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1- Diferenciar os tipos e características de carcinoma papilíferos (esclerosante metastático, esclerosante multicêntrico) O carcinoma papilífero é a neoplasia maligna mais comum da tireóide. *Entra no 3º objetivo 2- Entender o processo de metástase através dos linfonodos (embolia angiolinfática e invasão capsular) A metástase é definida pela disseminação de um tumor para locais que são anatomicamente distantes do tumor primário e marca, de forma inequívoca, um tumor como maligno, pois, por definição, neoplasias benignas não metastatizam. A invasividade dos cânceres permite que eles penetrem nos vasos sanguíneos, linfáticos e cavidades do corpo, que fornecem oportunidades de propagação. No geral, aproximadamente 30% dos pacientes com tumores sólidos recém-diagnosticados (excluindo câncer de pele não melanoma) apresentam metástases clinicamente evidentes. Outros 20% apresentam metástases ocultas no momento do diagnóstico Para que as células cancerígenas possam chegar a outras partes do corpo, elas têm que passar por várias alterações. Primeiro devem ser capazes de desprender-se do tumor primário, em seguida, se fixar na parte externa de um vaso linfático ou vaso sanguíneo. Segundo, devem mover-se através da parede do vaso para circular junto com o sangue ou linfa até um novo órgão ou linfonodo. Essa célula deve ser capaz de se desprender das demais (o que é facilitado pela falta de adesão entre as células tumorais), produzir enzimas proteolíticas que digiram a membrana basal e alcançar vasos sanguíneos ou linfáticos. Quando o câncer cresce no interior dos gânglios linfáticos, geralmente acomete os linfonodos próximos ao tumor. Esses linfonodos são os que fazem a maior parte do trabalho de filtrar ou matar as células cancerígenas. ➢ Capacidade de invasão local e metástase são distintos. As neoplasias malignas disseminam-se por uma das três vias: ➢ semeadura dentro das cavidades do corpo; o invadem uma cavidade corporal natural. ➢ disseminação linfática o A disseminação linfática é mais típica dos carcinomas. ➢ disseminação hematogênica. o é favorecida pelos sarcomas. O padrão de envolvimento dos linfonodos depende principalmente do local da neoplasia primária e das vias naturais de drenagem linfática local. Os carcinomas do pulmão que se originam nas passagens respiratórias formam metástase, primeiramente para os linfonodos brônquicos regionais e depois para os linfonodos traqueobrônquicos e hillares. O carcinoma de mama geralmente surge no quadrante superior externo e primeiro se dissemina para os linfonodos axilares. No entanto, as lesões mediais da mama podem drenar pela parede torácica para os linfonodos ao longo da artéria mamária interna. Posteriormente, em ambos os casos, os linfonodos supraclaviculares e infraclaviculares podem ser semeados. Em alguns casos, as células cancerosas parecem trafegar pelos canais linfáticos dentro dos linfonodos imediatamente próximos e serem Neoplasia tireoidiana aprisionadas nos linfonodos subsequentes, produzindo as chamadas “metástases saltatórias”. As células podem percorrer todos os linfonodos e chegar ao compartimento vascular via ducto torácico. Um “linfonodo sentinela” é o primeiro linfonodo regional que recebe o fluxo linfático de um tumor primário. ➢ A biópsia do linfonodo sentinela permite a determinação da extensão da disseminação do tumor e pode ser utilizada para planejar o tratamento. Os cânceres que surgem próximos da coluna vertebral quase sempre embolizam através do plexo paravertebral; essa via (hematogênica) provavelmente está envolvida nas frequentes metástases vertebrais dos carcinomas da tireoide ➢ Embolia angiolinfática • Pacientes com tumores malignos apresentam um risco muito elevado de coagulação do sangue • A invasão de células tumorais para dentro dos vasos linfáticos ou sanguíneos (invasão angiolinfática) é crucial para o processo metastático. o Rotineiramente avaliado e descrito nos laudos anatomopatológicos utilizando apenas a hematoxilina- eosina como corantes ➢ Invasão capsular • A invasão dos tecidos normais adjacentes pelo tumor é um processo semelhante ao que ocorre fisiologicamente, por exemplo, na implantação da placenta no útero durante a gestação; a diferença é que, em condições normais, as células param a invasão quando cessa o estímulo • Presença de tumor que se estende através da cápsula do nódulo 3- Entender a neoplasia tireoidiana (tipos, fisiopatologia, etiologia, quadro clínico e fatores de risco) ➢ É o câncer endócrino mais comum, 1-3% de todos os canceres, 40 pessoas para cada um milhão de indivíduos; ➢ 0,4% a 0,9% de todas as mortes por câncer; Em torno de 90% dos casos de câncer tireoidiano são bem diferenciados e originados de células foliculares. ➢ Possuem bom prognostico, com apenas 10% de recidiva tumoral em décadas de seguimento Enquanto isso, o carcinoma medular da tiroide (CMT) representa 6% dos casos e o Carcinoma anaplásico, tumor mais agressivo, responde por menos de 1% dos canceres de tiroide. ➢ Prognostico ruim, podendo invadir estruturas nobres do pescoço em pouco tempo após o diagnóstico. Com isso, a típica apresentação desse câncer ocorre em pacientes do sexo feminino de 30 a 50 anos com um nódulo cervical palpável. Anatomia e fisiologia da glândula tireoide ➢ Localizada na região anterior do pescoço (abaixo da cartilagem cricoide) ➢ Pode estar presente um terceiro lobo, o piramidal; ➢ Unidade funcional – folículo tireoidiano o TRH o TSH Tipos: Tumores benignos: Um terço dos nódulos não são palpáveis por estarem na posição posterior ou serem intraglandulares. ➢ Adenoma • derivadas do epitélio folicular. • Geralmente solitários • Não funcionantes em sua maioria, uma pequena porção pode produzir hormônios tireoidianos (adenomas tóxicos) • Não são precursores de carcinomas o No entanto, alterações genéticas compartilhadas corroboram a possibilidade de que pelo menos um subconjunto de carcinomas foliculares tenha origem em adenomas preexistentes. Tumores malignos: ➢ Carcinoma papilífero • Principal tipo de tumor maligno 75 a 80% dos casos • Maioria sexo feminino entre 20 a 40 anos • Geralmente é: o Solida de contornos irregulares, não encapsulada e com infiltração do parênquima glandular adjacente o Pode apresentar alteração cística e calcificações distróficas. • Mais associada a radiação, sobretudo na infância • Quando avançada: tem preferência por disseminação linfática, sendo comum a presença de linfonodos acometidos já no diagnóstico. • BOM prognostico – infrequente morte associada ➢ Carcinoma folicular • Segundo tipo mais frequente • 10-15% dos casos • Geralmente acomete sexo feminino e com mais de 50 anos; • Caracteriza-se por: o Tumor sólido, arredondado ou ovoide e encapsulado o Frequentemente apresenta invasão da capsula tireoidiana pelo tumor o É comum a invasão vascular, sendo por isso, sua via de disseminação mais comum a hematogênica, com metástases preferencialmente para o pulmão e ossos. • Tem muita associação com áreas com deficiência de iodo, sendo a reposição de iodo, um fator protetor. • Bom prognostico, porém, existe um subtipo desse tumor, chamado de Tumor de Células de Hurthle, o Formado por células oxínticas, que acomete pessoas mais idosas, entre 60 a 75 anos e possui um pior prognóstico. ▪ Invasão rápida e pouco tempo de sobrevida após diagnostico ➢ Carcinoma medular • Origina-se das células C da tireoide o Produtora de calcitonina • Eleva-se níveis de calcitonina no sangue o Hiperplasia das células C • Devido ao efeito da calcitonina, alguns pacientes podem apresentar diarreia, fator marcanteno quadro clínico. • 20% dos casos têm associação com as neoplasias endócrinas múltiplas (NEM) o Síndrome genética familiar • Em geral, essa neoplasia localiza-se entre os terços superior e médio dos lobos tireoidianos, sendo, via de regra, multicêntricos. • Metástases para linfonodos cervicais são frequentes e metástases à distância ocorrem mais comumente para o pulmão, seguido de fígado, osso e cérebro. ➢ Carcinoma anaplásico • Raros, altamente malignos compostos parcial ou total por células indiferenciadas • Geralmente em pacientes mais idosos e em homens • Alta mortalidade, sobrevida raramente ultrapassa 6 meses após diagnostico • Cursa com rouquidão, disfagia, paralisia da corda vocal, dor cervical e dispneia. Por conta disso, alguns pacientes podem evoluir inclusive com asfixia. Quase metade dos pacientes apresentam metástase no diagnóstico. Fisiopatogenia ➢ Ocorre pelo desequilíbrio entre a proliferação celular e a apoptose. ➢ Presença de mutações em alguns genes o Oncogenes ▪ Proto-oncogenes; Crescimento celular normal ▪ Aumentam a proliferação celular, inibe a apoptose. o Genes supressores do tumor ▪ Restrição ao crescimento ▪ Inativados o Genes de reparo de DNA ➢ Fatores genéticos e ambientais. ➢ A principal alteração relacionada ao surgimento do carcinoma papilífero é a mutação no gene BRAF. o Responsável pela ativação e superexpressão de uma quinase serina-treonina RAF o Presença de BRAF pior prognostico ▪ Pode esta mutada em vários tipos de câncer, melanoma e testicular ➢ Segunda causa mais comum no carcinoma papilífero da tireoide é o rearranjo RET/CP ➢ No carcinoma medular da tireoide, geralmente se relacionam a mutações germinativas do oncogene RET ➢ Nos tumores anaplásicos as mutações BRAF e do RAS são encontradas em até 10% dos casos. Além disso, acredita-se que a ativação de proteínas quinases ativadas por mitogênio (MAPK) e fosfinositida quinase-AKT-quinases (PI3K-AKT), são importantes para iniciação e progressão do câncer de tireóide. ➢ Carcinoma folicular (CF) observa-se mutações no gene RAS, além da expressão ou perda de outros genes. o Pacientes que vivem em áreas deficientes em iodo têm menor incidência de mutações no gene RAS em comparação com pessoas que vivem em áreas com oferta normal de iodo. o Outro fato é que as mutações no RAS também aparecem com maior frequência em cânceres papilíferos induzidos pela radiação. Fatores de risco ➢ Genes de suscetibilidade (herança genética) o 5 a 10% dos casos o Os principais agentes relacionados são os proto-oncogenes, como o RET, Met, c-erb-2, BRAF, Ras responsáveis pela proliferação celular descontrolada e genes supressores tumorais. o Síndrome de Gardner e de Cowden, também são associadas ao aumento da prevalência de câncer de tireoide. o Único que não tem evidência de associação familiar é o folicular ➢ Radiação o As células irradiadas também apresentam instabilidade genômica. ▪ Ocorre sobretudo quando a exposição se inicia desde a infância • Período muito radiossensível da tireoide o Além disso, a exposição ao radioiodo leva a morte de células da glândula e pode causar insuficiência tireoidiana. o Ocorre principalmente no tipo papilífero, mas pode ser encontrada em menor quantidade no tipo folicular. ➢ Níveis de iodo na dieta o Deficiência de iodo leva a redução no nível de hormônios da tireoide e por autorregulação, induz ao aumento da secreção de TSH, que é um fator de crescimento para as células do folículo tireoidiano. o A hipótese é de que o estímulo crônico às células da tiroide pelos níveis elevados de TSH, poderiam levar ao aparecimento, sobretudo do câncer do tipo folicular. o Suplementação de iodo em áreas com deficiência, há uma redução do câncer de tireoide do tipo folicular, mas um aumento na incidência de câncer do tipo papilar. ▪ Pode haver um aumento excessivo na captação de iodo secundária a presença de deficiência prévia de iodo ➢ Sexo feminino o Duas a quatro vezes mais frequente em mulheres do que em homens. o papel do estrogênio no aumento da incidência desse câncer. ▪ Estudos indicam que na tiroide existem receptores de estrogênio e essa molécula pode levar ao aumento da proliferação celular. ➢ Aumento dos níveis do TSH o Estimula o crescimento e função das células tireoidianas. o Aumento da expressão em canceres tireoidianos bem diferenciados o Estima-se risco de 4x maior do desenvolvimento de malignidade nos nódulos tireoidianos expostos a altos níveis de TSH ➢ Doença autoimune da tireoide o Pacientes com Tireoidite de Hashimoto tem risco de 50% de desenvolver linfoma de tireoide, corroborando a associação entre a autoimunidade e o surgimento de câncer da tireoide. ➢ Antecedentes de neoplasia tireoidiana o O câncer de tireoide anaplásico possui forte associação com o antecedente pessoal de neoplasia de tireoide bem diferenciada. Quadro clínico ➢ Assintomáticos o Descobertos acidentalmente ➢ Algumas vezes pode ser descoberto pela presença de nódulos metastáticos palpáveis no pescoço ou observados numa radiografia de tórax ➢ Disfagia ou disfonia o Efeito mecânico infiltrativo do tumor ➢ Sangramento no interior do tumor, causando dor no local. ➢ Pode aparecer massas de crescimento gradativo dolorosas ou não que podem estar e associadas a sintomas como disfagia, disfonia ou rouquidão. ➢ Não há sintomas ou sinais de hipo ou hipertireoidismo. ➢ Taquicardia, sintomas de hipotireoidismo, história familiar de doença nodular benigna da tireoide ou tireoidites sugerem um processo benigno. ➢ Linfonodomegalia cervical e/ou nódulo em crescimento, geralmente fixo aos tecidos adjacentes. • Carcinoma papilífero o Disseminação por via linfática o Linfonodos palpáveis • Carcinoma folicular o Geralmente se apresenta por nódulo único na tireoide o Pode ser manifestado por bócio de longa data ou com metástase a distância, principalmente pulmão e ossos • Carcinoma do tipo medular o Nódulo palpável o Duro o Localizado dois terços superiores da tireoide onde estão as células parafoliculares o Metástase linfonodais em 50% dos pacientes ao diagnostico o Diarreia aquosa • Câncer anaplásico o Muito agressivo e invasivo o Infiltração para músculos, traqueia, esôfago, nervo laríngeo recorrente e laringe. o Rouquidão, disfagia, paralisia de corda vocal, dor cervical e dispneia quando ocorre metástase pulmonar • Adenoma toxico o Nódulos indolores o Massas maiores – sintomas locais, como: ▪ Dificuldade na deglutição o Características de tireotoxicose ▪ Devido o estímulo independente de FSH o Nódulos mornos ou quentes na varredura o Malignidade é incomum em nódulos quentes ▪ USG ▪ BIOPSIA por aspiração com agulha fina 4- Compreender o diagnóstico do câncer de tireoide (graus e níveis) O diagnóstico do câncer de tireoide começa através de uma anamnese detalhada, levantando possíveis fatores de risco e sintomas compatíveis com a doença. Além disso, deve-se empregar um exame físico cuidadoso, avaliando não somente a presença de nódulos tireoidianos, mas também evidências de metástases. ➢ Baixa sensibilidade e especificidade ➢ Exames laboratoriais, ultrassonografia de tireoide (USG), cintilografia e/ou punção por agulha fina (PAAF). Exames complementares: ➢ Exames laboratoriais o Função tireoidiana ▪ TSH ▪ T4 ▪ T3 o Anticorpos antitireoídeos ▪ Diagnostico diferencial de tireoidite de Hashimoto o Calcio sérico e a dosagem de paratormônio ▪ Hiperparatireoidismo o Calcitonina ▪ Carcinoma medular da tireoide o Tireoglobulina ▪ glicoproteína produzidaexclusivamente pelas células normais e neoplásicas, ainda diferenciadas, da tireoide. ▪ Marcador tumoral ▪ Altos níveis pode sugerir presença de metástase o Cintilografia da tireoide ▪ Baixa sensibilidade e especificidade ▪ Usado para determinar se um nódulo é funcionante em um paciente com hipertireoidismo ou determinar status funcional dos nódulos em um bócio multinodular o Ultrassonografia ▪ Oferece aspectos macroscópicos que permite a suspeita de nódulos benignos ou malignos ▪ A combinação de algumas características, como presença de microcalcificações, hipoecogenicidade e contornos irregulares, aumenta o risco de malignidade de uma lesão No entanto, o Ministério da Saúde não recomenda livremente essa utilização de USG. Ademais, apesar de ser sugestivo, não é um exame capaz de confirmar o diagnóstico de lesões malignas. Por isso, esse exame apenas seleciona pacientes que devem fazer biópsias da tireoide. o Punção aspirativa por agulha fina (PAAF): ▪ padrão-ouro para o diagnóstico de neoplasias tireoidianas. ▪ A PAAF antes da cirurgia para a citologia não é necessária para nódulos medindo ≤1 cm; ▪ alta sensibilidade e especificidade, especialmente para o carcinoma papilífero. ▪ Com o material coletado, é possível a realização de exames imuno- citoquímicos para tireoglobulina, calcitonina, bem como a pesquisa de outros marcadores moleculares. ▪ é capaz de dar o diagnóstico definitivo dos canceres papilíferos, medulares e anaplásicos, mas não do folicular. • Nesses casos, o resultado não permite dizer se o nódulo é maligno ou benigno, sendo necessário a realização de tireoidectomia parcial para retirada de material para estudo anatomopatológico e confirmação diagnóstica. 1. Anamnese suspeite 2. Solicita TSH 3. TSH a. Baixo i. Producao de muito hormônio ii. Nódulo beningno produtor de hormônios (adenoma toxico) iii. Confirmar exame com cintilografia 1. Muita atividade nodular ou difusa – adenoma toxico e doença de Graves 2. Sem indícios de hiperatividade nodular – suspeita de malignidade a. Realiza a PAAF b. TSH normal i. Aumenta a possibilidade do nódulo ser maligno, indicando diretamente a realização de uma USG. ii. USG dar indícios de malignidade e benignidade 1. O que indica ou não a realização da PAAF 5- Elucidar o tratamento da neoplasia tireoidiana benigna e maligna (tireoidectomia, esvaziamento cervical) ➢ Principal forma de tratamento é a cirurgia. Dentro do contexto pré-operatório devemos realizar laringoscopia em todos os pacientes que apresentarem alteração da voz ou rouquidão para avaliar a suspeita de extensão extratireoidiana do tumor. Além disso, outros tratamentos como iodo radioativo, radioterapia e quimioterapia também podem ser utilizados. carcinoma anaplásico, devido a sua elevada mortalidade e rápida invasão metastática, os resultados do tratamento cirúrgico não são bons. Por conta disso, nem sempre é possível a indicação cirúrgica e a radioterapia pós-operatória acrescenta pouco ao prognóstico do paciente, sendo realizado nesses casos o tratamento paliativo. Muitas vezes esse tratamento se baseia principalmente na realização de traqueostomia, pois frequentemente ocorre o risco de asfixia pela invasão tumoral. ➢ TIREOIDECTOMIA TOTAL: A maioria das literaturas recomendam realização da tireoidectomia total em todos os tumores maiores que 2 a 4 centímetro (cm), em qualquer tipo histológico. Além disso, esse procedimento também é feito em todos os canceres medulares, independente do tamanho. Ademais, muitos autores indicam tireoidectomia total nos canceres papilíferos com tamanho superior a 1 a 2 cm e sempre que houver linfonodos acometidos pela extensão da doença. Devemos lembrar que nesse último caso, independente do tipo histológico do tumor, é indicado retirada total da glândula quando há metástase linfonodal. ➢ TIREOIDECTOMIA PARCIAL: Nesses casos, é feito a lobectomia mais a istmectomia da glândula tireoide, deixando somente umapequena quantidade de tecido. Ela é indicada em carcinomas papilíferos menores que 1 cm ou tumores foliculares menores que 2 a 4 cm. Embora a lobectomia possa ser considerada em microcarcinomas papilíferos únicos, intratireoidianos e sem comprometimento ganglionar, prefere-se, sempre que possível, indicar tireoidectomia total, independentemente do tamanho. Observe que apesar de o carcinoma folicular ter pior prognóstico que o papilífero, é indicada a sua retirada apenas em tamanhos maiores. Isso pode parecer controverso, mas acontece devido ao fato de não podermos ter certeza da malignidade do tumor papilífero apenas com a PAAF, correndo o risco de retirar um nódulo benigno. Nesses casos, somos mais conservadores. Após a tireoidectomia parcial nos nódulos foliculares, a peça é mandada para patologia, em casos de malignidade comprovada, é feita uma reabordagem cirúrgica para retirada do restante da glândula que ficou. Por fim, na presença de fatores de risco para malignidade, como história familiar de carcinoma da tireoide e história de exposição à radiação ionizante, a tireoidectomia total deve ser considerada. Por fim, em pacientes submetidos à lobectomia, a totalização da tireoidectomia deve ser realizada nos que tiverem diagnóstico anatomopatológico de carcinoma. ➢ DISSECÇÃO LINFONODAL: A dissecção dos linfonodos cervicais é feita em todos os tipos de câncer medular, pois há um alto grau de invasão ganglionar. Além disso, nos demais tipos de tumores, a dissecção ganglionar está indicado sempre que for diagnosticado acometimento metastático no pré-operatório. ➢ COMPLICAÇÕES DA TIREOIDECTOMIA: Como em todo procedimento cirúrgico, na tireoidectomia existem complicações. As principais complicações são o hipoparatireoidismo e a lesão do nervo laríngeo recorrente. No primeiro caso, ocorre lesão das glândulas paratireoides, levando a hipocalcemia transitória ou permanente. Quando grave, a hipocalcemia pode levar a espasmos musculares. A lesão do nervo laringe recorrente, pode cursar com rouquidão, quando ocorre apenas de um lado ou até insuficiência respiratória aguda, por fechamento da glote, quando acontece bilateralmente. Devemos fazer o diagnóstico diferencial desses casos, com o hematoma cervical em expansão, que também é uma complicação da tireoidectomia e pode levar a insuficiência respiratória. ➢ SEGUIMENTO: Após a ressecção total da tireoide, devemos lembrar que esse paciente ficará impossibilitado de produzir os hormônios tireoidianos. Por conta disso, esse paciente deverá utilizar para toda a vida a reposição de T4. Isso é feito utilizado a levotiroxina. Nas tireoidectomias totais em que há evidencia de sobras de tecido, também pode ser empregado o iodo radioativo. Esse medicamento tem a capacidade de destruir células tireoidianas remanescentes, incluindo metástases, funcionando como uma terapia adjuvante no câncer de tireoide. O iodo radioativo nunca pode ser usado em gestantes, pelo risco de acometimento fetal. Ademais, para o seguimento, devemos solicitar a tireoglobulina a casa 6 meses para acompanhamento. Se a tireoglobulina estiver alta, isso pode indicar restos de tecido, podendo nesses casos, ser novamente instituído o uso de iodo radioativo ou o uso de quimioterapia ou radioterapia. Referências: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/linfonodos-e- cancer/6814/1/ https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario _12.pdf http://www.oncoguia.org.br/conteudo/linfonodos-e-cancer/6814/1/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/linfonodos-e-cancer/6814/1/ https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_12.pdf https://forl.org.br/Content/pdf/seminarios/seminario_12.pdf
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