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CAPÍTULO III DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Perigo de contágio venéreo Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º - Somente se procede mediante representação. Perigo de contágio de moléstia grave Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998) Abandono de incapaz Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9777.htm#art1 Pena - detenção, de seis meses a três anos. § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Exposição ou abandono de recém-nascido Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133%C2%A73iii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133%C2%A73iii em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Maus-tratos Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando- a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990) CAPÍTULO IV DA RIXA Rixa Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. CRIME DE PERIGO X CRIME DE DANO Quando algo passa a ter um significativo valor, torna-se um bem. Inicia-se, então, o interesse de tutelar esse bem, proteção essa que no mundo do direito é feita através da normatização. Tutelado pela legalidade, esse bem passa a se apresentar como um bem jurídico, e tendo a proteção dada pelo legislador penal os doutrinadores o considera como bem jurídico tutelado penalmente. Por essa razão, para permanecer a paz social seria necessário adotar certas atitudes que apontem para a tutela desses bens. Desta forma, dentre muitos bens que existem, o Direito escolhe alguns para tutelar, tornando-os assim, bens jurídicos. Por conseguinte, bem jurídico é quando o Direito reconhece esse interesse que o ser humano tem por um bem existencial. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art263 É o Direito que faz a transformação do interesse do homem pelo bem existencial em bem jurídico. Luiz Regis Prado , explicita que "O bem jurídico, como bem do direito, conjuga o individual e o social (de natureza material ou espiritual) e tem suficiente importância para manter a livre convivência social." O conceito de bem jurídico materialmente falando, reside nas experiências sociais, sobre a qual recaem juízos de valor, primeiro pelo constituinte e depois pelo legislador ordinário. Trata-se de um conceito precisamente valorado e relativo, ou seja, válido para determinado momento histórico-cultural e para um determinado sistema social. Nos crimes de perigo, o delito consuma-se com o simples perigo criado para o bem jurídico”, e para Fernando Capez os crimes de perigo “para a consumação, basta a possibilidade de dano, ou seja, a exposição do bem a perigo de dano” ou seja a prática de um comportamento típico que produza perigo de lesão ao bem jurídico protegido. Portanto basta a probabilidade de causar dano. No delito de perigo tem seu contraposto o delito de dano, pois o primeiro a norma não exige uma lesão efetiva do bem jurídico tutelado. Podem ser subdivididos em PERIGO CONCRETO e PERIGO ABSTRATO O jurista Luiz Regis Prado define de forma sucinta o que é o delito de dano, mas utilizando a expressão delito de lesão de forma sinônima, assim para esse autor, “delito de lesão: a conduta delitiva provoca um dano concreto ou material. Trata- se de uma especificação do delito de resultado com efetiva lesão”. O crime de perigo seria um degrau antecedente ao crime de dano. Para Rogério Greco a punição dos crimes de perigoabstrato contraria a regra do princípio da lesividade visto que caso nenhum perigo subsista o que se está a punir é a mera desobediência ou a violação formal da lei por parte de uma ação inócua. Ex- motorista sem habilitação parado na blitz.( estava em velocidade compatível, direção comedida, obedeceu as regras de trânsito....portanto não ofereceu perigo algum...-ROGÉRIO GRECO) portanto para ele as infrações de perigo abstrato devem ser revistas e permanecer somente perigo concreto. Deve-se fazer portanto para se saber se é perigo abstato ou concreto uma ilação EX ANTE(antes)- perigo abstrato e EX POST(depois) perigo concreto Ex- carros a 180 km numa rodovia excelente sem ninguém ao lado do motorista...sem carros ou pessoas na estrada...radar te pega....EX ANTE ( perigo abstrato ...pode ser mas EX POST não pois não houve perigo concreto) CONSUMAÇÃO- perigo abstrato no momento que pratica ou se abstem de praticar e no perigo concreto com o perigo de dano COMENTÁRIOS AOS ARTIGOS Perigo de contágio venéreo Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º - Somente se procede mediante representação. Manter relações sexuais sabendo que tem doença transmissível ou pelo menos deveria saber que teria e não informar o parceiro é crime O “deva saber”, apesar de parte da doutrina afirmar que poderia ser uma modalidade culposa, discordamos, pois para se falar em crime culposo imprescindível seria a expressa previsão legal, conforme determina o princípio da excepcionalidade do crime culposo. Na esteira, temos que tal delito é classificado com de perigo abstrato ou presumido, pois não há que se provar que a relação sexual era capaz de transmitir a doença, diferentemente do art. 131 que virá logo abaixo que é de perigo concreto ou efetivo, pois é necessário provar que o ato praticado pelo agente era capaz de transmitir a moléstia grave, pois há doenças que podem ser transmitidas por um simples aperto de mão ou uso de copos ou talheres, portanto caso não seja possível transmitir a moléstia grave pelo ato praticado pelo agente, descortinado estará o crime oco, crime impossível, tentativa inidônea, O artigo 130 do Código Penal descreve o delito de perigo de contágio venéreo, que consiste no ato de colocar alguém em risco de contaminação por ato sexual, sabendo que possui doença que pode ser transmitida, mas deixa de informar o parceiro. A pena prevista é de 3 meses a 1 ano de detenção e multa. A pena é maior para o caso de a pessoa ter a intenção de transmitir a doença, neste caso a punição é de reclusão de 1 a 4 anos e multa. SUJEITO ATIVO- somente a pessoa contaminada SUJEITO PASSIVO-qq pessoa Rogério Greco, ao tratar da Classificação Doutrinária, de forma objetiva, mas com extremo conteúdo: “Crime próprio quanto ao sujeito ativo (uma vez que somente a pessoa contaminada é que poderá praticá-lo); Há necessidade de prova pericial para demonstrar a materialidade do crime e se estava contaminado no momento do crime( ?? ele está obrigado a produzir prova contra si https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623702/artigo-131-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 mesmo...?? ) lembrando que o crime é de exposição a perigo e não havendo contaminação NÃO DEIXARÁ VESTÍGIO....diferente do artigo abaixo Pergunta: e se a vítima consentir sabendo da moléstia do autor afasta o crime ? NÃO, apesar da disponibilidade da saúde e da integridade corporal serem disponíveis, nesse caso a moléstia é grave mas poderia se fosse leve.( Rogério Greco)...Bitencourt e Hungria não aceitam essa posição pois alegam que o interesse seria público e não particular) mas Greco rebate dizendo que ação depende de representação – é do JESP - portanto isso não procede pois deveria ser pública incondicionada. A doutrina dominante informa que há necessidade de contato pessoal de qq natureza e devem ter cunho sexual deixando aflorar a libido..Ex _ enviar esperma pelo correio não serve e apertar a mão também. Se a vítima vier a se contaminar permanece o crime mas se for grave é ARTIGO 129 PAR 1º OU 2º- Vítima já contaminada pela mesma doença- CRIME IMPOSSÍVEL ou se autor pensa que está contaminado mas está são – CRIME IMPOSSÍVEL AIDS não é doença venéria podendo ser homicídio tentado ou consumado dependendo da intenção do autor. Perigo de contágio de moléstia grave Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Nesse sentido, o art. 131 do CP (perigo de contágio de moléstia grave) é um crime em que é imprescindível a vontade, a intenção, de transmitir a doenças, pois do contrário, ausente o chamado dolo específico, ou elemento subjetivo especial do tipo, chamado pela doutrina https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623702/artigo-131-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 contemporânea, estaríamos diante de um fato atípico, uma atipicidade absoluta. Na verdade é delito de dano apesar de constar no capítulo el estudo. É de forma livre e pode ser praticado por ats de qq natureza e não somente sexual. Moléstia grave é conceito fornecido pela Medicina sendo aqueles que o Min.Saude obriga notificar com ofebre amarela, cólera, tifo, varíola, Covid,lepra, leishmaniose, difteria etc.. Sujeito ativo é somente a pessoa contaminada por isso é delito próprio no sujeito ativo qq pessoa. É ainda crime doloso, formal, comissivo ou comissivo por omissão. Ação é pública incondicionada e necessita de ex .corpo delito Admite-se tentativa. Art 132 do CP- não será objeto de estudo Art. 133 - Abandono de incapaz Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos. § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Resulta da obrigação de zelar pela segurança da vítima que pode decorrer da lei (pais ou responsáveis legais, cônjuges, companheiros resultante de união estável ou concubinato etc, parentes e outros). É crime de perigo concreto. A finalidade não pode ser causar morte ou lesão corporal. Cuidado é o amparo acidental (esposa enferma). Guarda é o amparo necessário à pessoa de menor idade (filho). Vigilância é o cuidado com a segurança do pupilo (babá). A autoridade é a relação que deriva do poder/dever legal (agente penitenciário em relação ao preso) A incapacidade pode ser física, mental, permanente (paralisia) ou temporária (embriagado) Para Hungria: absoluta: em razão das condições (bebê) ou acidental: em razão das circunstâncias (alpinista experiente abandonado nas montanhas). Abandonar é deixar à própria sorte,desamparar,deixar só e só pode cometê-lo quem tinha a obrigação de não abandonar...garantidoras ...portanto é crime próprio, doloso, forma livre comissivo ou omissivo impróprio, instantâneo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133%C2%A73iiihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133%C2%A73iii O dolo é específico na vontade de expor ao perigo. Não há punição a título de culpa e o erro quanto ao dever de assistir deve ser examinado nos termos dos artigos 20 e 21 do Código Penal. Consuma-se com o abandono, desde que ponha o ofendido em perigo, mesmo que momentaneamente e o perigo deve ser demonstrado caso a caso com a presença da situação efetivou o perigo concreto à vítima. Causar de aumento de pena: a) se resulta lesão grave (§1º), forma preterdolosa; b) se resulta morte (§2º), também preterdolosa; Majorantes -c) se o abandono é em lugar ermo (§3º,I), considerando-se como tal o local habitualmente solitário (centro comercial desocupado à noite não se enquadra); d) se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima (§3ºII) e)III,se a vítima é maior de 60 anos. Resultado agravador: Se o resultado lesão grave ou morte (§§ 1º e 2º) não for devido ao menos à culpa do agente, não deverão incidir estas qualificadoras conforme o disposto no artigo 19 do Código Penal (agente causado ao menos culposamente). A ação é pública incondicionada. Art. 134 - Exposição ou abandono de recém-nascido A ação ou omissão de abandono deve ser praticada com a finalidade de ocultar a desonra própria e lei preferiu colocar o recém-nascido nesse artigo quando poderia tê-lo proteigo no artigo anterior. É crime próprio tanto em relação ao suj.ativo- somente a mãe- e passivo o bebê; perigo cncrto,doloso, forma livre, comissivo ou omissivo impróprio. O bem jurídico é a vida e a saúde do recém nato. Ação é pública incondicionada. Art. 135 – Omissão de Socorro Bem Jurídico protegido: A vida e a saúde Sujeito Ativo: Qualquer pessoa que não aja como garantidora Sujeito passivo: a criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida A consumação se dá quando houve o efetivo perigo para a vida ou saúde do suj. passivo caso a caso. É somente doloso e não tem modalidade culposa. Ação é publica incondicionada. Núcleos do tipo: 1) “Deixar de prestar assistência” = Não fazer algo, não ajudar, não assistir 2) “Quando podia fazê-lo sem risco pessoal” = Tinha condições de agir, sem que a sua atitude colocasse a sua própria segurança pessoal em risco. 3) “Criança abandonada ou extraviada” = Criança segundo o Art. 2º do ECA é o menor de 12 anos. Abandonada é ser deixada à própria sorte pelos seus responsáveis; Extraviada é ter pedido contato, não sabendo retornar ao encontro de seus responsáveis. 4) “Pessoa inválida”: É toda aquela incapaz de prover a sua própria segurança, por condições normais ou acidentais: Ex: Velhos, enfermos, aleijados, paralíticos, cegos e etc). 5) “Pessoa ferida”= Pessoa que teve sua integridade física violada, seja por ela própria, ato de terceiro ou caso fortuito”, restando impossibilitada de, por contra própria, buscar ajuda. Formas de assistência: 1) Direta: Deve prestar assistência pessoalmente, sem risco pessoal - (Conduta primária). 2) Indireta: Deve solicitar o socorro de “autoridade pública”- (Recurso supletivo; subsidiário). Obs: Não havendo possibilidade de exercer qualquer uma das condutas descritas, o fato é atípico. Ex: Pessoa ferida após cair em barranco na estrada; área de risco e inacessível; sem sinal de celular Erro de tipo quanto ao “risco”: Exemplo – criança que invade área reservada aos jacarés no Zoologico, o agente imaginando o “risco” de tentar salvar a criança e ser atacado pelos jacarés, não age. Depois, é informado que aquela área destinada aos jacarés estava desativada. “Autoridade Pública”: Não é qualquer autoridade pública, considerada genericamente, mas, aquela que tem o dever de afastar o perigo”.ex_ Juiz e promotor não entram e sim quem deve , tem e pode prestar auxílio Precedente do STF – Quem deu causa à situação de perigo, responde por figura autônoma, e não pelo art. 135. RHC – 42472/SP, Rel. Min. Pedro Chaves: “Não configura o delito previsto no art. 135 do Código Penal, a omissão de socorro por parte de quem provou dolosa ou culposamente a exposição a perigo.” Inadmissível tentativa Inadmissível na modalidade culposa O profissional de saúde que, comprovadamente, comete o crime de omissão de socorro deve ser devidamente punido com a aplicação da pena de detenção e/ou multa. Para isso, é necessário observar qual foi a conduta do médico, enfermeiro ou técnico. Em regra, a pena aplicada será a de detenção, de um a seis meses, além da possibilidade de multa. A pena pode aumentar o dobro, caso a conduta omissiva tenha sido responsável por ocasionar lesão corporal de natureza grave na vítima, e triplicada se o paciente vier a falecer. Caso a omissão de socorro esteja diretamente ligada à imposição de condição prévia para o atendimento hospitalar, deverá ser aplicada a multa e a pena de detenção, de três meses a um ano. Além disso, a pena pode ser aumentada até o dobro, se porventura o impedimento do atendimento ocasionou lesão corporal de natureza grave. Por sua vez, pena poderá ser aplicada até o triplo, se a recusa de atendimento resultar na morte da vítima. Nos casos em que o profissional da saúde se encaixe na condição de garantidor (Art. 13 do CP), e o paciente venha a falecer ou sofra lesão grave, ele poderá vir a ser responsabilizado pelos crimes de homicídio ou lesão corporal, decorrentes de dolo ou culpa. A pena aplicada poderá variar de 2 meses a 20 anos de detenção. Se for idoso/a a vítima- É artigo 97 da Lei 10741/03- Estatuto do Idoso ( princ. Da especialidade) NO trânsito – Art 304 da Lei 9503/7 –CTB- princ. Da especialização e somente para condutores de veículos CUJOS ACIDENTES NÃO TENHAM SIDO CULPOSOS pois nesse caso se praticar a conduta do artigo será https://modeloinicial.com.br/artigos/dosimetria-pena https://modeloinicial.com.br/artigos/59/revogacao-relaxamento-prisao-habeas-corpus-liberdade-provisoria-veja-algumas-diferencas https://modeloinicial.com.br/lei/CP/codigo-penal/art-13 https://modeloinicial.com.br/lei/CP/codigo-penal considerada causa de aumento de pena e não o artigo 304 E se a vítima não quiser ser socorrida ? não afasta o crime já que o bem jurídico é indisponível. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. É crime formal, doloso, comissivo ou omissivo impróprio Ação penal pública incondicionada. – JESP- desde que não caracterizada a morte. Art. 136: Maus Tratos Questão controvertida: Diferença em relação ao Abandono de incapaz 1) No abandono de incapaz há separação física, distanciamento que torna inacessível o acesso para alimentar, rompimento da orbita de vigilância entre as partes; Exige a lei o fato material do abandono. 2) Nos Maus Tratos há “Abandono de corpo presente”; há presença física; mantém a órbita de influência; todavia, ainda assim o sujeito ativo não cumpre o seu dever de alimentar”; Caso concreto “Caracteriza o delito de abandono de incapaz a conduta do acusado que sai para beber, deixando os filhos sozinhos no quintal, sem alimentação e retorna embriagado, não prestando a eles a assistência, expondo-os a situação de perigo para a vida ou para a saúde, sendo certo que presente está o dolo, pois agia com a vontade livre de fazê-lo. (TJSP. AP. 1323503/5). Sujeito ativo: Só pode ser cometido por quem tenha “autoridade,guarda ou exerça vigilância sobre a vítima”. Sujeito Passivo: Qualquer pessoa que esteja sob “autoridade, guarda ou exerça vigilância sobre a vítima”. Especial finalidade de agir do agente: “para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia”. Crime de ação múltipla. Meios utilizados pelo agente: 1) Privação de alimentos: suprimir os alimentos necessários 2) Privação dos cuidados indispensáveis: Deixar de provar os cuidados indispensáveis; mínimos; relativos à saúde, vestuário, acomodação, higiene e etc. 3) Sujeição a trabalhos excessivos: impor o exercício de atividade acima do padrão normal. Ex: Impor ao filho que varra a casa por mais de 10 horas seguidas. 4) Sujeição a trabalhos inadequados: É a desconformidade com as condições da vítima. Ex. Impor ao filho que carregue 50 kg. 5) Abuso nos meios de correção ou disciplina: Pessoa vai além do permitido. Forma qualificada: p. 3º: “Aumenta-se a pena de 1/3, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos”. Somente com culpa senão é outro crime. Ver estatuto da criança e do adolescente- Art 18-A-B ( lei da palmada) Ver estatuto do Idoso- art 99 Crime próprio (está no artigo ) , doloso direto ou eventual, perigo concreto, conteúdo variado(várias formas de praticar) . Admite-se tentativa se puder ser fracionado o iter criminis. Ação pública incondicionada Maus tratos é diferente de tortura- no primeiro o agente atua para fins de educação ,ensino, tratamento ou custódia; no segundo como forma de aplicar castigo pessoal ou de caráter preventivo com intenso sofrimento físico e com dolo Art. 137 – Da Rixa Conceito de Rixa: “é uma briga entre mais de duas pessoas( 03) acompanhada de vias de fato ou violências recíprocas, criando para estas uma situação de perigo imediato à integridade corporal ou a saúde dos participantes e demais que estejam próximos”. Há rixa quando houver concurso de pessoas em condutas contrapostas (TJRS. 71001061886). Briga de turma ou torcida e futebol sem identificação mas se tiver identificação.... 20 de um lado e 30 do outro – ai seria lesão corporal recíproca. Se for um maior e dois menores- inimputáveis- é rixa do mesmo jeito e haviam10 pessoas na rixa e somente uma foi identificada, ela figurará sozinho na denúncia pois o que importa é a comprovação do número de participantes. E quem entra para separar não é contado no número exigido. Bem Jurídico protegido: Integridade corporal, saúde e a vida. Modalidades: 1) Ex improviso: Agressão tumultuária tem início repentinamente, sem combinação prévia. 2) Ex propósito: É a rixa concebida antecipadamente pelos agentes. Requisitos: 1) Mínimo de 3 pessoas; 2) Impossibilidade de individualização das condutas, sob pena de configurar figura autônoma; 3) Atos efetivos de violência, ainda que não tenha contato físico direto (arremessar objetos, cadeiras e etc); 4) Agressões recíprocas; Precedentes: “Havendo possibilidade de distinção da atuação dos agressores, não há que se falar em rixa, e o ataque de várias pessoas a uma outra não a caracteriza”. (TJMG.) “O crime de rixa pressupõe confusão e tumulto decorrente de ações indeterminadas, impedindo distinguir a atividade dos contendores”. (TJSC). Forma qualificada: A ocorrência de mais de uma morte ou lesão corporal não altera a unidade da rixa qualificada que continua sendo crime único, embora deva ser considerado na dosimetria da pena. Identificação do autor das lesões corporais ou morte: Concurso material de crimes: Rixa simples + lesão grave ou morte. RIXA QUALIFICADA + LESÃO GRAVE ou MORTE = Vedado, sob pena de bis in idem. RIXA E VIAS DE FATO( empurrões- a primeira absorve a segunda RIXA E LESÃO SIMPLES- responde pelos que praticaram RIXA COM TODOS SOFRENDO LESÃO SIMPLES- somente rixa Participação: Cabível. Induzimento ou auxílio material. Participar da rixa( atuar) é diferente de participar do crime de rixa( Induzimento ou auxílio material.) Ação pública incondicionada- JESP
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