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HANSENÍASE ROGÉRIO RESENDE 2020 2 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Dermatologia na Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde.- 1°edição. - Brasília: Ministério da Saúde, 2002 . OMS; Guia prático sobre a Hanseníase- Ministério da saúde, 2017 Dermatologia de Sampaio e Rivitti 4 ed 2018 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_procedimentos_tecnicos_corticosteroides_hanseniase.pdf Hanseníase no Brasil: uma revisão literária, nos anos de 2014 a 2019. Márcia Maria Solino Freitas De Souza Pessoa- 2019 Hanseníase em menores de 15 anos: a importância do exame de contato, Carla Andrea A. Pires et al, Rev. paul. pediatr. vol.30 no.2 São Paulo jun. 2012 REFERÊNCIAS Doença crônica, infectocontagiosa Termo “lepra”: em desuso devido à forte estigmatização Brasil (2016): foram notificados 25.218 casos novos (taxa de detecção de 12,2/100.000 habitantes) → 2º país com o maior número de casos novos registrados no mundo É considerada endêmica no Brasil, mas sua incidência está diminuindo nos últimos anos INTRODUÇÃO 3 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Notificação compulsória (somente após a confirmação diagnóstica) Doença exclusiva de humanos, Crianças < 15 anos raramente são afetadas, quando isso ocorre é um forte indício de alta endemicidade Se não tratada na forma inicial, a doença quase sempre evolui, torna-se transmissível e pode atingir pessoas de qualquer sexo ou idade ( Raramente em crianças < de 5 anos de idade) 4 EPIDEMIOLOGIA relatos de encontro do bacilo em tatus, porém estes são apenas reservatórios da doença Essa evolução ocorre, em geral, de forma lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades físicas. Agente etiológico: Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen) BAAR, intracelular obrigatório, que se cora positivo com o método de Ziehl-Nelsen O M. leprae infecta os nervos superficiais e troncos nervosos periféricos e, mais especificamente, as células de Schwann Olhos e órgãos internos (mucosas, testículos, ossos, baço, fígado etc) também podem ser acometidos ETIOLOGIA 5 Leprosy in cutaneous nerve (CDC/Arthur E. Kaye) TRANSMISSÃO Transmissão pelas vias respiratórias Contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível com um doente com hanseníase que não está sendo tratado. Período de incubação: Torno de 5 anos (varia de meses a 20 anos) Os pacientes multibacilares são a principal fonte de infecção A susceptibilidade ao M. leprae possui influência genética. Alta contagiosidade e baixa patogenicidade 6 (muitas pessoas têm o contato, porém a doença não evolui para infecção concretizada) Devido à baixa patogenicidade do bacilo de Hansen, é necessário contato íntimo e prolongado para a transmissão da hanseníase Embora possa haver eliminação de bacilos pela pele, a única via de transmissão comprovada em estudos epidemiológicos, são as vias aéreas superiores de pacientes MB não tratados Grande preocupação: Danos irreversíveis nos nervos periféricos levando a incapacidades físicas e amputações Pela ação do sistema imunológico contra o bacilo, que fica alojado nas células de Schwann de nervos periféricos e macrófagos da pele ou na mucosa respiratória Reação imunológica do hospedeiro. 7 FISIOPATOLOGIA Th1 -Resposta celular -Fagocitose e produção de citocinas Th2 -Resposta humoral -Efetiva para hanseníase -Ficam bacilíferos -Dependente de anticorpos Danos irreversíveis nos nervos periféricos ->incapacidades físicas e amputações. A imunidade humoral é ineficaz contra o M. leprae. A defesa é efetuada pela imunidade celular Capaz de fagocitar e destruir os bacilos Mediada por citocinas (TNF-alfa, IFN-gama) e mediadores da oxidação Se predomínio da resposta TH1: Podem erradicar a doença ou permanecer no polo tuberculoide. Se predomínio TH2: Ficam mais bacilíferos e desenvolvem características de doença do polo Wirchowiano FISIOPATOLOGIA OMS (Operacional) Classificação para fins operacionais de tratamento Paucibacilar PB (Até 5 lesões MAIS baciloscopia negativo) Multibacilar MB (6 ou mais lesões OU baciloscopia positiva) MADRI Hanseníase Indeterminada (PB) Hanseníase Tuberculoide (PB) Dimorfa (MB) Virchowiana (MB) 9 CLASSIFICAÇÃO Todos os pacientes passam por essa fase no início da doença. Fonte de infecção: Geralmente, um paciente com hanseníase MB Lesões hipocrômicas, anestésica e anidrótica, com bordas imprecisas. Lesões geralmente é única com anidrose local Perda da sensibilidade térmica e/ou dolorosa, A tátil geralmente é preservada, pois não há comprometimento de troncos nervosos, apenas ramúsculos nervosos cutâneos. A prova da histamina é incompleta na lesão Baciloscopia é negativa 10 INDETERMINADA (PAUCIBACILAR) Geralmente afeta crianças abaixo de 10 anos, ou mais raramente adolescentes e adultos. Fonte de infecção: Geralmente, um paciente com hanseníase MB não diagnosticado, ainda convive com o doente, devido ao pouco tempo de doença Pode se manifestar até em crianças de colo (H. Nodular da infância) Lesões em número reduzido e de distribuição assimétrica Placa eritematosa, anestésica ou bem delimitadas com centro claro. Pode ter um único nervo espessado com perda total de sensibilidade no seu território de inervação. Neurite: Quadro agudo de dor intensa e edema, sem comprometimento funcional do nervo. Com o avançar da doença, passa a evidenciar o danos 11 TUBERCULOIDE (PAUCIBACILAR) O sistema imune da pessoa consegue destruir os bacilos espontaneamente Cursando com dormência e perda da força muscular. Sinal da raquete: Espessamento neural emergindo da placa Biópsia de pele quase sempre não demonstra bacilos, e nem confirma sozinha o diagnóstico A baciloscopia é negativa 12 TUBERCULOIDE (PAUCIBACILAR) Instabilidade imunológica,-> Grande variação em suas manifestações Múltiplas lesões avermelhadas ou esbranquiçadas, com bordas elevadas, mal delimitadas OU por múltiplas lesões bem delimitadas semelhantes à lesão tuberculoide, porém a borda externa é pouco definida. 13 DIMORFA/BODERLINE (MB) Grande variação em suas manifestações clínicas, seja na pele, nos nervos, ou no comprometimento sistêmico Hipo ou Anestesia, com diminuição de funções autonômicas É comum haver comprometimento assimétrico de nervos periféricos É a forma mais comum de apresentação da doença. Após um longo período de incubação (cerca de 10 anos ou mais), Baciloscopia: Se bem realizada, é frequentemente positiva 14 DIMORFA/BODERLINE (MB) Baciloscopia: Se bem realizada, é frequentemente positiva exceto em casos raros em que a doença está confinada aos nervos. HANSENÍASE VIRCHOWIANA É a forma mais contagiosa da doença Pele avermelhada, seca, infiltrada, com poros dilatados (“casca de laranja”), poupando couro cabeludo e axilas (áreas quentes) Na evolução da doença, é comum aparecerem pápulas e nódulos escuros, endurecidos e assintomáticos (hansenomas) Estágio mais avançado: Fácies Leonina: infiltração da face com madarose Xerose e anidrose Câimbras, parestesias nas mãos e pés e Artralgias Perfuração do septo nasal e desabamento nasal. 15 HANSENÍASE VIRCHOWIANA 16 HANSENÍASE VIRCHOWIANA No homem, pode ter queixa de dor testicular devido a orquites Em idosos do sexo masculino, é comum haver comprometimento dos testículos, levando à azospermia , ginecomastia e impotência Artralgias Exames reumatológicos podem vir positivos (FAN, FR) Os nervos periféricos e seus ramos superficiais estão simetricamente espessados Baciloscopia positiva do lóbulos das orelhas e cotovelos 17 infiltração da face: pele lisa/sem rugas Dor nas articulações também são comuns e, frequentemente, o paciente tem o diagnóstico equivocado de doenças reumatológicas Exames reumatológicos podem vir positivos, como FAN, FR, assim como VDRL Manifestações sistêmicas dahanseníase (infrequentes) SNC: neuropatias motoras, sensoriais e autonômicas Olhos: irite, conjuntivite e danos do nervo óptico Sistema reticuloendotelial: hepatoesplenomegalia infiltrativa Sistema renal: glomerulonefrite Gônadas: infiltração testicular 18 QUADRO CLÍNICO CLÍNICA !!!! Lesões de pele com alteração da sensibilidade, ou comprometimento neural periférico Teste de sensibilidade térmica 19 DIAGNÓSTICO Outras doenças podem apresentar perda da sensibilidade: notalgia parestésica, esclerodermia... Sala em iluminada (luz do dia) e Examinar TODA a pele Procure por calosidades, atrofias musculares e úlceras Marcar a área com uma caneta esferográfica 1° a sensibilidade a perder: Fibras mais finas (calor e dor), 2 tubos de ensaio de vidro de 5ml, água quente e água gelada Agulha de insulina estéril. Opções: Algodão com éter ou álcool e um algodão seco Se não tiver nenhum, utilize diretamente a agulha para o teste da sensibilidade dolorosa 20 TESTE DE SENSIBILIDADE . Teste os tubos primeiro em você mesmo, e depois no paciente Explicar ao paciente com ele de olhos abertos e realizar com ele de olhos fechados Compare com a área de pele normal contralateral ou adjacente. Confirma-se hipo ou anestesia apenas com alteração definida de uma das sensibilidades. Sensibilidade dolorosa: Encoste a agulha nas lesões de pele com uma leve pressão, alternando área interna e externa à lesão. Pode-se ir alternando a ponta da agulha e o cabo da agulha Sensibilidade tátil: Utiliza-se algodão, fio dental ou o monofilamento verde (0.05g) do kit estesiométrico . 21 TESTE DE SENSIBILIDADE Toda perda de sensibilidade na pele (térmica, dolorosa e/ou tátil), bem caracterizada, é indicadora de hanseníase. Exame neurológico: inspeção, palpação/percussão e avaliação funcional (sensibilidade, força muscular) dos nervos Principais troncos nervosos periféricos acometidos na hanseníase: Face- trigêmeo e facial Braços- radial, ulnar e mediano Pernas- fibular e tibial Não troque a clínica pela baciloscopia ou biópsia. Principais troncos nervosos periféricos acometidos na hanseníase: 22 EXAME NEUROLÓGICO O exame deve ser feito na sequência crânio-caudal, para sistematizar uma rotina de exame Nervo facial: Observe os movimentos palpebrais e de sobrancelhas Espessamento visível ou palpável dos nervos do pescoço (auricular) do punho (ramo dorsal dos nervos radial e ulnar), e dos pés (fibular superficial e sural). Palpação do Ulnar - cotovelo (ulnar) Joelho (fibular comum) Tornozelo (tibial). Visíveis, assimétricos, endurecidos, dolorosos ou com sensação de choque. Caso você identifique qualquer alteração nos nervos, confirme a anormalidade com o teste da sensibilidade no território inervado. Se não houver perda de sensibilidade, mas persistir a dúvida, encaminhe o paciente para a referência e faça o acompanhamento do caso. Não troque o exame clínico pela baciloscopia ou biópsia. Baciloscopia Exame histopatológico Teste de mitsuda Pesquisa no sangue de anticorpos contra PGL-1 (antígeno glicolipídio fenólico-1): é positiva em 95% dos virchowianos Prova de Histamina Exógena Prova de histamina endógena 23 DIAGNÓSTICO Na maior parte dos casos, os exames subsidiários não são necessários para o diagnóstico e classificação dos doentes Os resultados devem ser correlacionados com a clínica, pois há muitas dificuldades e erros no processo de coleta, fixação, envio, coloração e leitura de lâminas de baciloscopia ou biópsia Negativa na Paucibacilar Se MB e continuar negativa, levar em consideração o quadro clínico Locais: lóbulos das orelhas direita e esquerda Cotovelos direito e esquerdo lesão cutânea suspeita (áreas “frias” da pele).) A coloração é feita pelo método de Ziehl-Neelsen 24 BACILOSCOPIA INDETERMINADA: Um infiltrado inflamatório perivascular e perineural inespecífico A procura de bacilos (BAAR) é quase sempre negativa TUBERCULÓIDE: Um granuloma tuberculóide (ou epitelióide) que destrói pequenos ramos neurais, agride a epiderme e outros anexos da pele. A procura de bacilos (BAAR) é negativa VIRCHOWIANA: Infiltrado histiocitário xantomizado ou macrofágico. Incontáveis bacilos dispersos e organizados em grumos (globias) DIMORFA: Infiltrado linfo-histiocitário, que varia desde inespecífico até com a formação de granulomas tuberculóides; Bacilos presentes, sobretudo nos nervos dérmicos e nos músculos lisos dos pelos 25 HISTOPATOLÓGICO Resultados negativos para baciloscopia da biópsia NÃO excluem o diagnóstico clínico da hanseníase. 26 HISTOPATOLÓGICO Se a pesquisa de bacilos não for feita em uma lâmina corada pela técnica de Faraco-Fite, quase sempre o resultado é falso-negativo (o bacilo não se cora em vermelho). Intradermorreação com o antígeno lepromina PGL-1 é um antígeno específico para o Mycobacterium leprae Positivo: pápula maior ou igual que 5mm após 4 semanas Expressa o grau de imunidade celular, auxiliando na classificação da forma clínica, entretanto, NÃO faz diagnóstico Tuberculóide: Positiva ( há boa resposta imunocelular) Virchowianos: Negativa (resposta é deficiente) Dimorfos: Graus variáveis de positividade. 27 TESTE DE MITSUDA Avalia a resposta vasorreflexa à Difosfato de histamina 1,5% Indica integridade e viabilidade do sistema nervoso autonômico de Dilatar os vasos cutâneos superficiais, o que resulta no eritema. São esperados 3 sinais típicos (tríplice de Lewis): Sinal da punctura: (Lesões puntiformes) Eritema reflexo: 2 a 8 cm ao redor da área Pápula: 2 a 3 minutos da punctura Sem o eritema, essa ocorrência é altamente sugestiva de hanseníase Descartar uso de antialérgicos ou ser uma lesão de nascença PROVA DA HISTAMINA EXÓGENA Sinal da punctura: lesões puntiformes avermelhadas que surgem quase que imediato (até 15 segundos) à escarificação por agulha de insulina dentro da gota aplicada sobre a área hipocrômica; Eritema reflexo: eritema que atinge de 2 a 8cm ao redor da área com limites fenestrados percebido a partir de 30 a 60 segundos após a escarificação; Pápula: caracteriza-se por lesão intumecida lenticular que surge após 2 a 3 minutos no local da punctura/escarificação. Também permite avaliar a função vascular. Traçar uma reta na pele do paciente, passando pela área de lesão Espera-se um eritema reflexo linear e homogêneo 0,5 a 1cm Nas lesões de hanseníase, esse eritema não acontece internamente e as manchas se tornam mais definidas em contraste ao eritema externo intenso 29 PROVA DA HISTAMINA ENDÓGENA A prova de histamina endógena também permite avaliar a função vascular por meio da liberação de histamina endógena Deve-se ficar atento às mesmas fases (Sinal da punctura, eritema reflexo e pápula), esperando-se um eritema reflexo linear e homogêneo de 0,5 a 1cm de largura junto ao traço. Indeterminada: lesões hipocrômicas Pitiríase alba Vitiligo inicial Pitiríase versicolor Tuberculoide: Tinha Eczema Eritema figurado Granuloma anular Sarcoidose Lúpus Tuberculose Virchowianos: quadros disseminados Micose fungoide Leishmaniose 30 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Em nenhum desses casos se altera a sensibilidade nas lesões Apesar de ser uma doença curável, tem característica de cronicidade Requer tratamento supervisionado Classificação (OMS): 31 TRATAMENTO Tratamento é gratuito pelo SUS. Alertar sobre a importância da adesão ao tratamento para evitar a resistência e a falência Mostre-se interessado no problema do paciente; sem preconceito em relação à doença. Enfatize que a doença tem cura, Esclareça que todos os focos da doença devem ser eliminados e que o bacilo também pode estar presente em seus familiares (com ou sem sintomas), e que, por isso, todos devem ser examinados e acompanhados por pelo menos 5 anos. 32 TRATAMENTO Rifampicina Dapsona Clofazimina Dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg), com administração supervisionada Dose mensal de 100mg supervisionada + dosediária de 100mg autoadministrada Dose mensal de 300mg (3 cápsulas de 100mg), com administração supervisionada, e dose diária de 50mg autoadministrada Dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg), com administração supervisionada Dose mensal de 100mg supervisionada + dose diária de 100mg autoadministrada PAUCIBACILAR MULTIBACILAR Período de tratamento: 6 a 9 meses 12 a 18 meses Dapsona: Anemia discreta pela Dapsona (queda de até 0,2g% de hemoglobina por mês) são esperadas, e não contraindicam a suspensão da Dapsona; nesses casos, administrar ácido fólico e complexo B. HIV e Gestação não contraindica o tratamento Uso de medicamentos 2h após o almoço para evitar intolerância gástrica e eventual abandono do tratamento. Crianças: > 50 kg : Igual ao do adulto Entre 30 e 50 kg: cartelas infantis < 30 kg: ajustes de dose Rifampicina: urina pode apresentar coloração avermelhada Mulheres em idade fértil: Utilizar métodos anticoncepcionais de barreiras por sete dias após a dose supervisionada Clofazimina: pode causar aumento da pigmentação da pele, além de potencial ressecamento da pele. Nesses casos, prescrever hidratantes 33 ORIENTAÇÕES -TRATAMENTO Se ainda assim houver dor epigástrica, introduzir omeprazol, ranitidina ou cimetidina pela manhã Deve-se iniciar o tratamento já na primeira consulta, após a definição do diagnóstico, se não houver contraindicações Seguimento mensal para medicação supervisionada Aos pacientes com grande número de lesões em que a melhora não foi tão considerável, pode ser necessário estender o tratamento Todo paciente deve ser examinado minuciosamente na busca de ferimentos e calos, que surgem sem que o paciente perceba devido à hipoestesia, evitando incapacidades permanentes Dapsona é esperado uma anemia discreta- ↓de até 0,2g% de hmg por mês- e não contraindicam (Ac. Fólico + Complexo B) 34 TRATAMENTO Objetiva diagnosticar a doença na fase inicial e quebra da cadeia de transmissão e evitar sequelas Contato domiciliar: Que conviva ou tenha convivido, no âmbito domiciliar, nos últimos 5 anos anteriores ao diagnóstico da doença Contato social: Que conviva ou tenha convivido em relações sociais, de forma próxima e prolongada com o caso notificado (ex. vizinhos, colegas de trabalho…) Anamnese dirigida + exame dermatoneurológico Vacinação BCG para os contatos sem sinais/sintomas de hanseníase, independente se são contatos de casos PB ou MB Não é uma vacina específica A bcg pode abreviar o tempo de incubação. 35 BUSCA ATIVA DOS CONTATOS *Atenção especial deve ser dada aos familiares do caso notificado, por apresentarem maior risco de adoecimento, mesmo não residindo no domicílio São fenômenos de aumento da atividade da doença, com piora clínica Resultam da inflamação aguda causada pela atuação do sistema imunológico do hospedeiro que ataca o bacilo Se carga bacilar mais alta, mais comum reações de início mais tardio, Existem basicamente 2 tipos: Tipo I ou reação reversa Tipo II ou eritema nodoso hansênico Fenômeno de Lúcio: invasão maciça do endotélio por bacilos, levando à vasculite intensa → áreas de necrose na pele afetada 36 ESTADOS REACIONAIS Glicocorticoides e a talidomida não são uteis no fenômeno de Lucio É a mais comum Mudança no estado de imunidade do indivíduo por uma reação tipo IV (Imunidade celular) Podem ocorrer: Modificação das lesões: Edemaciadas, mais avermelhadas e pruriginosas Surgimento de novas lesões Piora dos sinais neurológicos (perda da sensibilidade, dor…) O grande temor é o comprometimento neural provocado pelo processo inflamatório e/ou infiltração de bacilos, Tratamento urgente nesses casos reacionais 37 REAÇÃO DO TIPO I OU REVERSA 38 REAÇÃO DO TIPO I OU REVERSA Ocorre devido a uma reação do tipo III com depósitos de imunocomplexos Ocorre em virchowianos e dimorfos, normalmente durante o tratamento Manchas ou nódulos na pele, quentes, dolorosos e avermelhados, às vezes ulcerados e/ou Febre, dor nas articulações, mal-estar e/ou Comprometimento dos olhos (ex. iridociclite) Comprometimento sistêmico: Anemia severa aguda, leucocitose com desvio à esquerda, comprometimento do fígado, baço, linfonodos, rins, testículos, suprarrenais 39 REAÇÃO DO TIPO II OU ERITEMA NODOSO HANSÊNICO Iridociclite-manifestações: dor, fotofobia, lacrimação e interferência na acuidade visual 40 REAÇÃO DO TIPO II OU ERITEMA NODOSO HANSÊNICO REAÇÃO DO TIPO I Prednisona 1 mg/kg/dia, VO, pela manhã, com desmame gradual Dexametasona 0,15 mg/kg/dia (pctes hipertensos ou cardiopatas) Profilaxia para Strongiloydes stercoralis: albendazol 400mg/dia por 3 a 5 dias REAÇÃO DO TIPO II/eritema nodoso hansênico: Talidomida 100 a 400 mg/dia, VO, de preferência à noite. Droga de escolha, mas é proibida a mulheres em idade fértil. Nesse caso, pode-se utilizar a pentoxifilina 400mg 3x/dia ou aines Neuralgia: Pode associar amitriptilina 25mg/dia 41 TRATAMENTO-ESTADOS REACIONAIS Os surtos reacionais são autolimitados em média de 3 a 6 meses para a reação tipo I e 1 mês para a reação tipo II (eritema nodoso hansênico). Essas exacerbações reacionais podem ocorrer mesmo após anos de alta, e fica sempre difícil diferenciá-las de possível recidiva Na dificuldade de resposta com os tratamentos já mencionados, a recidiva deve ser considerada, e o paciente, encaminhado para nova terapia É recomendável realizar o exame odontológico nos pacientes, pois focos infecciosos podem ser possíveis desencadeantes das reações hansênicas. 42 TRATAMENTO-ESTADOS REACIONAIS
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