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Examine com atenção a frase abaixo. Deixei-os chorar durante o teste. Como você explicaria o uso do infinitivo impessoal nesse caso? Primeiramente, observe que não se trata de um caso de locução verbal. É um período com duas orações, cada uma com seu sujeito: deixei (sujeito desinencial eu) e chorar (os, pronome oblíquo na função de sujeito). Nesse contexto, ou seja, quando os verbos causativos mandar, fazer, deixar e seus sinônimos não formarem uma locução, o verbo permanece invariável. O mesmo ocorre com verbos sensitivos como ver, ouvir e sentir. Escolha um verbo causativo e um verbo sensitivo e formule uma frase com cada um deles, em- pregando o infinitivo de maneira adequada. Resposta pessoal. SITUAÇÃO-PROBLEMA 1 Indique, se houver, os sujeitos dos verbos no infinitivo destacados das orações abaixo. a) Acho melhor elas comprarem logo a casa. Pela flexão do verbo, é possível afirmar que elas funciona como o sujeito do verbo comprarem. b) Comprar casa é melhor que alugar. Comprar foi empregado de maneira impessoal, uma vez que o sujeito é indeterminado. c) Silenciar o rádio! Silenciar tem valor de imperativo, portanto, fica invariável e seu sujeito é indeterminado. d) O advogado preparou a defesa para os acusados ficarem mais calmos. Ficarem tem como sujeito “os acusados”, uma vez que o verbo foi flexionado na 3a pessoa do plural (eles). PRATICANDO O APRENDIZADO 2 Complete as orações com os verbos entre parênteses. Atente à necessidade ou não de flexão verbal. a) Convenci meus pais a viajar/viajarem conosco. (viajar) b) As senhoras foram autorizadas a comprar/comprarem o produto da loja. (comprar) c) Os rapazes cumprimentaram -se com cortesia. (cumprimentar) d) Ela agiu com cautela a fim de exaltarem sua discrição. (exaltar) 3 Das formas verbais que estão entre parênteses, subli- nhe a que for adequada para completar as frases. a) Seria melhor eles (chegar/chegarem) antes de co- meçar o jogo. b) (Beber/Beberem) muito álcool não é saudável. c) As cozinheiras foram autorizadas a (iniciar/iniciarem) a produção do jantar. d) Autorizei-os a (viajar/viajarem) para outra cidade. Veja, no Manual do Professor, o gabarito comentado das questões sinalizadas com asterisco. 46 L ÍN G U A P O R T U G U E S A » M Ó D U L O 1 1 PH9_EF2_POR_C2_039a050_M11.indd 46 1/2/18 5:51 PM Observe a imagem abaixo e responda às questões 4, 5 e 6. S h u tt e rs to ck / G a u d iL a b 4 A respeito da frase “Praticar exercícios faz bem à saúde.”, pode-se dizer que o verbo praticar configura-se como um caso de infinitivo pessoal. Concorde ou discorde, justificando sua resposta. Discordo. Esse é um caso de emprego do infinitivo impessoal, pois não há um agente determinado para a ação de praticar. 5 Explique o motivo pelo qual o verbo praticar encontra- -se no infinitivo enquanto o verbo faz, não. O verbo fazer encontra-se flexionado na 3a pessoa do singular para concordar com seu sujeito (“praticar exercícios”). 6 Podemos dizer que se a frase fosse alterada para “Pra- ticar exercícios!” haveria alguma alteração de sentido, mas não de flexão. Por quê? Haveria mudança de sentido porque, dessa forma, a expressão ganharia valor imperativo. 7 Construa as orações abaixo com o infinitivo pessoal. a) Este trabalho é para fazermos . (nós/fazer) b) Aquele relatório é para prepararem . (vocês/preparar) c) Esta aula é para estudar . (eu/estudar) d) Aquele exercício é para resolver . (ele/resolver) e) Para discutirmos (nós/discutir), seria interessante que eles acertassem as estratégias. 8 Escolha no quadro o verbo que melhor completa cada frase e empregue-o na forma adequada do infinitivo. assinar participar permanecer sair ter a) Sem eles assinarem os documentos, não poderemos atuar no caso. b) É necessário nós termos prudência com as crianças. c) O presidente convidou as senhoras para participar/participarem das festividades. d) Minha mãe ouviu várias vozes saírem do sótão. e) Você poderia permanecer quieta, por favor? Leia o conto a seguir para fazer as atividades desta seção. O ladrão Quem descobriu o ladrão na garage foi o meu irmão mais moço. Veio correndo nos contar, e a princípio não queríamos acreditar, porque embora nossa casa ficasse num bairro distante e fosse meio isolada, era uma quinta- -feira à tarde e não podíamos admitir que um ladrão viesse nos roubar à luz do dia. Em todo caso fomos lá. Espiamos por uma frincha da porta, e de fato lá estava o ladrão, um velhinho magro — mas não estava roubando nada, estava olhando os trastes da garage (que era mais um depósito, porque há tempo não tínhamos mais carro). Rindo baixinho e nos entendendo por sinais nós o tranca- mos ali. APLICANDO O CONHECIMENTO Glossário Frincha: o mesmo que fresta, fenda, abertura pequena. Traste: coisa velha, sem serventia. 47 L ÍN G U A P O R T U G U E S A » M Ó D U L O 1 1 PH9_EF2_POR_C2_039a050_M11.indd 47 1/2/18 5:51 PM Glossário Tirar a limpo: verificar se é verdade. Cautela: cuidado. Moacyr Scliar nasceu em 1937 e faleceu em 2011. Autor de dois textos apresentados neste módulo, nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Médico de formação, teve uma carreira brilhante na literatura: publicou mais de setenta livros e conquistou diversos prêmios literários. B I O G R A F I A Observe este fragmento recortado do primeiro pará- grafo para responder às próximas questões. Quem descobriu o ladrão na garage foi o meu irmão mais moço. Veio correndo nos contar, e a princípio não queríamos acreditar, porque embora nossa casa ficasse num bairro dis- tante e fosse meio isolada, era uma quinta-feira à tarde e não podíamos admitir que um ladrão viesse nos roubar à luz do dia. Em todo caso fomos lá […] 1 Identifique o foco narrativo presente no texto. Depois, transcreva uma passagem do parágrafo acima que con- firme sua resposta. Narrador em 1ª pessoa/narrador-personagem. Transcrição: “foi o meu irmão mais moço”. 2 Identifique o agente do processo verbal contar. Trata-se do irmão mais moço do narrador. 3 Observe a passagem: “estava olhando os trastes da garage (que era mais um depósito, porque há tempo não tínhamos mais carro)”. Explique o que motivou o autor a utilizar os parênteses. O autor vale-se dos parênteses para dar uma informação extra sobre a vida da família. 4 “[…] faz três dias que não como.” Explique a flexão do verbo fazer. Por indicar tempo decorrido, o verbo fazer é impessoal e, portanto, fica na 3ª pessoa do singular. À noite voltou a mãe. Chegou cansada, como sempre — desde a morte do pai trabalhava como costureira — e res- mungando. Que é que vocês andaram fazendo? — perguntou, desconfiada — vocês estão rindo muito. Não é nada, mãe, respondemos, nós quatro (o mais velho com doze anos). Não estamos rindo de nada. Naquela noite não deu para fazer nada com o ladrão, por- que a mãe tinha sono leve. Mas espiávamos pela janela do quarto, víamos que a porta da garage continuava trancada — e aquilo nos animava barbaridade. Mal podíamos esperar que amanhecesse — mas enfim amanheceu, a mãe foi trabalhar e a casa ficou só para nós. Corremos para a garage. Olhamos pela frincha e ali estava o velho ladrão, sentado numa poltrona quebrada, muito desa- nimado. Aí, seu ladrão! — gritamos. Levantou-se, assustado. Abram, gente — pediu, quase chorando — abram. Me deixem sair, eu prometo que não volto mais aqui. Claro que nós não íamos abrir e dissemos a ele, nós não vamos abrir. Me deem um pouco de comida, então — ele disse — estou com muita fome, faz três dias que não como. O que é que tu nos dás em troca, perguntou o meu irmão mais velho. Ficou em silêncio um tempo, depois disse: eu faço uma mágica para vocês. Mágica! Nos olhamos. Que mági- ca, perguntamos. Ele: eu transformo coisas no que vocês quiserem. Meu irmão mais velho, que era muito desconfiado,resol- veu tirar a limpo aquela história. Enfiou uma varinha pela frincha e disse: transforma esta varinha num bicho. Esperem um pouco — disse o velho, numa voz sumida. Esperamos. Daí a pouco, espremendo-se pela frincha, apareceu um camundongo. É meu — gritou o caçula, e se apossou do ratinho. Rindo do guri, trouxemos uma fatia de pão para o velho. Nos dias que se seguiram ele transformou muitas coisas — tampinhas de garrafa em moedas, um pre- go em relógio (velho, não funcionava) — e assim por diante. Mas veio o dia em que batemos à porta da garage e ele não respondeu. Espiávamos pela frincha, não víamos ninguém. Meu irmão mais velho — esperem aqui vocês — abriu a porta com toda cautela. Entrou, pôs-se a procurar o ladrão entre os trastes: — Pneu velho, não é ele... Colchão rasgado, não é ele... Enfim, não o achou, e esquecemos a história. Eu, particu- larmente, fiquei com certas dúvidas: pneu velho, não era ele? SCLIAR. Moacyr. Histórias divertidas. São Paulo: Ática, 2003. p. 31-33. 48 L ÍN G U A P O R T U G U E S A » M Ó D U L O 1 1 PH9_EF2_POR_C2_039a050_M11.indd 48 1/2/18 5:51 PM 5 “Naquela noite não deu para fazer nada com o ladrão, porque a mãe tinha sono leve.” O que significava a mãe ter “sono leve”? Significava que ela acordava com facilidade, e poderia ouvir qualquer barulho que fizessem. 6 “Entrou, pôs-se a procurar o ladrão entre os trastes.” Explique, quanto à flexão, o uso do infinitivo em destaque. O fato de o verbo procurar ter o mesmo sujeito da oração anterior torna-o invariável. 7 Por que, ao final do conto, o narrador desconfia que o ladrão transformou-se em um pneu velho? Como o ladrão “transformava” os objetos em animais, e por ter ciência de que o ladrão era velho, o narrador começou a acreditar que ele poderia ter se transformado em um pneu velho. 8 No texto em questão, não há nenhuma confirmação de que, de fato, o velhinho era um ladrão. Transcreva uma passagem do texto que indique essa dúvida. “[...] mas não estava roubando nada, estava olhando os trastes da garage”. O folheto apresentado a seguir foi produzido para orientar os visitantes de um museu de São Paulo. Com base nele, resolva as atividades 1 e 2. R e p ro d u ç ã o /P in a c o te c a d o E s ta d o d e S ã o P a u lo , S P. 1 Esse conjunto de normas foi redigido de maneira pouco usual quanto à questão verbal. Tal fato pode ser justifi- cado, pois a) o Estado de São Paulo acredita que somente as or- dens podem gerar um bom comportamento. b) as ordens são expressas de maneira específica e não genérica. DESENVOLVENDO HABILIDADES c) o texto vale-se, majoritariamente, de verbos no in- finitivo com valor de imperativo. d) os verbos sinalizam as obrigações que a Pinacoteca tem em relação ao seu público visitante. 2 Com relação às regras 1, 2 e 3, seria possível trocar o verbo no infinitivo por: a) toque, usa e corre, respectivamente. b) toque, use e corra, respectivamente. c) toca, use e corra, respectivamente. d) toque, usa e corra, respectivamente. Leia o texto a seguir para resolver as atividades 3 e 4. Torta crocante de doce de leite R e p ro d u ç ã o /< w w w .d in o rm a .c o m .b r> 49 L ÍN G U A P O R T U G U E S A » M Ó D U L O 1 1 PH9_EF2_POR_C2_039a050_M11.indd 49 1/2/18 5:51 PM INGREDIENTES Creme: » 250 g de manteiga » 3 gemas » 200 g de açúcar » 2 latas de creme de leite sem o soro » Doce de leite pastoso Base: » Bolacha maizena, maria ou de leite » Leite para umedecer Crocante: » 1 xícara (chá) de açúcar » 1 xícara (chá) de amendoim » 1 colher (sopa) de margarina MODO DE PREPARO Creme: 1. Bater a manteiga com o açúcar até ficar um creme claro. 2. Adicione as gemas e por último o creme de leite e gotas de baunilha. Crocante: 3. Derreta o açúcar. 4. Quando caramelizar, acrescente a castanha e a margarina. 5. Mexa bem. 6. Retire do fogo e despeje sobre mármore untado com manteiga. 7. Espalhe com uma colher e deixe esfriar. 8. Quebrar com rolo ou martelo até esfarelar. Montagem: 9. Forre uma forma redonda com papel-alumínio. Ume- deça os biscoitos no leite sem açúcar e forre o fundo e as laterais da forma. Despeje um pouco do creme. 10. Coloque mais uma camada de biscoito e em seguida acrescente uma camada generosa de doce de leite, coloque por cima uma camada de biscoito e depois uma de creme, por último mais uma camada de bis- coito. Leve à geladeira para endurecer. 11. Desenforme em uma bandeja redonda, cubra com doce de leite e salpique por cima o crocante. Disponível em: <http://gshow.globo.com/receitas-gshow/receita/torta-crocante-de-doce-de- leite-4f7475377dc079087000248b.html>. Acesso em: 28 set. 2017. 3 Esse texto pertence ao gênero injuntivo. Ao ser analisada a intenção textual, mediante a leitura, pode-se inferir que: a) o texto foca a progressão textual pela sequenciação das ações verbais. b) o texto tem características descritivas, pois deta- lha como ficará a torta após seguir as etapas de produção. c) é recorrente, nesse tipo de texto, a sequenciação das ações a partir das variações verbais. d) é possível que o leitor interaja diretamente com as etapas de produção descritas no texto. 4 Sobre a seleção verbal feita para o texto, pode-se dizer que: a) a mudança do imperativo para o infinitivo inviabili- zou a compreensão do texto. b) a mudança do infinitivo para o imperativo tornou o texto genérico. c) a intenção expressa pelos verbos é identificar ne- cessariamente o público a quem se dirige o texto. d) a utilização dos verbos no imperativo e no infinitivo expressa a mesma intenção semântica. ANOTAÇÕES 50 L ÍN G U A P O R T U G U E S A » M Ó D U L O 1 1 PH9_EF2_POR_C2_039a050_M11.indd 50 1/2/18 5:51 PM
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