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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE BIOESTATÍSTICA GABRIELA LUIZ MEIGRE DIAS PEREIRA SÍNTESE LIVRO “INTRODUÇÃO À BIOESTATÍSTICA” CAPÍTULO 1 VITÓRIA 2021 CAPÍTULO 1: NOÇÕES SOBRE AMOSTRAGEM A estatística possui um significado mais amplo do que apenas números, se trata de uma ciencia que fornece os princípios e os métodos para coleta, organização, resumo, analise e interpretação de dados. entretanto, é importante ressaltar que os dados que são corretamente coletados fornecem conhecimentos que não seria obtidos facilmente por uma simples especulação e que nem sempre será possível levantar todos os dados. Assim, pode- se citar o exemplo das prévias eleitorais, onde são fornecidos as estimativas da porcentagem de votos em cada candidato. Somando-se a essa ideia, para entender a estatística, conceitos como população e amostra tornam-se essenciais. A população, ou também conhecida como universo, se designa como o conjunto de unidades sobre o qual desejamos obter informação, sendo esse termo usado, na estatística, para descrever um grande conjunto de unidades que possuem algo em comum. A exemplo disso a área da saúde em que população pode ser constituída por pacientes ou por animais, mas também pode ser constituída por exames, prontuários, necropsias, contas hospitalares e certidões. A amostra se resume em um conjunto de dados que foram coletados de uma população, ou seja, são os dados que foram realmente coletados dentre uma vasta quantidade de dados que poderiam ser observados na população. Nesse contexto, a amostra é comumente usada pois permitem obter respostas razoáveis e que possuem uma margem de erro reconhecida. Vale lembrar, ainda, que o levantamento de dados de toda a população é chamado de censo. Um exemplo claro em que isso pode ser observado é no Censo Demográfico do Brasil, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado a cada 10 anos, onde são coletadas informações sobre sexo, idade e nível de renda de todos os residentes no Brasil. Assim, muitas são as razões e benefícios para a escolha de se trabalhar com amostra e não com censo como o custo e demora dos censos, populações muito grandes e impossibilidade física de examinar toda a população. Além disso, faz-se mister ressaltar que existe outra questão que norteia a preferencia pelo uso de amostras: o comprovado valor científico das informações coletadas por meio de amostras, ou seja o estudo cuidadoso de uma amostra tem um valor cientifico maior do que o estudo sumario de toda a população. A partir disso, para que seja possível obter uma amostra, alguns critérios, que serão posteriormente utilizados para selecionar as unidades que irão compor a amostra, precisam ser definidos, como o tipo de amostra utilizada, podendo ser aleatória, casual, ou probabilística, semi-probabilística, não-probabilística ou de conveniência. A amostra aleatória ou probabilística representa uma amostra que é constituída por n unidades retiradas aleatoriamente ou ao acaso da população, ou seja, em suma, é aquela amostra que pode ser obtida por meio de um sorteio, demonstrando que nesse tipo de amostra todos os elementos da população possuem uma probabilidade ou chance de ser sorteado e pertencer à amostra. Esse tipo de amostra exige que o pesquisados possua uma listagem com todas as unidades, o que por sua vez causa uma dificuldade na realização desse tipo de amostra em alguns casos em que não se tem o acesso a lista com todos os elementos. Nesse tipo de amostra, para se obter esse tipo de amostra, a população deve ser conhecida e cada unidade deve ser devidamente identificada por nome ou numero. Após isso, deve-se organizar um sorteio, onde os elementos que vão fazer parte da amostra serão sorteados. Um ponto interessante no hodierno são os sorteio realizados por meio de computadores considerados mais sérios e exatos, mas também é valido a realização do método tradicional utilizando papel ou bolas que serão depositados em uma caixa, saco ou urna. Assim, esse tipo de amostra pode ser simples ou estratificada. A amostra aleatória simples é aquela que se obtém por sorteio de uma população que é constituída por unidades consideradas homogenias, ou seja, iguais. Já a amostra aleatória estratificada é aquela que se obtém também por sorteio, mas suas unidades são consideradas heterogêneas, nesse caso deve-se identificar primeiramente as unidades da população e depois as unidades similares que serão reunidas em subgrupos conhecidos como estratos, o sorteio será realizado dentro de cada estrato. A amostra semiprobabilistica se caracteriza por ser uma amostra constituída por n unidades que são retiradas da população por um procedimento parcialmente aleatório, podendo ser sistemática, por conglomerados ou por quotas. A amostra sistemática é aquela que se constitui de n unidades retiradas da população seguindo um sistemas já preestabelecido, não exigindo que a população seja devidamente conhecida, mas sendo primordial que esteja organizada como por exemplo por filas, arquivos, ruas ou domicílios. Se tratando da amostra por conglomerados, é aquela que é constituída por n unidades retiradas de conglomerados, ou em outras palavras retiradas de um conjunto de unidades que estão agrupadas, seja por qualquer que seja a razão do agrupamento, como por exemplo um asilo, uma universidade publica, serviço militar podem ser considerados conglomerados, uma vez que o asilo reúne idoso, a universidade publica reúne pessoas com bom nível socioeconômico e o serviço militar reúne adultos jovens saudáveis. Logo, a amostra por conglomerado exige um livre acesso do pesquisador aos conglomerados, o que nem sempre se torna possível. Já a amostra por quotas se caracteriza por ser constituída por n unidades retiradas da população segundo quotas que são estabelecidas com base na distribuição desses elementos na população, isto é ocorre a seleção da amostra por julgamento e depois se confirma as características da unidades amostradas, sendo esta não aleatória e considerada vantajosa por possuir um baixo custo e por não exigir que as unidades estejam numerados ou identificadas, sendo por isso muito utilizada em levantamentos de opinião e pesquisas de mercado. A amostra não probabilística ou também conhecida como amostra de conveniência é aquela que se designa por ser constituída por n unidades reunidas em uma amostra pelo simples fato do pesquisador ter um fácil acesso a essas unidades. Nessa conjuntura, na maior parte dos casos, é preferível, estatisticamente, utilizar as amostras probabilísticas, salvo a exceção de alguns casos, pois na área da saúde o pesquisador geralmente trabalha com as unidades e elementos que ele possui acesso, como os pacientes em tratamento no ambulatório da universidade. Sendo assim, utilizar uma amostra de conveniência irá exigir uma descrição precisa pois fazem apenas a representação de indivíduos semelhantes aqueles incluídos na amostra. Para um melhor entendimento, é de total importância estabelecer uma diferenciação entre os valores obtidos da amostra e os valores obtidos da população, ou seja é importante reconhecer a relação estatística e parâmetros. Sob essa perspectiva, a estatística se resume em uma característica da amostra e o parâmetro se resumo a uma característica da população, portanto a estatística são as estimativas obtidas com base nos dados da amostra e o parâmetro o valor verdadeiro na população. Contudo, não existe uma garantia de que as estatísticas possuam um valor igual ou próximo ao do parâmetro, mesmo que ocorra na maioria dos casos, na condição de que a amostra tenha sido obtida corretamente na técnica corrida e possua tamanho adequado. Mas como estabelecer com quantas unidades se compõe uma amostra? paraque se tenha uma maior confiança nos resultados é importante que as amostras sejam grandes o suficiente de acordo com o que se deseja analisar. À vista disso, em síntese, a qualidade de uma estimativa esta diretamente relacionada com o numero de unidades que compõe a amostra ou tamanho da amostra. Porém, se o a população for muito grande em relação a amostra, a qualidade da amostra não ira depender do tamanho da população. Desse modo, as amostras devem ter um tamanho suficiente e razoável, não sendo muito grande para não perder recursos e nem muito pequena para não afetar a confiabilidade e utilidade do resultado final. Para saber como determinar o tamanho da amostra é preciso primeiramente analisar, na pratica, as considerações reais ou imaginarias feitas pelo pesquisador acerca do custo de cada unidade, assim dizendo se o orçamento for muito curto deve-se analisar e pensar na amostragem da pesquisa, levando em consideração o que for usual na área pesquisada. Assim sendo, é importante fazer uma analise do que é comum e usual na área pesquisada, considerando a literatura e o orçamento. Por outro viés, segundamente, o tamanho da amostra pode ser determinado por um critério estatístico aplicando a formula: 𝑛 = 𝑧2 . 𝑝(100−𝑝) 𝑑2 Ressalta-se, por fim, alguns pontos devem ser claros como a amostra só traz informação da população em que foi retirada, a amostra deve ter um tamanho usual da área em que a pesquisa se enquadra, as amostras podem ser representativas ou não-representativas, não se pode julgar a qualidade da amostra pelas resultados obtidos, conclusões e decisões com base em amostras só possuem sentido na medida em que as amostras possuem representatividade da população, para interpretar corretamente os dados e tirar conclusões é preciso entender como a amostra foi tomada e os fatores levados em consideração, saber se sua amostra é tendenciosa ou não. Não existe uma foórmula matemática ou estatística que possa esclarecer se a amostra é tendenciosa ou representativa, devendo partir do bom conhecimento na área, com base no fato de que tendencia é a diferença entre a estimativa que se obteve na amostra e o parâmetro que se quer estimar, tomando cuidado para não cometer nenhum tipo de erro de amostragem que possa comprometer a conclusão final da pesquisa em questão. À priori, é de suma importância entender que resultados de amostras estão presentes por todos os setores nos dias atuais e fazem parte da vidaa de toda população, mesmo que não tenha, sido chamados para opinar propriamente dito, principalmente no Brasil onde existem excelentes institutos de pesquisas.
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