Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hiago Manoel Araujo Medicina-P4 ANTICONVULSIVANTES -FISIOPATOLOGIA DAS CONVULSÕES -Ocorre devido a excitação excessiva de neurônios e liberação excessiva de NT excitatórios -Principal NT excitatório: GLUTAMATO -Redução de produção, liberação e transmissão irá embasar ação farmacológica -Convulsão/Crise convulsiva X Crise epilética/Epilepsia: -Convulsão é uma crise → Eventual → Sinal da patologia epilepsia (pode ter outras causas) -Epilepsia é a doença em si que pode se manifestar por meio de crises convulsivas -Crise epilética é a forma de manifestação da doença epilepsia → Crise convulsiva é um dos tipos de crise epilética (existe crise de ausência...) -Crise tônico-clônica generalizada é sinônimo de crise convulsiva -Fase tônica: atividade neuronal em toda a fase; canais de Na e Ca sempre abertos; canais de Cl fechados → Entra Na e Ca, mas não entra cloro (maior despolarização) -Fase clônica: atividade neuronal cíclica → abertura e fechamento dos canais de sódio e cloreto em contradição → ciclo de despolarização (sódio abre – depolariza; cloreto abre – repolariza) -Pós-ictal: fase de estabilização pós crise -Principal ação farmacológica é o fechamento dos canais de cálcio e sódio (não entre carga +) e abertura dos canais de cloreto (entra carga -) → não ocorre despolarização -ANTIPILÉTICOS -Divididos em gerações: primeira a terceira geração -Possuem 4 mecanismos de ação principais: 1. Potencialização da neurotransmissão GABA -R-GABAa é o receptor gaba na membrana pós- sináptica -Pode ser encontrado como receptor metabotrópico ou iônico -R-GABAa iônico (canal de cloreto) → Se liga ao GABA → abre canal de Cl- → Influxo de cloreto → Hiperpolarização → não despolariza -Fármacos que atuam nesse mecanismo: barbitúricos e benzodiazepínicos -Barbitúricos: ativadores e agonistas → se ligam ao sítio e agem como GABA, abrindo o canal → se liga ao sítio e aumenta a afinidade com o NT GABA que irá induzir abertura do canal -Benzodiazepínicos: ativadores alostéricos → se ligam a outro sítio e aumentam a finidade do receptor pelo GABA que irá abrir o canal (ele não abre o canal diretamente) 2. Bloqueio dos canais de sódio (AMPA-R) e cálcio (NMDA-R) -Fármacos com afinidade para canais de sódio e cálcio da membrana pós-sináptica (agem na despolarização pós-sináptica e não na liberação de vesículas pré-sináptica – canais diferentes) -Se ligam aos canais iônicos e causam alterações conformacionais que bloqueiam/fecham (sódio – boqueia; cálcio – fecha) -Diminuem o influxo do cátion → Não ocorre depolarização -Canais AMPA-R: Carbamazepina, fenilhidantoina, topiramato, lamotrigina, valproato -Canais NMDA-R: valproato e etossuximida *Triazínicos (lamotrigina) -Bloqueia disparos repetitivos em canais sódio acionados por voltagem (AMPRA-R) -Estuda-se ação em via glutamatérgica (reduz excitação) *Ácido valproico (valproato) -Bloqueia descargar por correntes de sódio (não entra sódio – não abre canais dependentes de voltagem) -Bloqueiam receptores NMDA (canais de cálcio) -Facilita a síntese de GABA por estímulo da enzima glutamato-descarboxilase (GAD) - (mecanismo de ação de potencialização GABA) -Em altas doses, inibe a enzima GABA-T → não ocorre degradação do GABA (mecanismo de ação de potencialização GABA) *Hidantoínas (fenitoína) -Efeito colateral grave: hiperplasia gengival -Indutor enzimático (interação medicamentosa) -Enzimas metabolizadoras saturam mesmo em dose terapêutica → Maior toxicidade -Inibe canais de sódio (AMPA-R) → Deprime a transmissão sináptica em regiões como sistema reticular, tálamo e sistema límbico *Dibenzazepinas (Carbamazepina) -1ª escolha em crises focais complexas, tônico- clônica generalizadas -Indutor enzimáticos (interação medicamentosa) -Induz a síntese de enzimas hepáticas que degradam a própria droga → mecanismo de tolerância → cada vez mais rápida metabolização → exige + doses -Inibe canais de sódio (AMPA-R) → Deprime a transmissão sináptica em regiões como sistema reticular, tálamo e sistema límbico *Gabapentina -Análogo do GABA -Eleva os níveis de GABA (altera síntese ou reverte transportador) -Produz mais GABA ou ele não é reabsorvido da fenda (altera metabolismo) -Inibe canais de cálcio (NMDA-R) -Abre canais de cloreto (R-GABAa) → hiperpolarização (age como potencializador gabaérgico) *Succinamidas (Etossuximida) -1ª escolha para crises de ausência (menos tóxico e mais efetivo) -Age nos canais de cálcio tipo T, reduzindo corrente de cálcio -Canais de cálcio tipo T estão mais concentrados no tálamo, local responsável pela crise de ausência 3. Ação em neurotransmissão GLUTAMATO -Age nos receptores pós-sinápticos de glutamato -NMDA e AMPA são canais iônicos que também se ligam a glutamato (iGLU-R) – são inibidos por inibidores de canais -mGLU-R são receptores metabotrópicos do glutamato (são inibidos por inibidores do receptor de glutamato) 4. Inibição da liberação de NT via proteína 2ª da vesícula sináptica -Age inibindo a liberação de vesículas contendo glutamato na fenda sináptica -Proteína 2A/V2A fica na membrana vesicular e interage com cálcio que iria direcionar a vesícula para exocitose → Ação é inibida → Não interage com cálcio -Ex: Levetiracetam e brivaracetam -Uso: melhor qualidade de vida, controle ou remissão total das crises, mínimo de efeitos adversos -CASOS ESPECIAIS: 1. Idosos: -Evitar uso de fármacos indutores enzimáticos (carbamazepina, fenitoina, fenobarbital) – pode causas interação medicamentosa com polifarmácia -Maior grau de variação individual -Janela terapêutica estreita -Mais susceptível a efeitos adversos 2. Crianças e adolescentes: -Analisar possibilidade de interação ACO + anticonvulsivantes (Redução dos níveis séricos em até 50% de ACO) -Ácido valproico pode estar associado à SOP -Tratamento de epilepsia mioclônica jovem deve durar a vida inteira (maior índice de recorrência com retirada da medicação) 3. Menacmes: -Uso deve ocorrer por decisão compartilhada entre médico e paciente -Evitar ácido valproico sempre que puder (altera função ovariana) -Preferível não usar em crises focais -Alguns fármacos podem aumentar a chances de malformações congênitas maiores (espinha bífida, fenda palatina...)
Compartilhar