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GRELHA DE LEITURA TEXTO: MAYER, R. T., HARMON, M. M. Teoría de la organización para la administración Pública. Mexico: Fondo de Cultura Económica, 1999. (p. 91 – 101) IDEIAS-CONTEÚDO ARGUMENTOS A despeito de a ação de teorizar acerca dos fenômenos cotidianos ser algo comum aos indivíduos, a iniciativa de cria uma teoria científica sobre algo é, como seu próprio nome indica, uma atividade rigorosa, desenvolvido de forma técnica e procedimental. Utilizamos e fazemos teoria todo o t e m p o , n o s e n t i d o d e c r i a r suposições, atribuir causalidades e relações e idealizar estruturas conceituais para vincular sucessões e atos passados com nossas opiniões. Teoria, em sentido formal, se refere a algo formal, rigoroso e mais coerente. A diferença entre a teoria e a prática é u m a q u e s t ã o - c h a v e p a r a u m entendimento adequado de cada uma das abordagens decorrentes desses conceitos, podendo-se resumir de forma simples ambos os conceitos como sendo a teoria o exercício de pensar sobre uma ação enquanto a prática é a ação em si. A teoria, em sentido amplo, pode ser compreendida como convenções que estabelecem o belo, o verdadeiro, o bom. Ou seja, trata-se de algo que fica no campo abstrato, compreendido de algum modo como um ideal ou uma perspectiva a ser alcançada. A p r á t i c a s e d e s d o b r a n a preocupação com o funcionamento do ambiente e em técn icas para modificar, manipular e controlar o mundo natural. Apesar de divergirem em muitos pontos, há uma região em que os conceitos interagem de tal modo que não é possível dividir o que é apenas teoria do que é somente a prática. Contudo, apesar dessa região e/ou mesmo distante dela, vige uma influência mútua – ou tentativa de –, que faz com que sempre se consiga visualizar em uma algo da outra. Ao longo do tempo os conceitos de teoria e prática foram se moldando às demandas da sociedade vigente. Tais conceitos foram usados, em vários momentos, como forma de se explicar a realidade da época, assim como serviram como pontos de d e f i n i ç ã o p a r a c o r r e n t e s d e pensamento que foram surgindo no decorrer da história. A teoria e a prática se converteram em instrumentos políticos em termos de ser socialmente direcionado para refazer o mundo Para que o conhecimento seja útil, deve retornar de algum modo significativo para a realidade que pretende descrever ou explicar. Teoria prática é qualquer forma de t r a b a l h o q u e n o s p o s s i b i l i t e compreender o sentido de uma situação ou um problema. Teoria prática é aquela que aclara possibilidades de ação que de outro modo não seriam percebidas, o que permite uma maior compreensão da situação em questão. Um aspecto fundamental de uma teoria prática é a sua novidade, ou seja, sua força para evocar ideias novas e inesperadas distintas da que o sentido comum sugere. A ação de teorizar requer que o observador seja ou um teórico ou um administrador cuja capacidade crítica lhe permita refletir sobre a situação ou o problema de modo que ele consiga visualizar o fenômeno a partir de uma perspectiva distinta e, portanto, estabelecer uma abordagem nova sobre ele. As teo r ias inéd i tas requerem simultaneamente que o observador seja um teórico ou administrador e que ele tome distância da situação a ser analisada, tal distância permitirá que ele reflita sobre não somente a circunstância estudada mas também sobre seu comportamento diante dela. A autoridade das teorias, sejam acadêmicas, formais, ou teorias impl íc i tas dos administradores profissionais, pode ter ainda mais força que as leis e normas para determinar a ação administrativa. A teoria sobre o mundo social tem por objeto descrever e explicar, também ajuda a produzir e sustentar o mundo. O poder dos administradores e outros indivíduos em posição de autoridade se deriva da capacidade para definir em forma definitiva significados e imagens que os demais estão obrigados a aceitar como verdadeiros e legítimos. Em âmbito organizacional, as teorias demons t ram sua u t i l i dade ao desempenhar o papel de auxiliar da prática administrativa. Em função da grande complexidade inerente às organizações, o conhecimento prático dos administradores nem sempre é suficiente para que eles consigam lidar com os problemas que surgem, de modo que a teoria serve como um guia para que eles compreendam a situação e a contextualizem de forma racional. A fluidez e a perversidade dos problemas que surgem em abito organizacional desafiam qualquer intento de abordá-los apenas com o conhecimento prático-racional obtido no dia-a-dia da organização. A utilidade da teoria releva-se a partir do auxílio à prática administrativa. Não se pode esperar que a teoria dite diretamente a forma de agir em âmbito organizacional, seu papel é de s i t u a r n o t e m p o o f l u x o d e acontecimentos organizacionais conforme as ideias e teorias já p r e s c r i t a s p a r a s i t u a ç õ e s semelhantes. Para Weick, os ind iv íduos só c o m p r e e n d e m o q u e e s t á acontecendo a part i r de suas experiências passadas. A teoria busca entender o presente para atuar sobre o futuro. As ações dos indivíduos s u r g e m e m g r a n d e medida respostas mais ou menos espontâneas a eventos acidentais, os quais estão predispostos a v ê - l o s c o m o significativos.A ação de teor izar acerca das organizações implica um e s f o r ç o r e f l e x i v o c o n c e r n e n t e a o s movimentos e situações que surgem no âmbito das organizações com o intuito de criar uma nova visão ou entendimento. Teorizar em torno das organizações implica o uso da imaginação e da n o v i d a d e e i n c l u i a t i v i d a d e s c o m o especular, lutar por d e t e r m i n a d o s i n t e r e s s e s , r e f l e t i r acerca de contradições, dentre outras tarefas que visem a construção de um entendimento i n é d i t o s o b r e a s situações. A e s c a s s e z d e e s t u d o s organizacionais que levem em conta as características intrínsecas à administração pública é consequência do fato de que grande parte da bibliografia sobre as organizações tem sua origem na sociologia e na ciência gerencial, cujos objetos de estudo são, na maioria das vezes, as empresas comerciais. A falta de confluência entre a administração pública e as empresas comerciais não significa que as teorias organizacionais não se apliquem, em certa medida, às instituições públicas, elas se aplicam até o limite dos princípios e normas que são exclusivos e inerentes ao poder público. Outro fa tor que d i ferenc ia as e m p r e s a s c o m e r c i a i s d a s organizações públicas – e que, portanto, dão justificativa a não aplicação total dos princípios da teoria organizacional (voltada às empresas) à administração pública – é a função que cada uma dela deve exercer diante da sociedade.
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