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DC4 aula 02

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FACULDADE ESTÁCIO DO PARÁ - FAP 
DIREITO CIVIL IV 
PROF. JUAREZ GADELHA 
 
DIREITOS REAIS 
1CONCEITO 
 
Os Direitos Reais (ou Direito das Coisas), enquanto ramo do Direito Civil, 
traduzem o conjunto de normas e princípios reguladores das relações 
jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem, 
segundo uma finalidade social.1 
Direito real é a relação jurídica em virtude da qual o titular pode retirar da coisa, 
de modo exclusivo e contra todos, as utilidades que ela e capaz de 
produzir.(Washington de Barros Monteiro) 
 
2 CARACTERÍSTICAS 
 
Com fundamento na doutrina do professor ARRUDA ALVIM, poderíamos 
enumerar as seguintes características dos direitos reais, para distingui-los dos 
direitos de natureza pessoal2: 
 
a) legalidade ou tipicidade – os direitos reais somente existem se a respectiva 
figura estiver prevista em lei (art. 1225, CC-02 e arts. 524 e 674, CC-16); 
 
b) taxatividade – a enumeração legal dos direitos reais é taxativa, ou 
seja, não admite ampliação pela simples vontade das partes; 
 
b) publicidade – primordialmente para os bens imóveis, por se submeterem a 
 
1 Sobre a introdução à matéria e temas correlatos, vale a pena a leitura do excelente livro Direito das Coisas – 
vol. 4, FLÁVIO TARTUCE e JOSÉ SIMÃO, Ed. Método. Outra excelente e atualizada obra que também 
recomendamos é a de CRISTIANO CHAVES e NELSON ROSENWALD, Direitos Reais, pela Ed. Lumen Juris. 
 
2 ALVIM, Arruda. Confronto entre Situação de Direito Real e de Direito Obrigacional. Prevalência da Primeira, 
Prévia e Legitimamente Constituída – Salvo Lei Expressa em Contrário. Parecer publicado na Revista de Direito 
Privado, vol. 1, janeiro/março de 2000. São Paulo: RT, 2000, págs. 103/106 
 
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DIREITO CIVIL IV 
PROF. JUAREZ GADELHA 
 
 
Disponível em http://juarezgadelha.pro.br 
 
um sistema formal de registro, que lhes imprime esta característica e quanto 
aos bens móveis caracterizado pela posse. Antes da posse ou do registro não 
há direito real; 
 
c) eficácia erga omnes – os direitos reais são oponíveis a todas as pessoas, 
indistintamente. Ressalte-se, outrossim, que esta eficácia erga omnes deve 
ser entendida com ressalva, apenas no aspecto de sua oponibilidade, uma 
vez que o exercício do direito real – até mesmo o de propriedade, mais 
abrangente de todos – deverá ser sempre condicionado (relativizado) pela 
ordem jurídica positiva e pelo interesse social, uma vez que não vivemos 
mais a era da ditadura dos direitos3. Os direitos reais são absolutos, sendo 
providos de ação real que possibilita a recuperação da coisa, esteja ela em 
poder quem quer que seja; 
 
e) inerência ou aderência – o direito real adere à coisa, acompanhado-a em 
todas as suas mutações. Esta característica é nítida nos direitos reais em 
garantia (penhor, anticrese, hipoteca), uma vez que o credor (pignoratício, 
anticrético, hipotecário), gozando de um direito real vinculado (aderido) à 
coisa, prefere outros credores desprovidos desta prerrogativa; 
 
f) seqüela – como conseqüência da característica anterior, o titular de um 
direito real poderá perseguir a coisa afetada, para buscá-la onde se encontre, 
e em mãos de quem quer que seja. É aspecto privativo dos direitos reais, não 
tendo o direito de seqüela o titular de direitos pessoais ou obrigacionais; 
 
Assim, podemos dizer de forma simples que no direito real: 
 
3
 Nesse sentido, já advertia DUGUIT: “A propriedade não é mais o direito subjetivo do proprietário; é 
a função social do detentor da riqueza”. (DUGUIT, Leon. Las Transformaciones Generales 
del Derecho Privado. Madri: Ed. Posada, 1931, pág. 37). 
 
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a) deve haver existência de vínculo ligando uma coisa a uma pessoa; 
b) trata-se de direito absoluto (por ser oponível contra todos); 
c) a oponibilidade contra todos gera o efeito erga omnes; 
d) o titular possui direito de seqüela (o titular do direito real pode reivindicar a 
coisa onde quer que se encontre); 
e) direito de preferência dos créditos reais prevalece sobre os pessoais; 
f) há a taxatividade legal, ou seja, a enumeração numerus clausus: todos os 
direitos reais estão, de forma taxativa, elencados na lei, não podendo serem 
criados pelas partes ou por analogia; 
g) sujeito passivo é universal (por obrigar a todos). 
 
3 CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS 
 
Os Direitos Reais classificam-se, com relação à titularidade da coisa, em: 
a) sobre coisas próprias: 
Propriedade: confere o título de dono à pessoa física ou jurídica que terá o direito 
de uso, gozo, posse, reivindicação e disposição sobre a coisa; 
 
b) sobre coisa alheias: 
De gozo ou fruição: enfiteuse, superfície, servidão, usufruto, uso e habitação, 
De garantia: penhor, hipoteca, anticrese e Alienação Fiduciária (sui generis) 
De aquisição: compromisso irretratável de compra e venda. 
Portanto, a exceção da propriedade, todos os direitos reais existentes são 
sobre coisa alheia, ou seja, são exercitadas sobre coisa alheia (jus in re aliena). 
Ora, o direito real mais completo é o domínio (PROPRIEDADE), pelos 
poderes de usar, gozar, dispor e recuperar a coisa contra quem injustamente a 
possua. Mas, possível também a divisão dos direitos elementares de propriedade, 
constituindo-se, cada, um direito real sobre coisa alheia, se pode ver dos direitos de 
usufruto e servidão. 
 
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Em suma, os direitos reais, sob o angulo passivo, “paralisam a faculdade 
correspondente naquele que mantém a propriedade; detêm temporariamente seu 
exercício, sem que jamais se destaque do seu tronco”, ou nas palavras do prof. 
Clóvis Beviláqua, “são os que se constituem pela desagregação de uma 
parcela do poder dominical, ou recaem sobre utilidade particular da coisa”. 
 
4 REGIME CONSTITUCIONAL DOS DIREITOS REAIS 
A norma constitucional estabelece princípios em matéria de direitos reais 
que compõem um verdadeiro regime constitucional aplicável à propriedade, que é a 
matriz dos direitos reais, da qual derivam todas as outras espécies limitadas. 
Declara o caput do art. 5º da CF/88 que é garantida aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à propriedade, que deverá 
atender a sua função social (Incisos XXII e XXIII). 
Assim a Lei maior define que a propriedade é um direito garantido no Brasil, 
mas somente legitimado quando atendida a sua função social. 
A propriedade que não cumpre a sua função social, portanto não encontra 
proteção, porque não está legitimada constitucionalmente. 
Estes são os princípios constitucionais que deverão nortear todo o direito 
infraconstitucional.

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