Nutrição infantil

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Nutrição infantil 
Aleitamento materno
É o alimento mais adequado nos primeiros 6 meses de vida. Além de suprir as necessidades nutricionais, promove o vínculo entre a mãe e o bebê e traz benefícios também para a mãe, como, por exemplo: Ajudando na contração uterina, reduzindo os riscos de hemorragias pós-parto, fazendo com que o órgão volte ao seu tamanho natural; e reduzindo doenças como câncer de mama e ovário. 
O bebê nasce com alguns reflexos que asseguram a sua sobrevivencia e alguns deles estão associados à alimentação: o reflexo de busca auxilia o RN a encontrar o seio, ao abocanhar a aréola e o mamilo, ele dá inicio ao reflexo de sucção, outro mecanismo reflexo associado a este processo de deglutição.
Uma inadequada pode ocasionar dificuldade em mamar e, consequentemente, em ganhar peso.
Início da amamentação
A amamentação deve ser iniciada ainda na sala de parto. Esse contato precoce e estimulação sensorial da mama ajudam a consolidar os reflexos ligados à amamentação e abreviam o tempo de apojadura (descida do leite), já que a produção prolactina, hormônio responsável pela produção do leite, tem seus niveis regulados pelo estimulo de sucção dos mamilos.
Nos primeiros dias após o parto, é produzido o colostro, que é mais viscoso e tem maiores concentrações de proteínas, minerais e vitaminas lipossolúveis (particularmente A,E e carotenóides). O conteúdo energético do colostro é um pouco menor do que o leite maduro (58kcal\100 ml, comparado a média de 71kcal\100ml do leite maduro) e as concentrações de lactose, gorduras, vitaminas do complexo B são menores. O colostro é muito rico em imunoglobulinas (compõe a maior parte de sua fração protéica), além de agente anti-inflamatórios, substancias imunomoduladoras, fatores de crescimento e leucócitos.
Por volta do quinto dia após o parto, ocorre o processo de apojadura e começa a ocorrer uma mudança gradual na composição do leite, o que chamamos do leite de transição, até que se chega a composição do ‘’leite maduro’’.
Por volta do décimo quinto dia de vida ocorre a chegada do leite maduro, que é composto por:proteínas (cerca de 1,2 g\dL, cerca de 60-90% de proteínas de soro (incluindo alfa-lactoalbumina, beta-lactoalbumina, lacto-ferrina, lisozima, soroalbumina e imunoglobulinas) uma parcela menor de caseína. Carboidratos (cerca de 7g\dL, sendo cerca de 70% constituídos por lactose, fornecem cerca de 45-50% o conteúdo energético total do leite humano. A lactose também favorece a absorção de cálcio, fósforo e outros minerais. Lipídios (cerca de 3 a 4 g\dL, sendo 98% composto por triglicerídeos e o restante por fosfolípides, colesterol e ácidos graxos livres. Correspondem a maior fonte de energia do leite humano (aprox. 45 a 55% do valor calórico total). Os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (LCPUFAs), são considerados os ácidos graxos essenciais, sendo o mais importante o ARA (ácido araquidônico, da família do Omega 6) e o DHA (acido docosa-hexaecoico, da família do Omega 3). Eles são componentes dos fosfolípides das membranas celulares e exercem papel importante no desenvolvimento e crescimento do sistema nervoso, através da mielinização, e também na função retiniana. A sua concentração no leite humano gira em torno de 0,32% (DHA) e 0,42% (ARA). A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer da mamada.
Micronutrientes: Sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, zinco, cobre,ferro, manganês,selênio, iodeto, fluoreto,molibdênio,cobalto, cromio, níquel, cádmio e vitaminas (principalmente complexo B,A e E). As concentrações de vitaminas B e K no leite humano são baixas, sendo necessária a suplementação.
Alimentação complementar no primeiro ano de vida
Conjunto de todos os alimentos oferecidos para as crianças, além do leite materno, que deve ser mantido, embora sem exclusividade. Introdução aos 6 meses mas se a mãe não puder devido ao trabalho pode ser introduzido a partir dos 4 meses. No Brasil, introduzimos a papa principal (de legumes, verduras e proteínas – em geral no horário do almoço). As frutas devem ser oferecidas in natura, amassadas ou raspadas. Os consensos atuais recomendam sempre dar preferências às frutas em detrimento de sucos, já que estes apresentam aporte calórico elevado e o consumo excessivo está associado ao elevado risco de obesidade. A quantidade máxima de suco que deve ser oferecida são de 100 ml ao dia, preferencialmente após refeições, visando aumentar a absorção de ferro dos alimentos.
Desde o princípio a papa deve ser composta por cereais,tubérculos, leguminosas, hortaliças e carnes. A quantidade de carne sugerida é de 50g a 70g\dia, considerando 2 refeições.A partir do 7 mês pode ser acrescentada a segunda papa alimentar, normalmente no jantar. As teorias atuais em termos de alergias alimentares mostram que nessa fase da vida a criança apresenta uma ‘’janela imunologica’’, e por conta disso está mais apta a aceitar novos alimentos, sem desenvolver alergias.
Alguns cuidados (Mel – não deve ser consumido no primeiro ano de vida, pelo risco de botulismo, tendo em vista a imaturidade do trato gastrointestinal nessa fase); Sal não deve ser adicionado a papa, para que a criança adapte seu paladar, visando também a prevenção de hipertensão e doenças cardiovasculares. Não devem ser oferecidos frituras, enlatados, doces e refrigerantes. A textura, inicialmente, devem ser amassados para manterem as fibras, importante para o processo digestivo. A idéia que com 1 ano a criança já coma a comida da família desde que a mesma possua hábitos saudáveis. É preciso oferecer um mesmo alimento varias, até que a criança se acostume com ele. São necessárias de 8 a 10 exposições ate que um novo alimento seja aceito.
Intervalo entre as refeições
Os intervalos entre as refeições devem ser de 2 a 3 horas e devem ser evitados alimentos nesses intervalos (incluindo sucos e leites).
Alimentação complementar após o primeiro ano de vida
Semelhante à alimentação dos adultos, com exceção ao consumo de alimentos industrializados, ricos em açucares, gorduras e sal. Deve ser estimulado o consumo de frutas e vegetais, principalmente as folhas verde-escuras, que são uma importante fonte de ferro, cálcio e vitaminas. Entre 1 e 2 anos de idade deve ser incentivado o consumo de aproximadamente 600 ml\dia de leite de vaca (ou compostos lácteos adaptados para idade), assim como de laticínios (queijos, iogurtes), visando garantir o aporte adequado de cálcio. Por outro lado deve ser contraindicado o uso abusivo de leite (acima de 700 ml\dia).
Consumo de cálcio em cada faixa etária.
Curvas de crescimento e definições 
A avaliação das curvas de crescimento pondero-estatural é feita através da obtenção de medidas antropométricas. (Estatura, peso, perímetro cefálico). São apresentadas curvas do nascimento até 2 anos, dos 3 aos 5 e dos 5 aos 20, para comprimento/altura, e índice de massa corporal (IMC), e para o peso até os 10 anos, para os sexos masculino e feminino. 
https://www.sbp.com.br/departamentos-cientificos/endocrinologia/graficos-de-crescimento/
Costumeiramente as curvas utilizavam porcentis que refletem a distribuição normal das medidas da população. Se o peso de uma menina está no porcentil 25 (25% das meninas tem um peso menor que ela, enquanto 75% tem um peso maior). Atualmente há um tendência em usar curvas baseadas em z-escore (são desvios-padrão tendo como referencia população da mesma idade, etnia e sexo) e não em porcentis. IMC- Avaliação nutricional. 
O 0 no escore z representa o pico (média, moda e mediana) dessa população. Valores normais situam-se entre o +2 e -2.
Abaixo de z -2 é o melhor indicativo isolado para subnutrição aguda.
Crescimento estatural
Fatores extrínsecos mais intrínsecos. O principal é a genética.
Altura da mãe + altura do pai \2 (+6,5 cm se menino\ - 6,5 cm se menina). Podendo ocorrer uma variação de 5 cm para mais ou para menos. Outros fatores associados: doenças crônicas, fatores hormonais, alimentação e atividade física. É importante calcular, também, a velocidade de crescimento sendo o intervalomínimo de 4 meses, sendo ideal aos 6 meses.
Estado nutricional
O peso normal de nascimento dos bebês está entre 2500g e 4000g. O primeiro trimestre de vida é a fase de maior crescimento ponderal (proporcionalmente ao seu peso), com ganho de 25 a 30g por dia.
Regra geral de 1 a 10 anos: Peso = (2x idade) + 8. 
A partir dos 2 anos, a avaliação do estado nutricional deve ser realizada com base no índice de massa corporal (IMC), considerando eutrofia IMC entre porcentil 3 e 85 ou entre z-escore -2 e 1.
Desnutrição energética-proteica.
Conjunto de problemas de saúde originado da carência simultânea de calorias e proteínas, em proporções variáveis, que atinge com maior freqüência as crianças de baixa idade e está comumente associada à infecções de repetição. Fatores de risco: baixa renda familiar, desmame precoce, introdução tardia das refeições de sal, infecções precoces ou recorrentes (tratos respiratórios e intestinal), parasitoses intestinais, condições de higiene inadequadas.
A desnutrição energética protéica pode ser subdividida em:
Marasmo: Quando ocorre uma deficiência global de nutrientes (tanto de calorias como de aporte protéico). Nesse caso, as principais manifestações clinicas serão magreza extrema, atrofia de subcutâneo, hipoatividade, anemia, diarréia e infecções de repetição.
Kwashiokor: Ocorre uma deficiência protéica mas o aporte calórico é normal (por exemplo, dieta à base de farináceos). Nesse caso, as principais manifestações clinicas serão edema (por queda de albumina sérica), hepatomegalia, alterações de pele e cabelo, diarréia e infecções de repetição.
Avaliação da desnutrição: 
Porcentagem da mediana: Valor do peso ou estatura do paciente x100\valor p50 ou z0 do peso ou estatura.
Classificação de Waterloo
Estatura\idade – Peso\estatura.
Classificação Gómez 
Lei nº 11.947, de 16/6/2009, 30% do valor repassado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar, medida que estimula o desenvolvimento econômico e sustentável das comunidades