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8 - Hanseniase

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Hanseníase 
Definição 
- A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma infectologia crônica, que afeta a 
pele e o sistema nervoso periférico
- É causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen) - BAAR, gram e Ziehl-
Neelsen positivos
- No Brasil é uma doença de notificação compulsória 
- Os países com maior incidência de lepra são a Índia e o Brasil 
- Dentro da Brasil, as regiões com maior incidência são norte, nordeste e centro-oeste 
Contágio 
- O contágio ocorre por contato com secreção contaminada das vias aéreas 
superiores 
- A porta de entrada para a micobactéria se dá pelas vias aéreas superiores e lesões do 
tegumento 
- No entanto, normalmente apenas um breve contato com a micobactéria não causa 
contágio. Na maioria das vezes é necessário um contato mais prolongado com 
pacientes multibacilíferos 
- O período de incubação varia de 2 a 5 anos
História Natural da Doença 
- A maioria dos pacientes que entram em contato com o bacilo evoluem para cura
- Aqueles que entram em contato com o bacilo e evoluem para a doença apresentam 
inicialmente um quadro denominado hanseníase indeterminada
- 70% dos pacientes com hanseníase indeterminada acabam evoluindo para cura. 
Apenas os 30% restantes evoluem para alguma outra forma de hanseníase 
(tuberculóide, dimorfa ou virchowiana) 
Espectro da Hanseníase 
- O que vai determinar qual será a história de evolução da doença é o sistema 
imunológico do paciente 
- Pacientes que apresentam uma resposta imunológica celular tendem a evoluir para a 
forma tuberculóide da doença (TT no gráfico). Esses pacientes tem um bom controle 
da hanseníase e normalmente apresentam poucos bacilos circulantes (paucibacilares)
- Pacientes que apresentam uma resposta imunológica humoral (baseada em 
anticorpos) tendem a evoluir para a forma virchowiana da doença (LL no gráfico). 
Esses pacientes não tem um bom controle da hanseníase e normalmente apresentam 
vários bacilos circulantes (multibacilares)
- Pacientes que apresentam esses dois tipos de resposta imunológica evoluem para a 
forma dimórfica da doença (mistura entre hanseníase tuberculóide e virchowiana) 
Tipos de pacientes 
- Pacientes paucibacilares: 
• Até 5 lesões (hanseníase indeterminada ou tuberculóide)
- Pacientes multibacilares: 
• Mais de 5 lesões (hanseníase dimófica ou virchowiana) 
Hanseníase Indeterminada 
- Presença de uma a algumas máculas hipocrômicas ou 
eritematosas com limites pouco nítidos 
- Cursa com hipoestesia (principalmente térmica)
- Os troncos nervosos estão normais (não estão espessados à 
palpação)
- A baciloscopia é negativa nesse momento (pois são pacientes 
paucibacilares — apresentam poucos bacilos)
- Teste de Mitsuda: é como se fosse o PPD (teste tuberculínico) 
da hanseníase
- O paciente pode ser Mitsuda positivo ou negativo 
- Esses pacientes não transmitem a doença 
Hanseníase Tuberculóide 
- Presença de uma ou poucas placas infiltradas eritematosas e/
ou acastanhadas com limites nítidos (em forma anelar —> 
bordo espessado e centro raso)
- Evidente perda da sensibilidade (térmica, dolorosa e tátil) 
- Apresenta até 1 nervo periférico espessado 
- Presença de alopecia
- Mitsuda positivo (mostra que a imunidade celular está boa)
- Baciloscopia ainda é negativa 
- Esses pacientes também não transmitem a doença 
Hanseníase Virchowiana 
- Presença de numerosas máculas, pápulas, nódulos e placas cor de pele, eritematosos 
ou acastanhados com distribuição simétrica 
- Cursa com hipoestesia 
- Fáscies leonina: infiltração difusa da face + perda do 1/3 externo da sobrancelha 
(madarose)
- Essa infiltração difusa da fase leva a perfuração do septo nasal, que pode evoluir 
para queda do nariz 
- Vários nervos estão espessados 
- Espessamento e nódulos no pavilhão auricular e de nervos superficiais
- Comprometimento do sistema nervosos autonômico, o que impede a sudorese e 
evoluir para xerose (ictiose adquirida)
- Edema de MMII
- Mitsuda negativo (mostra que a imunidade celular está comprometida)
- Baciloscopia positiva 
- Infiltração de outros órgãos (Laringe, olhos, linfonodos, fígado, baço, testículos e 
medula óssea)
Hanseníase Dimorfa 
- Overlaping entre lesões tuberculóides e virchowianas (padrão intermediário de 
distribuição)
- Apresenta uma lesão característica —> Lesão foveolar ou em queijo suiço (Placas 
infiltradas eritematosas anulares com a borda interna bem delimitada e a externa mal 
definida)
- No entanto, é difícil identificar a lesão em queijo suíço 
- A hanseníase dimorfa é instável, pode passar para o polo T (tuberculóide) ou V 
(virchowiano) 
- Mitsuda geralmente negativo
- Baciloscopia geralmente positiva
Estados Reacionais 
- São repercussões sistêmicas da doença
- Pode ocorrer:
• Modificação da resposta imunológica ao bacilo (eventos agudos e potencialmente 
graves)
• Febre, mal estar, cefaléia, artralgia e nódulos ou, menos frequentemente, placas 
eritêmato-infiltradas
• Neurite, uveíte, orquite, nefrite e vasculite
- Tratamento:
• Repouso
• Predinosa
• Talidomida
• Descompressão nervosa 
Lesões Neurais 
- Alterações da sensibilidade:
• Impedem o paciente de se defender das agressões do cotidiano, gerando lesões 
• Ordem da perda da sensibilidade: térmica —> dolorosa —> tátil
• Mal perfurante plantar:
• Ocorre por danos repetitivos na planta do pé por ausência de sensibilidade
• Indica comprometimento neurológico grave 
- Alterações motoras:
• Paresia, paralisia, retrações tendinosas e fixações articulares (mão em garra, mão 
simiesca, etc)
- Alterações autonômicas:
• Hipo/anidrose (xerose) e alterações circulatórias
Exame Físico 
- Teste da sensibilidade térmica: realizado encostando tubos de ensaio com água 
morna e fria na pele do paciente (também pode ser realizado com tubos de ensaio 
com algodão e éter)
- Teste da sensibilidade dolorosa: utilizar a ponta e a cabeça de um alfinete para 
averiguar se o paciente percebe quando a ponta está encostando
- Teste da sensibilidade tátil: pode ser utilizado um algodão ou estesiômetro 
- Teste de força: avaliar força e amplitude do movimento
- Palpação e percussão dos nervos periféricos 
- Baciloscopia: identificação do bacilo nos tecidos 
- Teste de Mitsuda: injeção intradérmica e deve-se verificar se houve pápula 4 semanas 
depois
- Exame anátomo-patológico: identifica bacilos, granulomas e lesões neurais 
Diagnóstico Diferencial 
- Existem inúmeras doenças
- No entanto, sempre suspeitar de hanseníase quando houver lesões de pele + 
redução de sensibilidade 
Tratamento 
- Para pacientes paucibacilares:
• Tratamento por 6 meses (o paciente deve cumprir o tratamento em até 9 meses)
• Rifampicina 600 mg/mês 
• Dapsona 100 mg/dia 
Teste de 
sensibilidade térmica
Teste de sensibilidade dolorosa Teste de sensibilidade tátil
Teste de força Palpação de nervos Baciloscopia
Teste de Mitsuda 
- Para pacientes multibacilares:
• Tratamento por 12 meses (o paciente deve cumprir o tratamento em até 18 meses)
• Rifampicina 600 mg/mês
• Clofazemina 300 mg/semana
• Dapsona 100 mg/d + clofazemina 50mg/d
• Obs: após iniciado o tratamento esse paciente deixa de transmitir bacilos e não 
precisa ser afastado do convívio social
Prevenção 
- Campanhas
- Diagnóstico precoce
- Elos epidemiológicos
- Exame dos familiares
- BCG para familiares (a vacina BCG fornece uma proteção parcial à hanseníase)
- Melhora das condições sócio-econômicas

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