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Prof. Antônio Palmeira UNIDADE I Estudos Disciplinares Gestão e Governança de TI A área de TI não tem uma estrutura organizacional uniforme e comum em todas as empresas e ramos de negócio. A ideia da estrutura organizacional da TI foi evoluindo ao longo de anos e hoje é encontrada nos mais variados formatos possíveis. No início a área de TI era chamada de Centro de Processamento de Dados. Estrutura Organizacional da área de TI Evolução da Administração da TI Fonte: Adaptado de Magalhães & Pinheiro (2007, p. 37). Gerenciamento de infraestrutura de TI Gerenciamento de serviços de TI Governança de TI Provedor de tecnologia Provedor de serviços Parceiro Estratégico - TI considera custo - Administrador da TI é o melhor técnico - TI entrega uma infraestrutura - TI considera investimento - Administrador da TI com visão de negócio - TI entrega serviços e é parceira estratégica O gerenciamento de infraestrutura de TI engloba as atividades de desenho, planejamento, implementação, operação e suporte, de forma a agregar valor ao negócio. Objetivos do gerenciamento da infraestrutura de TI: prover a disponibilidade de modo sempre crescente; reduzir os custos com TI, principalmente os custos com falhas; criar e gerenciar ações eficientes na resolução de problemas; minimizar os impactos causados por mudanças de TI; conjugar bem a relação demanda/capacidade; aumentar o nível de desempenho dos serviços prestados. Gerenciamento da Infraestrutura da TI Serviço de TI é a entrega de valor, por meio de ferramentas e recursos de infraestrutura de TI em vista da satisfação dos clientes. Exemplos de serviços de TI: serviços de acesso à internet, serviços de armazenamento de dados, serviços prestados por meio de aplicativos na web, dentre outros. Os serviços de TI são entregues por provedores de serviços de TI, que podem ser terceirizados (prestados por empresas externas) ou internalizados (quando executados por uma área de TI interna das empresas). Os provedores de serviços de TI possuem um portfólio de serviços catalogando tudo aquilo que é disponibilizado aos clientes. Os serviços de TI são compostos por pessoas, processos e tecnologias, que nos remete para as três dimensões dos sistemas de informação (humana, organizacional e tecnológica). Serviço de TI Gerenciamento de serviços de TI é o conjunto de processos especializados que associados às habilidades organizacionais proporcionam controle e administração dos serviços de TI. O objetivo principal do gerenciamento de serviços de TI é efetuar a transformação de recursos de TI em serviços que agregam valor aos negócios de uma corporação. Portanto temos habilidades unidas a recursos que atendem às necessidades do ambiente organizacional em vista do atingir de suas metas, dentro dos custos e considerando os riscos associados. Gerenciamento de Serviços de TI Entendimento completo dos serviços fornecidos ao cliente, além da clara aceitação do escopo definido. Garantia de entrega de serviços alinhados às expectativas dos clientes, de maneira a facilitar os seus processos e rotinas diárias. Entendimento do valor de cada um dos serviços constantes no portfólio apresentado ao cliente. Entendimento e gerenciamento dos custos associados aos serviços. Entendimento e gerenciamento dos riscos associados a estes serviços. Objetivos específicos do Gerenciamento de Serviços de TI Information Technology Infrastructure Library – ITIL® Microsoft Operations Framework (MOF) Capability Maturity Model Integration for Services (CMMI SVC) Família de normas ISO 20000. Modelos e Frameworks de Gerenciamento de Serviços de TI É um framework de gestão de serviços de TI criado pela Microsoft no ano de 1999, que se encontra na sua versão 4.0, publicada em 2008, totalmente alinhado com o framework ITIL. Apresenta-se como um conjunto de boas práticas, princípios e modelos para gestão de serviços de TI das empresas, formado pelos componentes: tecnologia, pessoas e os processos. Os componentes são os pilares do modelo e se baseiam nos elementos-base do MOF, que são: modelo de processos; modelo de equipes; disciplina de gerenciamento de riscos. MOF Fonte: Adaptado de Fernandes & Abreu (2012, p. 311). Revisão de iniciação Revisão de SLA Revisão de Operação Revisão da prontidão de liberação Otimização Alteração Suporte Operação Processos do MOF Fonte: Fernandes & Abreu (2012, p. 311). Quadrante Atuação do quadrante Processos Otimização Execução de mudanças que propiciem otimizações nos serviços • Gerenciamento do Nível de Serviço • Gerenciamento da Capacidade • Gerenciamento da Disponibilidade • Gerenciamento da Segurança • Engenharia da Infraestrutura • Gerenciamento Financeiro • Gerenciamento da Força de Trabalho • Gerenciamento da Continuidade do Serviço Alteração Apresentação dos novos serviços • Gerenciamento de Mudanças • Gerenciamento da Configuração • Gerenciamento da Liberação Operação Execução diária dos serviços • Monitoramento e controle do serviço • Administração do Sistema • Administração da Rede • Administração de Serviços de Diretórios • Administração da Segurança • Gestão do Armazenamento • Job Scheduling Suporte Resolução de incidentes e problemas relacionados aos serviços • Central de Serviços • Gerenciamento de Incidentes • Gerenciamento de Problemas A família de normas ISO/IEC 20000 iniciou-se com a norma ISO/IEC 20000, que foi criada em 2005 para o gerenciamento de serviços de TI, a partir do padrão British Standard (BS) 15000. Hoje, a norma ISO 20000 evoluiu para uma família de normas. Família de Normas ISO/IEC 20000 Fonte: Autoria própria (2021). Norma ISO Equivalente ABNT Escopo 1S0/IEC 20000- 1:2018 ABNT NBR IS0/IEC 20000- 1:2020 Tecnologia da informação – Gestão de serviço – Requisitos do sistema de gestão de serviço 1S0/IEC 20000- 2:2019 ABNT NBR IS0/IEC 20000- 2:2021 Orientação para aplicação de sistemas de gestão de serviço 1S0/IEC 20000- 3:2019 Não há equivalente Definição de escopo e aplicabilidade da norma ABNT NBR IS0/IEC 20000-1. 1S0/IEC TR 20000- 4:2010 Não há equivalente Modelo de referência de processo 1S0/IEC TR 20000- 5:2010 ABNT IS0/IEC TR 20000-5:2011 Exemplo de um plano de implementação da ABNT NBR IS0/IEC 20000-1 É um framework para gerenciamento de serviços de TI apresentado por meio de práticas contidas em um modelo, desenvolvido em 1980 no Reino Unido, pela Agência Central de Computadores e Comunicações como um método que objetivava o governo da infraestrutura de Tecnologia da Informação em departamentos e órgãos públicos do Reino Unido. 1ª versão: apresentava aspectos importantes da provisão de serviços de TI com foco muito forte em infraestrutura, mais especificamente em planejamento e contingência. 2ª versão: surgiu em 2000, tendo como principais características a forte aderência ao modelo PDCA e às suas práticas de melhoria contínua em processos. 3ª versão: surgiu em 2007 e foi aprimorado em 2011, abordando uma visão completa dos processos do gerenciamento de serviços de TI na forma de um ciclo denominado ciclo de vida do serviço. 4ª versão: surgiu em 2019 apresentando um nova versão do framework. Modelo ITIL® Modelo não proprietário, que independe da plataforma de infraestrutura tecnológica. Altamente flexível, fácil adoção e prescrito para qualquer porte de empresa. Fornecedor de boas e melhores práticas no gerenciamento de serviços de TI. Utilizado em milhares de empresas do mundo. Contribui com a aderência aos requisitos da família de normas ISO 20.000. Características do ITIL® Melhoria da satisfação dos clientes. Melhoria na disponibilidade dos sistemas e aplicações. Melhoria na produtividade das equipes de serviços. Redução dos custos relacionados aos incidentes e problemas. Melhor utilização dos recursos de TI. Maior clareza no custeio dos serviços. Aplicação de uma visão organizacional ao trabalho dos indivíduos. Melhoria da satisfação interna dos colaboradores. Redução da rotatividade dos colaboradores. Benefícios do ITIL® O ITIL® 4 é a versão mais atualizada e alinhada aos modelos Lean e Ágil. Criou-se a ideia das quatro dimensões do gerenciamento de serviços e o Sistema de Valor de Serviços (SVS). As quatro dimensões do gerenciamento de serviços são: organizações e pessoas; informação e tecnologia; parceiros e fornecedores; fluxo de valor e processos. As quatro dimensões são influenciadas por fatores externos (políticos, econômicos, sociais, tecnológicos, legais, ambientais). Na parte central encontramos o valor dos produtos e serviços, que é visto a partir de cada uma das perspectivas (dimensões). Além das quatro dimensões, temos o SVS composto por: princípios orientadores; governança; cadeia de valor do serviço; práticas; melhoria contínua. A depender da organização, seu ramo de atuação, seu porte e localização geográfica, podemos encontrar fatores que exercem maior ou menor influência. ITIL® 4 Modelo das quatro dimensões da ITIL® 4 Fonte: Adaptado de Axelos (2019, p. 39). Fatores Políticos Fatores ambientais Fatores econômicos Fatores sociais Fatores tecnológicos Fatores Legais Fatores Cada dimensão é afetada por múltiplos fatores Organizações e pessoas 1 2 Informação e tecnologia Fluxos de valor e processos 43 Parceiros e fornecedores Produtos e serviços Valor Qual dos modelos a seguir não é considerado para o gerenciamento de serviços de TI? a) PMBOK. b) Information Technology Infrastructure Library – ITIL®. c) Microsoft Operations Framework (MOF). d) Capability Maturity Model Integration for Services (CMMI SVC). e) Família de normas ISO 20000. Interatividade Qual dos modelos a seguir não é considerado para o gerenciamento de serviços de TI? a) PMBOK. b) Information Technology Infrastructure Library – ITIL®. c) Microsoft Operations Framework (MOF). d) Capability Maturity Model Integration for Services (CMMI SVC). e) Família de normas ISO 20000. Resposta Está relacionada à importância das organizações e das pessoas, bem como a percepção de valor que elas têm dos serviços entregues pela TI. Dentre as preocupações desta dimensão, está a necessidade de criação de estruturas, papéis e responsabilidades relacionadas à administração dos serviços de TI. Esta dimensão também abarca as questões de cultura organizacional que exercem muitas influências na forma de gerenciar os serviços no ambiente tecnológico, além de definirem missão, visão e valores, como norteadores estratégicos da empresa. Como último fator, também crucial, mencionamos o desenvolvimento de competências das pessoas envolvidas nas práticas de gerenciamento. Dimensões no Gerenciamento de Serviços de TI: Organizações e pessoas Está relacionada aos insumos informacionais, tecnológicos e de conhecimento para o melhor gerenciamento de serviços de TI. Considerando o insumo tecnológico, podemos citar a computação em nuvem e a inteligência artificial, tão importantes nos serviços de TI nos dias de hoje. Partindo para a perspectiva do insumo informação percebemos que todo o sistema de valor de serviço utiliza-o como entrada e saída em suas atividades e práticas. Desta forma, emerge a importância do gerenciamento da informação como ativo estratégico na administração dos serviços de TI. Dimensões no Gerenciamento de Serviços de TI: Informação e tecnologia Questionamento sobre a informação: Quais informações são gerenciadas pelos serviços? Quais informações e conhecimentos de suporte são necessários para fornecer e gerenciar os serviços? Como os ativos de informação e conhecimento serão protegidos, gerenciados, arquivados e descartados? Dimensões no Gerenciamento de Serviços de TI: Informação e tecnologia Questionamento sobre a tecnologia: Essa tecnologia é compatível com a arquitetura atual da organização e de seus clientes? Como as tecnologias emergentes podem afetar o serviço ou a organização? Esta é uma tecnologia que continuará a ser viável no futuro próximo? A organização está disposta a aceitar o risco de usar a tecnologia envelhecida ou adotar a tecnologia emergente ou não comprovada? Essa tecnologia está alinhada com a estratégia do provedor de serviços ou de seus consumidores? A organização possui as habilidades corretas entre sua equipe e fornecedores para apoiar e manter a tecnologia? Essa tecnologia possui recursos de automação suficientes para garantir que ela possa ser desenvolvida, implantada e operada com eficiência? Essa tecnologia oferece recursos adicionais que podem ser aproveitados para outros produtos ou serviços? Dimensões no Gerenciamento de Serviços de TI: Informação e tecnologia Esta dimensão envolve uma relação interorganizacional, ou seja, relação entre organizações, em que ocorrem parcerias e fornecimento de produtos ou serviços nos mais diversos níveis de formalidade. Na área de TI, é comum a parceria com fornecedores para a entrega de um serviço. Dimensões no Gerenciamento de Serviços de TI: Parceiros e fornecedores Fonte: Adaptado de Axelos (2019, p. 47). Meios de Cooperação Saídas Responsável pelas Saídas Responsável pela realização de resultados Nível de formalidade Exemplos Fornecimento de mercadorias Forneci- mento Fornecedor Comprador Contrato de fornecimento Compra de celular Serviços de entrega Serviço Entregue Provedor Comprador Acordos formais e casos flexíveis Computação em nuvem Parceria de serviços Cocriação de valor Compartilhado entre fornecedor e cliente Compartilhado entre fornecedor e cliente Objetivos compartilhados, acordos genéricos, arranjos e casos flexíveis Funcionário Alocado Está relacionada à integração e coordenação de atividades que permitem criar valor por meio dos produtos e serviços de TI. Fluxo de valor pode ser compreendido como uma sequência de etapas realizadas com o objetivo de criar valor por meio de produtos e serviços. O processo pode ser definido como um conjunto de tarefas que recebem entradas e entregam saídas. Dimensões no Gerenciamento de Serviços de TI: Fluxo de valor e processos O Sistema de Valor de Serviços, conhecido pelo seu acrônimo SVS é a grande novidade do ITIL® 4. Ele é considerado o lastro das fundamentações teóricas do framework nesta nova versão. Ele descreve como todos os componentes e atividades da organização trabalham juntos como um sistema para permitir a criação de valor. O SVS de cada organização tem interfaces com outras organizações, formando um ecossistema que, por sua vez, pode facilitar o valor para essas organizações, seus clientes e outras partes interessadas. Ele substituiu o ciclo de vida do serviço. Introdução ao Sistema de Valor de Serviços Modelo do SVS Fonte: Adaptado de Axelos (2019, p. 15). Cadeia de Valor de Serviço Governança Práticas Valor Princípios Orientadores Melhoria Contínua Oportunidade/ Demanda Oportunidades: opções e possibilidades que podem ser utilizadas para criar valor para o negócio. Exemplo: a descoberta de um sistema que poderia alavancar as vendas em formato eletrônico (via internet). Demandas: expressam as necessidades e desejos das partes interessadas relacionadas a produtos e serviços já existentes que também criam valor para o negócio. Exemplo: a melhoria da interface de usuário de um sistema de informação para atender a uma necessidade específica da área financeira pode ser considerada uma demanda. Valor: é o resultado das relações de serviço, que pode ser cocriado para qualquer parte interessada (acionistas, empregados, sociedade, dentre outros). Entradas e Saídas doSVS O primeiro componente do SVS é o conjunto de princípios orientadores. Eles funcionam como recomendações que guiam as organizações nos contextos do gerenciamento de serviços de TI. São chamados, também, de princípios guia e expressam as mensagens da ITIL® para uma boa gestão de serviços. Os princípios orientadores são: Foco no valor; Comece onde você está; Progredir iterativamente com feedback; Colaborar e promover visibilidade; Pensar e trabalhar holisticamente; Manter de forma simples e prática; Otimizar e automatizar. Princípios orientadores do SVS Tudo o que a organização faz precisa mapear, direta ou indiretamente, o valor para as partes interessadas. O foco no princípio do valor abrange muitas perspectivas, incluindo a experiência de clientes e usuários. Princípio orientador do SVS: Foco no valor Não comece do zero e crie algo novo sem considerar o que já está disponível para ser aproveitado. É provável que exista muita coisa nos serviços, processos, programas, projetos e pessoas atuais que podem ser usados para criar o resultado desejado. O estado atual deve ser investigado e observado diretamente, para garantir que seja totalmente compreendido. Princípio orientador do SVS: Comece onde você está Não tente fazer tudo de uma vez. Mesmo grandes iniciativas devem ser realizadas iterativamente. Ao organizar o trabalho em seções menores e gerenciáveis que podem ser executadas e concluídas em tempo hábil, é mais fácil manter um foco mais preciso em cada esforço. O uso de feedback antes, durante e depois de cada iteração garantirá que as ações sejam focadas e apropriadas, mesmo que as circunstâncias mudem. Princípio orientador do SVS: Progredir iterativamente com feedback Qual das opções a seguir não é considerada uma dimensão do gerenciamento de serviços de TI, segundo o ITIL® 4? a) Organização e pessoas. b) Informação e tecnologia. c) Práticas e estratégias. d) Parceiros e fornecedores. e) Fluxo de valor e processos. Interatividade Qual das opções a seguir não é considerada uma dimensão do gerenciamento de serviços de TI, segundo o ITIL® 4? a) Organização e pessoas. b) Informação e tecnologia. c) Práticas e estratégias. d) Parceiros e fornecedores. e) Fluxo de valor e processos. Resposta Trabalhar juntos além das fronteiras produz resultados com maior adesão, maior relevância para os objetivos e maior probabilidade de sucesso a longo prazo. Atingir objetivos requer informação, compreensão e confiança. O trabalho e as consequências devem ser tornados visíveis, agendas ocultas evitadas e informações compartilhadas na maior medida possível. Princípio orientador do SVS: Colaborar e promover visibilidade Nenhum serviço ou elemento usados para fornecer um serviço fica sozinho. Os resultados alcançados pelo provedor de serviços e pelo consumidor de serviços sofrerão, a menos que a organização trabalhe no serviço como um todo, não apenas em suas partes. Os resultados são entregues a clientes internos e externos, por meio do gerenciamento eficaz e eficiente e da integração dinâmica de informações, tecnologia, organização, pessoas, práticas, parceiros e acordos, que devem ser coordenados para fornecer um valor definido. Princípio orientador do SVS: Pensar e trabalhar holisticamente Se um processo, serviço, ação ou métrica falhar em fornecer valor ou produzir um resultado útil, elimine-o. Em um processo ou procedimento, use o número mínimo de etapas necessárias para alcançar o(s) objetivo(s). Sempre use o pensamento baseado em resultados, para produzir soluções práticas que geram resultados. Princípio orientador do SVS: Manter de forma simples e prática Recursos de todos os tipos, principalmente de RH, devem ser utilizados da melhor maneira possível. Elimine tudo o que é realmente um desperdício e use a tecnologia para alcançar o que for capaz. A intervenção humana só deve acontecer onde realmente contribui com valor. Princípio orientador do SVS: Otimizar e automatizar O segundo componente do SVS é a governança, que tem o objetivo de avaliar, dirigir e monitorar todo o contexto de gestão de serviços de TI da organização. Isto ocorre a partir dos princípios orientadores que funcionam como norte para os órgãos de governança de TI da organização. O componente governança apresenta a importância do alinhamento estratégico entre a TI e o negócio, de forma que haja uma parceria entre a gestão de recursos tecnológicos e a gestão empresarial de negócios. Governança O terceiro componente do SVS são as práticas, que substituem a ideia que tínhamos de processos nas versões anteriores da ITIL. Por exemplo, antes mencionávamos processo de gerenciamento do risco, agora chamamos práticas de gerenciamento de riscos. As práticas representam um conjunto de recursos organizacionais projetado para desempenhar o trabalho e atender a um objetivo. Elas podem ser classificadas em práticas gerais de gerenciamento, práticas de gerenciamento de serviços e práticas de gerenciamento técnico. Práticas O próximo componente do SVS é a melhoria contínua, considerada item fundamental em praticamente todos os frameworks e modelos de gestão. A ideia deste componente no SVS é fornecer um conjunto de recomendações de alto nível para melhorar a cadeia de valor do serviço. Melhoria Contínua Fonte: Adaptado de Axelos (2019, p. 93). 1ª etapa (Qual é a visão?) – Concentra-se nos norteadores definidos no planejamento estratégico da organização, que são a visão, missão, metas e objetivos do negócio. 2ª etapa (Onde estamos agora?) – Consiste numa avaliação do estado atual incluindo os produtos e serviços existentes e sua percepção de valor. 3ª etapa (Onde queremos estar?) – Proporciona a definição de metas com princípio SMART. O princípio SMART apresenta as metas como S – Specific (Específico); M – Measurable (Mensurável); A – Attainable (Atingível); R – Relevant (Relevante); T – Time (Temporal). 4ª etapa (Como chegamos lá?) – Apresenta a necessidade da criação de um plano de melhoria que conduza o SVS do estado atual ao futuro desejado. 5ª etapa (Tome uma atitude) – O objetivo desta etapa é executar as ações de melhorias. 6ª etapa (Chegamos lá?) – Estabelece um processo de avaliação de indicadores e métricas. 7ª última (Como mantemos a dinâmica?) – Nesta etapa sustentamos o ritmo da melhoria sempre favorecendo-o. Etapas da Melhoria Contínua O último componente do SVS e não menos importante é a Cadeia de Valor do Serviço, conhecido pelo seu acrônimo em inglês SVC, que significa Service Value Chain. A cadeia de valor do serviço é o componente central do SVS, expresso como o conjunto de atividades que atendem às demandas para a criação de valor para o negócio. Cadeia de Valor do Serviço Fonte: Axelos (2019, p. 82). O entendimento da cadeia de valor de serviço inicia-se pela demanda (demand) do negócio que ao final entrega produtos (products) e serviços (service) para a criação de valor (value). A cadeia de valor é composta por seis atividades-chave: Planejar (Plan); Engajar (Engage); Desenho e Transição (Design and Transition); Entregar e Suportar (Deliver and Support); Adquirir/Construir (Obtain/Build); Melhorar (Improve). Componentes do SVC Fonte: Axelos (2019, p. 82). Há um cubo central incluindo três atividades-chave (Desenho e Transição, Adquirir/Construir, Entregar e Suportar), com forte interação entre elas. No entanto não há um “engessamento” com eventual ocorrência sequencial de atividades. O fluxo de valor permeia a cadeia nas mais diversas formas, sem necessitar de uma ordem rígida. Observe também que as atividades-chave melhorar e planejar cobrem todas as atividades. Mais um detalhe está na melhoria que também deve ocorrer nos produtos e serviços. Componentes do SVC Fonte: Axelos (2019, p. 82). Planejar: tem por objetivo a compreensão dos objetivos do negócio, na sua visão e direção estratégica, além da criação dos planos estratégico, tático e operacional. Melhorar: responsável por prover práticas para a melhoria contínua nas atividades da cadeia de valor do serviço. Engajar: tem por objetivo fornecer um bom entendimento das necessidades das partes interessadas, além da transparência e envolvimento contínuo. Desenho e transição: que tem por objetivo a garantia de que os serviços atendam às expectativas das partes interessadas. Adquirir/construir: tem por objetivo garantir que os componentes de serviço estejam disponíveis quando e onde forem necessários e atender às especificações acordadas. Entregar e suportar: tem por objetivo assegurar que os serviços sejam entregues e suportados de acordo com as especificações acordadas e conforme a expectativa das partes interessadas. Atividades-chave do SVC Qual é o componente do SVS que tem por objetivo avaliar, dirigir e monitorar todo o contexto de gestão de serviços de TI da organização? a) Princípios orientadores. b) Governança. c) Cadeia de valor do serviço. d) Práticas. e) Melhoria contínua. Interatividade Qual é o componente do SVS que tem por objetivo avaliar, dirigir e monitorar todo o contexto de gestão de serviços de TI da organização? a) Princípios orientadores. b) Governança. c) Cadeia de valor do serviço. d) Práticas. e) Melhoria contínua. Resposta As versões anteriores do modelo ITIL tinham um foco muito grande nos processos. A versão anterior (ITIL® v.3) tinha mais de 20 processos e era totalmente fundamentado na execução deles, sendo crítico para o gerenciamento de serviços de TI a qualidade das saídas destes processos. No ITIL® 4 esta visão processual foi drasticamente modificada, em que os processos de gerenciamento de serviços deram lugar às práticas. Mais do que um conjunto de atividades (definição de processos), as práticas são recursos que envolvem tarefas, pessoas e tecnologias. No framework ITIL® 4 encontramos 14 práticas gerais de gerenciamento, 17 práticas de gerenciamento de serviços e três práticas de gerenciamento técnico. Práticas do ITIL® Também são conhecidas como práticas de gerenciamento genéricas. São as práticas mais básicas para administrar a TI de forma estratégica, tendo forte relação com as dimensões do gerenciamento de serviços e totalmente integrada ao SVC. São elas: Gerenciamento de estratégia; Gerenciamento de portfólio; Gerenciamento de arquitetura; Gerenciamento financeiro de serviços; Gerenciamento de talento e força de trabalho; Melhoria contínua; Medição e relatórios; Gerenciamento de riscos; Gerenciamento de segurança da informação; Gestão do conhecimento; Gerenciamento de mudanças organizacionais; Gerenciamento de Projetos; Gerenciamento de relacionamento; Gerenciamento de fornecedores. Práticas gerais de gerenciamento do ITIL Apresentam uma nova roupagem para grande parte dos antigos processos e funções da ITIL® V3 constantes no desenho, na transição e na operação de serviços. As práticas de gerenciamento de serviços são: Análise de negócio; Gerenciamento de catálogo de serviços; Design de serviço; Gerenciamento de nível de serviço; Gerenciamento de disponibilidade; Gerenciamento de capacidade e desempenho; Gerenciamento de continuidade de serviço; Monitoramento e gerenciamento de eventos; Central de serviço; Gerenciamento de incidentes; Gerenciamento de requisição de serviço; Gerenciamento de problemas; Gerenciamento de Liberação; Habilitação de mudança; Validação e teste de serviço; Gerenciamento de configuração de serviço; Gerenciamento de ativos de TI. Elas são fundamentais para gerenciar bem os serviços de TI em vista da criação de valor para as partes interessadas. Práticas de Gerenciamento de Serviços Têm muito foco na tecnologia, suas infraestruturas e os sistemas propriamente ditos. As práticas de gerenciamento técnico são: Gerenciamento de implantação; Gerenciamento de infraestrutura e plataforma; Desenvolvimento e gerenciamento de software. Práticas de Gerenciamento Técnico Objetivo: fornecer um entendimento de todos os diferentes elementos que compõem uma organização e como esses elementos se inter-relacionam, permitindo que a organização alcance efetivamente seus objetivos atuais e futuros (AXELOS, 2019, p. 107). Exemplos desta prática: Manter uma arquitetura de referência descrevendo perspectivas de negócios, informações, dados, aplicativos, tecnologia e ambiente e basear nela a cadeia de valor; Descobrir oportunidades de melhorias, por meio das arquiteturas de negócios, serviços, informações, técnicas e ambiente; Avaliar o alinhamento entre os recursos de TI e as atividades executadas em vista da cocriação de valor; Descrever a estrutura dos componentes do serviço, bem como a sua dinâmica, envolvendo atividades, fluxo de recursos e interações. Gerenciamento da Arquitetura Objetivo: alinhar as práticas e serviços da organização com as necessidades de negócios em constante mudança por meio da melhoria contínua de produtos, serviços e práticas, ou qualquer elemento envolvido no gerenciamento de produtos e serviços (AXELOS, 2019, p. 110). Exemplos desta prática: Incentivar e promover a melhoria contínua em toda a organização e não somente na área de TI; Garantir que seja atribuído um orçamento para melhoria contínua na organização; Identificar e registrar oportunidades de melhoria contínua relacionadas aos serviços; Medir e avaliar resultados em consequência de práticas de melhoria contínua. Melhoria Contínua Objetivo: proteger as informações necessárias à organização para conduzir seus negócios. Isso inclui entender e gerenciar riscos à confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações, além de outros aspectos da segurança das informações (AXELOS, 2019, p. 114). Exemplos desta prática: Gerenciar alterações relacionadas à segurança da informação e serviços de TI; Efetuar testes de verificação, penetração e vulnerabilidades nos sistemas e serviços de TI; Considerar as atividades de segurança da informação em todas as atividades da cadeia de valor do serviço; Incorporar segurança em todos os componentes tecnológicos do serviço. Gerenciamento da Segurança da Informação Objetivo: manter e melhorar o uso eficaz, eficiente e conveniente de informações e conhecimentos em toda a organização (AXELOS, 2019, p. 117). Exemplos desta prática: Suportar as melhores decisões de portfólio a partir do conhecimento organizacional; Fornecer o contexto de avaliação a partir do conhecimento gerenciado como ativo estratégico; Criar e obter o conhecimento relacionado às soluções tecnológicas; Encorajar a adequada gestão e disseminação do conhecimento em TI. Gerenciamento do Conhecimento Objetivo: garantir que as mudanças em uma organização sejam implementadas de maneira suave e bem-sucedida e que benefícios duradouros sejam alcançados através do gerenciamento dos aspectos humanos das mudanças (AXELOS, 2019, p. 122). Exemplos desta prática: Apoiar iniciativas de melhoria nos serviços de TI que foram aprovadas; Envolver as partes interessadas no processo de mudança organizacional; Considerar todos os requisitos para mudança organizacional; Liderar de maneira forte e comprometida a mudança organizacional. Gerenciamento da Mudança Organizacional Objetivo: garantir que os serviços ofereçam níveis acordados de disponibilidade para atender às necessidades de clientes e usuários (AXELOS, 2019, p. 151). Exemplos desta prática: Efetuar a negociação e acordos exequíveis de metas de disponibilidade; Projetar as infraestruturas de TI, de maneira a serem fornecidos níveis de disponibilidade adequados; Garantir que serviços e componentes possam coletar os dados necessários para medir a disponibilidade; Monitorar, analisar e gerar de relatórios sobre disponibilidade. Gerenciamento de Disponibilidade Objetivo: capturar a demanda por resolução de incidentes e solicitações de serviço. Também deve ser o ponto de entrada e o ponto de contato único para o provedor de serviços com todos os seus usuários (AXELOS, 2019, p. 199). Exemplos desta prática: Monitorar e avaliar constantemente da service desk; Alinhar as ações do service desk a fim de propiciar a cocriação de valor; Promover o envolvimento tático e operacional entre o service desk e os usuários; Ser o ponto de coordenação da gestão de incidentes e solicitações de serviços. Service Desk Objetivo: analisar um negócio ou algum elemento dele, definir suas necessidades associadas e recomendar soluções para atender a essas necessidades e/ou resolver um problema de negócios, o que deve facilitar a criação de valor para as partes interessadas (AXELOS, 2019, p. 154). Exemplos desta prática: Efetuar análise de negócios considerando processos, serviços, arquiteturas e contextos internos e externos; Estabelecer processos de documentação de necessidades de negócios para a melhoria de serviços; Recomendar soluções após a análise dos requisitos reunidos e validá-los com as partes interessadas; Basear-se no negócio para estabelecimento de prioridades na criação de soluções. Análise de Negócios Objetivo: mover hardware, software, documentação, processos ou qualquer outro componente novo ou alterado para ambientes ativos. Também pode estar envolvido na implantação de componentes em outros ambientes para teste ou preparação (AXELOS, 2019, p. 212). Exemplos desta prática: Planejar adequadamente os recursos de hardware e software que serão utilizadas nas implantações; Considerar o gerenciamento de implantação vital para as operações do serviços; Executar as implantações de forma incremental como parte da atividade da cadeia de valor; Trabalhar em estreita colaboração com o gerenciamento de mudanças organizacionais. Gerenciamento de Implantação Serviços de TI Gerenciamento dos Serviços de ITIL ITIL® 4 Componentes do ITIL® 4 Resumo do ED Qual das práticas a seguir é considerada de Gerenciamento Técnico? a) Gerenciamento de nível de serviço. b) Gerenciamento de disponibilidade. c) Gerenciamento de capacidade e desempenho d) Gerenciamento de continuidade de serviço. e) Gerenciamento de implantação. Interatividade Qual das práticas a seguir é considerada de Gerenciamento Técnico? a) Gerenciamento de nível de serviço. b) Gerenciamento de disponibilidade. c) Gerenciamento de capacidade e desempenho. d) Gerenciamento de continuidade de serviço. e) Gerenciamento de implantação. Resposta AXELOS. ITIL® Foundation. 4 ed. Norwich: TSO, 2019. FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. Implantando a governança de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2012. MAGALHÃES, I. L.; PINHEIRO, W. B. Gerenciamento de Serviços de TI na Prática. São Paulo, Novatec, 2007. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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