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2 Prova de Cirurgia I

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1 
 
2ª Prova de Cirurgia I 
Biopsia 
- Biópsia (bios, vida; opsis, ver) é a remoção de tecidos, células ou 
fluidos do organismo vivo, para exame, estudo e, especialmente, 
para propósitos diagnósticos. 
- Para executar uma biópsia, o primeiro passo é ter uma hipótese 
diagnóstica, porque através dela é que será escolhido a forma da 
biópsia e o meio em que será colocado o material. 
- A biópsia depende do paciente: história patológica pregressa, 
comorbidades, indicações, etc. 
- Classificação: 
- Quanto a técnica cirúrgica: 
- Incisional: retirada de apenas um fragmento de tecido. Está 
indicada em lesões extensas, em que a retirada de toda a lesão 
não é possível tecnicamente ou não é desejável nem 
necessária. Nunca é curativa. 
- Excisional: retirada de toda a lesão. Está indicada em lesões 
bem delimitadas com dimensões favoráveis ao ato cirúrgico – 
lesões pequenas (a nível ambulatorial, < 5cm). Nas lesões 
benignas é sempre curativa, podendo ser também nas lesões 
malignas, quando realizadas com margem de segurança, na 
ausência de metástases. 
- PAAF (punção aspirativa por agulha fina): consiste na 
aspiração por meio de seringa e agulha do tecido a ser 
examinado. Nesta aspiração obtemos apenas células. Têm 
indicações os nódulos tireoidianos e nódulos mamários 
(estruturas moles), situações em que apenas a citologia 
permite, na maioria das vezes, um diagnóstico seguro. 
Geralmente não se usa anestesia. 
- Punção com agulhas especiais: agulhas dotadas de 
dispositivos especiais que permitem a retirada de fragmentos 
de tecido. Utilizada para tecidos com características mais 
sólidas: agulha de Menghini para biopsia hepática e o punch 
para biopsia de pele. 
- Quanto à margem de segurança: 
- Com margem: lesão sabidamente ou supostamente malignas. 
A margem deve ser, em média, 2x maior em comprimento e 
largura que a lesão, sendo que na pele, para permitir a sutura 
retilínea, a incisão deverá ser elíptica, de tal forma que o maior 
eixo da elipse será sempre duas vezes maior que o menor eixo. 
Pode não apresentar bons resultados estéticos. 
- Sem margem: lesões com características clínicas bem 
definidas, com remota possibilidade de malignidade. A margem 
deve ser suficiente apenas para uma boa sutura. 
- Quanto ao material obtido: 
 - Tecidos: Ex: biópsia do colo uterino 
 - Células: Ex: esfregaço vaginal 
- Quanto a estrutura anatômica removida: 
 - Tegumento cutâneo 
 - Linfonodos: pode ser incisional ou excisional. 
- Sistema digestório (polipectomia), sistema respiratório (nódulo 
pulmonar metastático), sistema circulatório, etc. 
- Indicações: 
- Estabelecer o diagnóstico 
- Confirmar o diagnóstico 
- Excluir outras doenças 
- Definir o grau de extensão 
- Verificar margem de segurança 
- Determinar o tratamento de eleição 
- Controlar a eficácia do tratamento 
- Avaliar funcionalmente alguns tecidos 
- Avaliar transplantes 
- Efetuar o prognóstico 
- Documentar um procedimento cirúrgico 
"Toda estrutura sólida ou líquida removida durante um 
procedimento cirúrgico deve ser submetida a pelo menos um exame 
complementar" 
- Contra indicações: 
- Risco cirúrgico elevado 
- Via de acesso comprometida 
- Suspeita clínica de lesões desfavoráveis (paciente com DPOC, 
com imagem pulmonar de 10 cm – não faz biópsia) 
- Pré-operatório: 
- A biópsia é um pequeno procedimento cirúrgico, mais conhecido 
por nível 1. Toda via, pode também representar um procedimento 
nível 2 ou 3, como a biópsia de um linfonodo mediastinal por 
mediastinoscopia ou a de parênquima pulmonar através da 
toracotomia aberta, respectivamente. 
- Em relação à anestesia, alguns tipos de biópsia, como a PAAF de 
tireoide, não necessitam de nenhuma anestesia; outras, que 
representam a maioria delas, como as de pele, são realizadas sobre 
anestesia local; outros exigem anestesia geral com intubação 
orotraqueal, como a biopsia de parênquima pulmonar por 
toracotomia. 
- Nesse contexto, o pré-operatório vai depender da técnica utilizada 
na biópsia e da evolução clínica do paciente. 
- Princípios gerais da biópsia: 
1º: Indicações criteriosas baseadas no exame clínico completo e 
exames complementares não invasivos, quando indicados. 
2 
 
2º: Avaliação pré-operatória rigorosa do risco cirúrgico (uso de AAS 
– só suspende em cirurgias neurológicas, prostática e oftalmológica 
– e outros medicamentos; presença de comorbidades; alergias) 
3º: Realização em centros cirúrgicos – seria o ideal, mas não ocorre. 
4º: Acompanhamento por anestesia, quando necessário. 
5º: Escolha criteriosa da área a ser biopsiada (geralmente se 
escolhe a área com mais característica de atividade). 
6º: Em lesões verrucosas ou pigmentares na pele, bem como as 
nodulares em regiões diversas, realizar sempre a biopsia excisional, 
respeitando as margens de segurança. Ex: tumores de pele, 
nódulos metastáticos, pólipos intestinais, etc. 
7º: Nas lesões extensas retirar sempre uma parte do tecido normal 
vizinho. 
8º: Retirar amostra significativa de tecido suspeito. 
9º: Manipular adequadamente o material, colocando em fixador 
adequado, contido em frasco de dimensões confortáveis – 
geralmente fixa no formol. 
10º: Correto preenchimento do formulário a ser anexado ao frasco 
com o material. 
Técnica cirúrgica 
- Ambiente cirúrgico seguro e confortável 
- Preparo do campo segundo as normas de antissepsia 
- Anestesia compatível com a magnitude do procedimento 
- Biópsia excisional de lesão de pele: 
- Programar previamente a incisão obedecendo às linhas de 
tensão/fenda da pele, afim de evitar cicatrizes antiestéticas. 
 
- A grande maioria das biopsias de pele é realizada sob anestesia 
local. Nesta eventualidade fazer o bloqueio distante da lesão para 
evitar deformação das estruturas. É clássica a infiltração em 
losango. 
- Proceder a incisão elíptica de tal forma que o maior eixo tenha 
duas vezes o comprimento do menor, o que permitirá uma sutura 
reta. 
- Em profundidade é importante ultrapassar os limites da lesão, 
deixando boa margem de tecido celular subcutâneo e, nas lesões 
com suspeita de malignidade, chegar até o plano aponeurótico. 
- Para não traumatizar o tecido deve-se proceder à exérese da 
lesão com tesoura curva ou bisturi. 
- Hemostasia rigorosa para evitar hemorragia e hematoma. 
- Proceder à síntese e a realização do curativo. 
- Enviar para análise anatomopatológica. 
- Biopsia incisional de pele: 
- É realizada exclusivamente para o diagnóstico. 
- Está indicada nas lesões extensas e nas lesões difusas, como 
infiltrados suspeitos de hanseníase, úlceras crônicas de membros 
inferiores e grandes tumores de pele. 
- Não se deve fazer biópsia em lesões bolhosas rotas, áreas com 
infecção incipiente ou involuídas. 
- A técnica é semelhante à da biópsia excisional, incisão elíptica de 
menor dimensão, interessando em superfície e profundidade a área 
doente e a área sadia. 
 
- Biópsia em barbear (shaving): 
- Retirada de lesões elevadas na pele, sem suspeita de 
malignidade. 
- É uma variedade de biopsia excisional, sem margens de 
segurança tanto em superfície como em profundidade. 
- A técnica cirúrgica consiste na ressecção da lesão com 
movimentos de vai e vem de uma lâmina de bisturi. 
 - Ex: retirada de calo, retirada de fibroma mole. 
- Biópsia muscular: 
3 
 
- Os músculos são friáveis e se rompem com facilidade, motivo pelo 
qual não se deve manipular diretamente o segmento a ser enviado 
para o laboratório. 
- Resseca-se uma porção do músculo com aproximadamente 2 cm 
de comprimento, 1 cm de largura e 1 cm de profundidade. 
- Para evitar hemorragia, pode-se proceder a biópsia após ligadura 
da massa muscular por transfixação com fio absorvível, um 
centímetro aproximadamente e distalmente aos planos e 
ressecção. 
 
- Biópsias de Linfonodos: 
- Indicada para diagnóstico de doenças primárias benignas ou 
malignas do sistema linfático,bem como metástases infecções 
disseminadas. 
- As biópsias de linfonodos são habitualmente realizadas com 
finalidade diagnóstica. 
- Quando pequenos, pode-se fazer excisional. 
OBS. Lembrar sempre de ligar o pedículo linfático para não haver 
linfedema. 
OBS. Cuidado com Linfonodos profundos – estão ligados à 
estruturas importantes. 
- Pós-operatório: 
- Cuidados com a ferida 
- Analgesia e uso de AINES quando necessário. 
- Orientar para retirada de pontos. 
- Orientar retorno em pronto atendimento caso intercorrências. 
- Complicações: 
- As principais complicações das biopsias são: troca de lado, 
hemorragia, infecções, má cicatrização, disseminação do processo 
patológico, lesão de órgãos, reações anestésicas adversas, retirada 
insuficiente de material, troca/perda do material, falha de fixação, 
artefatos de fixação ou inclusão e óbito. 
 
Tumores malignos de pele e tecido celular subcutâneo 
- Tumores de pele: 
- Tumores mais frequentes da economia humana – 25% de todos 
os tumores. 
- Melhor prognóstico com baixa mortalidade. 
- Tipos de tumores: 
- Do ponto de vista cirúrgico, os tumores malignos da pele podem 
ser classificados em quatro grandes grupos: carcinomas, 
melanomas, sarcomas e linfomas. 
- Carcinomas: neoplasias malignas derivadas de células epiteliais 
da derme e dos anexos cutâneos, constituindo tipo de câncer mais 
comum na pele. 
- Incidência: 
- Os carcinomas representam 93,2% dos tumores malignos; 
destes, 68,1% são basocelulares (CBC) e 21,1% 
espinocelulares (CEC). 
- São mais comuns após os 30 anos, com pico em torno dos 60. 
Quando os tumores surgem antes dos 30, geralmente estão 
relacionados às genodermatoses ou a fatores externos. 
- Etiologia: 
- Exposição solar: essa exposição na infância e juventude inicia 
um processo de carcinogênese que se manifestará após os 40 
a 60 anos. 85% dos tumores de pele estão em áreas expostas. 
- Cor da pele: O CBC é 19x mais frequente em brancos do que 
em negros. Nos negros, o CEC é o tumor maligno de pele mais 
comum e atinge normalmente áreas expostas ao sol. Nesta 
população, a proporção é de 10 a 20 CEC para cada CBC. 
- Algumas doenças genéticas – xeroderma pigmentoso, 
albinismo, síndrome nevoide basocelular. 
- Cicatrizes e ulcerações: as lesões resultantes de cicatrização 
viciosa das queimaduras frequentemente evoluem para um 
CEC. Essas lesões são conhecidas como úlceras de Marjolin. 
A presença de contratura, ulcerações e irritação crônica é 
fundamental na gênese dessa transformação maligna. A 
instabilidade da cicatriz é que favorece a evolução maligna da 
lesão. 
- Imunossupressão crônica: em pacientes transplantados, a 
incidência de carcinoma, especialmente CEC, é maior do que 
na população normal. Pode-se estabelecer uma relação entre o 
tempo de transplante e o risco de desenvolver um CEC. Esta 
relação é muito mais evidente após 10 anos. Nessas 
circunstâncias, o prognóstico dos tumores é muito pior. 
Carcinoma basocelular (CBC) 
- Neoplasma maligno epidérmico cujas células mimetizam as 
células normais da camada basal da derme. 
4 
 
- É o tipo mais comum – 75% de todos os tumores de pele. 
- Em geral, tem melhor prognostico. 
- Classificação CBC: 
- Leva em conta o aspecto clínico da lesão – cinco formas 
básicas: nodular, superficial, infiltrativo (mórfea), pigmentado e 
metatípico. 
- Não se correlaciona com o prognóstico, mas com o potencial 
de recidiva e invasão de tecidos adjacentes. 
- Nodular: corresponde a grade maioria deles (50%); inicia-se 
como um nódulo ou uma pápula perolada, eritematosa, com 
finas telangiectasias na superfície, apresentando crescimento 
muito lento. Tipicamente, apresentam 
ulcerações superficiais e e 
sangramentos, sinais estes que podem 
regredir espontaneamente. 
Normalmente, está em conjunto com 
lesões actínicas (áreas que estão 
expostas da pele – isso não quer dizer 
que ele vem da ceratose actínica, mas 
sim que está junto com ela). 
- Superficial: apresenta-se como lesões eritematosas, 
finamente enrugadas, com apagamento do relevo normal da 
epiderme e ulcerações superficiais. O centro da lesão pode 
parecer fibrótico, podendo lembrar, clinicamente, uma dermatite 
crônica ou subaguda. As bordas do tumor correspondem aos 
limites do eritema. Este representa a reação do organismo ao 
tumor. Quando um CBC superficial atinge 1,5 a 2,0 cm de 
diâmetro, ele apresenta, via de regra, um componente 
infiltrativo. É frequente em áreas expostas ao sol na face, 
pescoço e couro cabeludo; 
 
- Esclerodermiforme: CBC esclerosantes ou dermoplásticos; 
representa 5 a 10%; forma agressiva e infiltrante; aspecto de 
cicatriz, fibrose amarelada ou branca, bordas pouco definidas 
(problema – ressecção com margem); recidivas mais 
frequentes. 
- Pigmentado: lesão pigmentada ulcerada; diagnóstico 
diferencial com melanoma e ceratose seborreica; lesão mais 
rugosa com algumas ulcerações superficiais, na maioria das 
vezes; 
- Metatípico: tem características clínicas e histológicas de 
ambos os CBC e CEC; forma mais agressiva, sendo 
considerado um tumor misto; pode ser de crescimento rápido e 
disseminação neural (ou linfonodal – igual ao CEC); 
- Diagnóstico diferencial do nodular: nevos intradérmicos, molusco 
contagioso, CEC em lesões inicias, ceratoacantoma; 
- Diagnóstico diferencial do esclerodermiforme – difícil diagnóstico 
clínico em muitos casos; lembram cicatriz e pele com 
esclerodermia; 
- Diagnóstico diferencial do pigmentado – melanoma maligno, 
nevos melanocíticos; 
- Tratamento: 
- Lesões pequenas – ressecção por meio de biópsia excisional. 
- Lesões maiores – biópsia prévia para certificação do diagnóstico 
e ressecção completa da lesão com margem de segurança – 0,4 a 
1 cm conforme a forma clínica e multicentricidade. 
- Radioterapia – casos isolados, sem condição de ressecção 
cirúrgica. 
- Laser. 
- Terapia fotodinâmica. 
- Quimioterapia local e sistêmica. 
- Prognóstico: 
- Tumores com alto potencial de cura 
Carcinoma espinocelular (CEC) 
- Correspondem a 25% dos tumores de pele. 
- As células tentam mimetizar as células suprabasais da epiderme, 
ou seja, as células espinhosas. 
- Apresenta-se de duas formas: in situ e invasiva. 
- Forma in situ: apresenta-se clinicamente como uma placa 
eritematosa, as vezes hiperceratótica, que se confunde com 
certas dermatoses inflamatórias como o lúpus eritematoso, 
psoríase, etc. 
- Forma invasiva: surge como placa ou nódulo eritematoso, 
coberto de hiperceratose. Frequentemente são observadas 
ulcerações superficiais com áreas de infecção secundária. 
Estão quase sempre associados aos CEC in situ e, mais 
frequentemente, à ceratose actínica, ou seja, a hiperplasia 
epidérmica atípica. Ambas as lesões são precursoras de CEC 
invasivo. 
- Os limites são muitas vezes irregulares; pode ocorrer 
infiltração de tecidos adjacentes; partes distais podem 
apresentar necrose; e distorcem completamente a arquitetura 
da região. 
5 
 
- Quanto ao grau de malignidade, o CEC situa-se entre o CBC e o 
melanoma, isto é, não possui nem agressividade dos melanomas 
nem o caráter lento e crônico do CBC. 
- A possibilidade de metástases precoces (5 a 10% dos casos) deve 
ser sempre lembrada, sendo imperioso um cuidadoso exame das 
cadeias ganglionares regionais, em todos os casos. 
 - Raramente aparece em pele sadia. Geralmente, se desenvolve 
sobre uma lesão pré-cancerosa como a ceratose actínica, 
radiodermites, leucoplasia, queilíte, cicatriz pós-queimadura, etc. 
- Pode surgir em qualquer região do corpo, porém é muito mais 
frequente na cabeça e pescoço. No segmento cefálico, a sede mais 
comum é o lábio inferior. 
 
- Comum em áreas expostas ao sol. 
- Um tumor se apresenta avançado: 
- Quando não houve acesso ao serviço de saúde em tempo 
hábil. Isso é responsabilidade tanto do paciente quanto do 
médico. 
- A depender das condições clínicas dopaciente. 
- Se houver velocidade de crescimento maior que o habitual (ex: 
transplantados, condições de imunossupressão (linfoma, HIV), 
xeroderma pimentoso). 
- Quando não houve tratamento adequado na primeira 
abordagem. Infelizmente representa a maior parte dos casos 
- Lembrar que a chance de cura se relaciona diretamente 
com a primeira abordagem do paciente. 
- Recomendações de tratamento para tumores cutâneos: 
- Baixo risco X alto risco 
- Recomendações da NCCN para tratamento: 
- Tumores de baixo risco: curetagem e eletrocoagulação; 
ressecção com exame de margens no pós-operatório; 
radioterapia para pacientes clinicamente limitados ou com mais 
de 60 anos. 
- Em caso de margem positiva: cirurgia de Mohs (ressecção 
sem margem – a ressecção com margem representaria uma 
perda de funcionalidade ou uma grande reconstrução); cirurgia 
com controle de margens no per-operatório, incluindo 
profundidade. 
- Em caso de tumor de alto risco: cirurgia de Mohs, cirurgia com 
controle de margem. 
OBS. Zona H na face – área de risco, independentemente do 
tipo de tumor. 
- Para tumores avançados – cirurgia, radioterapia, associação 
terapêutica. 
- Princípios da ressecção cirúrgica: ressecção de toda a área 
comprometida, margem de segurança adequada, tratamento da 
cadeia linfática de drenagem sempre que houver linfonodo 
comprometido; sempre pensar primeiro na cura, depois na 
funcionalidade e depois na estética; reconstrução no mesmo tempo, 
sem inviabilizar o seguimento. 
- Ressecção de toda a área comprometida. Se o objetivo é a cura, 
isso pode significar cirurgias maiores com sequelas estéticas e 
funcionais. 
- Margem de segurança adequada 
- Alterações histológicas são posteriores às alterações 
biológicas (genéticas, mutações). 
 - Margem adequada em tecido "normal". 
- Margem preconizada: 
- Margem para tumores com menos de 2 cm, de baixo risco, 
considerará 4 mm e 6 mm para CBC e CCE 
respectivamente. 
- Tratamento da cadeia linfática: 
- Considerar os níveis de envolvimento dos linfonodos de primeira 
drenagem. 
- Linfadenomegalia palpável ou subclínica vistas em exames de 
imagem. 
- Lembrar da parótida como órgão de drenagem dos tumores da 
face. 
- Importante: 
- Identificar as lesões corretamente 
- Tratar com base em biópsia 
- Cuidado ao se retirar tumor maligno de baixo grau 
- Diante de uma lesão inicial nossa responsabilidade é muito maior 
 
 
6 
 
Princípios de suturas de tendões, nervos e vasos 
Lesões dos tendões 
- As lesões dos tendões flexores são as mais frequentes 
(geralmente por ferimentos abertos). Os tendões flexores são 
envoltos por bainha sinovial e tem irrigação deficiente = reparo 
cirúrgico mais difícil. 
- Lesões dos tendões extensores: as suturas são simples, o difícil é 
evitar aderência e manutenção da função. 
- Zonas de classificação das lesões dos tendões flexores – mão: 
- De acordo com local/zona que ocorre lesão, há mudança no 
prognóstico e tem maior risco de aderência. 
 
 
- Na zona II as lesões são mais complexas, devido à sua 
particularidade anatômica: presença das polias (prendem o 
tendão). 
- Com relação à Zona IV, o problema é que existem muitos tendões 
concentrados e presença do nervo mediano. 
- Diagnóstico das lesões em tendão: 
- Necessário fazer alguns testes de função: 
- Fletir somente a falange distal – avalia o flexor profundo dos 
dedos. 
- Fletir o dedo inteiro – avalia o flexor superficial dos dedos. 
OBS. Se tem lesão, sempre deve-se primeiro fazer a limpeza da 
ferida, suturá-la e fazer o encaminhamento do paciente para um 
serviço especializado. Nunca deixar a ferida aberta – maior risco de 
infecção. 
- Tratamento: 
- Bloco cirúrgico 
- Rigor da assepsia – evitar ao máximo a infecção – causa fibrose 
e, com isso, perda da função. 
- Uso de torniquete – diminuir o sangramento para ser possível fazer 
a sutura do tendão. 
- Para sutura de tendão, usa-se um fio delicado: 
 - Em pacientes adultos: nylon 4.0 
 - Em crianças: nylon 6.0 
- Suturas em tendões – tenorrafia: 
- Técnica de Kessler – usada em suturas de tendão na mão. 
Nessa sutura, o nó tende a ficar englobado dentro do tendão – 
isso é interessante, pois é menos uma estrutura para fazer 
volume nas bordas – volume demais pode comprometer a 
função – não passa dentro das polias. 
 
- Kessler modificado – com uma ou duas suturas. 
- Bunnell – é uma sutura mais forte; comum a sutura do tendão 
de Aquiles 
 
OBS. Depois que regularizou as bordas – faz-se um chuleio 
continuo nas bordas da ferida. Objetivo: tendão aproximado, 
sem grandes volumes no bordo do ferimento. Não usar chuleio 
ancorado devido ao risco maior de isquemia. 
 
7 
 
Lesões nervosas 
- Atenção: lesões de tendões muitas vezes vêm acompanhadas de 
lesões de nervos. 
- Elas podem ser abertas (ferimento corto-contuso que atingiu, 
dentre outras estruturas, o nervo) ou fechadas (normalmente são 
por traumas diretos – pancadas que podem causar esmagamento, 
garroteamento ou estrangulamento. Mais comum em nervo radial.) 
- Prognóstico: 
- Dependem do nível de lesão 
- Lesões próximais e distais: quanto mais distal, melhor prognóstico 
– tem tempo menor de recuperação, menos ramos atingidos, maior 
recuperação da sensibilidade, menor degeneração do nervo, 
menos estruturas para recuperar e distância menor. 
- Tipos de lesão: cortante, esmagamento ou tração. 
- Função: nervos com função única (apenas motor ou sensitivo) ou 
nervos com função mista (sensitivo e motor). 
- Quando reparar: 
- Reparação primária (feita no momento do trauma ou diagnóstico) 
ou secundária (feita em momento posterior). 
- Quanto mais precoce, melhor – a primária é feita dentro de 6 ou 8 
horas. Só podem ser feitas se a ferida está limpa. Se contaminada, 
será necessário retardar o reparo. 
- Após 12 meses ocorre alterações irreversíveis na célula muscular. 
No entanto, poderá haver retorno da sensibilidade – o que 
justificaria o reparo do nervo mesmo após esse tempo. 
- Tipos de lesões de nervos – classificação de Seddon 1943: 
- Neuropraxia: paralisia transitória do nervo por contusão, com bom 
prognóstico; a lesão não tem secção. Com poucas semanas, ocorre 
retorno da função. 
- Axoniotmeses: comprometimento parcial do nervo, lesão de 
alguns axônios. 
- Neurotmeses: secção completa do nervo. 
- Diagnóstico clínico: 
- Avaliação da lesão: 
 - Avaliação da sensibilidade e motricidade. 
- Se não é possível visualizar o tipo de lesão – faz-se 
eletroneuromiografia 
OBS. Fratura de úmero – incidência grande de lesão de nervo 
radial (o nervo dá uma volta em cima do osso). 
 
 
- Classificação de Sunderland – 1951 – anatômica: 
- Sunderland categorizou as lesões de nervos em cinco graus. Os 
graus I e II correspondem aos graus neurapráxico e axonotmético 
de Seddon. Sunderland dividiu ainda a categoria de lesões de 
neurotmeses de Seddon em graus III, IV e V, tendo por base o grau 
de dano das estruturas de sustentação axonal. 
 
- Nas lesões grau III, a continuidade do axônio é rompida por perda 
dos tubos endoneurais (as bainhas do neurilema), mas o perineuro 
é preservado. Desta forma, quando os axônios se regeneram, 
podem entrar na bainha nervosa incorreta, resultando numa 
regenerção anormal. Acompanhando a perda da bainha nervosa, 
há a cicatriz intraneural, que obstrui ainda mais o novo crescimento 
neuronal através do ponto de lesão. Nas lesões grau IV, os 
fascículos nervosos (axônio, endoneuro, perineuro) são lesados, 
mas se preserva a continuidade da bainha nervosa. 
 
- Diagnóstico clínico: 
- Avaliação da sensibilidade e motricidade distal a lesão 
- Testes específicos 
 - Nervo mediano – perda da oponência 
 - Nervo lunar – adução e abdução dos dedos 
- Nervo radial – incapacidade de estender punho e articulações 
metacarpo falangeanas – mão caída 
- Técnica de Neurorrafia: 
- Feitos em microcirurgia – nylon 10.0- Tipos: sutura epineural, epiperineural e interfascicular. 
OBS. Em crianças, tem prognóstico muito bom. 
8 
 
Lesões vasculares 
- Suspeita em feridas com grandes sangramentos. 
- Ausência de pulso distal à lesão. 
- Diminuição da temperatura. 
- Alteração da coloração. 
OBS. Em lesões de vasos, fazer curativos compressivos e não 
pinçamento (devido a incidência de pinçamento de nervo). 
- Técnicas de sutura: 
- Uso de torniquetes 
- Não se deve utilizar agulhas cortantes. Devem ser utilizadas 
agulhas cilíndricas. 
- Fios inabsorvíveis. 
- Uso de clamps. 
- Grande problema após a sutura: trombose do vaso 
Sutura de músculos, fáscias e aponeuroses 
- As suturas de músculo são muito complicadas, devido à 
contração. 
- Fáscia e aponeuroses são mais simples; no entanto, é necessário 
ter cuidado, pois pode ocorrer a síndrome compartimental. 
- Usa-se ponto em X ou em U. Não usa-se sutura continuas – pois 
não há local de drenagem caso haja um sangramento, por exemplo. 
Lesões epiteliais benignas 
Lesões de pele 
- Queratose seborreica: 
- Também chamada de verruga seborreica ou senil, caracteriza-se 
pelo aparecimento de lesões verrucosas no tronco, face e 
membros. 
- Afeta indivíduos de ambos os sexos a partir da 4ª década de vida. 
- Não sofre transformação maligna. 
- É comum história familiar. 
- As lesões usualmente múltiplas são pápulas circunscritas, 
ligeiramente elevadas, verrucosas, cuja cor varia do castanho-claro 
ao escuro, com diâmetro de poucos milímetros a dois centímetros. 
- A lesão é coberta por escama aderente, córnea e graxenta que, 
quando retirada, mostra superfície mamelonada ou sulcada. 
- O aparecimento súbito de forma eruptiva de múltiplas lesões de 
queratose seborréica constitui o sinal de Leser- Trelat, considerado 
manifestação paraneoplásica, mas cujo real significado como tal 
permanece questionado. Em 20% dos casos, o sinal de Leser-Trelat 
associa-se a acantose nigricante e, nestas condições, o caráter 
paraneoplásico é mais significativo havendo relação com 
adenocarcinomas gástricos, carcinomas de mama, 
adenocarcinomas do cólon e linfomas. O sinal de Leser-Trelat seria 
conseqüência da secreção de fatores de crescimento epitelial pelo 
tumor. 
 
- As queratoses seborréicas são papilomas benignos que, 
histologicamente podem apresentar variações. A queratose 
seborréica clássica apresenta-se como proliferação exofítica de 
células basalióides uniformes, contendo pseudocistos de queratina 
(pseudomiliuns) e grande quantidade de melanócitos. 
- O diagnóstico é clínico mas, em todos os casos em que haja 
qualquer dúvida quanto à possibilidade de outras lesões 
pigmentares, como nevos displásicos ou mesmo melanoma 
maligno, o exame histopatológico é absolutamente indispensável. A 
dermatoscopia é útil na diferenciação de outras lesões pigmentares 
através da presença de grande quantidade de pseudocistos 
córneos facilmente visualizáveis. 
- O diagnóstico diferencial deve ser feito com a queratose senil ou 
actínica, cujas lesões são menos elevadas, secas e com escamas 
não graxentas; ocasionalmente, com o nevo pigmentar que é lesão 
papulosa, com superfície lisa não escamosa, de cor castanha a 
preta e mesmo com o melanoma maligno e o epitelioma basocelular 
pigmentado. 
- Tratamento: indicado somente para fins estéticos. Nas lesões 
iniciais, crioterapia com nitrogênio líquido. Nas lesões· mais antigas 
e verrucosas, indica-se eletivamente curetagem com 
eletrocoagulação superficial. Radioterapia ou cirurgia com suturas 
não têm indicações, nem justificativas. 
- Dermatose papulosa nigra (DPN): 
- É variante clínica de queratose seborréica, comum em negros, 
especialmente em mulheres, sendo extremamente frequente a 
ocorrência de predisposição familiar. 
- Consiste de pápulas de 2 a 4 milímetros, pretas, ligeiramente 
elevadas, localizadas na face, particularmente na região malar e 
fronte, ocorrendo eventualmente no pescoço, face anterior do 
tronco e dorso. 
9 
 
- Surgem em geral na quarta década da vida. 
 
- Histopatologia e tratamento semelhantes à queratose seborreica. 
- Eletrocoagulação para tratamento. 
 - Hiperplasia sebácea senil: 
- Extremamente frequente a partir da idade madura. 
- Consiste de pápulas de 2 a 4 mm de tamanho, cor amarelada, 
umbilicadas, que surgem em indivíduos maduros, com predomínio 
no sexo masculino. Localizam-se na face, particularmente na fronte, 
sem qualquer manifestação subjetiva. Origina-se da hiperplasia de 
glândulas sebáceas. 
- Diagnóstico clínico: lesão brilha. Necessário estudo 
histopatológico para afastar CBC. 
 
- Tratamento: 
 - Razões estéticas 
- Eletrocoagulação superficial – mas é necessário atingir a 
derme. 
 - Aplicação de ácido tricloroacético a 70%. 
 - Crioterapia. 
- Grânulos de Fordyce: 
- Quadro assintomático consequente à presença de glândulas 
sebáceas ectópicas nos lábios, mucosa oral e genital. 
- É extremamente frequente ocorrendo em cerca de 70% da 
população geral em ambos os sexos. 
- Apresentam-se como pápulas 
ou manchas amareladas de 1 a 
2 mm, múltiplas, localizadas 
especialmente no lábio superior 
e mucosa bucal. 
- Histopatologicamente são 
glândulas sebáceas 
desprovidas de folículos 
pilosos. 
- O diagnóstico é clínico e conforme localização, pode ser feito 
diagnóstico diferencial com a candidose ou verrugas virais. 
- Não é necessário tratamento. 
- Siringoma: 
- É quadro frequente representado por neoplasia benigna de origem 
écrina (é na derme) existindo formas localizadas comuns e formas 
disseminadas raras que podem ter caráter familiar. 
- Caracteriza-se por pápulas duras, achatadas, de 1 a 3 mm de 
tamanho, cor amarelo-rósea, quase idêntica à da pele. Localiza-se 
com mais frequência nas pálpebras inferiores e região periorbitária, 
particularmente em mulheres adultas. 
 
- Siringoma eruptivo disseminado: outra forma clínica que surge no 
período de pós-puberdade, disseminada, com lesões no pescoço, 
face anterior do tórax, axilas, face interna dos braços e região 
umbilical, que às vezes tem caráter familiar. 
- No diagnóstico diferencial nas pálpebras, devem ser diferenciados 
os xantelasmas, as lesões de mília e as verrugas planas. 
- Tratamento: 
10 
 
 - Estético 
 - Eletrocoagulação 
- Excisão delicada com tesouras oftalmológicas e com 
cicatrização por segunda intenção. 
- Hidrocistoma écrino: 
- Resultam de dilatações císticas dos dutos écrinos devido a 
retenção de secreções. Podem aumentar com a elevação de 
temperatura pelo aumento das secreções écrinas e podem ser 
únicos ou múltiplos. 
- São mais comuns em adultos de idade média ou idosos, ocorrendo 
igualmente em homens e mulheres. 
- Se apresentam como pequenas lesões de 1 a 5 mm, duras, 
translúcidas ou opalescentes que surgem na face, especialmente 
em torno aos olhos e eventualmente no pescoço e tórax. 
 
- Tratamento: estético; abertura e drenagem com eletrodessecação 
da cápsula ou excisão cirúrgica ou laser. 
- Ceratoacantoma: 
- Se assemelha, clínica e histologicamente, ao carcinoma 
espinocelular, mas dele se diferencia pelo crescimento mais rápido 
e caráter benigno, pois, em geral, regride espontaneamente. 
- Estuda-se sua provável origem a partir de proliferação do epitélio 
pilar. 
- É observado, a rigor, após os 50 anos e afeta ambos os sexos 
igualmente. 
- É raro. A sua frequência, em relação ao carcinoma espinocelular, 
está na proporção de 1: 10 e 1 :40, respectivamente. 
- É uma tumoração hemisférica, com 1 a 2 cm de diâmetro, 
configuração vulcânica, cuja cratera central é ocupada por massa 
córnea. Borda regular, de cor branco-amarelada, rósea ou violácea. 
Localiza-se de preferência nas áreas descobertas: face, 
antebraços, dorso das mãos e pescoço. 
- A lesão é única, raramente múltipla. 
- Excepcionalmente, ocorre de forma eruptiva. Há formas atípicas 
verrucóides e gigantes. 
- Há uma fase de crescimentorápido, que dura de quatro a oito 
semanas, a que se segue período estacionário e involução 
espontânea, com duração média de quatro a seis meses. 
- Nas formas típicas, o crescimento rápido e a massa córnea central 
são elementos importantes para diferenciação com o carcinoma 
espinocelular. 
 
- O exame histopatológico é indispensável – não fazer margem 
- Secção transversa que atinja todo o tumor para permitir a 
análise da arquitetura tissular 
- Tratamento: 
- Exérese é o método preferencial – devido à possibilidade de 
enviar o material para biópsia. 
- Curetagem e eletrocoagulação, crioterapia, injeção 
intralesional de 5-fluoracil. 
- Nevo sebáceo de Jadassohn: 
- Formação névica com aumento de glândulas sebáceas. 
- É formação hamartomatosa resultante de defeitos ectodérmicos e 
mesodérmicos com especial aumento de glândulas sebáceas. A 
maioria das lesões é esporádica e existem raros casos familiares. 
- Apresenta-se ao nascimento ou primeiros meses de vida. 
- Caracteriza-se por placa papulosa, amarelada, elevada, 
geralmente única, quase sempre no couro cabeludo – geralmente 
não nasce cabelo porque a glândula compete com o folículo piloso. 
- Aumenta lentamente tornando-se, na puberdade, espessado e 
verrucoso com aspecto papilomatoso. 
- Lesões maiores especialmente quando localizadas na região 
centro-facial podem associar-se a alterações neurológicas, retardo 
mental e convulsões, alterações ósseas e oftalmológicas como 
colobomas e, neste caso, constitui-se a síndrome do nevo sebáceo. 
 
11 
 
 
- Tratamento: 
 - Controverso 
- Exérese cirúrgica antes da puberdade, ocasião em que a lesão 
aumenta em tamanho bem como aumenta a possibilidade do 
surgimento de tumores (carcinoma basocelular, tumores 
anexais). 
- Também pode ser expectante – Isabela faz esse tipo de 
conduta – se ulcerar, der crosta, sangrar, faz-se a biópsia. 
Lesões vasculares 
- Angioma rubi (senil): 
- Representam a proliferação vascular adquirida mais comum e 
ocorrem na maioria das pessoas de meia idade e idosos. 
- São pápulas esféricas de 1 a 5 mm de diâmetro de cor vermelho 
brilhante a vermelho escura e eventualmente são polipóides. 
Ocorrem mais frequentemente no tronco e extremidades proximais, 
sendo menos comuns nas mãos, pés e face. O número é variável, 
podendo existir centenas de lesões. 
- São compostos por capilares dilatados e congestos e por veias 
pós-capilares localizadas na derme papilar. 
- Tratamento estético: eletrocoagulação, shaving, laser ou 
crioterapia. 
 
- Hemangioma da infância: 
- É o tumor mais comum da infância, ocorrendo em 10 a 12% das 
crianças com um ano de idade e atingindo até a 30% daquelas com 
peso muito baixo ao nascimento (menos que 1000 g). 
- Predileção pelo sexo feminino, em uma razão que varia de 3: 1 até 
7: 1. 
- São resultado de um desequilíbrio na angiogênese, que permite 
uma proliferação descontrolada de elementos vasculares. 
- As lesões são únicas em 80% dos doentes, sendo rara a presença 
de quatro ou mais lesões. A pele é o órgão mais comumente 
acometido e as regiões da cabeça, pescoço e tronco são as mais 
afetadas. O tamanho pode variar de poucos milímetros até vários 
centímetros. 
- Em geral ausente ao nascimento, o hemangioma da infância torna-
se aparente já no primeiro mês de vida. Ocasionalmente, pode-se 
detectar, ao nascimento, uma lesão precursora, que se apresenta, 
clinicamente, sob a forma de uma mancha anêmica, eritematosa 
e/ou equimótica, pequeno agrupamento de pápulas vermelho-vivo, 
ou ainda, telangiectasias circundadas ou não por um halo anêmico. 
 
- Hemangiomas mais profundos (subcutâneos) podem se tornar 
aparentes mais tardiamente, alguns meses após o nascimento. 
- Divididos em: 
 - Hemangioma superficial: 
- São mais comuns, 
bem delimitados, de 
cor vermelho-vivo, 
nodulares ou em 
placa, com pele 
normal ao redor, por 
vezes de aspecto 
semelhante a um 
morango. 
- Restringem-se à derme papilar e reticular. 
 - Hemangioma profundo: 
- Anteriormente chamada de 
hemangioma cavernoso, é uma 
lesão nodular, da cor da pele ou 
do tom azulado, algumas vezes 
com telangiectasias na 
superfície, sendo 
ocasionalmente possível 
observar vasos de drenagem na periferia. 
- Acomete a derme profunda e o subcutâneo. 
12 
 
- Hemangioma combinados: 
 - Apresentam componente superficial e profundo. 
- A fase de crescimento rápido normalmente dura até os 6 a 10 
meses de idade e, ao final do primeiro ano de vida, as lesões 
atingem seu tamanho máximo. Posteriormente, o hemangioma 
entra em uma fase quiescente, que persiste por alguns meses, e 
então involui lentamente. 
- Estima-se que 50% das lesões regridam, total ou parcialmente, 
até os 5 anos de idade e 90% até os 10 anos de idade. 
- Complicações: 
- Geralmente, ocorrem durante os 6 primeiros meses de vida 
(fase de maior crescimento). 
- A ulceração é a complicação mais comum, ocasionando dor e 
desconforto quando acomete lábios, região perianal, genital e 
flexuras. 
- Sangramentos de pouca intensidade podem ocorrer e 
respondem bem à compressão direta, sendo raros os casos 
mais graves. 
- A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma complicação 
rara e pode estar associada a hemangioma de grandes 
dimensões ou a hemangiomas múltiplos. 
- Hemangiomas volumosos também podem cursar com 
hipotireoidismo uma vez que a enzima 3-iodotironina-
deiodinase, presente nos tecidos formadores do hemangioma, 
inativa o hormônio tireoideano. 
- Dependendo da localização: alteração da visão (hemangioma 
em região periorbital), comprimento da respiração 
(hemangioma em fossas nasais, orofaringe ou na região 
traqueolaríngea), obstrução do conduto auditivo externo 
(hemangioma de região parotídea). 
- Diagnóstico: 
- História clínica e achados físicos (confusão com malformações 
vasculares e tumores). 
- US com Doppler: exame de screening – na fase proliferativa, 
observa-se uma massa solida homogênea, bem delimitada, 
com vasos de alto fluxo. Essas características possibilitam a 
diferenciação entre os hemangioma e as malformações de 
baixo fluxo, como as venosas, capilares e linfáticas, mas não 
permitem a sua distinção das malformações de alto fluxo, como 
as artério-venosas. 
- RM (padrão-ouro) – confirmar as características teciduais da 
lesão, sua extensão nos diversos planos anatômicos e para 
avaliar anomalias adjacentes associadas. 
- Biopsia: afastar tumores malignos, principalmente em 
hemangiomas profundos (sarcomas). 
- Imunohistoquímica – GLUT 1 (marcador que só existe nos 
hemangiomas na infância). 
- Tratamento: 
- Estima-se que apenas 10 a 20% dos hemangioma precisem 
ser tratados. Entre esses, incluem os que implicam em 
acometimento da visão, obstrução de vias aéreas, conduto 
auditivo e reto, aqueles que provocam ICC e hemorragias, os 
que ulceram ou infectam e as lesões que, ao involuírem, 
produzem resultados esteticamente comprometedores. 
- Propanolol oral (acompanhamento com o cardiologista) e 
corticoterapia oral (dose imunossupressora – a criança não 
pode ser vacinada com vacinas de patógenos vivos). 
- Uso de timolol tópico – beta bloqueador utilizado para 
tratamento do glaucoma. 
- Outros: interferon, vincristina, cirurgia, laser 
- Hemangioma congênito 
- Tumores vasculares raros, considerados anteriormente como 
variantes do hemangioma da infância por compartilharem varias 
características clinicas, radiológicas e histológicas. 
- As lesões, completamente desenvolvidas ao nascimento, são 
ovais ou redondas, em placa, exofíticas ou lobuladas, com 
tonalidades que vão do rosa ao purpúrico. 
 - Histologicamente diferente do hemangioma da infância. 
 - Não tem o marcador histológico GLUT . 
- São divididos em dois tumores distintos: hemangioma 
congênito com involução rápida (ou hemangioma congênito 
não-progressivo) e hemangioma congênito não-involutivo. 
- Granuloma piogênico:- Também denominado hemangioma lobular capilar, é uma lesão 
vascular adquirida, semelhante clínica e histologicamente ao 
hemangioma da infância, porém de dimensões menores. 
- Tende a ocorrer na mucosa e pele de crianças e adultos jovens. 
- A média de idade acometida é de seis anos. 
- Aparece subitamente, usualmente sem história prévia de trauma, 
e localiza-se preponderantemente nas bochechas, pálpebras, 
extremidades e dentro de malformações capilares. 
- Pode ser séssil ou pedunculado e apresenta episódios repetidos 
de sangramento com formação de ulceração superficial. 
- É caracteristicamente desencadeado pelo alicate ou por unhas 
encravadas. 
- No diagnóstico diferencial, cabem o melanoma amelanótico e o 
carcinoma espinocelular. 
13 
 
- O tratamento é a remoção da lesão por excisão cirúrgica, 
eletrocauterização, cauterização química ou crioterapia. 
- Tumor glômico: 
- Apresenta-se como lesão neoplásica benigna, geralmente única, 
nodular, vermelho-azulada, com dor intensa à pressão. 
- Pode ocorrer em outra localização, sendo mais comum sob a 
unha. 
- São devidas às anastomoses AV subcutânea. 
- Tratamento cirúrgico. 
Lesões pré-cancerosas de pele 
- Lesões pré-cancerosas: 
- Carcinogênese: 
- Agentes físicos: raios UV, radiação ionizante, calor e 
traumatismo 
- Agentes químicos 
- Agentes biológicos: HPV 
- Fatores do hospedeiros: imunossupressão; pacientes com 
HIV. 
- Agentes carcinógenos: agem sobre a epiderme/derme, promovem 
alterações iniciais (bioquímicas e estruturais). 
- Lesões podem regredir, passar a fase proliferativa ou neoplásica. 
Dermatoses pré-cancerosas 
- Ceratose actínica: 
- É considerada uma lesão pré-maligna, conhecida também com o 
nome de ceratose senil, por aparecer na idade avançada; não é 
sinal de velhice e, sim, manifestação de irradiação solar cumulativa, 
progressiva, persistente e duradoura; daí a sua localização 
preferencial nas áreas expostas, em especial a calva. 
- É, em geral, múltipla e caracteriza-se por pápulas eritemato-
descamativas, de coloração acastanhada (ceratóticas). 
 
- Corno cutâneo: trata-se de uma proliferação compacta e 
corniforme de queratina, assentada sobre uma base, cuja 
histopatologia revela a entidade básica, no caso, a ceratose 
actínica. Seu tamanho varia de alguns centímetros a decímetros, 
podendo atingir as dimensões e o aspecto de um verdadeiro chifre. 
 
- Queilíte actínica: eritema, descamação, fissuras e erosão do lábio 
inferior, com acentuação após exposição solar e, 
consequentemente, piora durante o verão. 
- A ceratose actínica, se não tratada, pode evoluir para CEC. 
- O diagnóstico é clínico. Se lesão mais infiltrada, biópsia excisional. 
- Tratamento 
 - Crioterapia com nitrogênio líquido 
 - Curetagem, eletrocoagulação 
 - Cauterização química – ácido tricoloroacético 
 - Exérese cirúrgica 
- Lesões disseminadas: 5-fluoracil tópico (imunomoduladores), 
Imiquimod. 
 - Terapia fotodinâmica 
- Ceratoses tóxicas: 
- Exposição crônica a produtos tóxicos: arsênio, alcatrão. 
- Clínica e tratamento semelhante à ceratose actínica. 
- Local de contato com a substância. 
- Lesões ceratóticas puntiformes múltiplas em regiões palmares e 
plantares. 
- Radiodermatites: 
- Radiodermatite é alteração da pele, aguda ou crônica, por 
superexposição a elementos radiativos, em particular aos raios-X, 
gama ou a partículas ionizantes como elétrons, nêutrons e prótons, 
provenientes de aparelhos que os produzam artificialmente ou que 
contenham elementos radioativos no seu interior. 
- O quadro pode ser decorrente de tratamentos, sendo atualmente 
apenas efeito adverso contornável, devido à alta tecnologia 
empregada na radioterapia moderna. Muito raramente pode ser 
provocada por exposição excessiva na exploração diagnóstica com 
raios-X, especialmente radioscopias (atualmente muito raro), e 
ainda por acidentes nucleares ou manipulação indevida de lixo 
radiativo. 
- A radiodermatite aguda ocorre durante ou poucos dias após a 
aplicação de radiação ionizante. O quadro assemelha-se à 
queimadura solar, isto é, apresenta eritema e edema, ao que se 
segue descamação e pigmentação. 
14 
 
- A radiodermatite crônica surge após meses ou anos a exposição 
à radiação ionizante. A pele apresenta-se atrófica, com 
hiperpigmentação irregular, telangiectasias e alopecia. Ulcerações 
ou áreas de queratose podem ocorrer e, com freqüência, evoluem 
para carcinomas espinocelulares e, eventualmente, para 
basocelulares. 
 
- Tratamento: 
- O tratamento da radiodermatite aguda é feito com pasta 
d'água ou creme com corticóide. 
- Na radiodermatite crônica, se não há ulceração, queratose ou 
dor, a conduta pode ser expectante. Na transformação 
carcinomatosa, a conduta é ressecção cirúrgica, com enxertia, 
se necessário. 
- Úlceras crônicas e cicatrizes: 
- Qualquer que seja a sua natureza 
- Podem sofre transformação para CEC 
- Úlcera de Marjolin – CEC em cima das cicatrizes 
- Leucoplasia 
- Mancha ou placa de aspecto esbranquiçado localizada na 
superfície da pele ou mucosa, não removível com raspagem. 
- Podem ser mal definidas e elevadas. 
- Podem ter superfície irregular, zonas erosivas e/ou sangrantes. 
- Anatomopatológico: 
 - 80% benignas 
 - 17% displasias ou CA in situ 
 - 3% CEC invasivo 
 - Correlação com o HPV 
- Tratamento: cirúrgico 
- Doença de Bowen: 
- É um carcinoma espinocelular in situ, isto é, intra-epidérmico. 
- É lesão solitária, que consiste de área escamosa ou crostosa, 
avermelhada, com limites bem definidos. A retirada da escama ou 
crosta mostra superfície granulosa e secretante. A placa estende-
se gradualmente, sem tendência à cura central. 
- Pode ocorrer em qualquer área do corpo de preferência no tronco. 
- Parece uma ceratose actínica, mas em áreas não foto-expostas. 
 
- Quando não tratado adequadamente, este carcinoma in situ torna-
se invasivo e pode causar metástase. 
- Eritroplasia: é carcinoma espinocelular intra-epitelial na mucosa, 
que pode tornar-se invasivo e corresponde à doença de Bowen da 
pele. No pênis: eritroplasia de Queyrat. 
- Diagnóstico: anatomopatológico – desorganização da arquitetura 
da epiderme, com células atípicas, hipercromáticas, vacuolizadas e 
grande número de mitoses. A membrana basal está intacta, não 
havendo invasão dérmica. 
- Tratamento: cirúrgico. 
Alterações benignas de pigmentação 
Melanodermias congênitas ou hereditárias 
- Efélides: 
- Também chamadas de sardas, são manchas castanho-claras ou 
escuras, de 2-4mm de diâmetro, que surgem dos 6 aos 18 anos de 
idade, após exposição actínica e principalmente após queimadura 
solar. 
- Tem carácter hereditário, ocorrendo mais comumente em 
indivíduos de pele clara, cabelos ruivos ou loiros. 
- A distribuição é simétrica atingindo principalmente a face, 
antebraços, braços, ombros e porção superior do tronco. 
- Acentuam-se no verão com a exposição ao sol e melhoram no 
inverno, se não houver exposição actínica. 
15 
 
- Nas efélides há um aumento de melanina na camada basal, com 
número normal de melanócitos. 
- Tratamento: preventivo – evitar exposição actínica e usar 
fotoprotetores, preferivelmente fator de proteção opacos para UVB 
e UVA; curativo: estético – laser. 
- Mácula labial melanótica: 
- Localizada na mucosa labial, comumente em mulheres jovens, 
tem a histopatologia da efélides – aumento da melanina na camada 
basal. 
 
- Mancha café com leite / melânica: 
- São manchas com cor castanha-clara à escura, diâmetro entre 2-
10 cm, ocorrendo em qualquer região cutânea. 
- São congênitas ou hereditárias, devidas, como as efélides, ao 
aumento de atividade dos melanócitos, sem alteração no número. 
- Ocorrem por malformação congênita, sem outras anomalias. 
- Geralmente poucas lesões. 
- Maioria sem nenhuma implicação 
- Problema – se múltiplas, podem estar associadas às síndromes: 
neurofibromatose tipo I– múltiplas + neurofibromas; síndrome de 
Albright (alterações ósseas, endócrinas e puberdade precoce). 
 
- Lentigo: 
- São máculas pontuadas ou gotadas de cor castanho escura a 
preta, que surgem nos primeiros anos de vida e continuam a 
aparecer no decurso da infância, adolescência e no adulto, em 
qualquer região da pele, região cutânea, inclusive em áreas não 
expostas ao sol. 
- O lentigo pode ser congênito ou hereditário. Histopatologicamente, 
há um aumento do número de melanócitos e alongamento regular 
das cristas epiteliais, com hiperprodução de melanina que se 
distribui nos melanócitos e queratinócitos. 
- O lentigo é facilmente diferenciável da melanose solar (lentigo 
senil ou solar) que se localiza sempre em áreas expostas e tem 
diâmetro maior. 
- Os lentigos aumentam com a idade. Não necessitam tratamento, 
mas podem ser retirados por exérese superficial ou 
dermatoabrasão. Raramente sofrem transformação maligna. 
- Lentiginose – caracterizam-se por lentigo disseminados por toda 
a pele, podendo ser acompanhados de manchas melânicas. 
- Nevus Spillus: 
- Raramente encontrado; é uma 
placa castanha clara com pontos 
escuros. 
- Está presente desde o 
nascimento ou torna-se evidente 
na infância. Histologicamente é 
uma combinação de mancha 
melânica (mancha café com leite) 
com nevus juncional, isto é, 
aumento da pigmentação basal e 
presença de células névicas. Não 
precisa de tratamento. 
- Melanose pilosa de Becker / Melanose neviforme: 
- Também chamado Nevus pigmentado e piloso caracteriza-se por 
placa hiperpigmentada e hipertricose. 
- Surge geralmente na adolescência, em indivíduos masculinos, no 
ombro, braço ou porção superior do tronco, geralmente após 
exposição solar e aumenta por alguns meses até dois anos. 
- Em mulheres pode estar associada a hipoplasia mamária 
(aumento de receptores androgênicos). 
- É devido a uma maior atividade de melanócitos, sem células 
névicas. 
- Não é necessário tratamento exceto por razões estéticas com 
Laser. 
 
16 
 
- Mancha mongólica: 
- Mácula de castanha-azulada na região lombo-sacra, comum em 
mongolóides e negros, menos frequente em mestiços e rara em 
caucasóides. 
- Está presente no nascimento e geralmente desaparece após 
alguns anos. 
- Ocasionalmente pode ocorrem em outras áreas 
- Histologicamente, verificam-se melanócitos névicos na derme 
reticular, motivo da cor azulada. 
- Não necessitam tratamento e não sofrem transformação maligna. 
 
- Nevo de Ota: 
- É mácula castanha-azulada, frequente em mongoloides 
(asiáticos), localizada na área do primeiro e segundo ramos do 
nervo trigêmeo. 
- É quase sempre associado com pigmentação ocular e 
eventualmente da mucosa nasal, palatina ou faringeana. 
- Tem histopatologia similar à mancha mongólica. 
 
- Nevo de Ito: 
- Mancha similar ao nevo Ota, mas localizada no ombro, área 
supraclavicular e pescoço. 
 
Melanodermias adquiridas 
- Melanose solar ou actínica: 
- A melanose solar, impropriamente denominada de lentigo senil ou 
solar, não tem nenhuma relação etiopatogenérica com o lentigo. 
- É quadro extremamente frequente, originado pela ação cumulativa 
da luz solar na pele, após a terceira ou quarta décadas de vida. 
- A época de aparecimento e a intensidade dependem de dois 
fatores: tipo de pele e tempo de exposição à luz solar. 
- Caracteriza-se por manchas de alguns milímetros até 1,5 cm de 
diâmetro, de cor castanha-clara ou escura, localizadas no dorso das 
mãos, punho, antebraços e face. 
 
- Melasma (ou cloasma): 
- Manchas hipercrômicas geralmente na face, regiões malares e 
supralabial, quase sempre em mulheres, geralmente com mais de 
25 anos de idade após gravidez ou terapia hormonal. Raramente 
ocorre em homens. 
- Associada a hormônios: Estrógenos e/ou progestágenos 
estimulam a melanogênese o que explicaria a pigmentação 
observada na gravidez e no uso de anticoncepcionais. 
 
Lesões com risco de malignidade 
- Nevos melanocíticos: 
- Há três tipos de células produtoras de melanina, responsáveis por 
lesões pigmentares: melanócitos epidérmicos, melanócitos 
dérmicos e células névicas. 
17 
 
- Os melanócitos epidérmicos, oriundos da crista neural, localizam-
se entre as células da camada basal, atingindo esta situação por 
migração durante o período embrionário. Podem estar em número 
normal na camada basal, porém, com aumento de atividade ou em 
maior número em cristas epiteliais alongadas. 
- Os melanócitos dérmicos localizam-se na derme reticular. As 
células névicas podem estar na derme papilar, junto à camada 
basal, na derme reticular ou em ambas as localizações. 
- As lesões pigmentares devidas aos melanócitos epidérmicos são 
as efélides, mancha melânica (café com leite), lentigo simples, 
lentiginose e síndromes lentiginosas, melanose de Becker e 
melanose solar. 
- As lesões pigmentares originárias dos melanócitos dérmicos são 
a mácula mongólica, os nevos de Ota e Ito e o nevo azul. 
- As lesões benignas de células névicas são denominadas nevos 
melanocíticos. Podem ser juncionais, quando as células névicas se 
situam na derme papilar, junto à camada basal (melanócitos mais 
próximos à superfície, possuem coloração mais escura); 
intradérmicos, quando na derme (são mais profundos, portanto são 
menos pigmentados e mais abaulados); e, compostos, quando em 
ambas as localizações. 
- Os nevos melanocíticos são devidos à proliferação de melanócitos 
e células névicas; podem ser normocrômicos ou hipercrômicos, 
maculares ou papulares; congênitos ou adquiridos. Se surgirem 
atípias: propensão a desenvolver melanoma. 
- Até 30-35 anos: nevos podem crescer ou surgirem a partir da pele 
normal. Após esta idade: suspeita! 
 
- Congênitos: 
 - Ocorrem em 1% dos RN. 
- São considerados pequenos quando menores que 1,5 cm, 
médios quando entre 1,5-10cm, grandes quando entre 10,1 a 
20cm e gigantes quando maiores de 20cm. 
- Os nevos pequenos, médios e grandes têm baixo risco de 
transformação maligna. Os gigantes são acompanhados de 
maior risco de transformação maligna. 
- Geralmente o diagnóstico de melanoma é tardio, pois é difícil 
a visualização de alteração de cor. 
 - Exérese – uso de expansores. 
- Adquiridos 
 - Comumente chamados de pintas. 
 - Podem surgir na infância. 
 - Mais comum entre 12-30 anos. 
- Aumentam em tamanho durante a puberdade, gestação, 
exposição ao sol. 
- Após 35 anos – células névicas se aprofundam na derme – 
tendência a diminuírem a coloração ou até desaparecerem. 
- Podem ser maculares, papulosos, dependendo da 
profundidade das células melanocíticas (sem relação com 
malignidade). 
- Fazer o diagnóstico diferencial com o melanoma: ABCDE. 
- Nevo azul: 
- Ocorre como lesão de cor azul-escura a negra, de alguns 
milímetros de tamanho, bem limitada, redonda ou oval, plana ou 
saliente. Usualmente é solitário, porém pode ser múltiplo. 
- É mais encontrado na face ou dorso das mãos. 
- Surge no decurso da infância e não regride. 
- Degeneração maligna é excepcional. É constituído por 
melanócitos localizados na derme. 
 
Melanoma 
- É o mais maligno dos tumores cutâneos, ocorrendo geralmente 
entre os 30 e 60 anos de idade. 
- 4% dos CA de pele. 
- Incidência crescente em todo mundo. 
- Se não tratado precocemente pode levar rapidamente ao óbito. 
- Origina-se de nevo melanocíticos de junção ou composto, ainda 
que em cerca de 70% dos casos não seja relatada a existência 
prévia de nevo pigmentar. Por isso, é injustificável a remoção 
profilática de nevos (porque maioria vem da pele normal). 
- Mais associado a exposição solar aguda (queimaduras) do que 
crônica. 
18 
 
- Origem dos melanócitos. 
- Provenientes de Nevos melanocíticos “de nevus” ou da pele 
normal “de novo”. 
- Fatores genéticos, ambientais (exposição solar aguda, 
queimaduras solares), imunológicos. 
- Tipos clínicos – lentigo maligno, extensivo superficial, nodular,lentiginoso acral. 
Melanoma extensivo superficial 
- De todas as formas de melanoma é o que mais frequentemente 
se associa com lesões névicas precursoras. 
- Representa a forma mais frequente de melanoma, constituindo 
70% de todos os melanomas. 
- Apresenta-se como lesão leve ou francamente elevada, arciforme, 
pelo menos em parte, cujas margens são denteadas, irregulares e 
cuja coloração varia grandemente desde acastanhada a negra, com 
áreas azuladas, esbranquiçadas, acinzentadas e até vermelhas. 
- Ele cresce para os lados, ao invés de crescer para profundidade – 
associado ao melhor prognóstico. 
 
Lentigo maligno 
- Lentigo maligno: in situ 
- Lentigo maligno melanoma: invasão da derme. Ocorre 
predominantemente em áreas expostas de indivíduos idosos e se 
acompanha frequentemente de elastose solar. 
 
 
- Também cresce para os lados, mas demora muito a crescer. 
- A chance de metástase à distância é menor. 
- Problema: cauterização ou laser do lentigo maligno em clínicas de 
estética, postergando o tratamento. 
Melanoma acral 
- Ocorre em extremidades palmares ou plantares, muitas vezes na 
região ungueal (por cima da unha, vê-se uma mancha preta). 
- Sinal de Hutchinson: é o desenvolvimento de pigmentação na 
base da melanoníquia (coloração do marrom ao negro da lâmina 
ungueal) linear, envolvendo a prega ungueal proximal e a pele 
periungueal. Acredita-se que este sinal seja uma indicação muito 
específica de que a melanoníquia linear é devida a um melanoma. 
 
- Não é mais agressivo, mas tem diagnóstico mais tardio, por isso 
tem pior prognóstico. 
- Biópsia sempre excisional como diagnóstico. Nunca faz margem. 
Só depois da biópsia realiza-se o tratamento. 
Melanoma nodular 
- É uma lesão nodular ou em placa ou mesmo polipoide de 
coloração negro-azulada ou com laivos acastanhados, de evolução 
rápida, sendo as localizações preferenciais o tronco nos homens e 
as pernas nas mulheres. 
- Atomopatologicamente, caracteriza-se por crescimento vertical 
desde o princípio, com agressão predominantemente dérmica a 
partir da junção dermoepidérmica, atingindo apenas 
secundariamente a epiderme. 
- Seu prognóstico mais desfavorável deve-se a sua considerável 
espessura decorrente da rápida evolução vertical. 
- Difícil diagnóstico, porque brilha e parece um baso pigmentado ou 
uma queratose seborreica. 
 
Forma particular – melanoma amelanótico 
- Sua característica decorre da concentração muito baixa de 
pigmento melânico. A lesão é rósea ou vermelha e pode simular um 
granuloma piogênico ou carcinoma espinocelular. 
19 
 
- O diagnóstico clínico é particularmente difícil e habitualmente 
tardio o que piora seu prognóstico. 
- Diagnóstico melanoma maligno: 
- Exame clínico – ABCDE 
 
Obs. Nem toda lesão que tem ABCD é melanoma (ceratose 
seborreica, CBC pigmentado p.ex.). 
- Exame dermatoscópico: 
- Identifica os melanomas pequenos, porque você salva o 
paciente em lesões pequenas, de 2, 3, 4 mm. 
- Exame histopatológico 
- Biópsia excisional, com margens de 2mm (como diagnóstico). 
- Nunca fazer Shaving (porque é necessário ver a profundidade 
do melanoma – dá o prognóstico). 
- Evitar ao máximo biópsia incisional – pode se situar em 
regiões que não estão tão comprometidas. 
- Objetivo: avaliação fidedigna da profundidade do tumor (índice 
de Breslow – a quantos milímetros da superfície o último 
melanócito atípico está) 
- A partir do diagnóstico – estadiamento (linfonodo sentinela, RX 
tórax, LDH, TC, RNM). 
- Tratamento: 
- Depende do estadiamento, localização, profundidade do tumor. 
- Tratamento cirúrgico é o único curativo 
- MM de baixo risco (profundidade < de 1mm) com excisão com 
margens de 1 cm = 90% de cura. 
- Linfonodo sentinela: 
- É o primeiro linfonodo encontrado pelas células do tumor, que 
se metastatizam do tumor primário. 
- indicações de pesquisa de linfonodo sentinela: Breslow> 1mm; 
ulcerações ou mitoses na biópsia; áreas de regressão (mais 
claras no meio do melanoma). 
- Margens cirúrgicas: 
 
- Tratamento adjuvantes – melanomas respondem mal 
 - Radioterapia 
 - Quimioterapia 
 - Imunoterapia 
- Prognóstico: 
- Depende principalmente do estadiamento 
- Estadiamento depende da profundidade de invasão do tumor na 
derme. 
 < 1mm – sobrevida em 5 anos de 95% 
> 4mm – sobrevida em 5 anos de 56% 
- Se envolve linfonodo, a sobrevida é menor ainda. 
- Indicações para encaminhamento e consulta com especialistas: 
- Um novo nevo que surge após a puberdade que está mudando de 
cor, tamanho ou forma. 
- Um nevo antigo que está mudando a cor, tamanho ou forma. 
- Qualquer nevo que tenha 3 ou mais cores ou que tenha perdido a 
simetria. 
- Um nevo que esteja coçando ou sangrando. 
- Qualquer lesão persistente que esteja crescendo e que não tenha 
diagnóstico aparente. 
- Uma nova pigmentação ungueal especialmente se há deformidade 
da unha. 
- Uma lesão crescendo abaixo da unha. 
 
20 
 
Infecções bacterianas da pele e do tecido celular 
subcutâneo, drenagem de abcessos e antibióticos 
- A infecção em cirurgia pode ser conceituada como sendo o 
resultado da invasão, multiplicação, atividade metabólica e 
consequentes efeitos fisiopatológicos de microrganismos sobre os 
tecidos de um indivíduo. 
- Pode ser classificada como: 
- Primária: quando se instala num paciente sem história prévia 
de cirurgia ou traumatismo – ou seja, sem porta de entrada 
aparente. 
- Secundária: quando existe previamente um trauma, acidente 
ou ato cirúrgico que favoreceu a implantação dos 
microrganismos na lesão. 
- Agudas: duram poucos dias; geralmente são resolvidas até 14 
dias. 
- Crônicas: duram meses ou anos. 
- Monomicrobianas: um agente etiológico. 
- Polimicrobianas: variedades de agentes etiológicos. 
- Mecanismos de defesa do organismo: 
- Defesa primária: é representada por fatores mecânicos, que 
funcionam como barreiras físicas à penetração de microrganismos, 
e por fatores químicos, que inibem o crescimento dos mesmos (pele 
íntegra, glicosaminoglicanos em mucosas). 
- Defesa secundária: efetuada pela capacidade fagocitária dos 
leucócitos polimorfonucleares e monócitos, e também pela síntese 
e ativação de complementos. 
- Terciária: representada pela “resposta de fase aguda” com 
liberação de componentes celulares e humorais para a o local da 
inflamação, aumento do número e função das células fagocitárias e 
início da resposta antígeno-específica. Essa fase é mediada por 
citocinas, prostaglandinas e outros eicosanoides, e por hormônios 
produzidos por células fagocitárias, linfócitos e células endoteliais. 
É nela em que há o aparecimento dos sinais flogísticos. 
- Infecções – grupos: 
- As infecções de pele e tecido celular subcutâneo de interesse em 
cirurgia ambulatorial são divididas em dois grupos: 
- Pele e tecido celular subcutâneo: erisipela, celulite, abscesso 
(tem flutuação – tem que drenar), fleimão (não tem flutuação), 
panarício, linfadenite aguda. 
- Anexos de pele: furúnculo, carbúnculo, hidradenite supurativa. 
- O tratamento da maioria dessas afecções é feito através da 
eliminação das condições locais que favorecem a proliferação 
bacteriana ou que dificultam os mecanismos de defesa local do 
organismo. Essas medidas incluem: retirada de corpo estranho, 
ressecção do tecido desvitalizado (desbridamento), regularização 
das bordas da ferida, eliminação de espaço morto (vazio), 
drenagem ampla das secreções e repouso do segmento atingido. 
Infecções da pele e tecido celular subcutâneo 
Erisipela 
- É um tipo de celulite superficial da pele (derme e epiderme) que 
apresenta envolvimento linfático marcante. 
- As portas de entrada mais comuns são úlceras de pele, lesões 
traumáticas, abrasões, lesões e eczemáticas ou psoriásicas e 
infecções fúngicas como a infecção por Tinea pedis. 
- Os fatores predisponentes incluem a diabetes mellitus, estase 
venosa, paraparesia, alcoolismoe obesidade. 
- Tende a ocorrer em áreas de obstrução linfática ou de edema. 
Como ela própria causa obstrução linfática, é comum haver recidiva 
em áreas de infecção prévia, principalmente nos indivíduos com 
insuficiência vascular venosa ou linfedema. 
- É mais comum na região da perna (70 a 80% dos casos). 
 
- O estreptococo do grupo A é o agente etiológico mais comum 
(Streptococcus pyogenes). 
- Caracteriza-se pelo aparecimento súbito de sintomas sistêmicos, 
tais como febre elevada, mal estar, cefaleia, calafrio e desânimo. 
Acompanhando este quadro aparece, no local da lesão, uma 
mancha avermelhada, quente e dolorosa (geralmente em 
queimação), com as bordas elevadas e bem delimitas. Em geral, a 
lesão aparece 6 a 12 horas após o início dos sintomas gerais. A 
parte afetada torna-se lisa e brilhante em decorrência do edema que 
usualmente acompanha o processo. Frequentemente ocorrem 
linfangite e linfadenomegalia. 
- Em alguns casos, ocorre formação de bolhas em torno do 2º a 3º 
dia, que geralmente contém liquido não-purulento. Quando se 
rompem, podem gerar ulceras de estase. Pode haver hemorragia 
superficial nas bolhas ou na pele intacta, especialmente em idosos. 
- O diagnóstico diferencial deve ser feito especialmente com a 
celulite, da qual se distingue pela forma de aparecimento e pela 
maior riqueza de manifestações sistêmicas. Outras doenças como 
herpes zoster da face, dermatite de contato, urticária gigante 
também devem ser consideradas. 
- Tratamento: 
21 
 
- Uso de antibióticos sistêmicos, além de medicação sintomática e 
cuidados locais. 
- Antibiótico de escolha: penicilina. Geralmente administrada por via 
IM, na dose de 400.000U de penicilina G procaína, de 12/12 horas, 
por período mínimo de 10 dias. 
- Outras drogas: cefazolina (cefalosporinas de 1ª geração) – 1g EV, 
8/8 horas. 
- Casos leves: amoxicilina 500mg 8/8h; cefalexina VO 6/6h. 
- EM caso de alergia à penicilina: eritromicina VO, 250-500mg, 6/6h. 
Celulite 
- Inflamação de origem infecciosa do tecido celular subcutâneo. Às 
vezes, pode haver extensão superficial e acometimento também da 
pele. 
- Como a celulite pode se estender superficialmente e a erisipela 
profundamente, estes dois processos podem coexistir. 
- Predomina em indivíduos do sexo masculino. Os membros 
inferiores são atingidos mais frequentemente nos pacientes idosos, 
enquanto os superiores o são nos mais jovens. 
- Como a erisipela, origina-se geralmente de uma perda de solução 
de continuidade da pele, onde a porta de entrada dos 
microrganismos pode ser uma ferida aberta, uma úlcera, um 
ferimento penetrante, uma laceração ou uma infecção por Tinea 
pedis. 
- O estreptococo do grupo A é o agente causal mais comum, 
seguido pelo Staphylococcus aureus. A evolução para abscesso 
sugere associação do estreptococo com estafilococo. 
- Sob o ponto de vista clínico, observam-se sinais de vermelhidão, 
calor, dor, edema depressível e intumescimento da pele e 
subcutâneo no local da infecção. Em contraste com a erisipela, as 
bordas da área da celulite são planas e mal-definidas. A linfangite 
e/ou linfadenite de drenagem são menos frequentes. Pode ocorrer 
disseminação via vasos linfáticos e/ou corrente sanguínea e 
bacteremia. O paciente apresenta ainda sintomas gerais, 
usualmente discretos, caracterizados por mal estar, febre, calafrios 
e anorexia, e temperatura axilar em torno de 38ºC. 
 
- Tratamento 
- Medidas locais e no uso de antimicrobianos sistêmicos e 
sintomáticos. 
- As medidas locais incluem uso de calor local, repouso do 
segmento atingido e proteção da região contra trauma. Se em 
extremidade, a elevação do membro constitui medida importante. 
- O calor local promove vasodilatação, com consequente aumento 
do fluxo sanguíneo e hipertensão capilar. Decorrem daí uma 
aceleração das atividades metabólicas e aumento da fagocitose e 
da transferência de células e fluidos para os tecidos no local da 
infecção. Além disso, o calor local colabora para diminuir a dor. 
- O repouso do segmento afetado e a proteção ao trauma tem como 
objetivo impedir a ruptura da parede de enduração protetora, com 
consequente propagação da infecção. 
- Ocorrendo formação de abscesso ou fleimão, a drenagem 
cirúrgica está indicada. 
- O tratamento sistêmico baseia-se no uso de antimicrobianos, 
analgésicos e antitérmicos. 
- Antimicrobiano sistêmico: cefalexina 500 q6h VO ou cefazolina 
(IV) a 1 a 2 g q8h, oxacilina 2g EV q6h; 7 dias de tratamento. 
Abscesso 
- Infecção localizada do tecido conjuntivo com destruição de tecidos 
e formação de pus. Geralmente constitui complicação de infecções 
contíguas (erisipela, celulite, hidradenite supurativa), resulta de 
contaminação secundária a uma ferida traumática ou ocorre como 
foco infeccioso metastático na vigência de bacteremias ou 
endocardite. 
- Na vigência dessas afecções, a presença de tecidos, 
microrganismos e células fagocitárias destruídas estimula a 
migração de leucócitos e outras células fagocitárias para o foco 
inflamatório. Destas, um grande número é destruído e vai se juntar 
ao exsudato, formando pus. As demais se dispõe em torno do local, 
formando uma barreira defensiva que limita o processo. Os 
fibroblastos colaboram também na formação dessa barreira. 
Forma-se então o abscesso, constituído por uma cavidade cheia de 
pus separado dos tecidos normais adjacentes por uma zona 
(membrana piogênica) onde são intensas a neoformação vascular 
e a proliferação celular. 
- O agente etiológico mais comum é o Staphylococcus aureus. 
Seguem-se os estreptococos e os anaeróbios. 
- Apresenta-se como tumoração mais ou menos proeminente e 
circunscrita, delimitada, de tamanho variável, flutuante, de 
localização Dermo-hipodérmica e/ou subcutânea, circundada ou 
não por uma área de celulite. Acompanha-se de rubor, calor, dor e 
manifestações gerais (febre, mal-estar, calafrios). 
- Tratamento: 
- Na fase de maturação, o tratamento é semelhante ao da celulite, 
consistindo nas medidas locais e gerais. O uso de antimicrobianos 
sistêmicos pode ser instituído nessa fase, mas se o abcesso já 
estiver formado, parece que a contribuição do medicamento é de 
menor valor. 
22 
 
- A indicação ao uso de antimicrobianos deve ser limitada a 
presença de associação do abscesso com linfangite, linfadenite, 
febre e/ou sinais de bacteremia (tremor e suor frio), uma vez que 
nas lesões bem circunscritas, e dependendo do antimicrobiano 
usado, a membrana piogênica impede que o mesmo atinja 
concentrações terapêuticas satisfatórias na cavidade do abcesso. 
- Os antimicrobianos mais indicados são as penicilinas sintéticas 
penicilinase-resistentes (cloxacilina – 500 mg ou dicloxacilina – 250 
mg VO, de 6/6h). 
- Quando o abcesso estiver bem localizado e a flutuação for 
evidente, a incisão e drenagem com técnica asséptica constituem o 
tratamento adequado. 
Fleimão 
- Inflamação difusa e necrosante do tecido conjuntivo. 
- Representa também um grau evolutivo de um mesmo processo 
inflamatório que envolve a celulite e o abscesso. Neste caso, os 
fenômenos de supuração não se limitam a uma pequena área. Ao 
contrário dos abcessos, não ocorre formação de uma membrana 
piogênica e o processo tende a invadir tecidos numa extensão mais 
significativa. 
- Tem mais comumente etiologia estreptocócica (maior poder de 
difusão). 
- Pode ser supra-aponeurótico, quando localizado no tecido celular 
subcutâneo acima da aponeurose; subaponeurótico, se está 
situado abaixo da aponeurose; e profundo, quando atinge os 
espaços intermusculares. 
- O comprometimento do estado geral é muito mais acentuado que 
nos abcessos. A maior difusão local do processo é responsável por 
alterações locais muito mais intensas, que podem evoluir até para 
a gangrena. Por estes motivos, é conveniente internar os indivíduos 
portadores de fleimão. 
 
- Tratamento: 
- Tratamentogeral baseia-se nos mesmos princípios observados 
para os abcessos. Acrescenta-se, aqui, maior valor da 
antibioticoterapia sistêmica. 
- Cefazolina 2g EV 8/8h. 
- O tratamento cirúrgico reclama o uso de incisões amplas da pele 
e desbridamento rigoroso dos septos aponeuróticos e bainhas 
musculares (combater a síndrome compartimental). 
Linfadenite aguda 
- Infecção de linfonodos representando, na grande maioria dos 
casos, a localização secundária ou propagação de uma infecção 
situada nas proximidades ou a distância. 
- Pode ser específica (origem tuberculosa, sifilítica, linfogranuloma 
venéreo, leishmaniose, etc) ou inespecífica. A inespecífica tem 
usualmente tem etiologia estafilocócica ou estreptocócica. 
- Caracterizam-se pelo aumento do volume de um ou mais 
linfonodos, que se apresentam duros, regulares e dolorosos. 
- Os abcessos ganglionares podem ser facilmente diagnosticados 
pela presença de flutuação. Quando não drenados cirurgicamente, 
produzem necrose da pele que os recobre, com consequente 
abertura para o exterior (fistulização). 
- O tratamento depende da natureza da lesão inicial. Na maioria dos 
casos, o repouso, a imobilização e elevação do segmento atingido, 
o calor local e a antibioticoterapia devem ser utilizadas. Quando 
essas medidas são usadas na fase inicial do desenvolvimento da 
infecção, consegue-se abortá-la. 
- Numa fase mais tardia, quando já está presente um abscesso 
ganglionar com flutuação, a incisão com drenagem cirúrgica está 
indicada. 
Infecções dos anexos da pele 
Furúnculo 
- Infecção necrosante do folículo pilossebáceo produzida quase 
sempre pelo Staphylococcus aureus. Por vezes, outros 
microrganismos como o Streptococcus sp., E. coli, Pseudomonas 
aeruginosa e Proteus podem ser os responsáveis. 
- Pode ocorrer em qualquer local da superfície cutânea, com 
exceção da superfície palmar e plantar, mas tem predileção 
especial por áreas ricas em folículos pilosos e sujeitas a fricção e 
transpiração (região cervical, face, axilas e nádegas). 
- Sua incidência aumenta após a puberdade, sendo mais comum 
em adolescentes do sexo masculino. 
- Geralmente as bactérias penetram no interior do folículo 
pilossebáceo, onde determinam inicialmente uma foliculite. 
Posteriormente, a infecção se estende à derme e ao tecido 
conjuntivo subcutâneo. Forma-se, então, uma área de necrose 
central, com hiperemia e enduração circunjacentes. Os leucócitos e 
outras células de capacidade fagocitária migram para a área 
infectada, e alguns são destruídos pelas toxinas bacterianas e se 
liquefazem, formando o pus. O material necrótico central é 
eliminado juntamente com o pus, quando este abre caminho para o 
23 
 
exterior através da epiderme. A porção necrosada eliminada recebe 
o nome de “carnegão”. 
- Sob certas condições (DM, trauma, má higiene, discrasias 
sanguíneas) a infecção pode se estender aos folículos 
pilossebáceos adjacentes, bem como aos compartimentos vizinhos 
do subcutâneo, dando origem ao carbúnculo. 
- O furúnculo manifesta-se como uma pequena área avermelhada, 
endurada, que surge em torno de um folículo pilossebáceo. Com a 
evolução, o nódulo inflamatório torna-se saliente, duro, doloroso, e 
apresenta aumento do volume. A lesão é extremamente sensível à 
compressão nessa fase, e a dor é tanto mais intensa quanto menos 
extensível for o tecido celular subcutâneo do local acometido. No 
ápice dessa saliência forma-se uma zona de coloração branco-
avermelhada, em decorrência da necrose da pele, que termina por 
se romper espontaneamente, eliminando pequena quantidade de 
pus nos furúnculos menores e deixando escapar o “carnegão” nos 
de maiores proporções. 
- A evolução é quase sempre favorável. As complicações 
dependem principalmente da disseminação dos microrganismos 
por ruptura da barreira defensiva. Uma das causas mais 
importantes desse evento é um hábito comum entre os leigos de 
espremer os furúnculos. A disseminação hematogênica pode 
resultar em osteomielite, endocardite ou outros focos infecciosos 
metastáticos a distância. 
- Existe na face a chamada zona perigosa em relação aos 
furúnculos e outras infecções. Ela está situada nas regiões do lábio 
superior e nariz. As infecções aí localizadas podem se propagar 
para o seio cavernoso e produzir trombose do mesmo. Por isso, 
todos os furúnculos na face devem ser tratados com antibióticos 
terapia sistêmica, e a drenagem cirúrgica deve ser evitada. 
- O aparecimento de furúnculos múltiplos (furunculose) é 
relativamente comum e quase sempre provocado pelo ato de coçar. 
 
 - Tratamento: 
- As medidas gerais incluem o uso de analgésicos e antimicrobianos 
sistêmicos (penicilinas sintéticas penicilinase-resistentes). 
- As medidas locais mais importantes consistem no uso de calor 
úmido local e imobilização do segmento atingido. Com essas 
medidas, a grande maioria dos casos pode ser tratado 
conservadoramente. Em geral, se o antimicrobiano em uso está 
sendo eficaz, ocorre uma involução ou maturação do processo em 
um prazo de 48 ou 72 horas. 
- A incisão e drenagem cirúrgica, na maioria dos casos, não é 
necessária nem vantajosa, já que possibilita romper a barreira 
defensiva, disseminando a infecção. 
Carbúnculo 
- Infecção necrosante de vários folículos pilossebáceos contíguos 
com acometimento do tecido conjuntivo subjacente, incluindo o 
tecido subcutâneo. 
- Quase sempre o agente etiológico é o Staphylococcus aureus. 
- Constitui um estágio adiantado do furúnculo em que ocorre uma 
propagação do processo infeccioso. Esta depende de fatores 
anatômicos e/ou diminuição dos fatores defensivos do organismo. 
- No Brasil, os termos “carbúnculo” e “antraz” são usados para 
designar o mesmo processo. 
- Aparece como uma área de enduração intensamente dolorosa e 
avermelhada, no centro da qual se desenvolvem múltiplas áreas de 
necrose das quais saem pequenas quantidades de pus. A pele, no 
local da necrose, apresenta-se com um aspecto de favo de mel. Em 
torno dessa área ela é avermelhada e endurada, correspondendo à 
zona de edema, hiperemia e infiltração leucocitária. 
- Outros sintomas gerais podem estar presentes, como calafrios, 
astenia, mal-estar, anorexia, etc. 
 
- Tratamento: 
- Enquanto no furúnculo o tratamento é conservador, o carbúnculo 
requer uma terapêutica cirúrgica agressiva, no sentido de aliviar a 
dor, promover uma drenagem eficaz e acelerar a cura. 
- Além da terapêutica cirúrgica, deve ser instituído ainda um 
tratamento clinico complementar, que consiste no uso de 
antibioticoterapia sistêmica (penicilina sintética penicilinase-
resistente, cefalosporinas de primeira geração), analgésicos, 
repouso do segmento atingido e calor úmido local. 
- A cirurgia utiliza uso de incisões em cruz atingindo toda a extensão 
do carbúnculo. 
 
 
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Hidradenite Supurativa (acne inversa) 
- É uma doença inflamatória crônica, recorrente, debilitante que 
atinge a pele intertriginosa das regiões axilar, inguinal, inflamatória, 
genital ou perianal – glândulas sudoríparas apócrinas. 
- Decorre de oclusão do orifício apopilossebáceo por queratina, com 
infecção bacteriana secundária da glândula. 
- Os microrganismos mais encontrados são o Staphylococcus 
aureus, o Streptococcus milleri, bactérias aeróbias gram-negativas 
e anaeróbios. 
- Desenvolve-se então o processo infecciosos que atinge a derme, 
o tecido celular subcutâneo e as glândulas sudoríparas apocrinas 
adjacentes, levando a fibrose e enduração, formação de cicatrizes 
e destruição de anexos da pele e formação de sinus. 
- Até o momento não se sabe a causa da obstrução ductal. Alguns 
autores afirmam haver relação hormonal, pois, em adição à 
puberdade, a gravidez, a segunda metade do ciclo menstrual e o 
uso de anticoncepcionais orais tornam a hidradenite supurativa 
mais ativa. 
 
- Tratamento: 
- Medidas locais (antissepsia + calor úmido)

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