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Histórico Amputação

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Amputação
Profª Esp. Jardelly L. Vieira da Costa
Aspectos Históricos das Amputações
A amputação é talvez a cirurgia mais antiga realizada na historia da
medicina.
Uma característica marcante nas amputações era a sua altíssima taxa
de mortalidade, aproximadamente 75%.
Um outro problema era o de não se obter um coto adequado ao uso
de uma prótese, em decorrência da grande lesão tecidual.
Aspectos Históricos das Amputações
Da era pré-cristã ate o século XV, há poucos relatos quanto ao
desenvolvimento de novas técnicas operatórias e nas técnicas de
protetização.
Durante o século XVI as amputações tiveram grande
desenvolvimento com os avanços técnicos idealizados por Ambroise
Paré (1510-1590), que aperfeiçoou a técnica utilizando o torniquete.
Aspectos Históricos das Amputações
AMBROISE PARÉ – Foi o 1º a utilizar a ligadura vascular para conter
sangramentos e a ele são atribuídos a primeira desarticulação do
cotovelo (1536) e o melhor planejamento quanto á escolha do nível
de amputação.
A amputação já foi a operação mais realizada na Europa, as
indicações usuais eram as lesões arteriais graves e as fraturas
expostas.
Aspectos Históricos das Amputações
Já no século XIX é caracterizado pela introdução da maioria das
técnicas utilizadas hoje.
Nessa época houve um importante desenvolvimento das técnicas de
antissepsia, anestesia e uso de antibiótico.
A partir da 2ª guerra mundial houve atenção especial e novas
pesquisas para a melhoria das técnicas de amputação.
Aspectos Históricos das Amputações
Por volta de 1950, todo o paciente com I.V. que necessitava de
amputação era submetido á amputação acima do joelho (Cicatrização
precoce do coto e não Funcionalidade).
Em 1960, iniciou-se uma mudança de mentalidade entre os cirurgiões
na tentativa de se preservar um coto mais longo e o melhor adaptável
a prótese.
A década de 1970 se caracterizou pela descoberta e o
reconhecimento das vantagens da amputação abaixo do joelho
comparando-as com as amputações transfemorais.
Aspectos Históricos das Amputações
O que mais se caracteriza nesses últimos anos é o desenvolvimento
das próteses em si.
Melhorias significativas para uma deambulação melhor do paciente
amputador (material mais leve, tipos de pés e joelhos para cada tipo
de atividade).
O que é Amputação?
Amputação é o termo utilizado para definir a retirada total ou parcial
de um membro, sendo este um método de tratamento para diversas
doenças.
Segundo Carvalho (2003), “amputação é uma palavra derivada do
latim tendo o significado de ambi = ao redor de/em torno de e
putatio = podar/retirar.
Incidência 
Condições patológicas de quaisquer dos tecidos dos membros podem 
resultar em amputação. Dessa forma:
Doenças cutâneas;
 Doenças musculares, esqueléticas;
 Doenças vasculares.
Incidência 
Entre as condições patológicas, a Doença Arterial Obstrutiva
Periférica (DAOP) é uma das causas mais frequentes de amputação.
Nos EUA, em 1981, teve a cifra de 30mil amputações anuais, devido á
isquemia avançada.
Na Inglaterra, dos pacientes que procuravam centros de reabilitações
após amputação, 70% eram portadores de DAOP.
CAUSAS DE AMPUTAÇÕES
Morte Celular Isquêmica por Aterosclerose
Os tecidos submetidos á privação de
aporte de sangue oxigenado sofrem
alterações características de
temperatura e cor, que culminam,
quando ocorre a morte celular.
Aspectos mumificado, de coloração
negra, situação descrita como
Gangrena ou necrose.
Embora mais rara, a isquemia de membros superiores devido a
doença arterial oclusiva neste território pode ocorrer.
Infecção
A destruição tecidual provocada por infecções e suas consequências
sistêmicas é outra causa importante de amputação.
A preservação da cobertura cutânea é ponto fundamental da
homeostase do organismo.
Quando ocorre alguma lesão tegumentar, a invasão bacteriana de
microrganismos externos ou da própria pele sã ocorre, determinando
infecções de estruturas profundas.
Infecção
A perda da sensibilidade dolorosa, relacionada a neuropatia
diabética, tem aspecto relevante na alta incidência de infecções
complicadas que ocorrem nesta população e que podem culminar
com agravamento da infecção e amputação da extremidade.
Infecção
Em membros que te condição limitante de perfusão arterial, a
infecção pode ser o fator de desequilíbrio que agrava a isquemia.
A infecção representa demanda a mais de oxigênio que pode ser o
fator de descompensação.
Trauma
Traumatismo que, ou por sua violência tenha separado a
extremidade do corpo ou tenha causado tal dano aos tecidos, que
não haja outra opção que completar a remoção do membro,
representa causa de morte celular causada por agente físico.
Trauma
Outro tipo de agente físico que pode causar grandes danos aos
tecidos é o elétrico.
Destruição tecidual e Gangrena por 
outras Doenças arteriais
Além da Aterosclerose, outras doenças arteriais são reconhecidas
como causa de isquemia tecidual e consequentemente amputações
de extremidades.
Estas são as doenças arteriais conhecidas como inflamatórias.
Destruição tecidual e Gangrena por outras 
Doenças arteriais
Tromboangeíte obliterante
Reconhecida como tendo no tabagismo praticamente um fator
causal.
É uma doença inflamatória que acomete as artérias, principalmente
as de pequeno e médio calibre, e atinge as extremidades dos
membros superiores e inferiores.
Na doença ocorre a inflamação da parede do vaso que,
consequentemente, leva à formação de um trombo, impedindo a
circulação sanguínea no local afetado.
Destruição tecidual e Gangrena por outras 
Doenças arteriais
Arterites
É a inflamação das paredes das artérias, geralmente como resultado
de uma infecção ou resposta auto-imune.
Amputação por outras doenças vasculares
Deformidades vasculares congênitas, na forma de fistulas
arteriovenosas ou hemangiomas, podem se manifestar muitas vezes
como lesões incapacitantes, pela presença de ulcerações,
sangramento e algumas vezes deformidade e aumento de
comprimento do membro.
Amputações por outras doenças
Outras doenças de âmbito ortopédico, como tumores, podem
necessitar amputação da extremidade com forma de preservação da
vida do individuo.
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
• A amputação, que geralmente é temida pelo paciente e, algumas
vezes, é considerada uma falha do tratamento realizado pelo
cirurgião, é, na verdade, um passo crucial na reabilitação de um
paciente cujo membro não pode ser salvo por qualquer outra terapia.
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
A cirurgia de amputação é frustrante para a maioria dos cirurgiões.
O cirurgião deve ter em mente que, ao amputar um segmento
corporal de um paciente, esta criando um novo órgão de contato com
o meio exterior, o seu coto de amputação.
O trabalho em equipe é fundamental.
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
O resultado final satisfatório de uma amputação pode ser assegurado
seguindo-se com atenção os seguintes princípios:
1. Tanto o paciente como o cirurgião devem estar convencidos de que
métodos alternativos para evitar a perda do membro, como tratamento
medico intensivo ou revascularização arterial, não são viáveis.
2. Consultas pré operatórias apropriadas devem ser realizadas nas áreas
multiprofissional.
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
3. Seleção de um nível apropriado de amputação.
4. Cuidados pré operatórios são realizados para tratar problemas co-
mórbidos como diabetes, infecções, cardíacos e etc.
5. As infecções no pé ou abscessos são tratados antes da amputação
definitiva.
6. Antibióticos sistêmicos são prescritos de acordo com a sensibilidade das
culturas.
7. Anestesia apropriada
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
8. A preparação operatória da pele.
9. Os torniquetes ou manguitos pneumáticos são utilizados de forma
prudente a fim de proporcionar um campo limpo e sem sangue.
10.Os retalhos da pele são marcados apropriadamente para remover a
patologia.
11. A pele e os tecidos moles são incisadas com um bisturi ou faca
apropriada.
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
12. Os vasos sanguíneos são identificados, pinçados e ligados com segurança.
13. Os nervos são pinçados.
14. Os ossos são seccionados com uma serra óssea.
15. Todos os tecidos desvitalizados são removidos do coto da amputação.
16. O corte é fechado em camadas.
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
17. A drenagem com sucção fechada da ferida cirúrgica é realizada para
regiões bem vascularizadas.
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
18. As mudanças de bandagens devem ser evitadas por 5 a 7 dias.
19. A fisioterapia é iniciada após a operação.
20. Antes de saída do hospital, o paciente deve estar equipado com uma
proteção apropriada para o coto e aparelhos para ajudar no cuidado com ele
próprio.
21. Os pontos devem ser removidos somente depois da cicatrização da
feridas (3 a 4 semanas).
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
22. Os objetivos da terapia fora do hospital após sua liberação para
casa incluem aprendizado dos curativos do coto e a dessensibilização, a
manutenção de movimentos do quadril e joelho para facilitar o ajuste
das próteses.
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
Bowker, em 1991, definiu como o nível ideal de amputação o mais
distal possível com potencial de cicatrização, assegurando que este
distribui melhor as forças no coto, diminuindo as áreas de
hiperpressão e tornando as deformidades articulares menos
frequentes.
Princípios Gerais na Cirurgia de Amputação
Com base no conhecimento de como a prótese é adaptada e das
resultantes das forças geradas sobre o coto durante a deambulação,
as estruturas anatômicas devem ser tratadas e esculpidas pelo
cirurgião para otimizar a interação (coto e prótese).

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