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Niely Braga Henriques Med4 – 2021.1 Iniciação Científica 4 19/02 – Aula 1 – Ismari Perini EPIDEMIOLOGIA · Epidemiologia (século XIX/XX) · John Snow. · Framingham Heart Study. · Embasamento da decisão individual -> estudo de coletividade. · John Paul (1938): epidemiologia clínica · Conhecimento norteador das decisões -> proveniente de evidências epidemiológicas. · Achismo baseado em experiência clínica de pacientes de elite, grupo restrito (amostra enviesada?) Os estudos tem seu espaço amostral aumentado ada vez mais e assim os resultados vão e alterando. · David sackett – Universidade de McMaster · Aproximação da ciência média e prática clínica (começou-se a entender que clínica e epidemiologia não poderiam andar separadas). · Medicina baseada em evidências. Baseada na redução das incertezas. · Dr. Carlos alberto marcílio – Brasil · Sequelas históricas: Clínica sem metodologia científica -> lacuna entre conhecimento científico e prática clínica. · Outras barreiras: · Várias opções de fármacos, métodos diagnósticos sofisticado, procedimentos de alto custo -> conflito de interesse na prática médica. IATROGENIA, gastar mais sem necessidade ou “examinar mais” do que necessário. · Mente cartesiana: mera aplicação da tecnologia / não faz bem ao paciente (Há de fato, benefício clínico?). Entendimento de que a mera aplicação de algo novo vai fazer bem ao paciente, sem julgar se ele vai realmente fazer bem. · Oque é a medicina baseada em evidências? Nada mais é do que a medicina baseada no que deve ser feito, estudos, conhecimento, no que vai ser melhor. · Os sistemas biológicos são complexos: · Decisões relacionadas -> INCERTEZAS. (qual a probabilidade de que isso melhore ou piore o quadro dele?) · Considerar a incerteza no processo de decisão. EX: sugestivo de X, sugestivo de Y. · MEDICINA BASEADA EM INCERTEZAS. · Como tomar uma decisão segura havendo incerteza? (DIAGNÓSTICA/PROGNÓSTICA/TRATAMENTO) · Decisões baseadas em certezas · Informações categóricas · Tomada de decisão · Decisão racional -> baseada em probabilidades QUAL A PROBABILIDADE DE ???? SE O PADRÃO FOR ESSE? Tanto radiológico como laboratorial. A clínica do paciente é feita conforme a pesquisa epidemiológica deles. O leitor se preocupa com o resultado, mas não olha o MÉTODO da pesquisa. Probabilidade = melhor decisão: não significa correta. · Onde encontrar essas probabilidades? · Evidências empíricas -> probabilidade de determinado resultado. · MBE · Medicina como deve ser feita. · Para o profissional -> consumidor do dado, da evidência. · Análise crítica da evidência. · Traduzir evidência de boa qualidade para o processo decisório. · Raciocínio clínico baseado em probabilidades. · Custo da decisão: efeito colateral de uma droga, exposição a um tratamento / exame inconveniente. COMO ISSO VAI AFETAR A VIDA DO PACIENTE? · Afinal o que é MBE? · Integração das melhores evidências de pesquisa com a habilidade clínica e a preferência do paciente. · Melhor evidência -> pesquisa clinicamente relevante. · Habilidade clínica -> capacidade de usar conhecimentos + experiência de identificar rapidamente o estado de saúde + diagnóstico + riscos individuais + benefícios da intervenção proposta + valores e expectativas do paciente. Iniciação Científica 26/02 – Aula 2 – Ismari Perini ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS · Epidemiologia – definição (Medronho, 2008) - Ocorrência, distribuição e fatores determinantes dos eventos em uma população. · Epidemiologia - Base para a interpretação de pesquisas -> base da MBE. - Estudos atualizados -> contribuição ativa para o entendimento do processo saúde-doença. · Desenhos de estudo - Finalidade / objetivos particulares. - Uso apropriado do desenho -> respostas acuradas. · Classificação - Tipo operativo. - Perfil de avaliação epidemiológica/objetivo. - Posição do investigador/alocação dos participantes. / - Referência temporal. · Tipo operativo (unidade de observação e análise). - Indivíduos: é o estudo no qual as informações advém de um único indivíduo. - Agregados: dados agregados/consolidados que não vem diretamente de um indivíduo, trabalha com taxas, medidas de ocorrência/prevalência. - Áreas geográficas/Blocos de população bem delimitadas. - Variáveis globais -> correlação entre indicadores de situação de saúde e de condições de vida. - Base territorial ou agregados institucionais (podem ser estados, cidades ou podem ser instituições de ensino e etc). · Perfil de avaliação epidemiológica/objetivo - Descritivos - Caracterização semiológica, fisiopatológica, epidemiológica de uma doença/agravo. - Auxiliam na geração de hipóteses. - Analíticos - Testam as hipóteses - Poder analítico - Validade interna e externa (a validade interna está relacionada à qualidade metodológica do estudo, a forma que planejei e conduzi o estudo e a validade externa está relacionada à generalização, se eu conduzi em uma população restrita ele se limita em representação). · Posição do investigador/alocação dos participantes - Observacionais - Condições não obedecem planejamento prévio (a observação feita é natural, são pessoas que fazem uso de algo, por exemplo AC, naturalmente, não são condições manejadas pelo investigador). - Não há controle de variável independente. - Não há aleatoriedade na composição dos grupos, eles não estão expostos aos fatores em função do estudo. - Experimentais – intervenção - Há planejamento prévio, se é traçado quem vai fazer X e quem vai fazer Y. - É imprescindível que haja aleatoriedade dos grupos, tem que ter a mesma possibilidade de estar nos dois grupos, o do placebo e o do tratamento. · Referência temporal - Transversais - Fator e efeito observados em um mesmo momento histórico (simultaneamente). - Longitudinal - Envolvem um segmento temporal da intervenção, que podem ser tanto prospectivos ou retrospectivos, ou parte da explicação e retorna às exposições ou o contrário. · Estudos ecológicos ou agregados · Estudos transversais · Estudo de Coorte (concorrente e histórica) · Estudo de caso e controle ESTUDO ECOLÓGICO · Mensuração -> índices gerais (medidas agregadas) · Ocorrência do evento - Taxas de incidência, mortalidade, etc. · Exposição - Consumo per capta, impostos, n° doses dispensadas, IDH, PIB, níveis de população, leis, etc. Tentam buscar associação entre as coisas por exemplo quanto maior o consumo de carne vermelha maior a incidência? Não se tem informações à níveis de indivíduo, somente territorialização, - Vantagens - Relativamente menor custo; mais rápido; facilidade de planejamento e execução; simplicidade analítica. - Estudos exploratórios. - Estudos adequados para conhecer melhor certas características regionais. - Limitações - Menor poder analítico; agrupamento inapropriado; inadequação de dados; não estabelece causalidade e temporalidade; autocorrelação espacial. - Usos - Prevalência, prevenção, etiologia. Quantos casos de dengue existiram e quantos foram prevenidos, quanto poderia ser evitado, por qual motivo aconteceu. - Vieses - Viés ecológico / falácia ecológica / efeito agregado. - Associação entre grupos difere do padrão individual. - Redução: agregados menores / maior homogeneidade interna. ESTUDOS TRANSVERSAIS - Características - Medidas transversais. - Amostra deve ser representativa. - Exposição e desfecho averiguados simultaneamente. - Definição da base populacional. - Subpopulações com exposições diferentes comparadas -> prevalência do desfecho. - Relativamente de menor custo; mais rápido; facilidade de planejamento e execução; simplicidade analítica; estudo de várias exposições (sexo, ocupação, idade, procedência). - Limitações - Inadequados para estabelecer nexo causal ou temporal. - Não mede incidência. - Situações onde doença/exposição mudam no tempo. - Inapropriado para eventos de baixa prevalência e/ou curta duração (porque se por exemplo, uma doença viral, talvez durante o estudo a doença aconteça e acabe, então o estudo perde a linha do tempo). - Vieses - Viés de prevalência. - Viés de duração (super/sub-representação).- Causalidade reversa (a pessoa caminha por que está doente u está doente por que caminha? Ela já tava doente antes de caminhar?). - Medidas - Prevalência e razão de prevalência (RP). ESTUDOS DE COORTE Coorte. Coorte concorrente (prospectiva) e Coorte histórica (retrospectiva). Longitudinal, no estudo de coorte você parte da exposição em busca do que vai dar, o desfecho. - Características - Individuado. - Definição da exposição (episódica ou continuada) – decorrente de trauma ou de continuada exposição? - Grupos comparáveis e sadios (sadios = pessoa que não tem o evento de interesse). - Seguimento (é um estudo longitudinal logo, depende de um segmento temporal). - Vantagens - Cálculo de incidência (risco). - Clareza na sequência temporal. - Investigação de múltiplos desfechos. - Incorpora mudanças nas exposições e confundidores (por exemplo um hábito de vida). - Permite testar novas hipóteses. - Permite investigar exposições raras. - Limitações - Custo e tempo. - Operacionalização complexa. - Perda de seguimento. - Inadequado para eventos raros/longa duração. - Necessidade de amostra grande. - Mudança de critérios diagnóstico. - Vieses - Seleção (perda diferencial no seguimento), perda de segmento/atrito, etc. - Medida de associação -> RR, RA - Uso - Diagnóstico, prognóstico, etiologia, tratamento, prevenção, diagnóstico diferencial. O desfecho pode ser agravamento, o ingresso desse estudo não precisa que a pessoa seja definitivamente SADIA, o desfecho pode ser estabilização ou melhora também, por isso a definição do desfecho de interesse é extremamente importante aí. ESTUDO DE CASO-CONTROLE Longitudinal, mas se parte do desfecho pro anterior, é retrospectivo. - Características - Individuado - Definição de caso - Grupos comparáveis (É esperado que se os casos vem de X lugar os controles também tem que vir de X lugar). - Seguimento retrospectivo (a quais condições eles estiveram expostos). - Vantagens - Relativamente menor custo e rápido. - Permite investigação simultânea de fatores de risco. - Útil para estudo de doenças raras. - Menor tamanho amostral. - Sem perdas de seguimento, as pessoas podem desistir mas não se perde pois tem-se o caso, não se faz acompanhamento. - Limitações - Estabelecimento da sequência de eventos. - Não é adequado para exposições raras. - Não estima incidência. - Não estima prevalência (a prevalência já tá definida, pois os casos já foram selecionados). - Vieses - Memória, seleção (talvez erros na seleção), mensuração de exposição (não se tem controle da exposição se depende do dado fornecido por outro), prevalência, etc. - Informação (pois podem ser erradas ou faltosas). - Medidas de associação -> OR (razão de chances, razão de produtos cruzados). - Usos - Etiologia, tratamento e prevenção. Iniciação Científica 05/03 – Aula 3 – Ismari Perini ESTUDOS DE INTERVENÇÃO OU EXPERIMENTAIS Estudos individuados são os que cada indivíduo é analisado, um por um, podem ser controlados ou não, que seriam considerados experimentais, estudos não controlados e não randomizados são considerados experimentais à livre demanda, sem estrutura. Estudos randomizados são aqueles onde a alocação do participante da pesquisa é feita por sorteio, aleatoriamente. Há também o cegamento, um estudo feito em sua arquitetura mais ou quase perfeita, é um estudo controlado, randomizado e cego. Temos a presença do cegamento e tem os abertos, que são os que não são cegados. Um estudo cego é aquele estudo que o participante não sabem a que grupo a pessoa pertence, e um estudo duplo cego seria o que o pesquisador e o participante não sabem em que grupo esse participante está. No triplo cego nem o analista sabe. - Experimento - Realização De observações sistemáticas + condições controladas. - Natureza laboratorial ou ensaios clínicos. - Agregados ou individuados e analíticos - Precedidos por estudos preliminares -> eficácia e segurança. - Hipóteses causais sobre exposições específicas. - Estudos experimentais ou de intervenção - Introdução de elemento crucial para a transformação do estado de saúde dos indivíduos/grupos participantes. - Hipóteses: avaliação da eficácia/efetividade de procedimentos diagnósticos, preventivos e terapêuticos. - Prospectivo -> seguimento. - Mínimo 2 grupos comparáveis e aleatoriamente constituídos. - Controle - Grupo comparável. - Ausência da exposição de interesse. - Placebo ou melhor opção atual. - Randomização -> garante a compatibilidade - Geração aleatória. - Tamanho amostral adequado. - Mesma distribuição dos fatores de risco conhecido. - Simples - Estratificada - Cegamento - Evitar vieses - Diferenças na obtenção de medidas. - Diferença na realização do diagnóstico dos desfechos. - Simples-cego: participantes. - Duplo-cego: participantes e pesquisador. - Triplo-cego: participantes, pesquisadores e analistas. - Abertos (saúde pública; hábitos de vida; etc). Por exemplo saneamento, você não tem como cegar isso, está vendo que ali tem o problema, ou de participação em atividade física, o paciente sabe que está fazendo atividade física. - Análise - Linha de base. - Medidas de efeito: Risco relativo, RRR, RAR, NNT. - Análise de sobrevivência -> diferentes tempos de seguimento (morte/alta). - Intervalos de confiança a 95%. Intenção de tratar -> generalização (efetividade; contexto). - Análise por protocolo: completaram tratamento (superestimação). - Desfechos - Primário - Secundário - Vantagens - Procedimentos definidos e uniformizados previamente. - Grupos comparáveis em termos de variáveis de confundimento. - Cronologia determinada. - Qualidade dos dados sobre a intervenção e efeito. - Resultados expressos como coeficientes de incidência -> medidas de associação. - Muitos desfechos clínicos investigados simultaneamente. - Desvantagens - Questões éticas. - Exige população estável e cooperativa -> seguimento. - Grupos altamente selecionados: representatividade? - Deixar de receber procedimento potencialmente benéfico. - Ajuste de doses comprometido. - Geralmente demorado e com alto custo. Iniciação Científica FORMULAÇÃO DE PERGUNTAS CLÍNICAS E A ESTRATÉGIA PICO/PICOT/PICOS NÍVEL DE EVIDÊNCIA E GRAU DE RECOMENDAÇÃO – 12/03 – Ismari Perini PROCESSO Avaliação do desempenho não é sistemática mas sempre acontece. QUAL A NESSECIDADE DA PERGUNTA CLÍNICA? · Necessidade de informações – evidências - Quais os pontos importantes do conhecimento médico necessárias para dispensar os melhores cuidados ao paciente? · Tipos de perguntas (insuficiência cardíaca) - Básicas: conhecimento geral da doença - Quais as caudas da IC? - Quais as principais complicações da IC? - Qual a incidência da IC? · Aplicação clínica: conhecimento específico sobre o tratamento de pacientes com uma doença -> componentes P.I.C.O. - Em idosos com insuficiência cardíaca por disfunção diastólica isolada a adição de digoxina no tratamento padrão com diuréticos e inibidores de ECA produz redução suficiente da morbidade e/ou mortalidade para compensar seus efeitos adversos? A pergunta vai mudando de algo mais básico pra algo mais aplicado vai de acordo com a experiência. Nem toda evidência pode ser obtida ou investigada a partir de estudos observacionais. QUAL A IMPORTÂNCIA DA PERGUNTA CLÍNICA? · Determinar a arquitetura, estratégia e tática adequadas que deverão ser utilizadas na pesquisa – não a tradição, autoridade, paradigmas ou escolas de pensamento. - Pergunta clara e bem estruturada. - Como se faz uma pergunta de pesquisa estruturada? O asterístico no ECR é porque nenhum ensaio clínico é feito pra provar um malefício, não é desenhado pra provar um dano, apesar de alguns ensaios resultarem nisso, mas não é desenhado para tal funcionalidade, pode-se encontrar ensaios com etiologia. De acordo com o objetivo da pesquisa tem-se um nível de evidência e um grau de recomendação. Definir o que é beber regularmente e o que não é beber regularmente, critériode inclusão e exclusão. NÍVEL DE EVIDÊNCIA – SIGNIFICADO · Representa a confiança na informação utilizada em apoio a uma determinada recomendação. - Avaliação da qualidade -> cada desfecho analisado para uma dada tecnologia. - GRADE -> quatro níveis de evidência: alto, moderado, baixo, muito baixo. - Representam a confiança que possuímos na estimativa dos efeitos apresentados. - Comprometimento? Erros sistemáticos, etc. Estimativas pois são estudos e se espera que a realidade seja próximo do estudo. O nível de evidencia alto significa que existe forte confiança que o verdadeiro efeito, o encontrado no paciente, esteja próximo do estimado, que foi estimado no estudo amostral, então quer dizer que é difícil que outros estudos adicionais mudem essa confiança nesse estudo. Delineamento é importante determinante de confiança no estudo. NÍVEL DE EVIDÊNCIA – FATORES QUE REDUZEM A CONFIANÇA · Inconsistência - Diferenças clínicas e metodológicas: populações/tempos de seguimento diferentes; diferenças elevadas nas estimativas de efeito: sobreposição dos IC. · Evidência - Direta: responde a questão de pesquisa (PICO). - Indireta: secundária. · Imprecisão - Amplitude do intervalo de confiança 95% do efeito. - Quanto mais erro a gente encontra menor confiança se tem, quanto maior o erro maior a amplitude de confiança e quanto maior a amostra maior a confiança. · Viés de publicação (n; resultados “negativos; RS precoces, estratégia de busca). Resultado negativo é quando a hipótese não foi provada, geralmente o próprio pesquisador desiste de publicar, revistas de maiores impactos não publicam. Ela mostrou um estudo sobre o uso de um fármaco em covid, e o resultado mostra que não houve nenhuma diferença significativa entre os medicados e os que receberam placebo, nem alterações em relação aos óbitos, houve diferença na carga viral mas em relação à pergunta principal que estava relacionada aos efeitos primários mas que havia aos efeitos secundários, pois reduz a carga viral mas não diminuía mortes e nem sintomas graves de covid. Qual a diferença do efeito substituto para o efeito primário, o efeito primário é aquele que tem impactos importantes na sobrevida, na qualidade de vida, na redução de sintomas importantes, na evolução da doença, efeitos relacionados com a proteção do indivíduo, e os desfechos substitutos são aqueles que merecem melhor investigação e nem sempre vão estar relacionados com a redução importante por exemplo, do óbito ou da evolução da doença, mas são substitutos, evidência indireta. Perda de visão é um desfecho do glaucoma mas se usa efeito substituto para chamar atenção pra uma dada intervenção e as vezes aí temos as iatrogenias sendo criadas, trazendo mais prejuízos do que benefícios. DE QUE FORMA A MAGNITUDE DO EFEITO ALTERA A EVIDÊNCIA? Um tamanho de efeito, um risco relativo maior que dois, aumentando duas vezes o risco ou diminuindo em duas vezes o risco, se é interpretado como magnitude de efeito grande, e ele aumenta um nível de evidência. Um risco relativo de 5, aumentando em 5 vezes mais o risco ou diminuindo no mínimo em 80% a gente chama isso de magnitude de efeito muito grande. · Magnitude do efeito - Redução dramática da incidência de um desfecho em curto intervalo de tempo (adrenalina -> anafilaxia; insulina -> cetaacidose metabólica). · Gradiente dose-resposta - Consistente aumento do efeito associado ao aumento da exposição (risco de sangramento na anticoagulação supraterapêutica -> maiores níveis de INR). Conforme eu aumento a exposição, eu aumento a proteção? NÍVEL DE EVIDÊNCIA – FATORES QUE AUMENTA A CONFIANÇA · Controle dos fatores de confusão residuais -> aumento confiança estimativa O método vai sugerir pra gente se podemos ou não confiar na evidência produzida. - Balanceamento inadequado na ausência de randomização, não foi feito randomização, e tampouco foi feito balanceamento adequado, é importante que se não houve randomização que tenha sido feito pelo menos um balanceamento adequado. - Taxas de mortalidade maiores em hospitais privados com fins lucrativos X Sem fins lucrativos. Tem que verificar se isso está sendo discutido no trabalho. Tem que sempre individualizar o impacto, RRR x RAR, NNT, etc. · Classe I -> tratamento x ausência - Trombólise no IA<, uso ou não de um trombolítico. - Anticogulação na embolia pulmonar. - Antibiótico em infecção bacteriana grave. · Classe II -> tratamento A x B (magnitude das diferenças; economia; impacto da conduta x ‘preço’ a pagar) - impacto da conduta x preço a pagar, como nos tratamentos muito caros, utilização de uma droga de milhões para o tratamento de um único paciente sendo que o mesmo valor poderia ser usado pra tratar doenças altamente prevalentes. Também não é somente o preço a pagar, o quanto o paciente vai sofrer os efeitos, como isso vai afetar a família. · Estatina na prevenção (1°/2°) · Anticoagulação na prevenção do AVEi · Cirurgia x tratamento clínico prevenção de eventos coronarianos em angina estável O quanto a intervenção vai promover de efeitos benéficos em comparação com outros tratamentos. FORÇA DE RECOMENDAÇÃO · Expressa a ênfase para que seja adotada ou rejeitada uma determina conduta, considerando potenciais vantagens ou desvantagens. - Pensa-se o balanço entre vantagens e desvantagens. - Vantagens: melhoria na qualidade de vida, aumento da sobrevida e redução de custos. - Desvantagens: riscos de efeitos adversos, a carga psicológica para o paciente e seus familiares e os custos para a sociedade. - Balanço -> FORÇA DE RECOMENDAÇÃO. FORÇAS DE RECOMENDAÇÃO – FATORES DETERMINANTES · Importância do problema. · Qualidade geral da evidência. · Balanço entre benefícios e riscos. · Valores e preferências – importância atribuída à cada desfecho. · Utilização de recursos – análise de custo-efetividade, impacto orçamentário. · Equidade (centros de radiologia x mamógrafos móveis). · Aceitabilidade – e alternativas (existe alternativa disponível pra essa intervenção ou não existe? É a única alternativa?). · Viabilidade. As vezes a baixa confiança é produzida por baixa quantidade de estudo, as vezes por limitações éticas, mas que as evidências que a gente tem permite que você tenha uma forte recomendação, por exemplo, o plasma congelado fresco ou vitamina K, a confiança (redução do risco) é baixa, a recomendação é forte. Alta qualidade de evidência sugere equivalência de duas alternativas e baixa qualidade de evidência sugere dano em uma alternativa. Ex: hipertensão em mulher em fase de planejamento de anticoncepção ou gravidez, forte recomendação de labetalol e forte recomendação contra o uso de ECA e BRA. Todos esses agentes tem alta qualidade de evidência de efeitos benéficos e baixas quantidades de evidências para potencias efeitos adversos com ECA e BRA. Iniciação Científica BUSCA EM BASES DE DADOS – 19/03 – Ismari Perini QUESTÃO DA PESQUISA – IMPORTÂNCIA? · Determinar a arquitetura, estratégia e tática adequada que deverão ser utilizadas na pesquisa – não a tradição, autoridade, paradigmas ou escolas de pensamento. Literatura cinza: artigos que não são controlados por revistas e etc, como da OMS e etc. · Pergunta clara e bem estruturada. · Como fazer uma pergunta bem estruturada? QUAL A DIFERENÇA? · Aspirina melhora a sobrevivência após o infarto de miocárdio? A partir daí o leitor pode julgar a abrangência e a estratégia utilizada pelo pesquisador. TIPOS DE QUESTÔES · Etiologia -> coorte/caso controle · Tratamento/profilaxia -> ensaio clínico randomizado · Prognóstico -> coorte · Risco -> coorte · Prevalência -> transversal · Incidência -> coorte PUBMED CENTRAL – PMC PUBMED Algumas interfaces · Pesquisa básica · Pesquisa avançada · MeSH database · Journals in NCBI database · My NCBI Operadores booleanos: são três e servem para restringir, não no sentido de reduzir a capacidade mas de afunilar sua busca. Tuberculose x tuberculose E tratamento OPERADOR DE MASCARAMENTO PALAVRAS CHAVE PARA DESCREVER E FACILITAR ACHADOS. BIBLIOTECA LATINO AMERICANA USADECS/MESH NCBI -> ESCOLHER MESH NIIH -> BIBLIOTECA NACIONAL DE SAÚDE -> TEMS-SE OS QUICK TOURS, TUTORIAIS, GUIAS RÁPIDOS. Iniciação Científica CAUSALIDADE – 26/03 – Ismari Perini CAUSALIDADE · Causa x efeito: chorar, recebe algo em troca. · Causalidade x Associação - X -> Y - Y -> X - Z -> X e Y - X e Y -> Z - Etc. A pessoa se exercita e por isso está em forma ou ela se exercita porque está acima do peso? O acaso é mais frequente do que se imagina, mais importante do que se imagina, por exemplo estudos do consumo de café com câncer de pulmão e viu-se que pessoas que fumam tomam muito café. · Quando o mecanismo é direto, X -> Y Temos uma ponte de um lado para outro e se coloca um corrimão para que evite que alguém caia pois é pouco provável que alguém que caia sobreviva, pois se tem uma associação entre queda e óbito, podemos ter mecanismo para evitar que isso aconteça. · Medidas de intervenção, controle e remoção. · Determinismo puro – postulados: - Uma mudança em A sempre leva a uma mudança em B (causa suficiente) - Uma mudança em B sempre é precedida de uma mudança em A (causa necessária) - A é a única causa de B (especificidade da causa) - B é o único efeito de A (especificidade do efeito) · Modelo de causas componentes. · Causa? - evento/condição/característica antecedente necessárias para o surgimento da doença no momento de sua ocorrência, com as demais condições fixas. - Rampa e fratura de quadril. - Lâmpada, etc. Sempre que houver rampa vai ter fratura de quadril? - Causa suficiente: mecanismo causal completo; conjunto de condições mínimas. - Modelo completo -> aparecimento da doença. Alguns fatores não mudam e outras persistem em todas a situações. A exposição a determinados agentes radioativos não é o mesmo dos diferentes tipos de danos que ele pode causar e não é específico o dano. A exposição a determinados agentes biológicos, casas que alguns membros da família tiveram covid e outros não tiveram. Existe um período de indução para cada causa componente e a prevenção pode se basear em causas componentes isoladas ou em causas componentes conjuntas. Gradiente, quando faço X, melhora? Quando faço Y, piora? Consistência: estudos feitos com populações diferentes, circunstâncias diferentes, diferentes desenhos, e mostraram resultados consistentes, e por isso que alguns estudos mesmo observacionais traem evidências importantes, porque consegue-se observar uma consistência de resultados, de respostas, em diversos estudos, especialmente importante nos casos em que eticamente é inviável realizar ensaios clínicos, como expor alguém à radiação só pra provar que causa ou não uma neoplasia, então a consistência é um fator que é levado em consideração como forma de se obter causas-componentes das doenças. Analogia: cultura celular ou animais para testar efeitos teratógenos de drogas, testar danos. A coerência diz respeito sobre o resultado do estudo ser semelhante aos estudos que precederam ele. Nem sempre é possível obter evidência experimental por questões éticas envolvendo a dificuldade de acesso aos animais que seriam usados pra estudo, dificuldades estruturais e financeiras, pois é sempre muito caro realizar estudo experimentais, requer uma estrutura capaz de fornecer um aporte mínimo. ABORDAGEM MULTINÍVEL Para cuidar da saúde é preciso conhecer um pouco sobre muita coisa, então é entendível que haja interação entre vários níveis. CASO EXEMPLO Relação de medicamento com carcinoma em tecidos basais. O intervalo de confiança foi bem estreito, 1.23 a 1.35, e de quase 4 vezes mais para o escamocelular, todos os intervalos de confiança acima da unidade, 1.54 pro baso celular e 7.xx pro escamocelular, nenhum dado de exposição ao sol foi avaliado. Pensando nisso, em geral, o que vou dizer para o paciente que usa o remédio, tenta-se estabelecer medidas mínimas de proteção. Como posso confiar em estudos observacionais se tantos fatores ali não estão sendo controlados. Iniciação Científica EVIDÊNCIAS EM ESTUDO DIAGNÓSTICO PROPRIEDADES DOS TESTES DIAGNÓSTICOS 09/04 – Ismari Perini ESTUDO (DE TESTES) DIAGNÓSTICOS Probabilidade pré-teste: prevalência da doença, informações que se tem até aquele momento, a prevalência vai ser julgada por exemplo, por sexo, idade, moradia, comorbidades. + Teste = Probabilidade pós-teste · Teste diagnóstico - Não faz afirmação categórica a respeito da presença da doença. - Influencia a probabilidade do indivíduo ter a doença. - O bom teste é aquele que influencia muito a probabilidade. É a probabilidade pré-teste. · Objetivo do estudo: A partir de indivíduos, identificar e confirmar uma relação relacionada á saúde, indivíduos sadios X indivíduos doentes. - É útil na prática clínica? · Desenho do estudo - O adequado é o desenho de estudo transversal, porque o que eu quero verificar naquele exato momento em que foi coletado, a condição do indivíduo. · Teoria da medida – componentes - Erro >algo que não deixa de existir< - Bias, viés ou tendenciosidade >variações sistemáticas e possuem um grau conhecido de determinação, ou seja, ela é resultado de um desvio ou de uma distorção da operação dividida, ou do instrumento, avaliador, aplicantes< - Precisão >vai ser o oposto do erro, avaliado pelos indicadores de confiança, então temos teste/reteste, indicadores de concordância como por exemplo teste capa, teste de correlação< - Validade >oposto do viés e do bias, vai ser mensurada pela sensibilidade, pela especificidade, pela acurácia e pelos valores preditivos< Temos abordagens qualitativas, o resultado vai ser categórico, como reagentes e não reagentes, e abordagens que são quantitativas, que não deixam de ser qualitativas porque através do valor ou do corte, vão definir indivíduos sadios e indivíduos doentes, mas quantitativos no sentido de definir carga viral, dosagem de alguns eletrólitos e proteínas no sangue. Um dos objetivos também é que a partir dessa análise de condição do indivíduo é possível depois estimar o prognóstico. Também funciona para verificar a funcionalidade de intervenções, se está surtindo efeito e etc. · Parâmetros intrínsecos - Característica do teste -> independem da prevalência: sensibilidade, especificidade, acurácia. · Dependem também da prevalência -> valores preditivos: VPP e VPN. · Curva ROC, razões de verossimilhança: RVP e RVN. · Parâmetros extrínsecos: precisão, reprodutibilidade/confiabilidade. A precisão é o oposto do erro, é a contundência dos testes quando o mesmo é refeito várias vezes, vai medir o erro acidental. A reprodutibilidade/confiabilidade é a mensuração da variabilidade inter/intra avaliador e inter/intra laboratório, são avaliados pelos coeficientes de concordância, que vão medir a capacidade de um teste não variar sob diferentes condições. Quanto maior a acurácia, maior a influência desse teste na probabilidade. CUT-OFF OU LIMIAR DE REATIVIDADE Que é um valor a partir do qual, todos os resultados seriam positivos, indicariam a presença da doença, e um valor cujo, valores menores que esse, indicassem indivíduos sadios, valor que equilibra o número de falsos positivos e falsos negativos. Se aumentar muito a sensibilidade, se acha os exatos positivos mas também se aumenta o valor de falsos negativos. Quando aumenta o limiar, o teste fica mais específico, mas tem-se maior número de falsos negativos. COMO ESSES VALORES SÃO DEFINIDOS? Curva ROC Teste inútil= 50% de chance de ter, 50% de chance de não ter. Se escolhe o ponto de corte mais adequado e o valor de confiança do ponto de corte. Para um teste ser bom, tem que se avaliar os resultados do pré teste. · RP positiva – RPP - Sensibilidade / 100 – especificidade - Quanto maior RPP -> maior o aumento da probabilidade de doença se o teste for positivo. - Maior a RP: melhor o resultado do teste para confirmar diagnóstico. · RP negativa – RPN - 100 – sensibilidade / especificidade - Quanto menor a RPN -> maior a redução da probabilidade de doença se o teste for negativo. - Menor RP: melhor o resultado paraeliminar a possibilidade de doença. Todo o julgamento do resultado de um teste tem que ser precedido pelo estudo dos padrões pré-teste, características dos indivíduos. · Sangue oculto nas fezes pra triagem de câncer de intestino. Geralmente os padrões de referência são testes invasivos, só se utiliza em casos onde há muita necessidade e são testes bem mais caros e geralmente a disponibilidade dele é pequena. Feito a partir de uma única amostra de fezes, essa única amostra é usada mais em checkup, e não tem influência nenhuma na probabilidade pré-teste. Iniciação Científica RACIOCÍNIO DIAGNÓSTICO – 16/04 – Ismari Perini RACIOCÍNIO DIAGNÓSTICO Rp maior q 10, é bom, e rp menor q 1 também.
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