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1 Pós-Graduação em Psicologia Organizacional Psicologia Organizacional José Bernardo Enéias de Oliveira Unidade II 2 Apresentação do Professor autor Doutor em Ciências Sociais/Antropologia-PUC/SP; Mestre em Ciências Sociais - PUC/SP; Formação de Psicólogo – OPEC; Licenciatura em Psicólogo - OPEC; MBA em Administração de Recursos Humanos - FECAP; Pós-Graduação “lato Senso”: Educação na Área de Formação de Professores para o Ensino Superior. Professor Universitário nos cursos de Graduação e Pós-Graduação (“Lato sensu” e “Stricto senso”) e MBA, com ênfase em Planejamento estratégico; Psicologia Organizacional; Psicologia Positiva; Psicologia Social; Gestão de Pessoas; Formação de liderança; Desenvolvimento Organizacional e Gestão de negócios; Sistema de Políticas e Instituição de Saúde; Políticas Públicas; Antropologia Médica; Mudança Comportamental; Comportamento do Consumidor em Marketing; Ética e Legislação; Assessment Center - Ferramentas na avaliação de pessoas; Gerenciamento de equipes e Recursos Humanos em projetos; Mudança e inovação; Relações interpessoais. Professor dos cursos de pós-graduação a distância/Presencial híbrido; Produção de conteúdo audiovisual para transmissão por meio de plataforma eletrônica; Produção dos Livros didático das disciplinas Psicologia Organizacional e áreas afins; Psicologia Positiva e Sistema, Políticas e Instituições de Saúde no Brasil. Empresas com vínculo institucional: Votorantim Celulose e Papel S.A.- VPC; Grupo Saint Gobain – Cia Vidraria Santa Marina; Tapon Corona Metal Plástico Ltda. e, desde o ano 2000, atuando como Consultor de empresas em Desenvolvimento Organizacional/Mudança comportamental e estratégica. Expositor na Universidade Aveiro/Portugal - Tema:” Educação e Trabalho”; Universidade Autônoma/México- Tema: “Tecnologia, Sociedad e Innovación: Década para una Educación para La Sostenibilidade”. Link da Plataforma Lattes http://lattes.cnpq.br/4587217718400332. http://lattes.cnpq.br/4587217718400332 3 Sumário Apresentação do Professor autor ....................................................................................................... 2 Apresentação do livro ........................................................................................................................ 4 Aspectos Individuais do Ser Humano: ............................................................................................ 6 Inteligência, Múltiplas Inteligências, Inteligência emocional e Aprendizagem: ..................................28 Gestão por Competência: Competências Organizacionais, Competências do Cargo e Competências do Colaborador ....................................................................................................................................................36 Seleção por competência ..................................................................................................................56 Considerações do autor .....................................................................................................................64 Referências Bibliográfica ...................................................................................................................67 4 Apresentação do livro Neste livro reunimos alguns conceitos sobre a psicologia organizacional, analisando a importante relação do comportamento individual e o comportamento coletivo das empresas, bem como os aspectos humanos que remete à saúde da organização. Nossa preocupação foi desenvolver nossas ideias de forma simples e didática, mesmo naqueles temas de pouca familiaridade, seguimos com definições e exemplos práticos do dia a dia, além de, sempre que possível, ilustrar com gruas pertencentes ao assunto. Diante da sua complexidade, resolvemos dividir os assuntos em dois módulos e, não por ordem de importância, mas para dar uma lógica e organização ao seu entendimento e desenvolvimento. Os temas foram ordenados e correlacionados numa sequência, direcionados para estudar os processos de aprendizagem e ensino. Sendo assim, o tema Psicologia Organizacional é sugestivo no que tange a modernidade, num cenário de mudanças e transformações e, em especial, sobre as questões que se referem aos problemas relacionados com a gestão de pessoas e o comportamento de uma forma ampla dentro de um ambiente organizacional, empresarial, institucional ou do trabalho. Assim como, as nomenclaturas especificamente tratadas por diferentes autores que, na verdade, tem o mesmo significado, dependendo do olhar de pesquisa e estudo, procuramos defini-las com base nas referências teóricas e nossas reflexões. Desse modo, a psicologia organizacional, será tratada nesse estudo, pela sua forma mais abrangente, reunindo as diferentes vertentes, focadas no equilíbrio entre os relacionamentos de seus colaboradores e a organização; As doenças do trabalho levadas por emoções não controladas ações deteriorantes; O enfoque da saúde do negócio ou o Core business e as diferentes ferramentas preventivas e de ajustes, previstos no planejamento estratégico, seja o organizacional e da área de recursos humanos, direcionadas pelo estudo das competências individuais e organizacionais. 5 Nesse estudo, também alinhamos algumas referências pertinentes a Psicologia nas suas diferentes áreas, procurando entender o comportamento nos níveis individual, das equipe de trabalho e organizacional, sob a influência dos ambientes internos e externos, conturbados pela vantagem competitiva e a reprodução social, ambos influenciados por um cenário econômico de transição e inovação, condições que mexem com a dinâmica das atitudes do indivíduo e do ambiente de trabalho, levando muitas vezes à problemas de conflitos e relacionamentos. A modernidade fez com que algumas ações de atuação dessas ciências sofressem mutação, exigindo com que seus focos fossem em direção aos estudos de alguns cientistas sociais, quanto aos processos da gestão organizacional, tema que faremos numa rápida descrição, a partir das etapas da evolução e importância ao logo da, bem como suas influências no importante papel da gestão de pessoas, respeitando a condição e essência da personalidade e os aspectos individuais de cada pessoa. De modo geral, ao longo desse livro texto, faremos um estudo sobre os fenômenos do comportamento humano e seu profundo relacionamento com a organização, cujas ações podem ser controladas mediante a descoberta das variáveis que impulsionam os seus comportamentos e que interferem na sua conduta. Por fim, vamos situar e provocar o leitor nas reflexões diante a psicologia, ao se referir em aspectos individuais, quando tratamos das diferenças de cada um; Inteligência emocional e aprendizagem; Competências individuais; Relações humanas e outros, que determinam um comportamento organizacional. Sejam bem-vindos e excelente estudo! 6 Aspectos Individuais do Ser Humano: Antes de desenvolver este texto é importante situar o leitor em algumas reexpões do dia a dia, todavia sem passar despercebido daqueles que não tem familiaridade de alguns termos da psicologia. Ao tratar do comportamento individual, alguns profissionais utiliza os termos personalidade, temperamento e caráter aleatoriamente, cujos conceitos representam diferentes aspectos do desenvolvimento ou experiência humana e, de certa forma, sobre os aspectos individuais, relacionados as diferenças de cada um, tais como Inteligência emocional; Aprendizagem; Competências; Relações humanas e outros. Acima de tudo, são informações especificas de uma pessoa que pelo seu sigilo torna- se ética. Além deque, deve ser utilizado com critério, pois tais referências são específicas e individuais a cada pessoa, inclusive quando encaminhado através de pareceres a um requisitante, normalmente no processo da seleção, por vezes não está preparado para sua interpretação desses dados, os quais definem uma personalidade ou um comportamento. Ao falarmos de temperamento nos referimos ao processo psicossociobiológico da personalidade, que se manifesta durante a vida de qualquer pessoa, diante das influencias ambientais, resultando em características e diferenças pessoais ou os aspectos individuais. Na concepção de Alain Berthoz (2005), no livro “Lições sobre o corpo, o cérebro e a mente”, a socialização é necessária e deve ser respeitada para ser adquirido o conhecimento emancipatório através das experiências e a condição humana através do desenvolvimento psicossociobiológico. Para esse entendimento, a socialização é viabilizada pela plasticidade cerebral, que favorece a adaptação ao ambiente, na medida em que experimentamos mudanças ou desenvolvemos novas habilidades. Berthoz classifica a evolução da socialização em três etapas: “...O Indivíduo é aquele que supre as necessidades naturais e materiais; O Sujeito se transforma nas relações sociais e o Ator Social modifica e vive seu interesse no processo de transformação e engajamento...”. Essa classificação da evolução da socialização na visão de Berthoz, pode ser analisada na figura 1ª seguir: 7 Figura 1: Alain Berto (2005), no livro “Lições sobre o corpo, o cérebro e a mente, adaptado por Oliveira, JBE,2020) Dessa forma, a inserção do indivíduo na organização deve ser entendida como um processo de adaptação ao meio sem que este perca a personalidade individual diante da personalidade coletiva ou cultura de um grupo definida pela organização. Para tal, a sociedade moderna busca o Ator Social ainda detentor da autonomia capaz de entender e dar soluções aos problemas pelo qual foi contratado. Todavia, entendemos, e é nossa preocupação, que a natureza humana, sua personalidade, deve ser respeitada e interpretada como aspectos individuais ou o conjunto de traços natos e os inatos. O nato é ligado ao ato de nascer, nascer daquele modo e que inato tem a ver com nascer com determinada capacidade, e características. Na visão da psicologia organizacional, as habilidades de um indivíduo é uma característica nata e a competência é desenvolvida ao longo de suas experiências e aprendizados. Por sua vez, o temperamento é um aspecto da personalidade que aponta as particularidades do comportamento, ou seja, é um conjunto de tendências que tem relação com os interesses, as habilidades e os valores mais evidentes no indivíduo. 8 Para o psicólogo norte americano Willian Sheldon (1898-1977), pesquisador do Perfil Físico Fisionômico e temperamento de uma pessoa classificou as características das pessoas, desde as suas emoções sanguínea até ao seu comportamento no seu papel social, no trabalho e diversas profissões, resumidas a seguir: Quadro do Perfil Físico Fisionômico e temperamento de uma pessoa do Psicólogo norte americano Willian Sheldon/ 1898-1977, adaptado por Paim, M.C.C./ Rossi/Richter, S. e organizado por Oliveira, JBE,2020 (Disponível em http://www.efdeportes/revista digital-Buenos Aires- ano 13, nº 124-set 2008) Classificação Biótipo: Perfil Físico fisionômico Temperamento As características variam de acordo com as emoções da pessoa sanguínea ao comportament o seja no papel social, trabalho e nas profissões. Cada pessoa tem determinadas características fisiológicas e morfológicas, que depende do predomínio do tecido adiposo, muscular ou de ossos. Temperamento é a combinação de características inatas que herdamos dos nossos pais que, de forma inconsciente, afetam o nosso comportamento. Mesomorfo São aqueles mais bem-dotados geneticamente e mais pré-dispostos a terem maiores ganhos musculares. Geralmente tem um visual mais atlético, tem boa postura e são simétricos. São conhecidos por ganharem massa muscular muito mais rapidamente do que a Corpo atlético, forma retangular; peso e altura equivalente; boa relação massa/altura; boa massa muscular; boa postura; ganham músculos facilmente; pele espessa; ombros largos; cumprimento médio de braços e pernas; boa estrutura óssea; cintura baixa (Tórax Emotivo, ativo, boa memória, criativo, imaginação, sentimento artístico, rapidez e agilidade, decisões rápidas, alguma http://www.efdeportes/revista 9 maioria das pessoas e da mesma forma podem perder gordura rapidamente seguindo uma dieta apropriada. Neste tipo de corpo a massa muscular predomina sobre o tecido adiposo e os ossos. grande); ossos e músculos da face proeminentes; cabeça em forma cúbica; cabelos grossos. dificuldade em completar objetivo pré- definidos, pouco observador, necessidade de harmonia do ambiente para seu equilíbrio emocional, impulsivo, sensatez na profissão e praticidade, inteligência. Palavra Chave: Versatilidade e Criatividade. Difícil de ganhar peso, pernas e braços compridos, pequena porcentagem de gordura corporal e poucos músculos. É o tipo de corpo onde predominam os ossos sobre o tecido adiposo e os músculos. As pessoas com este tipo de corpo são magras por natureza e não perdem a definição muscular. Deve-se aproveitar o treinamento com pesos para manter o tamanho e a definição dos músculos e, dessa forma, aumentar o volume que por natureza as Magro, altura maior que o peso, baixo percentual de gordura, dificuldades em ganhar massa, aparência frágil, pele fina, postura curvada, peito plano, escápulas aladas, ombros estreitos e levemente caídos, ossos leves, articulação pequenas, braços, pernas, dedos e pescoço longos, cintura alta (Tórax pequeno) cabeça estreita, cabelos são finos e crescem rápidos. Definição muscular, mas com pouca massa. Emotivo, não ativo, intuição, questionador, inteligência verbal, aptidão para tarefas de detalhe minucioso, habilidade para improvisação rápida e soluções de problemas urgentes, facilidade em atividades finas e delicadas, não se 10 Ectomorfo pessoas com corpo ectomorfo não possuem. adapta ao automatismo motor e mental, diversidade de aptidões, instável em todas as tarefas que escolhe, luta constante interiormente, não atua individualmente, necessita de estímulos. Palavra Chave: Relação espiritual e sensibilidade. Endomorfo As pessoas com esse tipo corporal são geralmente mais pré- dispostas a um maior acúmulo de gorduras. Conhecidas por terem um visual menos definido, é mais difícil para elas conseguirem um corpo em forma através de exercícios. Tendem a aumentar de peso e, geralmente, possuem maior quantidade de gordura sobre os músculos e os ossos. Alto percentual de gordura, peso maior do que altura, pesados, acumulam gordura facilmente, principalmente na região da barriga, corpo de aparência redonda, dificuldade em perder peso, baixa definição muscular, musculatura relativamente desenvolvida, escondida pela gordura, braços e pernas curtos, mãos e pés pequenos em comparação ao corpo, pele macia, cabelo fino, cabeça em forma esférica, rosto largo. Não ativo não emotivo, boa observação e memória, movimentos metódicos, fácil adaptação às tarefas e as pessoas, trabalho ponderado e ritmo regular /uniforme, automatismo motriz e mental, não é criativo, tem qualidade para tarefas de cópia, reprodução e 11controle de medidas, pouca liderança e está voltado a trabalhos de execução. Palavra Chave: Relação material e concreta. Apoiado no livro Neurociências do Comportamento de Brian Kolb e Ian Q. Whishaw (2002), apresentamos a Condição Neurofisiológico do comportamento representada na Figura 2, que explica a determinante que leva ao Comportamento do indivíduo cuja varável do ambiente, seja um estímulo autoritário de um chefe, por exemplo, é facilmente identificada, quando a pessoa na 1ª Ação sob forte estresse ocorre à liberação da adrenalina pela Supra adrenal, consequentemente, na 2ª Ação, a glândula Supra Adrenal libera uma substância chamada adrenalina, responsável pela fadiga, Depressão, Reações de Fuga, Taquicardia, etc., promove o caos, levando à 3ª Ação que ao estimular a glândula Altera a Hipófise liberando o hormônio tirotropina e ao estimular a 4ª Ação, outra glândula a Tireoide e essa que Mede o vigor, Produtividade através do hormônio Tirotrofina, reflete algumas atitudes da pessoa e, por fim, a 5ª Ação, estimulando as Gônadas que interfere no comportamento emocional como a auto piedade, Sensibilidade, Autoestima, etc. Observação: As Glândulas Endócrinas (Supra Adrenal, Tireoide, Gônadas) influenciadas pela Hipófise, alteram o temperamento e emoções do indivíduo (Fonte: Brian Kolb e Ian Q. Whishaw – Neurociência do Comportamento, 2002): 12 Glândulas Ação Hormonal Ação Comportamental Pituitária (Hipófise) Tirotropina Hormônio sexual mestre Controla a ação da Tireoide Controla funcionamento das gônadas Tireoide Tiroxina Trabalha o metabolismo do corpo Supra Renais Secreta a Adrenalina Fadiga, depressão, irritabilidade, exaustão, ação energética. Gônadas (Masculino e Feminino). Testosterona (Masculino) Progestina (Feminino) Caracteres sexuais masculinos (Voz, pelos traços); energia, baixa depressão. Estimula e órgão reprodutivo Regula ovulação/menstruação *Desenvolve o egoísmo, o ressentimento, auto piedade (Afeto). Figura 2: Condição Neurofisiológico do comportamento (Neurociências do Comportamento de Brian Kolb e Ian Q. Whishaw, 2002) Para Kolb & Whishaw (2002) , as pessoas introvertidas se caracterizam por níveis baixos de ativação cortical, lembrando que o córtex cerebral é responsável pela comunicação e aprendizado, como pode ser verificado na Figura 3 da Estrutura do cérebro Sistema líbico ou cérebro visceral, o sistema límbico é o responsável basicamente por controlar as emoções e as funções de aprendizado e da memória, localizado nas estruturas do cérebro, tem formato de um anel cortical de cor acinzentada, formado por neurônios: 13 Hipotálamo: O tamanho desta estrutura é menor do que um grão de ervilha, representando menos de 1% do tamanho do cérebro, tem como função regular o sono, a libido, o apetite, e a temperatura corporal fazendo o sangue resfriar; Corpos mamilares: Se relaciona com o Hipotálamo, tem função de regular os reflexos alimentares do homem, a deglutição e o desejo por algum alimento delicioso; Tálamo: Se encontra nos dois lados do cérebro, é responsável pelos quatro sentidos do homem, e também é responsável pela sensação de dor, quente ou frio, pressão de um ambiente nos ouvidos; Giro cingulado: Adjacência do Tálamo, estimular esse local com algum medicamento ou problema psicológico pode causar alucinações, alterações das emoções, estrutura que causa grande interesse aos neuropsicológicos, além de controlar o poder do olfato e visão; Amígdala: O cérebro possui duas amígdalas estão localizados no lobo temporais ambos os lados, responsável pela sensação de perigo, medo e ansiedade; Hipocampo: Está localizado no lobo temporal, tem função pela memória recente, quando uma pessoa tem acesso a uma memória recente o hipocampo faz com que o metabolismo aumente o fluxo sanguíneo. Figura 3: 14 O comportamento está alinhado ao nível de alerta cerebral, diante dos estímulos recebidos e interpretados pela percepção; Sensação e Cognição especifico a cada pessoa, verificado na figura 4, na Estrutura do sistema nervoso. (Neurociências do Comportamento de Brian Kolb e Ian Q. Whishaw, 2002) Figura 4: As diferenças individuais geram variações e características, cujas predisposições, por exemplo, a hiperatividade do sistema nervoso simpático, anuência o aparecimento de sentimentos como a ansiedade, que influenciam diretamente no desempenho da pessoa e, consequentemente, na Produtividade, identificado a seguir ao fazer uma correlação entre a classificação dos níveis de produtividade, a atividade laboral e as respectivas características que levam ao desempenho da pessoa (Boccato, A.I. – O teste Palográfico na avaliação da personalidade, 2004). Quadro Correlação entre a classificação dos níveis de produtividade, a atividade laboral e as respectivas características que levam ao desempenho da pessoa: 15 Classificação Produtividade Atividade Laboral Características predominante do desempenho Muito Alta Taquipsíquico Precipitado; Inconstância; Desordem; Descontrole Emocional. Alta Normopsíquico Médio Superior Rendimento rápido; Capacidade de executar tarefas; Vivacidade Adaptação fácil as diferentes situações; Facilidade para resolver problemas; Rapidez nas decisões Média Normopsíquico Médio Rendimento esperado para a população geral; Inteligência normal; Qualidade no trabalho Baixa Bradipsíquico Rendimento moderado; Atividade mental tranquila; Reflexivo Prudente; Rotineiro: Organizado. Lenta Lento Rendimento Deficiente; Desordem; Atraso mental Dificuldade de Compreensão; Falta de iniciativa. Hoje, com os avanços da Neurociência, sabe-se que os hormônios têm grande influência no comportamento e em grande parte das nossas ações, agimos de modo automático, baseando-nos em nossas emoções, e isso tem muito a ver com a interferência dos hormônios. Mas, por outro lado, o nosso comportamento também influência a liberação e produção dos hormônios. No livro Neurociências do Comportamento (Kolb e Whishaw, 2002), encontramos algumas correlações entre hormônios importantes e as respectivas consequências para os comportamentos, a saber: Ocitocina: conhecida como hormônio do amor, do prazer, do antiestresse. Esse hormônio é produzido pela neurohipófise e é a responsável pelo apego materno ao bebê através da amamentação, quando é liberado em situações de afeto, abraços, aumenta a libido, alivia estresse e ansiedade e melhora as habilidades sociais. Estudo de Paul J. Zak, publicado pela Public Libery of Science, apontou que participantes de um experimento que inalaram ocitocina e participaram de uma atividade de dividir dinheiro com um estranho foram 80% mais generosos do que os que não inalaram. 16 Tireoidianos T3 e T4 (O hormônio do metabolismo): Os hormônios produzidos pela Tireoide, T3 e T4, são responsáveis por regular o metabolismo corporal, controle de frequência cardíaca, pressão arterial, a quantidade de cálcio no sangue, as concentrações de colesterol, transpiração, entre outros. Quando em desequilíbrio, trazem várias implicações ao corpo e ao comportamento. Comportamentos: Quando em excesso (hipertireoidismo), provocam irritação, nervosismo, ansiedade, rapidez de movimentos, hiperatividade. Quando em baixa (hipotireoidismo), provocam lentidão de movimentos e de raciocínio, depressão, dificuldades com a memória. A Grelina (O hormônio da fome), conhecida como hormônio da fome, é produzida nas células do estômago e pâncreas. Quando o estômago está vazio, ela atua no hipotálamo avisando o cérebro: é hora de comer! A Grelina gera a sensação de fome e incentiva a ação para que você acabe com ela. Quando se come, aí é a vez da Leptina, que dá a sensação de saciedade e faz ocontrole da ingestão. Comportamento: Já percebeu que quando bate a fome muitos ficam, mesmo sem querer, irritados ou com dificuldades de concentração? Quando estamos com o estômago vazio, a Grelina logo manda nosso corpo ir atrás de comida, é mais importante do que qualquer coisa em termos de sobrevivência. E aí fica mais difícil fazer qualquer outra tarefa. Por exemplo, reuniões de trabalho na hora do almoço podem ser afetadas pela Grelina, aumentando os níveis de agressividade, diminuindo os níveis de atenção. O Cortisol (O hormônio do despertar): Produzido no córtex das glândulas suprarrenais, Cortisol é hormônio do despertar, que nos faz acordar todas as manhãs. Ele também é considerado o hormônio do estresse já que tem a função básica de preparar o corpo para situações de estresse e nos ajudar a enfrentá-las. Não deixa a glicose baixar, fornecendo mais energia aos músculos e sistema nervoso. Comportamento: Altos níveis de cortisol podem gerar sensação de impotência, baixa autoestima, irritação, sensação de dar branco, falta de senso de humor, cansaço sem ter realizado esforço, ataques de gula ou falta de apetite. O Cortisol foi muito importante para a nossa sobrevivência ao longo da evolução humana, porque nos mantém em alerta para os perigos. No entanto, a vida atual gera um excesso de cortisol que pode causar transtornos como estresse, ansiedade, depressão. 17 Adrenalina e Noradrenalina (O hormônio da ação): Elas preparam o corpo para grandes esforços físicos, para luta ou fuga! São liberadas em grande quantidade em situações de medo, susto ou estresse. Estimulam o coração a bater mais rápido e forte, levando mais sangue a órgãos vitais, elevam a tensão arterial, contraem alguns músculos e relaxam outros, dilatam a pupila para aguçar a visão, aceleram a respiração para que haja maior captação de oxigênio, elevam a taxa de açúcar no sangue, diminuem a digestão para focar a energia do corpo (o que dá a sensação de frio na barriga). Comportamento: Muitas vezes temos nosso comportamento completamente dominado pela adrenalina e noradrenalina em situações de tensão ou medo: a voz que não sai, tremores nas mãos ou no corpo, falta de capacidade de raciocinar ou de dizer o que queria dizer, atitudes impulsivas. O excesso de adrenalina também dificulta a tomada de decisões. Testosterona (O hormônio do sexo): Testosterona é um hormônio sexual, produzido nos testículos (nos homens) e nos ovários (nas mulheres), mas vai muito além dessa atuação. Pessoas com alto grau de testosterona aceitam correr mais riscos, têm mais autoconfiança, são mais rudes, inquietas, sorriem menos, mais impulsivas, menos pacientes para estudar, analisar ou trabalhar. (James Dabbs, um dos maiores especialistas em testosterona e psicólogo da Georgia State University, demonstrou que presidiários que cometeram crimes violentos e violavam frequentemente as regras da prisão com atos de agressividade tinham níveis de testosterona mais altos que os outros). Comportamento: O excesso de testosterona pode levar a reações mais agressivas ou violentas do que se desejava, também pode gerar um exagero de autoconfiança e otimismo e dificuldades para ver as coisas como são na realidade. Pesquisadores da Universidade de Cambridge, como o neurocientista John Coates, comprovaram que a testosterona interfere no tipo de risco que os operadores financeiros estão dispostos a correr. Ganhos em série aumentam a quantidade de testosterona do corpo, levando a aumento da autoconfiança e lucros maiores num primeiro momento por conta disso, mas, com o tempo, leva a uma euforia que é prejudicial na avaliação de riscos. Em estudos da psicóloga Davidoff, (2003), no livro Introdução a psicologia, o cérebro humano é constituído de três unidades: 18 “Cérebro primitivo (arquipálio): Hipotálamo; Tálamo; Amigdala; hipocampo. ligado a Autopreservação, agressão; o Cérebro intermediário (paleopálio): sistema límbico. Ligado as Emoções; o Cérebro racional (neopálio ou neocórtex). Ligado as tarefas intelectuais. Em relação as emoções: Cerebelo: Controla o pensamento e as ações (significados e sentimentos). É presente só no ser humano; Encéfalo (Cérebro primitivo, semelhante ao animal). Controla as ações automáticas, inatas e adquiridas (Dor, frio, angustia, prazer) ”. Davidoff, ainda no processo de estudo do cérebro que levam ao comportamento, conceitua algumas reações mentais: “... a Emoção é o estado de agitação ou distúrbio de equilíbrio do indivíduo, em face ao estimulo recebido e compreendido... a Sensação da Emoção: Normalmente é uma experiência de medo; raiva; depressão ou alegria. São sentimentos subjetivos, digo, sentimentos próprios produzidos pelo próprio indivíduo. Ocorre mudança comportamental interna (Taquicardias; pressão arterial; etc.) e externa (Sudorese, tremor, rubor, etc.), excesso de energia, anestesia temporal, etc. e A mente humana é extremamente fértil nas fantasias criadas pelo indivíduo, seja como mecanismo de defesa ou pela experiência desenvolvida no aprendizado, ao longo da sua vida, através da percepção e a sensação, de acordo com a nossa forma de entender as nossas atitudes poderão ser direcionadas negativamente ou positivamente. ” Em relação aos conceitos do comportamento social, a psicóloga Davidoff, acrescenta em seus estudos o seguinte: “Operação mental: conjunto de ações da atividade mental, baseadas na estrutura cognitiva, percepção e informação dos neurônios; o Processo de cognição: Formas como adquire conhecimento, integrado pela percepção, memórias, raciocínio e imaginação. Acomodação: ajuste de novas experiências, (re)significando negativamente as existentes; Semiótica: representação mental (simbólica) das coisas (Ex.; palavras e linguagem); o Crenças: conjunto de percepções e conceitos mantidos pelos membros de uma cultura; o Cultura: conjunto de valores, expectativas e atitudes, crenças compartilhadas pelos membros do grupo. O comportamento humano é governado por normas sociais; estimulação sensorial: socialização, proteção social diante as ameaças; o comportamento sofre influência pela expectativa dos observadores; ser prestativo a comunidade, é estimulado pelo sentimento de empatia ou custo-benefício; o São decorrentes da dinâmica normativa e informativa; pressão da obediência e diante dos conflitos; o Adquirem atitudes por meio da experiência e da inferência; aprendizagem por meio da observação; o Estereótipo (padrões): as pessoas atribuem características positivas ao grupo que pertencem e negativas ao grupo que não pertencem”. Em se tratando do dia a dia da psicologia organizacional quando os selecionadores desenvolvem o parecer ao requisitante, estabelece o termo caráter como informação do processo seletivo, entendido como o componente aprendido da personalidade. Esse termo é uma definição das experiências vividas por determinada pessoa de uma pessoa e que futuramente vem influenciar na nossa maneira de ser, 19 ou desenvolvendo as predisposições e tendências biológicas e/ou temperamentais e, muitas vezes tem origem cultural e próximo ao ambiente e contexto que vivemos. Para alguns pesquisadores não se faz distinção entre o caráter e a personalidade, apenas explicam que de forma estrita, o caráter é especialmente a parte da nossa natureza que é determinada pelo ambiente, mas a dificuldade de separá-la do temperamento faz com que as definições de caráter e personalidade acompanhem juntas. Resumindo, na análise dos aspectos individuais, a psicologia, o termo personalidade é a organização de emoções, cognições e condutas que determinam os padrões de comportamento de uma pessoa. Na formação da personalidade intervém tanto a base biológica (temperamento), como as influências ambientais (caráter) ocorre de forma gradual durante a vida... tem início na infância, contatos com o ambiente familiar,a escola, depois disso, o processo nunca tem fim, durante a sua trajetória É possível afirmar que a nossa personalidade é formada por características genéticas, o meio ao qual estamos inseridos e as nossas experiências ao longo da vida, sentimentos, medos, expectativas, projetos, anseios e decisões, geram respostas e comportamentos: A personalidade é a somatória de traços específicos a cada pessoa. Há traços geneticamente herdados (genótipos) e adquiridos (fenótipos). Os genótipos tendem a ser mais estáveis embora possam ser mudados, todavia todos nós temos vários traços de personalidade. O que define a personalidade é a maior tendência deste traço. Os traços são desenvolvidos ao longo da vida e aprendidos a partir das relações e experiências... (Employee experience)... os traços de personalidade é a maneira de ser da pessoa (Atitudes). Um transtorno de personalidade aparece quando esses traços são mal ajustados e prejudicam a adaptação do indivíduo no ambiente e esses desenvolvem mecanismos dos transtornos da personalidade, verificado na figura 5 a seguir: 20 Figura 5: Mecanismos dos transtornos da personalidade: Reações Psicossomáticas (Kolb.B.& Whishaw. I. Neurociências do comportamento, 2020) Portanto, o aspecto mais relevante da personalidade, em comparação com os conceitos de temperamento e caráter, é a somatória fazem parte da somatória que define a personalidade das pessoas. A personalidade é uma palavra derivada de persona, que na Grécia Antiga, a era usada para se referir às máscaras dos atores no teatro e, mais tarde, em Roma, passou a ser usada como sinônimo de cidadão, ou os papéis sociais dos indivíduos privilegiados e influentes. Na Idade Média fazia referência ao indivíduo, e sua tendência de comportamento. Na idade contemporânea, o psicólogo Gordon Allport (1897-1967), define personalidade como as manifestações mentais e comportamentais. Para a Psicologia Organizacional é um estudo, da contínua interação com o ambiente e de individual. Segundo Allport, os traços de personalidade são influenciados pelas experiências passadas, principalmente as da infância, no nosso ambiente atual e a interação entre ambos. 21 Em Davidoff (2003) ao tratar das teorias da psicológica, além da teoria individualista de Allport, entre as mais importantes, cita Carl Rogers (1902-1987) com foco na “Terapia Centrada no cliente., o terapeuta apenas facilita o processo”, ainda esse psicólogo, define uma teoria da personalidade como uma força pessoal e inata para a auto -realização. Nesse grupo dos psicólogos humanistas surge Maslow (1908 -1970), defende na sua teoria da pirâmide das necessidades humanas porque, segundo ele, as necessidades seguem uma hierarquia, que vai das mais básicas às mais complexas., as quais faz definir as escalas das necessidades, principalmente a de auto realização o desenvolvimento moral, espiritual e a busca de um objetivo na vida. Nas considerações de Davidoff, o psicólogo alemão Hans Eysenck (1916-1997) nas Teorias: Neuroticismo, Extroversão e Introversão, baseadas em genética e temperamento, como padrões de longo prazo de comportamento. Sua abordagem é enquadrada dentro da teoria do traço, que pressupõe que o comportamento é determinado por atributos relativamente estáveis, que são as unidades fundamentais da personalidade, porque predispõem a pessoa a agir de determinada maneira. Isso significa que os traços devem ser consistentes em todas as situações e ao longo do tempo, mas podem variar entre os indivíduos. Ao leitor interessado nas pesquisas de Eysenck (1978), no livro “Usos e abusos da Psicologia”, o psicólogo defende que os indivíduos diferem em suas características devido a diferenças genéticas, embora ele não descarte influências ambientais e situacionais na personalidade, como as interações familiares na infância. Pelo que se baseia em uma abordagem biopsicossocial na qual esses fatores genéticos e ambientais determinam. Uma das principais obras do psicólogo alemão Eysenck é a teoria baseada nos resultados da análise fatorial das respostas de alguns questionários de personalidade. Ele identificou três dimensões independentes de personalidade que explicaremos mais adiante: Neuroticismo (N), Extroversão (E) e Psicoticismo (P), o que recebe o nome de Modelo PEN. A análise fatorial é uma técnica que reduz o comportamento a uma série de fatores que podem ser agrupados sob um título chamado dimensão, já que eles compartilham atributos comuns, que determina as bases biológicas. 22 Eysenck propõe um modelo hierárquico de personalidade em que o comportamento pode ser ordenado em quatro níveis diferentes (Do nível mais baixo para o mais alto), analisado a seguir: “Primeiro nível: São as respostas que podem ser observadas e que podem ser características da pessoa (por exemplo, experiências da vida diária). Segundo nível: São as respostas habituais, que acontecem frequentemente em contextos semelhantes (por exemplo, se um teste for respondido uma segunda vez, serão dadas respostas semelhantes). Terceiro nível: São os atos habituais que são ordenados por características (sociabilidade, impulsividade, vivacidade, etc.). Quarto nível: São os fatores: Neuroticismo, Extroversão e Psicoticismo. a) Neuroticismo (instabilidade estabilidade-emocional): Pessoas com instabilidade emocional eles mostram ansiedade, histeria e obsessão. Eles costumam reagir emocionalmente exageradamente e têm dificuldade em retornar ao estado normal após a ativação emocional. No outro extremo a pessoa é calma, calma e com alto grau de controle emocional) Extroversão (extroversão-introversão): Os extrovertidos são caracterizados pela sociabilidade, impulsividade, desinibição, vitalidade, otimismo e perspicácia; enquanto os introvertidos são calmos, passivos, antissociáveis, atentos, reservados, reflexivos, pessimistas e calmos. c) Psicoticismo: Pessoas caracterizadas por serem insensíveis, desumanos, antissociais, violentos, agressivos e extravagantes. Estão relacionados a diferentes transtornos mentais, como a propensão à psicose”. Ao fazer uma correlação entre os psicólogos Kolb & Whishaw e Eysenck, a Estrutura do cérebro correspondente ao Sistema líbico ou cérebro visceral, que consiste no hipocampo, amígdala, septo e hipotálamo e regula estados emocionais, tais como sexo, medo e agressividade. É responsável pela resposta de luta ou fuga em face do perigo. A frequência cardíaca, pressão arterial, condutância da pele, sudorese, frequência respiratória e tensão muscular (especialmente na testa) podem ser usados para medir os níveis de ativação cerebral visceral. “...As pessoas neuróticas têm baixos limiares de ativação cerebral visceral e são incapazes de inibir ou controlar suas reações emocionais. Portanto, eles experimentam efeitos negativos em situações estressantes, ficam chateados mesmo em situações com menos estresse e ficam chateados com muita facilidade. (Eysenck, H.J.,1978). ” Para Kolb & Whishaw (2002), apesar da pouca pesquisa sobre psicoticismo comparação com extroversão e neuroticismo, alguns estudos atuais mostram que as pessoas com episódios psicóticos têm altos níveis de testosterona. Retomando a discussão sobre o tema personalidade, na primeira metade do século XX, o grafólogo Salvador Escala Milá apresentou aos meios científicos uma sugestão para um novo instrumento na primeira metade do século XX, o grafólogo 23 Salvador Escala Milá apresentou aos meios científicos uma sugestão para um novo instrumento para avaliar as características de personalidade, baseado na grafologia. Sua ideia consistia na utilização de pequenos traços verticais, que chamou de palos, originando-se então o nome de teste Palográfico. Passados muitos anos, pouco ou quase nada apareceu sobre o assunto na literatura especializada, não se sabendo comcerteza se o autor desenvolveu ou não sua ideia inicial. A referência mais consistente foi apresentada por Augusto Vels em livro publicado na Espanha. No Brasil, Agostinho Minicucci (2001), professor educador e psicólogo numa cidade do interior do estado de São Paulo, interessou-se pelo assunto entrando em contato com o professor Milá, obteve dele autorização para desenvolver o teste no Brasil. Em pouco tempo Minicucci concretizou uma forma experimental que começou a aplicar em seus alunos, discutindo com eles os resultados. Ainda que empíricos, tais resultados mostraram a riqueza do instrumento, obrigando-o a formatar definitivamente o teste. O teste de personalidade Palográfico, através da psicóloga Dra. Irai Cristina Boccato a pedido da editora Vetor editora (2004) foi realizado estudos sobre várias populações e, os processos estatísticos de validade e precisão puderam ser realizados para a aprovação pelo órgão competente. Pela obtenção dos protocolos relativos aos Presidiários coube a mim realizar o trabalho de pesquisa (Oliveira, JBE, 2004), contribuindo na revisão bibliográfica realizada para obtenção da literatura relativa ao teste Palográfico e a sua fundamentação teórica. O Teste Palográfico tem a característica de ser uma prova de reação mental, sendo possível à aplicação, independente de características culturais individuais. Pela experiência sugere-se a aplicação em indivíduos com idade mínima de oito anos de idade, considerando a idade escolar já condicionado no manuseio de lápis e socializado nas relações do grupo e, de certa forma, a psicomotricidade estável, item que determina os níveis de comando e a reação psicológica. Da mesma maneira, sugere-se a aplicação do Teste Palográfico até a idade senil, média de 60 anos, relevando que nos dois limites de idade aqui apresentados os sujeitos poderão sofrer alterações grafológicas em função da presença dos hormônios alterados pelas glândulas em crescimento ou a deterioração física por conta da idade. 24 A técnica é atualmente um dos instrumentos de personalidade mais utilizados no Brasil pela riqueza das informações que oferece aos profissionais que o utiliza e pela simplicidade e facilidade de aplicação. Sua aplicação tanto pode ser individual como coletiva em pequenos grupos. (De acordo com parágrafo 1º do Artigo 13 da Lei nº 4119/62, este material é para uso exclusivo do Psicólogo inscrito no Conselho Regional de psicologia). Conhecer os colaboradores e saber como estão se comportando dentro de uma empresa é fundamental. Portanto, uma avaliação psicológica baseia-se na utilização de métodos que permite coletar dados, realizar estudos e interpretar as informações no que diz respeito aos processos e fenômenos psicológicos através procedimentos, técnicas e instrumentos de avaliação psicológica, dentre outros. Nas organizações é comum utilizar o Assessment Center, um conjunto de recursos para avaliação de potencial, outros de talentos, seleção e desenvolvimento de profissionais. Descobrir os profissionais mais qualificados para ocupar posições estratégicas nas organizações é sempre um desafio. Assessment é avaliação do perfil comportamental e, na Psicologia e Recursos Humanos, é a identificação e análise de competência, que são mensuradas com o suporte de entrevistas, testes e Inventários (Mapeamento Comportamental). O objetivo é conhecer a vocação e limitações pessoais, visando desenvolver Talentos e o aumento da produtividade e na prática pode ser organizado da seguinte forma. 25 Figura 6: (Oliveira, JBE,2020) Tipos de Assessment: Assessment Pessoal (Analisa traços comportamentais) Ex.: Testes de análise dos traços de Personalidade; People Analytics; Pin People); DISC um software aplicado através de um questionário online ..., que engloba questões relativas a características pessoais e comportamentos. Assessment Organizacional (Analisa influência na motivação e na produtividade do indivíduo). Ex.: Exame de Clima (Analisa o sentimento, a Percepção, Cognição e Sensação do colaborador); Exame de Cultura (Analisa a Forçado Grupo); Diagnóstico Organizacional (Analisa áreas de resistência as mudanças); Diagnóstico Organizacional (Analisa áreas de resistência as mudanças) Ex.: DTO (Diagnóstico Tipológico Organizacional); ADT (Inventário de Administração de tempo); entrevista por Competência. (Ou comportamental); Dinâmica de Grupo (Avalia as habilidades da pessoa por meio de jogos); Grafologia laboral (Técnica para identificação da personalidade do sujeito como traço, através da letra) Coaching Assessment (Mudança comportamental e Análise da Inteligência Emocional. É importante comentar que para quaisquer implantações de ações de gestão de recursos humanos estratégico, é necessário conhecer o Core Business da empresa ou, o proposito que dará a sustentação da saúde do negócio. Para tal, se 26 correlacionar o Assessment Center alinhado ao planejamento estratégico organizacional, a sua aplicação começa por aí, que vai implicar na avaliação das pessoas envolvidas nos objetivos da empresa. No entanto, o primeiro passo é conhecer as metas e objetivos em busca da vantagem competitiva do negócio. A segunda etapa é mapear as competências individuais e fazer os ajustes das competências atuais com as propostas, identificando o perfil através do mapeamento de competências talentos e utilizando dos testes psicológico e/ou instrumento de análise, como exame de cultura, exame de clima, etc., de modo a alinhar a personalidade coletiva, através da identificação da identidade do comportamento organizacional e personalidade individual, mediante avaliação psicológica das pessoas envolvidas, como resumido na figura 7 a seguir: Figura 7: (Oliveira, JBE, 2020) Em Siqueira (2008), no Livro “Medidas do Comportamento Organizacional – Ferramentas de Diagnóstico e de Gestão” e outros autores anônimos, os testes psicológicos existem desde a antiguidade e eram utilizados por gregos em processos educacionais para conseguir domínio em suas atividades intelectuais e físicas, mas não eram focados nas diferenças comportamentais. 27 Já no início do século XX, foram feitos testes que classificavam a idade mental de indivíduos conforme eles eram capazes de responder às perguntas da avaliação. Em 1912, esses testes foram sendo aprimorados e já durante a primeira guerra mundial, após aperfeiçoamentos, puderam ser utilizados dentro de escolas e aplicados pelos próprios professores. Após algum tempo surgiram testes que avaliavam a personalidade com o objetivo de medir características afetivas ou de cunho não intelectual do comportamento. A utilização deles visa avaliar o ajustamento emocional, as relações sociais, as atitudes, os interesses, a motivação, os hábitos, bem como possíveis alterações emocionais e conflitos internos de um indivíduo. Nas décadas de 60 a 80, no Brasil, as avaliações psicológicas foram, inicialmente, usadas com fins de orientar e selecionar profissionais, mas o país não investia muito nesse tipo de avaliação psicológica, adaptação e elaboração de testes. Nos anos de 90, houve mudanças que caracterizaram um maior enfoque desta área no país com a implantação de laboratórios nas universidades. Em 2003, esses testes foram regulamentados através da Resolução nº 2/2003 como uma resposta ao CFP (Conselho Federal de Psicologia), referindo-se à demanda que esses profissionais passaram a exigir e da própria sociedade, que devido ao uso indevido desses testes acabava prejudicada. Para Siqueira (2008), existe uma gama de testes psicológicos, mas os principais consistem em: Entrevista clínica: é um elemento central em testes psicológicos. As entrevistas costumam ter de 1 a 2 horas de duração e acontecem com mais frequência em consultórios clínicos. Ela éuma oportunidade que o psicólogo tem de coletar informações sobre a história pessoal da pessoa como, por exemplo, sobre sua família, etc. Avaliação do funcionamento intelectual (QI): o QI (quociente intelectual) é uma medida que avalia as competências cognitivas, ou seja, a inteligência de um indivíduo. Essa avaliação não mede a inteligência real da pessoa, mas componentes que cremos que possam ser importantes da inteligência através de testes de inteligência e avaliação neuropsicológica. O primeiro é mais comum de ser administrado, mas o segundo pode, em alguns casos, levar dias para ser concluído, pois é um método de avaliação muito mais amplo, que está focado em determinar tanto os pontos fortes 28 quanto os déficits cognitivos de um indivíduo e geralmente é realizado em pessoas que tiveram alguma disfunção, dano ou problema cerebral. Determinação da personalidade: esse teste ajuda o profissional a entender com mais clareza a personalidade de uma pessoa, visto que a personalidade é desenvolvida durante toda a vida de uma pessoa desde a sua infância até a idade adulta, combinando fatores complexos, sejam eles sociais, genéticos ou sociais. Avaliação comportamental: essa avaliação tem o objetivo de compreender o comportamento de um indivíduo e os pensamentos que o influenciam a tomar determinadas atitudes, possibilitando ao profissional mudar e/ou controlar um comportamento. Ainda para Siqueira (2008), a avaliação psicológica, enquanto medidas de comportamento e ferramentas de diagnóstico, tem sido um instrumento indispensável dentro de processos de seleção de pessoas, avaliação de potencial e sucessão, plano de desenvolvimento individual, seja através dos testes para identificar os aspectos individuais de seus colaboradores. As organizações têm investido cada vez mais nas áreas de recursos humanos (RH) e gestão de pessoas, bem como na crescente necessidade da utilização do testes psicológicos e outras técnicas para não psicólogos, como o Inventário de Administração do Tempo – ADT, que tem por objetivo levantar informações sobre a forma como as pessoas utilizam o seu tempo no trabalho; DTO- Diagnóstico Tipológico Organizacional, teste idealizado para que seja possível compreender as descrições de cargos e funções na linguagem própria da tipologia criada pelo psicólogo Carl Gustav Jung (1875/1961). Inteligência, Múltiplas Inteligências, Inteligência emocional e Aprendizagem: Antes, é necessário definir o que é inteligência e, após, partir para a análise de outras funções tais como as múltiplas inteligências, inteligência emocional e aprendizagem. Para a pedagoga Jussara de Barros no início dos anos oitenta, na Universidade de Harvard, Estados Unidos, o psicólogo Howard Gardner através de seus estudos entende que a inteligência humana é composta por partes de mesmo valor 29 importância.(https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/inteligencias- multiplasnovo-conceito-educacao.htm). A palavra inteligência tem sua origem na junção de duas outras palavras latinas, a palavra Inter (entre) e a palavra legre (eleger ou escolher), ou seja, é a capacidade de fazer a escolha melhor entre duas ou mais situações. Antes dessa descoberta, a principal teoria que tratava da inteligência era a de Alfred Binet, que criou um teste de inteligência que media o QI (quociente de inteligência), mas sua área de atuação se limitava apenas à matemática e à linguagem. As inteligências levantadas na pesquisa de Gardner saem dessas duas áreas e passam a ter uma área bem mais abrangente emocional, diferenciada de pessoa para pessoa, sendo elas: A inteligência verbal ou linguística aparece aos dois anos de idade, porém vai- se definindo ao longo da vida. As pessoas que possuem essa inteligência desenvolvida, mesmo sem ter passado pela escola, conseguem organizar suas frases de forma clara e objetiva. Normalmente são pessoas que gostam de ler, escrever, tem boa memória, ótima verbalização e sabem debater. Aparece mais em escritores, poetas e profissionais da área de publicidade e jornalismo. Se essa inteligência não é bem desenvolvida na infância, o indivíduo apresenta dificuldades na fala ou não se interessa por aulas de outros idiomas. Lógico-matemática, está presente em pessoas que podem enxergar as projeções geométricas, têm facilidade para solucionar problemas matemáticos, da área da informática, química ou física. Pessoas como mestres-de-obras, economistas, engenheiros e matemáticos a tem em evidência. A criança que se recusa a estudar matemática provavelmente não possui essa inteligência desenvolvida. Espacial, aparece em pessoas com bom sentido de localização, facilidade com mapas, gráficos e diagramas. As crianças que possuem essa inteligência costumam brincar com amigos imaginários. Está presente em arquitetos, navegadores, jogadores de xadrez e estrategistas. Normalmente não aparece em crianças que apresentam dificuldades em se localizar ou em descrever pequenos trajetos e evitam matérias como geografia. https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/inteligencias-multiplasnovo-conceito-educacao.htm https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/inteligencias-multiplasnovo-conceito-educacao.htm 30 Pictórica, ligada a pessoas com facilidade em se expressar através dos desenhos, pinturas e esculturas, cria imagens mentais. Os pintores, escultores e artistas plásticos possuem essa inteligência mais desenvolvida. Normalmente não aparece em crianças que dizem que não conseguem e não sabem desenhar. A inteligência musical está presente em crianças que se movimentam ao som de uma música como que obedecendo a ordens, pessoas que tem boa entonação de voz, ritmo, timbre e sensibilidade emocional à música. Aparece em compositores, músicos, maestros e cantores. As crianças que não a possui não distinguem sons altos de baixos e não conseguem fazer boa entonação da voz. Corporal-cinestésica é a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo inteiro ou parte do mesmo. Muito aguçada em bailarinos, jogadores de futebol e outros atletas, cirurgiões, artistas de circo e mecânicos. Precisa ser trabalhada quando a criança não consegue fazer atividades que exigem controle motor refinado, como amarrar cadarços, fazer o número quatro com seu corpo, etc. Naturalista é a inteligência das pessoas que se descobrem como parte integrante do mundo animal e vegetal. Pessoas que falam com as plantas, com animais e se percebem como folha da árvore desta floresta que é a vida. Não aparece em crianças com pouca criatividade. Interpessoal, é a maneira como construímos nossas relações com outras pessoas e a forma como nos sentimos completos quando em relação às mesmas. Podemos caracterizar em pessoas com sociabilidade, cooperação, capacidade de fazer amigos, comunicabilidade. Aparece em políticos, professores, líderes religiosos, conselheiros, vendedores, gerentes e relações públicas. Quando a criança não a tem desenvolvida, torna-se muito tímida e se isola das outras. Intrapessoal, é a inteligência da autoestima, do autorrespeito e da auto- aceitação, ou seja, é a maneira como a pessoa se vê, como conviver com suas limitações e potencialidades. Aparece em pessoas otimistas, que respeita seus valores morais e princípios. Aparece em psicólogos, filósofos, romancistas, gurus e místicos. Crianças exageradamente egoístas não conseguiram desenvolvê-la. Dando um enfoque maior a inteligência Interpessoal, nós vivemos em sociedade, e para tal devemos ter habilidade de conviver bem com outras pessoas. Ela está ligada às nossas habilidades sociais e de relacionamento. 31 Para Minicucci, (2001), uma pessoa de forte inteligência interpessoal tem maior habilidade para entender as outras pessoas, suas emoções, necessidades, motivações e intenções. Sabecomo se relacionar com elas de forma que se cria um ambiente favorável para a relação. Dessa forma, é uma pessoa que consegue gerenciar suas relações com mais efetividade. Tem facilidade para conquistar amigos e habilidade para lidar com pessoas difíceis, tendo como, característica a extroversão e bom As pessoas com habilidade interpessoal consegue expressar seus desejos e vontades com clareza e sem ofender ou conquistar antipatia dos outros. Enfim, as relações humanas podem ser tratadas como pano de fundo para uma organização eficaz, ou seja, pode ser medida no nível dos resultados das ações de colaboradores e seus líderes. Em termos gerais, queremos ser eficazes ao ser adequado para atingir um objetivo, alcançando o resultado pretendido ou esperado e, eficientes quando a tarefa é executada da melhor maneira possível, com o menor desperdício de tempo, esforço e recursos, ambos sinônimos de produtividade. Para alguns autores a produtividade é a capacidade de fazer mais utilizando cada vez menos recursos e em menos tempo. Sendo vista por muitos como o ato de minimizar de forma científica o uso de recursos materiais, mão de obra, máquinas e equipamentos. A produtividade tem como objetivo principal estimular o trabalho e a busca por melhores resultados, com isso auxiliando para o crescimento da empresa em sua totalidade. Os Líderes e suas equipes de empresa devem saber que a equipe é a alma do negócio, portanto uma equipe bem estruturada, que saiba produzir e ser produtiva é o que vai fazer os resultados chegarem mais rápido. Por isso o diálogo constante e a capacidade de desenvolver relações humanas saudáveis estabelece um ambiente produtivo e feliz. No livro texto Psicologia Positiva (Oliveira, JBE, UNIP,2019), para organizamos nossas emoções e atingir o equilíbrio; felicidade e bem-estar, depende dos filtros subjetivos através de nossos sentidos, que ao serem permeados pelos filtros objetivos através das forças do grupo, sejam valores; Crenças; Memória e estímulos interagem com nossas reações mentais, formadas pela representação interna e externa. https://www.evolucaopessoal.com.br/gestao-de-conflitos-como-lidar-com-gente-dificil 32 As informações produzem conhecimento singular através da percepção, como vemos; Sensação, como sentimos e a Cognição, como entendemos, incorporando na nossa mente. Para Kamei (2018), a psicologia positiva vai além de neutralizar o sofrimento humano, pois é possível ajudar e prover felicidade, diferente de diminuir a infelicidade. A psicologia positiva, definida anteriormente, é um novo campo da psicologia, que teve sua origem nas teorias da psicologia humana de Abraham Maslow e desenvolvida pelos psicólogos Martin Seligman e Mihaly Csikszentmihalyi. Nas décadas de 1960 e 1970. Enquanto a psicologia tradicional da atenção à doença mental, psicologia anormal, trauma, sofrimento e dor, a psicologia positiva foi dedicada à felicidade, bem- estar, excepcionalidade, forças e prosperidade. A psicologia positiva redefine o modelo de curar as doenças mentais, e passa a desenvolver condições mentais de tornar a vida feliz. A psicologia organizacional positiva valoriza o ambiente social para o comportamento humano, integrando a pessoa ao ambiente organizacional, por entender que esses ambientes são significativos na vida das pessoas. Para Golemanl Daniel (1997), em Inteligência Emocional, ao analisar a parte neurofisiológica, a Inteligência emocional replica em um conceito relacionado com a chamada "inteligência social", presente na psicologia. “Um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas emoções com mais facilidade. Uma das grandes vantagens das pessoas com inteligência emocional é a capacidade de se auto motivar e seguir em frente, mesmo diante de frustrações e desilusões. (Goleman1997) ” Entre as características da inteligência emocional está a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas e motivar as pessoas, além de outras qualidades que possam ajudar a encorajar outros indivíduos. O "controle" das emoções e sentimentos, com o intuito de conseguir atingir algum objetivo, atualmente, pode ser considerado com um dos principais trunfos para o sucesso pessoal e profissional. Por exemplo, uma pessoa que consegue se concentrar no trabalho e finalizar todas as suas tarefas e obrigações, mesmo se sentido triste, ansiosa ou aborrecida. 33 A inteligência emocional, para grande parte dos estudiosos do comportamento humano, pode ser considerada mais importante do que a inteligência mental (o conhecido QI), para alcançar a satisfação em termos gerais. (Disponível em pesquisa da em 09/08/2019: https://www.significados.com.br/inteligencia-emocional/) Em outro estudo de Goleman (2011), numa abordagem sobre inteligência emocional, considerada como teoria revolucionaria ao redefinir a inteligência define como: “...a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos, e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos...” Nessa direção, o autor dá sentido à Inteligência Emocional ao abranger cinco áreas específicas, que dizem respeito ao: “ Autoconhecimento Emocional, que é a capacidade de reconhecer um sentimento quando ele ocorre; Habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, adequando-os a cada situação; Automotivação, que consiste em motivar-se e dirigir as emoções a serviço de um objetivo, mantendo-se focado neste; Reconhecimento das emoções de outras pessoas; Habilidades nos relacionamentos interpessoais” Da mesma forma que o empreendedor para manter o ponto de equilíbrio entre o que gasta e o que ganha, o ser humano também deve estabelecer o ponto de equilíbrio entre a lógica e a emoção ou, a inteligência emocional, ambos em direção a produtividade, analisado especificamente sobre o aspecto condição humana, visto a seguir na figura 8: http://www.ibccoaching.com.br/portal/blog/automotivacao-fator-fundamental-em-sua-carreira/ 34 Figura 8: (Brian Kolb/ Ian Q. Whishaw,2002, em Neurociência do comportamento, adaptado por Oliveira, JBE,2020) Nessa análise é possível fazer a correlação entre os hemisférios cerebrais e a produtividade com foco na performance e a atividade laboral e pensar na produtividade, quando tem na eficiência a lógica (Conhecimento, Experiência e a interpretação dos fatos através da percepção, sensação e cognição) e não basta produzir, tem que ter qualidade, ou eficácia (Vocação, Atitudes e Motivação), torna-se complexo manter esse equilíbrio se não estabelecer um ambiente satisfatório e positivo, no que tange ao emocional, papel dos psicólogos organizacional, da mesma forma, trabalhar na condução dos colaboradores aos processos de transição e mudança, tão essencial nas questões que envolve inovação no cenário contemporâneo. Em Oliveira, JBE (2006), O Trabalho na velhice e novas possibilidades, ao citar Negrão, I. C. A. (Trevisan & Castro, 2002) consideramos que a relação aprendizado e as formas de mudança, estão sustentadas em quatro pilares: “.... Aprender a conhecer: estabelecer pontes entre os diferentes saberes e sua significação para a vida cotidiana e capacidades interiores; aprender a fazer: É o aprendizado de criatividade. A autora apresenta como aspecto importante, a criatividade para substituir o tédio que padecem tantos seres humanos que, para prover suas necessidades, são obrigados a exercer uma profissão em desacordo com sua predisposição interior. Aprender a conviver: acatar as normas que regem as relações entre os membros de uma 35 coletividade. Aprender a ser: Condição imprescindível para aliviar tensões subjetivas, muitas vezes geradas por parcelas da sociedade, causadoras da inibição do aprendizado...”. Destemodo, encontramos nas Teorias do psicólogo Vygotsky, o entendimento dos processos de transformação no desenvolvimento humano, em sua dimensão filogenética, histórico social e ontogenética. Vygotsky aprofundou-se nos mecanismos psicológicos superiores, típicos da condição humana: controle consciente do comportamento, atenção e lembranças voluntárias, memorização ativa, pensamento abstrato, raciocínio dedutivo, capacidade de planejamento, etc. A aprendizagem de novos valores, é explicada pela transformação dos processos elementares, ou seja, dos habituais na vida do sujeito para os mais complexos como as novas habilidades. Em Rego (2002), através das teorias de Vygotsky, resume as principais idéias deste psicólogo: “...A Relação indivíduo/sociedade: Vygotsky afirma que as características tipicamente humanas não estão presentes desde o nascimento do indivíduo, nem são mero resultado das pressões do meio sócio-cultural. Ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o meio para atender suas necessidades básicas, transforma-se a si mesmo; as funções psicológicas: especificamente humanas, se originam nas relações do indivíduo com seu contexto cultural e social. Desta forma novas habilidades se desenvolvem através do inter-relacionamento, ou alteridade. A base biológica: o cérebro é o órgão principal da atividade mental, ele é mutável e não fixo. Portanto, é possível a (re)socialização e a existência das as novas habilidades, bem como, é passível de alterar o processo cognitivo e afetivo. A mediação: está presente em toda atividade humana. A comunicação tem papel de destaque no processo do pensamento e aprendizado, dados os valores, ferramentas e signos valorizados nos conceitos da cultura humana. A comunicação é um processo de aprendizado, logo, um processo de mudança comportamental, lembrando Habermas (Cohn, 1993), e Markert (2004) ...”. Do ponto de vista psicológico não se pode falar em cognição e percepção sem falar em emoção, desta forma as estruturas do encéfalo ligadas à memória estão diretamente associadas a fenômenos afetivos e da motivação. 36 As funções cognitivas e perceptivas, é entendida como a capacidade de processar informações e de reagir ao que percebemos, no mundo e em nós mesmos. Todos os seres humanos apresentam características em comum, ou seja, desde que nascemos às informações são processadas conforme nossa experiência passada. A forma como reagimos a determinadas situações varia de pessoa para pessoa, de cultura para cultura. Gestão por Competência: Competências Organizacionais, Competências do Cargo e Competências do Colaborador Numa abordagem do psicólogo McClelland, D. (1973): “Testing for competence rather than intelligence” (Tradução: “Teste de competência em vez de inteligência”), o professor FARAH.F (2021) no texto: Competência, um conceito indispensável, cita Mc Clelland, trazendo o conceito de competência que começou a adquirir novos significados e a importância que tem hoje, a partir de estudos feitos por McClelland no início de década de 70, quando participativa de processo de seleção de pessoal para Departamento de Estado americano. Foi o próprio McClelland, pioneiro em pesquisas e estudos de avaliação de competências, que disse, nessa oportunidade, que se estava iniciando a aplicação do conceito de competência em psicologia. Nos tempos atuais, o conceito de competência está mais forte e ampliado, sendo aplicado a requisitos e atributos pessoais, assim como há diversos aspectos empresariais e organizacionais: estratégia, operação, tecnologia, gestão, negócios e outros. McClelland desenvolveu e aplicou uma técnica especial para destacar as variáveis de comportamento que explicassem por que determinados diplomatas do Departamento de Estado tinham sucesso, e outros não, em suas difíceis missões em países onde havia forte rejeição à presença dos EUA. Os resultados dessa pesquisa indicam claramente diferenças de habilidades, aptidões e atitudes entre os melhores embaixadores e os medíocres. A identificação dessas características pessoais que faziam diferença no resultado das ações desses dois grupos permitiu a McClelland e sua equipe: Propor e enfatizar um novo conceito para competência; 37 Confirmar suas suposições relativas às limitações dos testes tradicionais para identificar e avaliar competências, bem como o fato de discriminarem grupos sociais diferenciados; Propor novos métodos e critérios de seleção e avaliação de pessoal. A palavra Competência tem sido objeto de diferentes enfoques, dependendo da abordagem conceitual dos estudiosos. O interesse primordial de um enfoque pela Competência, para todos os estudiosos, é que ele permite concentrar a atenção sobre a pessoa mais do que sobre postos de trabalho ou cargos. Possibilitam, associar as qualidades requeridas do indivíduo e as formas de cooperação, características dos novos modelos produtivos de gestão. Nesse sentido, arriscamos redefinir o conceito de competência a partir que essa parte do princípio que o indivíduo é responsável pela sua inteligência e experiência em desenvolver ao longo da vida as suas habilidades (Lembro que as habilidades o indivíduo nasce com ela e Competência é desenvolvida ao logo da vida) Assim, a sigla que define Competência: CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude), modificamos para CHAI, ou seja: Conhecimento emancipatório (Não alfabetismo funcional mais Experiência e aprendizado para superar obstáculos); Habilidade (Vocação) Atitude (Equilíbrio Emocional) Interesse (Motivação: reação mental de engajamento) Para muitos, dizer que alguém tem competência significa que ele é qualificado para exercer determinada posição, é ter Talento. Na definição tradicional de qualificação, proposta por Zarifan (2001) havia duas formas de abordagem: A qualificação como pré-requisito para o emprego, isto é a capacidade de alguém vir a ocupar uma posição profissional. Neste caso, o emprego é qualificado e dotado de tecnologia, complexidade, nível de responsabilidade..., enquadrado em sistemas de remuneração e classificação, de um certo nível e coeficiente. Assim, o indivíduo apenas se amolda ao esperado, gerando estagnação, e impossibilitando a transformação dos cargos, dos sistemas existentes e da própria organização. A qualificação se define pelos “saberes” das pessoas. Uma pessoa pode ser especialmente dotada, porém não são todos os saberes que serão pertinentes ao seu trabalho e à própria estrutura da empresa. 38 O modelo de competências proposto por Zarifian (2001), conceitua competência em duas dimensões: “A capacidade de atuar em face de situações organizacionais, em parte imprevisíveis, considerando, portanto, que é competente aquele que apesar de toda a prescrição de seu trabalho, sabe dominar uma nova situação e agir. O reconhecimento como “expert” pelo julgamento dos outros, considerando que é competente aquele que demonstra saber e que mostra na prática; que possui o gabarito necessário, e é alguém em quem se pode confiar”. Pode-se ver nestes dois casos que não é somente a bagagem de conhecimento em si, mas a experiência e autonomia manifesta no domínio de situações e reconhecimento pela própria organização. A competência, portanto, não é somente uma qualificação, mas o sentido de valor e de projeção dentro do contexto organizacional, alinhado as competências organizacionais e/ou ao Core Business (“A saúde da Empresa”). Nessa direção a competência é alicerçada na aprendizagem, no sentido que, aprender é um processo que faz com que a experiência que ocorreu no passado, seja reinvestida na resolução de problemas novos. Sendo assim, resumimos em única análise (Figura 9) ao reunir a reprodução social, o desenvolvimento de novas competências ao longo do desenvolvimento humano na trajetória de vidae o processo de neuroplasticidade numa visão de adaptação ao ambiente diante das necessidades. Figura 9: (Oliveira, JBE,2020) 39 Na pesquisa de Hubernan (2000), explicada no livro O ciclo de vida profissional dos professores, investiga um grupo de estudo, ao longo da trajetória do profissional docente, os professores vivenciam o “Ciclo de vida profissional” organizado em fases que expressam como é a inserção do professor na carreira, seus medos, suas dúvidas, suas angústias e seus questionamentos que marcam essa etapa. O decorrer desse ciclo, é marcado por fases que evidenciam a distância entre as ideias e as realidades que surgem, o sentimento de libertação e pertença, sensação de rotina e motivação elevada. E o encerramento desse ciclo é marcado por sentimentos como serenidade, conformismo e menos sensibilidade a avaliação dos outros. O autor ressalta que não há uma linearidade entre as etapas e que elas não são estáticas; sendo assim, os professores estudados puderam expressar, ao mesmo tempo, características de etapas diferentes, pois o tempo e a forma como cada um vivenciaram essas etapas são influenciados por fatores diversos. É preciso considerar também a singularidade que é trazida por cada professor em sua bagagem sociocultural e as influências que o ambiente de seu trabalho exerce sobre ele. Com base na pesquisa de Michael Huberman (2000), podemos correlacionar com as demais categorias profissionais, no que tange a escala de aprendizado e experiências adquiridas ao longo da trajetória do desenvolvimento profissional, quando adquire novas competências Assim na figura 10, de forma resumida e seguindo o referencial teórico autor, propomos uma análise na linha do tempo versus a condição humana: 40 Figura 10: (Huerman, 2000, adaptado por Oliveira, JBE,2018) Em decorrência a esta linha do tempo proposto por Huberman,2000, O leitor pode verificar que seguindo a linha ascendente , correlacionando ao processo de desenvolvimento profissional na linha vertical e na linha horizontal, o desenvolvimento humano e aprendizado, ao logo dessa trajetória, a pessoa desenvolve novas competências diante do processo de adaptação ou neuroplasticidade , cuja característica do cérebro permite a adaptação e usos das diferentes competências adquiridas ao longo da vida. Ao fazer uma analogia com as competências organizacionais, o processo é o mesmo, quando essa empresa ao longo de sua existência adquire nas competências, que permite a sua evolução, inclusive a sua adequação as crises no seu ciclo de vida, que arriscamos em chamar de Administração por Resiliência ou competências, que. O processo ontológico, ou seja, o “estudo do ser”, que consiste em uma parte da filosofia no estudo da natureza do ser, a existência e a realidade no processo de adaptação ao meio, tem na a atividade humana transformação da natureza nos bens necessários, é chamado pelo filósofo Lukács (1978) por reprodução social, na (In Lessa,2002), analisado no Modulo I deste livro. Portanto, a existência social é incompatível sem o desenvolvimento de novas competências. 41 Para nós, “A essência das novas competências, está na mediação entre a nossa vontade e os objetivos a serem atingidos, superando os obstáculos, incluindo sempre o aprendizado e a experiência da pessoa “ (Oliveira, JBE, 2015). Diante da Reprodução Social, definida como o processo de constante renovação da produção material e cultural dos seres humanos, processo da reprodução econômica e pelo interesse da classe dominante em manter a ordem social, “ocorre a socialização de novas relações e competências, através da plasticidade cerebral, aprendizado, mudanças no ambiente e novas habilidades. ” (Alain Berthoz, 2003). Dessa forma podemos definir competência como: “…um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos, que permitem ao indivíduo desempenhar com eficácia determinadas tarefas, em qualquer situação. O perfil de competências é o diferencial competitivo de cada pessoa ou profissional. (Oliveira, JBE,2018) ...”. Em RICCA (2007), no livro Sucessão na empresa familiar: conflitos e Soluções, OLIVEIRA, JBE (2007, cap. 8, pág. 121), fazemos um estudo sobre a (Re) modelagem da empresa familiar na era da competência, citando que: “...erroneamente o administrador preocupa-se apenas com o estágio de declínio da empresa, esquecendo de que o dinamismo do sistema não está apenas nessa fase, mas em todos estágios do ciclo de vida. O monitoramento do sistema é a melhor maneira ferramenta do gestor, apoiado por um plano de ação decorrente de mapeamento de competências (Oliveira, JBE,2007, Cap. 8, pág. 121) ...” Alguns conceitos vistos por Zarifian (2001): Competências essenciais: Competências e atividades mais elevadas, no nível corporativo, que são a estratégia da empresa. Competências distintivas: Competências e atividades que provêm vantagens competitivas. Competências organizacional: Competências coletivas associadas às atividades-meios e às atividades – fins. Competências individuais: Competências que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. Mapeamento Competências: Um processo de investigação que visa descobrir os "conjuntos de comportamentos que levam a um resultado 42 melhor”, ou seja, consiste na pesquisa e definição de quais CHAIV são necessários para cada função ou cargo, assim como a importância dos mesmos para a empresa, quando do ajuste das competências, utilizando das ferramentas de gestão de pessoas, propostas para atingir as metas organizacionais. Para melhor compreender todo esse processo alinhado a gestão e desenvolver as nossas reflexões, encontramos a melhor definição de Gestão por Competência, traduzida por um autor desconhecido, como: “... É um modelo de gestão de pessoas que se baseia em identificar quais são as habilidades organizacionais críticas para o sucesso do negócio, transforma-las em competências profissionais e desenvolve-las nas equipes” (Site disponível em blog.sigecloud.com.br/) Temos para nós, pelo que temos pesquisado e comentando ao longo deste módulo, a Gestão por Competência deve estar alinhada ao plano de negócio e a saúde da empresa (Core Business) e, para tal, é um processo de aprendizado que deve criar um novo DNA na empresa ou, o alicerce de uma identidade organizacional, formado pela Missão, Visão e Valores. Nesse sentido, entendemos ser um modelo de Gestão por Competência que deve ser desenvolvido na organização através da Gestão do Conhecimento, cujo processo corporativo está focado na estratégia organizacional, como desenhamos na figura 11: 43 Figura 11: (Oliveira, JBE, 2019) Aqui representamos nossas ideias partindo de supostas ações envolvidas ao longo de todo processo de implantação da gestão por Competência e, como falado anteriormente, é tratado como um modelo de gestão de pessoas. A primeira análise é o que abrange um capital humano, termo que surgiu na década de 1950, criado pelo economista americano Theodore W. Shultz, (Kelniar, Lopes, Pontili,2013) para designar o conjunto dos conhecimentos dos colaboradores de uma empresa e de suas habilidades para desenvolver atividades que agreguem valor econômico à organização. Para gestão do capital humanos, deve estar alinhado a identificação de perfis adequados e, dessa formar reter talentos; fortalecer o intercâmbio entre as competências do colaborador com as competências da organização e clientes; Desenvolvimento de pessoas, na ótica da educação e treinamento. Outra condição é desenvolver nos seus colaboradores as práticas criativas, resultado que a modernidade busca nos perfis de contratação o candidato empreendedor individual. Além de que, o aprendizado organizacional
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