ex., metotrexato, meio de
contraste);
Tumor metastatico em contato com LCE.
Causas da Linfocitose no Líquor
Glossário 
CMV = citomecalovirus; SNC - Sisters Nerveto Central; ICE - Líquido
Cerebrospinal. 
(MCPHERSON, MATTHEW. 2012 (13))
Meningite;
Meningite viral;
Meningite tuberculosa;
Meningite fúngica;
Meningoencefalite si�lítica;
Meninge leptospirótica;
Bacteriana, causada por organismos pouco comuns;
Meningite bacteriana precoce, com contagens de leucócitos
relativamente baixas;
Infestações parasíticas (p. ex., cisticercose, triquinose,
toxoplasmose);
Meningite asséptica, causada por foco séptico adjacente às
meninges.
Distúrbios degenerativos;
Panencefalite esclerosante subaguda;
Esclerose múltipla;
Encefalopatia por drogas de abuso;
Síndrome de Guillain-Barré;
Encefalomielite disseminada aguda.
Outros distúrbios in�amatórios;
Sindrome de Handl (dor de cabeça com dé�cits neurológicos e
linfocitose no LCE).
Sarcoidose;
Polineurite;
Periarterite no SNC.
Glossário 
LCE = Líquido Cerebrospinal; SNC = Sistema Nervoso Central. 
(MCPHERSON, MATTHEW. 2012 (13))
Testes Químicos e Sorológicos
Os testes bioquímicos mais comumente realizados no líquor são: avaliação de proteínas
(denominada proteinorraquia), glicose (também chamada de glicorraquia), enzimas e
determinação dos eletrólitos cloro e lactato. Outros analitos como ureia, lipídios, ferro etc.
podem também ser avaliados, bem como pH, pCO2 e pO2, porém esses exames não possuem
valor diagnóstico. A Tabela 3 demonstra os valores de referência para cada um desses analitos
no líquor de adultos.
Tabela 3 – Valores de Referência do Líquor Lombar em Adultos
Analito
Unidades
convencionais
Unidades do SI
Proteína 15-45 mp/dl 0,15-0,45 g/L
Pré-albumina 2-7% 
Albumina 56-76% 
α1-globulina 2-7% 
α2-globulina 4-12% 
β-globulina 8-18% 
γ-globulina 3-12% 
Eletrólitos 
Analito
Unidades
convencionais
Unidades do SI
Osmolalidade 280 - 300 mOsm/L 280 - 300 mmol/L 
Sódio 135 - 150 mEq/L 135 - 150 mmol/L
Potássio 2,6 - 3,0 mEq/L 2,6 - 3,0 mmol/L 
Cloreto 115 - 130 mEq/L 115 - 130 mmol/L 
Dióxido de carbono 20 - 25 mEq/L 20 - 25 mmol/L 
Cálcio 2,0 - 2,8 mEq/L 1,0 - 1,4 mmol/L 
Magnésio 2,4 - 3,0 mEq/L 1,2 - 1,5 mmol/L 
Lactato 10 - 22 mEq/L 1,1 - 2,4 mmol/L 
pH 
Líquido lombar
7,28 - 7,32 
Líquido da cisterna 7,32 – 7,34 
PCO2 
Líquido lombar 44 - 50 mmHg 
Analito
Unidades
convencionais
Unidades do SI
Líquido da cisterna 40 - 46 mmHg 
PO2 40 - 44 mmHg 
Outros
constituintes 
 
Amônia 10 - 35 μg/dL 6 - 20 μmol/L 
Glutamina 5 - 20 mg/dL 0,3 - 1,4 mmol/L 
Creatinina 0,6 - 1,2 mg/dL 45 - 92 μmol/L 
Glicose 50 - 80 mg/dL 2,8 - 4,4 mmol/L 
Ferro 1 - 2 μg/dL 0,2 - 0,4 μmol/L 
Fósforo 1,2 - 2,0 mg/dL 0,4 - 0,7 mmol/L 
Lipídios totais 1 - 2 mg/dL 0,01 - 0,02 g/L
Ureia 6 - 16 mg/dL 2,0 - 5,7 mmol/L
Urato 0,5 - 3,0 mg/dL 30 - 180 μmol/L
Zinco 2 - 6 μg/dL 0,3 - 0,9 μmol/L
Fonte: McPherson, Pincus, 2012
A detecção das proteínas do líquor é uma forma de avaliar a permeabilidade da barreira
hematoencefálica. Maior presença de proteínas plasmáticas indica maior permeabilidade da
barreira. Normalmente, a maior parte das proteínas do líquor (cerca de 80%) estão presentes
em virtude da ultra�ltração plasmática, um processo que ocorre através das paredes capilares,
tanto nas meninges quanto no plexo coroide. O restante das proteínas refere-se à produção
intratecal, sendo responsável pelo aumento da produção de imunoglobulinas.
Algumas condições clínicas que levam a uma maior detecção de proteínas no líquor incluem:
meningite bacteriana, meningite viral, outras infecções (como sí�lis e tuberculose), reação
imune pós-infecção (especialmente virais, como rubéola, caxumba e varicela), tumores no
SNC, esclerose múltipla, intoxicação por chumbo e outras doenças do SNC. Alguns
medicamentos também podem levar a alterações nas proteínas do líquor, tais como os anti-
in�amatórios não esteroidais e a carbamazepina, além de qualquer fármaco injetado na coluna
vertebral (antineoplásicos, contraste etc.). Os valores de referência para as proteínas do líquor
variam conforme o local da coleta, conforme exempli�cado na Tabela 4:
Tabela 4 – Valores de Referência para Proteínas no Líquor
Valores de referência para as proteínas totais no LCR (mg/dL)
Líquido ventricular 5 a 15
Líquido suboccipital 15 a 25
Líquido lombar 15 a 45 
Fonte: Motta, 2009
As proteínas totais do líquor podem ser avaliadas por testes colorimétricos ou turbidimétricos.
A determinação de cada proteína e sua concentração no líquor é realizada através da
eletroforese de proteínas. A comparação entre as concentrações proteicas no sangue (plasma)
e no líquor das 10 proteínas mais concentradas são apresentadas na Tabela 5.
Tabela 5 – Comparação das 10 Proteínas     com Maiores
Concentrações no Líquor e no Plasma
LCR
Concentração
média
(mg/L) 
Plasma 
Concentraçã
média (g/L)
Albumina 250 Albumina 45 
β - Trace
(prostaglandina  
D-sintetase)
25 IgG 10 
IgG 20 Fibrinogênio 3 
Transthyretin 17 Transferrina 3 
Transferrina 14 
α2-
Macroglobulina 
2,5 
α1Antitripsina 8 
Apolipoproteína
A 
2 
Apolipoproteína
A 
6 IgA 2 
Fonte: Marshall, 2016
Diferentes proteínas estão associadas a diversas patologias que acometem o SNC, como está
apresentado na Tabela 6.
Tabela 6 – Proteínas e Doenças do SNC
Proteína Principais doenças/distúrbios 
α2-macroglobulina 
Hemorragia subdural, meningite
bacteriana
Proteínas β-amiloide
e τ
Doença de Alzheimer
LCR
Concentração
média
(mg/L) 
Plasma 
Concentraçã
média (g/L)
γ-Trace
(cistatina-C) 
6 Haptoglobina 1,5 
Orosomucoide 3,5 α1-Antitripsina 1,5 
Hemopexina 3 
Fator C3 do
complemento 
1,5 
Proteína Principais doenças/distúrbios 
β2- microglobulina
Leucemia/linfoma, síndrome de
Behçet
Proteína C reativa Meningite bacteriana e viral 
Fibronectina
Leucemia linfoblástica, AIDS,
meningite 
Meta-hemoglobina 
Hemorragia subaracnóidea/subdural
branda 
Proteína básica de
mielina
Esclerose múltipla, tumores, outros
Proteína 14-3-3 Doença de Creutzfeldt-Jacob 
Transferrina 
Vazamento de LCE (otorreia,
rinorreia) 
Fonte: MCPHERSON, PINCUS, 2012
Importante! 
Independentemente da patologia, o aumento das concentrações das
proteínas do líquor ocorre em virtude de duas circunstâncias: a
Além da avaliação das proteínas, outro exame bioquímico realizado no líquor é a avaliação da
glicose no �uido. A glicose do líquor corresponde a 60-70% de seu valor no plasma (glicemia
em jejum). Níveis muito reduzidos de glicose estão associados a meningites bacterianas,
tuberculosa ou fúngicas, enquanto que nas meningites virais os valores podem se apresentar
inalterados ou moderadamente baixos. Neoplasias do SNC com comprometimento das
meninges também levam à redução da glicose no líquor, bem como hemorragias e sarcoidose.
Já os níveis aumentados não possuem valor diagnóstico para patologias do SNC, porém
re�etem os níveis também elevados de glicose no sangue em diabetes mellitus ou outros
casos de hiperglicemia. 
A proporção de albumina no líquor/albumina sérica e o índice de IgG do líquor/sérica podem
ser determinados a partir de testes imunoquímicos. Esses testes auxiliam a avaliar se a
permeabilidade da barreira hematoencefálica está mantida.
Também são avaliados os seguintes analitos no líquor:
permeabilidade aumentada da barreira hematoencefálica, ou uma
redução de �uxo de líquor em virtude de um bloqueio parcial ou
completo de líquor espinal; os bloqueios de �uxo podem ocorrer por
causa de um disco intervertebral prolapsado ou também por
formações de tumores e abcessos na região.
Lactato: níveis no líquor se mostram independentes do nível no sangue. Se o
lactato se encontra elevado no líquor, há indicativo de metabolismo anaeróbio no
SNC causado por hipóxia. Indica pior prognóstico para pacientes com lesão na
cabeça, porém, é mais utilizado para diferenciação dos tipos de meningite, uma
vez que os níveis se encontram normalmente abaixo de 25mg/L na meningite
viral e acima de 35mg/L na meningite bacteriana;
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Testes Microbiológicos
Cloro: se os níveis séricos de cloreto estão alterados, consequentemente os níveis
estão modi�cados no líquor também. Redução dos níveis de cloro está presente na
meningite tuberculosa e bacteriana, assim como em uma infecção fúngica, a
criptococose;
Enzimas: dosagem é útil em algumas doenças especí�cas. A lactato-
desidrogenase encontra-se aumentada em leucemias com envolvimento do SNC,
linfomas, carcinomas metastáticos, meningite bacteriana e hemorragia
subaracnóidea. Nessa hemorragia também há aumento da creatinoquinase, fração
CK-BB; essa elevação também ocorre em trombose cerebral, lesões
desmielinizantes, tumores encefálicos, hidrocefalia e traumatismo craniano. Por
�m, a atividade da lisozima é bastante aumentada em pacientes com meningite
bacteriana ou tuberculosa.
Leitura 
Você sabia que a avaliação de biomarcadores no líquor pode auxiliar
no diagnóstico de Doença de Alzheimer? Aqui você encontra um artigo
de revisão para complementar seus estudos sobre o assunto.
https://www.revneuropsiq.com.br/rbnp/article/download/111/109
Para um correto diagnóstico de infecções no SNC, a realização de um exame microbiológico
no líquor deve ser feita de forma imediata. Diferentes parâmetros bioquímicos e celulares
podem ter resultados sugestivos do tipo de patologia que está acometendo o SNC. Porém, o
diagnóstico de�nitivo do tipo de infecção e do microrganismo ocorre a partir dos exames
microbiológicos. 
A coloração de Gram auxilia no diagnóstico da meningite bacteriana e tuberculosa. Trata-se
de um método rápido e de alta acurácia, necessitando apenas da centrifugação para concentrar
as amostras, tanto para realização da bacterioscopia quanto posteriormente da cultura. Já as
meningites virais exigem diagnóstico molecular para sua con�rmação, e as meningites
fúngicas de testes sorológicos. Na sequência são apresentados os principais métodos e
achados no diagnóstico das meningites, bem como um quadro comparativo entre elas (Tabela
7). A meningite causada por espiroquetas é mais comumente denominada neurossí�lis, como
apresentado na tabela.
Tabela 7 – Achados no Líquor Obtido de Punção Lombar para Diagnóstico
Diferencial de
Meningites e Neurossí�lis
1
Meningite
bacteriana
aguda
Meningite
tuberculosa
Neurossí�lis
Meningite
fúngica
o do
mHg)
Aumentada Aumentada Aumentada Aumentada
o 
Turvo,
purulento 
Incolor e
límpido 
Incolor e
límpido 
Incolor e
límpido 
idade
mm3) 
1.000-
10.000 
5-1.000 5-100 5-100 
Fonte: XAVIER, DORA, BARROS, 2016
Na meningite bacteriana aguda, o líquor se apresenta turvo ou turvo-leitoso, purulento,
podendo estar xantocrômico também. A pressão de abertura geralmente é de 200mmH2O.
Eritrócitos são incomuns, sendo que 85-95% das células presentes são neutró�los. As
proteínas se encontram aumentadas e a glicose é menor que 40% da concentração de glicose
no soro. Quanto maior a concentração da bactéria, maior a sensibilidade da baciloscopia via
coloração de Gram. Dessa forma, em 60-90% dos casos, a baciloscopia é positiva, já a cultura
apresenta resultados em 80-90% dos casos se o paciente não está em tratamento; em
pacientes parcialmente tratados, a sensibilidade pode cair, chegando a 50% ou até 30%.
Nesses casos, o diagnóstico molecular pode ser uma alternativa, pois apresenta 86% de
sensibilidade e 97% de especi�cidade. Em se tratando dos agentes causadores da meningite
bacteriana, as principais bactérias encontradas são:
1
Meningite
bacteriana
aguda
Meningite
tuberculosa
Neurossí�lis
Meningite
fúngica
e célula
minante
Neutró�los Linfócitos Linfócitos Linfócitos
a
L) 
> 250 > 250 50-250 20-200 
Diminuída Diminuída Normal 
Normal ou
diminuída 
do cerebrospinal 
Estreptococos do grupo B, como o Streptococcus agalactiae, e bacilos gram-
negativos, como Escherichia coli, em recém-nascidos;
Figura 4 – Baciloscopia de líquor com presença de
diplococos 
Gram-Negativos, Sugestivo de Neisseria Meningitidis
Fonte: MCPHERSON, PINCUS. 2012
Pneumococo, o Streptococcus pneumoniae, e diplococos gram-negativos, como
Neisseria meningitidis (Figura 4), em bebês a partir dos 3 meses de idade;
Cocobacilos gram-positivos, como Haemophilus in�uenzae, dos 3 meses aos 18
anos de idade. É a maior responsável por meningite em crianças;
Cocobacilos gram-negativos, como Listeria monocytogenes, em indivíduos
imunossuprimidos, além de recém-nascidos, idosos e alcóolatras;
Staphylococcus sp., em casos de traumatismo craniano e cirurgias no SNC.
Apesar de se tratarem de bactérias, a meningite causada por espiroquetas ou por
micobactérias difere em padrões diagnósticos da meningite bacteriana aguda, portanto, são
abordadas separadamente como neurossí�lis e meningite tuberculosa, respectivamente. A
neurossí�lis tem apresentado maior incidência, especialmente como infecção secundária ao
HIV. Além dos parâmetros apresentados na Tabela 7, o diagnóstico de neurossí�lis requer a
realização de testes sorológicos no líquor, sendo especialmente realizado o teste não-
treponêmico VDRL, uma vez que os resultados do teste treponêmico FTA-ABS são
controversos em virtude de resultados falso-positivos. Em virtude disso, o diagnóstico de
neurossí�lis requer tanto a observação do VDRL e FTA-ABS no soro e no líquor, conforme
apresentado na Tabela 8.
Tabela 8 – Diagnóstico de Neurossí�lis
Teste Soro Líquor Diagnóstico
FTA-
ABS
Não-
reativo
NA Exclui-se neurossí�lis
Saiba Mais 
A vacina ACWY previne meningites causadas por meningococos
(Neisseria meningitidis). Já a vacina Hib previne contra meningites por
Haemophilus in�uenzae do tipo B. A vacina Hib reduziu drasticamente a
incidência de meningite por H. in�uenzae em crianças.
Teste Soro Líquor Diagnóstico
FTA-
ABS
Reativo
Não-
reativo
Exclui-se neurossí�lis
FTA-
ABS 
Não-
reativo 
Reativo 
Neurossí�lis ativa,
assintomática, tratada ou
falso-positivo. Observar
contagem de células e
proteínas no líquor 
VDRL Reativo Reativo Provável neurossí�lis 
VDRL 
Não-
reativo 
Reativo Provável neurossí�lis tardia 
Diferentemente da meningite bacteriana, o predomínio de células da neurossí�lis é por parte
dos linfócitos; o líquor apresenta-se límpido e incolor e a glicose se apresenta normal. As
proteínas são detectadas entre 50-250mg/dL.  
Já na meningite tuberculosa, apesar do líquor também se apresentar límpido e incolor e ter
predomínio de linfócitos, a celularidade total e as proteínas se apresentam maiores do que na
neurossí�lis. A glicose também se encontra diminuída na meningite tuberculosa. A
bacterioscopia só se apresenta positiva para Bacilos Álcool-Ácido Resistentes (BAAR) quando
há grande quantidade de amostra para análise, ou seja, pelo menos 6mL de líquor. A cultura
do microrganismo possibilita o fechamento do diagnóstico, mas por serem bactérias de
crescimento lento, a cultura de micobactérias pode demorar seis semanas até o resultado. Em
virtude disso, o diagnóstico molecular por PCR tem auxiliado na con�rmação da meningite
tuberculosa. Outra técnica desenvolvida foi o DOT-ELISA, um método sorológico que foi
padronizado especi�camente para detecção de Mycobacterium tuberculosis no líquor.
As meningites virais são causadas especialmente por enterovírus (80% de todos os casos). É a
única meningite que pode apresentar pressão de abertura normal. No início da infecção
podem ser observados os neutró�los, porém essas células são rapidamente substituídas pelos
linfócitos. Em virtude da baixa sensibilidade da cultura viral, o diagnóstico molecular tem sido
a melhor alternativa para con�rmação da meningite viral. Uma vez que os enterovírus
possuem genoma de RNA, realiza-se a técnica de PCR com Transcriptase reversa (RT-PCR)
nesse diagnóstico.
A meningite fúngica muitas vezes é referida como infecção critococócica, uma vez que o
Cryptococcus é o fungo mais frequentemente isolado no líquor de pacientes com esse quadro. O
método de aglutinação do látex e a detecção direta do fungo por exame de nanquim são as
principais técnicas diagnósticas, apesar da cultura também poder ser realizada se for
necessário exame de maior especi�cidade. A sensibilidade dos métodos está relacionada ao
volume de líquor disponível. Resultado falso-positivo pode ocorrer no caso de líquor contendo
fator reumatoide.
Saiba Mais 
Em se tratando de infecções parasitárias, o líquor é utilizado
especialmente para o diagnóstico de cisticercose e neurotoxoplasmose.
Em ambos os casos, a pressão de abertura pode se encontrar normal
ou elevada, mas o �uido se apresenta límpido. Na cisticercose, além de
linfócitos e monócitos, visualiza-se eosinó�los, células características
das verminoses; glicose e proteínas encontram-se geralmente
normais nessa infecção. Diferentes testes imunológicos podem ser
realizados para con�rmar a cisticercose, tais como ELISA,
hemaglutinação e imuno�uorescência. Já na neurotoxoplasmose, as
proteínas costumam estar aumentadas e a glicose normal ou
Sêmen
Fisiologia
As funções reprodutivas do sistema masculino podem ser estrati�cadas em três eventos
principais: a produção do sêmen, contendo espermatozoides; a capacidade de manutenção da
ereção do pênis, e a ejaculação. Essas funções são reguladas pelo eixo hipotálamo-hipó�se,
cuja sinalização hormonal estimulará as gônadas masculinas, os testículos, para a ocorrência
dos processos reprodutivos. O hipotálamo produz o hormônio liberador de Gonadotro�na
(GnRH) que se liga a receptores especí�cos na adeno-hipó�se, estimulando a síntese e
liberação dos hormônios foliculoestimulante e luteinizante, o FSH e o LH, respectivamente.
Esses dois hormônios, por sua vez, vão atuar nos túbulos seminíferos dos testículos, onde
ocorre a espermatogênese (Figura 5). O FSH atua nas células de Sertoli, que são responsáveis
pela manutenção da espermatogênese e secreção de inibina. Já o LH vai induzir a produção de
testosterona nas células de Leydig. Dois mecanismos de retroalimentação negativas existem
para interromper esse processo: por parte da testosterona, que diminui a secreção de GnRH,
FSH e LH, e por parte da inibina, que só inibe a síntese do FSH (Figura 5).
diminuída. Após a realização do teste do anticorpo, ainda é necessário
o exame de neuroimagem para con�rmar o diagnóstico.
Figura 5 – Túbulos seminíferos e espermatogênese
Fonte: SILVERTHORN. 2017
Figura 6 – Eixo hipotálamo-hipó�se-testículo e regulação
hormonal
Fonte: MCPHERSON, PINCUS. 2012
O sêmen é um �uido derivado dos túbulos seminíferos e de diferentes glândulas do sistema
reprodutor masculino: próstata, vesículas seminais e glândula bulbouretral (Figura 7). Ao
�nal, sua composição se divide em espermatozoides (10%) e secreções glandulares (90%),
Vídeo 
Além das células de Sertoli e Leydig, os túbulos seminíferos abrigam
as células germinativas masculinas em seus diferentes estágios de
diferenciação, desde a espermatogônia até o espermatozoide maduro.
Essa animação vai te ajudar a relembrar como ocorre a gametogênese
masculina, denominada espermatogênese:
Espermatogenese
https://www.youtube.com/watch?v=CfeI3bQFaKU
sendo a maior parte dessa secreção produzida pela próstata e vesículas seminais. A secreção
prostática tem composição leitosa e presença dos íons cálcio e fosfato; seu pH alcalino auxilia
a neutralizar a acidez vaginal. A secreção mucosa das vesículas seminais é rica em frutose, o
que permite a nutrição dos espermatozoides, e em �brinogênio, levando à coagulação do
sêmen. Por �m, a secreção mucosa da glândula bulbouretral é responsável pela lubri�cação da
uretra. O resumo dos componentes do sêmen e suas funções está disponível na Tabela 9.
Figura 7 – Anatomia do sistema reprodutor masculino
Fonte: SILVERTHORN. 2017
Tabela 9 – Componentes do Sêmen e suas Funções
Componente Função Origem
Espermatozoide Gameta
Túbulos
seminíferos
Muco Lubri�cante
Glândulas
bulbouretrais
Componente Função Origem
Água Fornece o meio líquido 
Todas as glândulas
acessórias 
Tampões
Neutraliza o ambiente
ácido da vagina 
Próstata,
glândulas
bulbouretrais 
Nutrientes
Frutose
Ácido
cítrico
Vitamina C
Carnitina
Nutrição dos
espermatozoides 
Vesículas seminais
Próstata 
Vesículas seminais 
Epidídimo
Enzimas 
Coagulam o sêmen na
vagina, depois
liquefazem o coágulo
Vesículas seminais
e próstata 
Zinco 
Desconhecida; possível
associação com a
fertilidade 
Desconhecida 
Componente Função Origem
Prostaglandinas 
Contração do músculo
liso; podem ajudar no
transporte dos
espermatozoides
Vesículas seminais 
Fonte: SILVERTHORN, 2016
Os espermatozoides são gametas pequenos e móveis, adquirindo sua morfologia característica
após o processo de espermiogênese, que começa quando a célula ainda se encontra em
estágio de espermátide. As duas meioses e a espermiogênese levam em torno de 64 dias para
serem concluídas. Os gametas são então liberados dentro do lúmen dos túbulos seminíferos
junto à porção líquida do sêmen. Durante seu transporte ao longo do epidídimo, os
espermatozoides completam sua maturação, estando aptos �nalmente a nadar; esse processo
leva em torno de 12 dias. Cerca de 200 milhões de espermatozoides são produzidos por dia, e
esse é o número aproximado de gametas liberados a cada ejaculação.
Saiba Mais 
A vasectomia é a cirurgia de esterilização masculina, sendo um
método contraceptivo seguro. Trata-se de um procedimento simples,
que envolve o corte dos canais deferentes, impedindo que os
espermatozoides sejam conduzidos dos testículos até o pênis. A porção
líquida do sêmen é produzida e liberada normalmente na ejaculação.
A avaliação do sêmen é o primeiro exame para investigação de subfertilidade ou infertilidade
masculina. Também pode ser utilizada para cadastro de doadores de esperma e veri�cação de
sucesso de procedimento cirúrgico tal como a vasectomia. Trata-se de um exame custo-
efetivo e com amostra de fácil obtenção. Resultados normais demonstram que a
espermatogênese está ocorrendo conforme o esperado. Resultados anormais, ou fora dos
valores de referência, são apenas indicativos de infertilidade ou subfertilidade, devendo ser
realizados exames posteriores, especialmente avaliando hormônios do eixo hipotálamo-
hipó�se-testículo para diagnóstico �nal. Esses exames complementares são denominados de
avaliação andrológica.
Coleta e manuseio da amostra
Para realização de espermograma, uma amostra de sêmen deve ser coletada com período de
abstinência de 2 a 5 dias de qualquer ejaculação. Intervalos superiores ou inferiores podem
alterar o resultado do exame. Preconiza-se a avaliação de duas amostras, sendo essas
coletadas em intervalo máximo de 7 dias entre elas. Se houver diferenças relevantes entre as
amostras, novas coletas podem ser solicitadas. A coleta da amostra ocorre pelo próprio
indivíduo, através da masturbação, devendo ser necessariamente depositada em frasco estéril.
Recomenda-se ao paciente esvaziar a bexiga antes de proceder com a coleta. Amostras podem
ser coletadas em ambiente domiciliar, inclusive durante a relação sexual através do coito
interrompido. No entanto, uma série de interferentes podem prejudicar a qualidade e a
Essa cirurgia, no entanto, não impede a espermatogênese, por isso
recomenda-se manter o uso de outros métodos contraceptivos por 3
meses após a cirurgia, além de realizar o espermograma para veri�car
se o procedimento foi bem-sucedido. Trata-se de uma intervenção
rápida, podendo ser realizada em âmbito ambulatorial e apenas com
anestesia local.
validade do exame. No caso da relação sexual, a coleta deve ser realizada com uso de
preservativo para evitar contaminação bacteriana ou interferência de pH (o pH vaginal, por
exemplo, é bastante ácido). A temperatura também pode interferir no exame, devendo o
sêmen ser mantido sempre entre temperaturas de 23 a 37°C. Ou seja, se a amostra for coletada
em domicílio, é necessário transportar o material rapidamente para o laboratório ou clínica de
reprodução assistida.
Importante! 
Algumas técnicas de reprodução assistida requerem que o
espermatozoide seja rapidamente isolado do líquido seminal,
portanto, nessas situações pode ser inviável realizar a coleta em
domicílio.
O sêmen é um material biológico tal como o sangue! O �uido é um
potencial reservatório de vírus HIV, HBV (causador da hepatite B) e
HCV (causador da hepatite C), caso o paciente possua alguma dessas
infecções. Por isso, quando você for analisar esse material, todas as
normas de biossegurança devem ser seguidas à risca, visando garantir
sua segurança e integridade! 
Análise do Sêmen
A análise deve ser iniciada em até uma hora após a coleta do sêmen. O exame consiste na
avaliação macroscópica e microscópica do �uido, o que inclui a avaliação do líquido seminal e
dos espermatozoides, quanto a sua morfologia, motilidade e aspectos quantitativos. Os valores
de referência a ser encontrados tanto no exame macroscópico quanto no microscópico estão
listados na Tabela 10.
Tabela 10 – Valores de Referência para Variáveis no Sêmen
Variante Intervalo de referência
Volume >1,5mL
pH >7,2
Concentração de
esperma 
>15×106 espermatozoides/mL 
Contagem total >39×106 espermatozoides/ejaculação 
Motilidade 
40% ou mais com motilidade total
(PR+NP) 
32% ou mais com motilidade PR
Vitalidade 58% ou mais vivos 
Células brancas
sanguíneas 
<1×106 células por ejaculação 
Variante Intervalo de referência
Frutose >13μmol/ejaculação 
Fonte: MARSHALL, 2016
O exame macroscópico deve ocorrer após liquefação, o que normalmente ocorre em até 20
minutos após a coleta. Para tanto, o sêmen deve ser mantido em temperatura ambiente.
Realiza-se a homogeneização da amostra, tomando nota quanto a sua viscosidade e coloração
(deve ter aspecto leitoso). A avaliação do volume é realizada a partir da pesagem, sendo o
frasco pesado antes e após a coleta. Também é realizada a aferição do pH, que deve estar entre
7,2 e 7,8. Algumas condições clínicas já podem ser detectadas na avaliação macroscópica do
sêmen:
O exame microscópico, por sua vez, permite a avaliação da concentração, motilidade e
aglutinação dos espermatozoides.
Não ocorreu liquefação: provável secreção prostática inadequada;
Tonalidade amarelada: pirospermia
(presença de leucócitos no sêmen);
Tonalidade ferrugem: sangramento na vesícula seminal;
pH > 8: infecções agudas na próstata, vesícula seminal ou epidídimo;
pH < 7: obstrução de ductos ejaculatórios.
Se o sêmen apresenta viscosidade normal, 8uL de sêmen são utilizados para avaliação da
amostra. Além dos espermatozoides, outras células podem ser observadas em microscopia, tal
como os leucócitos e células arredondadas (chamadas espermatozoidogênicas). Para a
contagem dos espermatozoides, utiliza-se um hemocitômetro ou uma microcâmara, sendo
realizadas duas alíquotas da amostra antes de proceder com a contagem. Devem ser realizadas
oito leituras (campos), quatro em cada alíquota. Registra-se a média pelo cálculo da contagem
total de espermatozoides, multiplicando-se o fator de diluição pelo volume normal de sêmen.
Já na avaliação da motilidade são avaliados os espermatozoides que se movem para frente,
sendo esse valor expresso em percentual. O movimento do espermatozoide é classi�cado em
três categorias, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS):
Saiba Mais 
Na aglutinação, os espermatozoides aderem um ao outro, tanto
através de suas cabeças quanto de suas caudas. Vários tipos de
aglutinação podem ser observados, sendo relacionados a infecções
bacterianas ou inclusive sugerindo uma infertilidade de etiologia
imunológica. Qualquer tipo de aglutinação deve ser anotado e
apresentada no laudo do espermograma.
Motilidade Progressiva (PR): movimento ativo, linear ou em círculo largo. Não se
considera a velocidade;
Motilidade Não Progressiva (NP): há motilidade, porém sem progressão;
Imotilidade (IM): espermatozoide não se movimenta.
Clique no botão para conferir o vídeo indicado.
ACESSE
Segundo a OMS, pelo menos 40% dos espermatozoides devem ser móveis (somando PR e NP),
sendo esse parâmetro denominado de motilidade total, e pelo menos 32% deles devem
apresentar Motilidade Progressiva (PR). Ainda, pelo menos 5% dos espermatozoides devem
estar vivos. Esse parâmetro é mais criteriosamente avaliado se a motilidade total for inferior a
40%.
Se uma amostra não apresenta espermatozoides, ela deve ser centrifugada (toda o volume da
amostra) e avaliada. Qualquer fragmento de espermatozoide, mesmo que dani�cado deve ser
registrado. Essa avaliação é importante para pacientes que estão averiguando o sucesso de
uma vasectomia. Mesmo que o sêmen não apresente espermatozoides, recomenda-se repetir
o procedimento 4 ou 6 meses após o primeiro exame.
Um dos principais parâmetros para avaliação da fertilidade é a avaliação da morfologia dos
espermatozoides. Poucas amostram apresentam mais de 25% de espermatozoides com
morfologia normal, sendo o limite inferior de referência de 4%. Segundo a OMS, deve ser
observado a cabeça, a peça intermediária e as caudas, que podem ser curvas, mas não
onduladas. O capuz acrossômico é a característica mais alterada na morfologia dos
Vídeo 
Neste vídeo, gravado a partir de microscopia de campo escuro, você
pode visualizar a motilidade progressiva, não progressiva e
imotilidade dos espermatozoides.
https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/images/a/ac/Spermatozoa_motility_01.mp4
espermatozoides. Para facilitar essa análise, uma varredura morfológica realizada com auxílio
de ferramentas computacionais é indicada.
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Leitura 
Ficou curioso para avaliar a morfologia dos espermatozoides? Acesse o
site da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina para
visualizar algumas imagens e entender um pouco mais sobre os
parâmetros avaliados.
Você Sabia? 
Como sabemos que um espermatozoide é normal, sendo que a maioria
deles apresenta problemas de morfologia? Esses estudos se baseiam
nos resultados positivos a partir de técnicas de reprodução assistida,
mas também da visualização de espermatozoides coletados
diretamente da zona pelúcida oocitária. São os chamados
espermatozoides “preferidos da zona”. 
https://www.spdm.org.br/blogs/reproducao-humana/item/1316-7indo-alem-do-espermograma
Após a avaliação microscópica do sêmen, o laudo deve distinguir a etiologia das alterações
encontradas, conforme segue:
As principais condições clínicas associadas a essas alterações no espermograma estão listadas
na Tabela 11:
Tabela 11 – Principais Fatores Associados à Fertilidade Masculina
Anormalidades
testiculares 
Criptorquidia, infecção, trauma, torsão, tumor,
varicocele 
Anormalidades
penianas
Hipospádia, impotência
Distúrbios Ejaculação retrógrada, anenjaculação
Azoospermia: ausência de espermatozoides após centrifugação;
Criptozoospermia: espermatozoides foram identi�cados apenas após a
centrifugação;
Oligozoospermia: < 15 milhões de espermatozoides/mL foram identi�cados;
Astenozoospermia: < 32% de espermatozoides com motilidade progressiva ou <
40% de espermatozoides com motilidade total;
Teratozoospermia: < 4% de espermatozoides com morfologia normal
ejaculatórios
Toxinas e
medicamentos 
Esteroides anabolizantes, cigarro, cafeína,
maconha, cocaína, álcool, medicações
(antidepressivos, agentes alquilantes,
cimetidina, AAS em largas doses, colchicina,
dietilestilbestrol, IMAO, nitrofurantoína,
fenitoína,espironolactona, sulfassalazina) 
Fatores
ambientais 
Pesticidas, metais pesados (cobre, cádmio,
manganês), radiação, hipertermia (saunas,
piscinas térmicas) 
Doenças
sistêmicas 
Cirrose hepática, insu�ciência renal, diabetes 
Anormalidades
genéticas 
Síndrome de Klinefelter, mutações do gene
CFTR (�brose cística), microdeleções do
cromossomo Y, síndrome de Down, distúrbios
ligados ao cromossomo X (síndrome de
Kallmann, síndrome de Reifenstein), doença dos
rins policísticos,Prader-Willi, discinesia ciliar
primária (Kartagener e Young) 
Anormalidades
hipotálamo-
hipo�sárias 
Prolactinoma, hipogonadismo
hipogonadotró�co 
Outros 
Cirurgias genitais, inguinais, pélvicas ou
retroperitoneais prévias, presença de anticorpos
antiespermatozoides, estado febril nos últimos
três meses, idiopático 
IMAO, inibidor da monoaminoxidase; AAS, ácido acetilsalicílico; CFTR, regulador da
condutância transmembrana da �brose cística.
Fonte: XAVIER, DORA, BARROS, 2016
Realização de ensaios adicionais
As células arredondadas podem ser avaliadas e até mesmo diferenciadas em células
germinativas imaturas (antes de sua diferenciação em espermatozoide) e leucócitos do tipo
polimorfonucleares, que podem ser diferenciados dos linfócitos por adquirirem coloração na
presença de peroxidase. O número total de células arredondadas não deve ultrapassar 5
milhões/mL, sendo que até 1 milhão/mL de leucócitos é considerado normal. 
Presença de bactérias e de células epiteliais (contaminantes) deve ser observada. Se
apresentar bactérias, pode ser recomendada uma coleta de urina para realização de Exame
Qualitativo (EQU) e urocultura.
Se for constatado azoospermia com pH baixo e volume de líquido seminal também reduzido,
sugere-se a realização do teste de frutose para veri�car a presença de secreção proveniente da
vesícula seminal. Níveis baixos de frutose sugerem disfunção dessa vesícula ou obstrução.
Esse mesmo teste pode ser realizado em urina de pós-ejaculação, visando avaliar ejaculação
retrógrada.
Saiba Mais 
Durante a ejaculação, o colo da bexiga deve se fechar. Na ejaculação
retrógrada, o colo permanece aberto. Nessa condição, o sêmen, ao
invés de prosseguir pela uretra, faz o movimento contrário, em
A detecção de infertilidade imunológica pode ocorrer a partir de testes imunológicos, tais
como testes de aglutinação. Os anticorpos mais frequentemente detectados são o IgA e o IgG,
mas eventualmente o IgM também pode ser encontrado. A detecção desses anticorpos pode
ser relevante no entendimento da infertilidade, pois sua presença pode impedir o movimento
dos espermatozoides no trato reprodutor feminino, e até mesmo impedir a fecundação. Esses
anticorpos são detectados em 10% dos homens com diagnóstico de infertilidade.
Outro fator importante na fertilidade
é a interação do espermatozoide com o muco cervical.
Em um casal que está tentando engravidar, esse teste pode ser realizado alguns dias antes da
ovulação. Se os espermatozoides permanecerem com mobilidade progressiva na presença do
muco cervical, esse fator pode ser descartado como causa de infertilidade.
O teste de vitalidade espermática, por sua vez, é realizado através da exposição do sêmen a
corantes, tal como a eosina. Esse teste permite avaliar se um espermatozoide imóvel é viável.
Esse gameta não terá a habilidade de nadar até o óvulo e realizar a fecundação, mas pode, por
exemplo, ser utilizado em técnicas de reprodução assistida para a fecundação, tal como a
injeção intracitoplasmática de espermatozoides (sigla ICSI, do inglês Intracytoplasmic Sperm
Injection). 
Outro teste que pode ser realizado é a avaliação da fragmentação do DNA, que pode estar
presente em homens inférteis, mas que apresentem resultados normais no espermograma.
Esse teste avalia o grau de fragmentação do material genético após exposição a um agente
químico. No caso de uma fragmentação anormal, o processo de fecundação pode não ocorrer
normalmente, especialmente na etapa de fusão dos pró-núcleos feminino e masculino.
direção à bexiga. Essa condição leva à redução do volume de sêmen e,
até mesmo, azoospermia.
Controle de qualidade de análise do sêmen
Cada laboratório deve implementar um programa de garantia de qualidade, de forma a
con�rmar se seus resultados são exatos e precisos. Esse programa deve monitorar a
qualidade e a adequação dos dados, além de promover ações de melhoramento contínuo. O
manual de qualidade desse programa deve conter os Procedimentos Operacionais Padrão
(POPs) a serem utilizados, além do conjunto detalhado de ações de controle de qualidade
interno do laboratório. Para realização desse controle de qualidade, o laboratório pode optar
por comprar amostras comercialmente disponíveis ou armazenar suas próprias amostras.
Essas amostras podem ter seus parâmetros estimados a partir de múltiplas avaliações, o que
permite a redução de erros sistemáticos.
Amostras de sêmen de concentração variável podem ser diluídas e armazenadas para
realização do controle de qualidade. Apesar de ser possível utilizar amostras de múltiplos
pacientes para esse �m, a aglutinação pode ocorrer e impedir a utilização desse material. Nas
análises de morfologia e vitalidade, amostras de diferentes qualidades devem ser
armazenadas. Para avaliação da morfologia, o preparo de lâminas de esfregaço de sêmen deve
ser realizado, podendo ou não se tratar de lâminas coradas. Já nas análises de vitalidade,
recomenda-se corar com eosina-nigrosina. Quanto à motilidade, recomenda-se o uso de
vídeos e imagens previamente fornecidos ou por laboratórios de referência ou por agências de
controle de qualidade externo.
Esses parâmetros são importantes porque, mesmo em uma amostra bem homogeneizada, os
espermatozoides podem se distribuir de forma aleatória no líquido seminal, o que reduz a
precisão no espermograma. Se o número de espermatozoides avaliados quanto à motilidade e
morfologia, por exemplo, não forem representativos de toda a amostra, o laudo pode não
representar o real quadro clínico do paciente. Esses erros são chamados de aleatórios, pois
estão relacionados à amostragem.
Importante! 
O controle de qualidade na análise do sêmen procura reduzir tanto
erros aleatórios quanto sistemáticos ao mínimo aceitável, visando
uma melhor con�abilidade dos resultados apresentados.
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta
Unidade:
  Livro  
Condutas Práticas em Infertilidade e Reprodução Assistida
– Homem  
ALVARENGA, C. Condutas Práticas em Infertilidade e Reprodução
Assistida – Homem. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2017.  
Para ler este livro é necessário acessar a Área do Aluno, seguindo os passos: Vida
Acadêmica > Biblioteca > E-Books - Minha Biblioteca. (Lembre-se de manter
atualizado o seu catálogo em Menu > Ferramentas > Atualizar Biblioteca) 
  Vídeos  
Academia do Líquor: 
A Academia do Líquor, fundada pelo farmacêutico bioquímico João Batista Costa Neto, atua no
2 / 3
 Material Complementar
ramo da Medicina Diagnóstica Laboratorial e tem como objetivo promover conhecimento para
auxiliar pro�ssionais a otimizarem suas técnicas de coleta, análise e interpretação do Líquido
Cefalorraquidiano - LCR.
Clique no botão para conferir o vídeo indicado.
ACESSE
  Leituras  
Cerebrospinal �uid: history, collection techniques, indications,
contraindications and complications
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Manual da OMS para o exame e processamento do sêmen
humano
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
https://www.youtube.com/channel/UCRWJH6upVQSW3HWsI_ywODQ
https://www.scielo.br/j/jbpml/a/DpqyKS9CXBM7dY3QdXvFB6F/?lang=en
https://pncq.org.br/uploads/pdfs/manual_laboratorio_oms_A5_web.pdf
MARSHALL, W. J. Bioquímica Clínica - Aspectos Clínicos e Metabólicos. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2016. 9788595151918. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151918/> Acesso em:
10/09/2021
MCPHERSON, R. A.; PINCUS, M. R. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos
Laboratoriais de Henry. Barueri: Manole, 2012. 9788520451854. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451854/> Acesso em:
10/09/2021
MOTTA, V. Bioquímica Clínica para o Laboratório - Princípios e Interpretações. Rio de
Janeiro: MedBook, 2009. 9786557830260. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830260/> Acesso em:
10/09/2021
MURPHY, M. J. Bioquímica Clínica. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019. 9788595150751.
Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595150751/> Acesso
em: 10/09/2021
OMS, Organização Mundial da Saúde. Manual da OMS para o exame e processamento do
sêmen humano, 2010. Disponível em:
<https://pncq.org.br/uploads/pdfs/manual_laboratorio_oms_A5_web.pdf> 
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana. Porto Alegre: Grupo A, 2016. 9788582714041.
Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714041/> Acesso
3 / 3
 Referências
em: 10/09/2021
XAVIER, R. M.; DORA, J. M.; BARROS, E. Laboratório na Prática Clínica. Porto Alegre: Grupo A,
2016. 9788582713082. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713082/> Acesso em:
10/09/2021
Sites Visitados
When we show up to the present moment with all of our senses, we invite the world to �ll us
with joy. The pains of the past are behind us. The future has yet to unfold. But the now is full
of beauty simply waiting for our attention.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando