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Título Original: How to Study Effectively por Guy Montrose Whipple
Copyright© Editora Letras
1ª edição em português: janeiro de 2015
ISBN da versão digital: 978-85-66209-19-8
Todos os direitos reservados em língua portuguesa por:
Editora Letras
Caixa Postal 396
CEP: 85857-970
Foz do Iguaçu - PR
www.editoraletras.com
Tradução: Rodrigo Silva
Revisão: Karina Silva
Capa e Diagramação: EL Publicações LTDA
INTRODUÇÃO
Há não muito tempo fui convidado por um grupo de estudantes do Ensino
Médio para apresentar-lhes algumas sugestões sobre técnicas de estudo,
com a ideia de que um melhor conhecimento dos métodos pelos quais o
trabalho escolar poderia ser preparado pudesse aumentar a sua eficiência
como estudantes. Uma pesquisa da literatura disponível parece justificar a
conclusão de que, apesar da existência de uma série de livros sobre a arte do
estudo, ainda havia espaço para outro tipo de tratamento que deveria ser
limitado ao estabelecimento direto de uma série de regras ou máximas, com
comentários explicativos apenas o suficiente para torná-los inteligíveis e
úteis para as necessidades dos alunos do Ensino Médio ou Superior. Julgo
que muitos alunos de nossas escolas e faculdades não estão trabalhando nas
melhores condições possíveis, e ficariam felizes em aumentar a sua
eficiência, se soubessem como fazê-lo. As regras que se seguem destinam-
se a ajudar esses alunos. A maioria das sugestões também podem ser
proveitosamente tidas em mente pelos professores do Ensino Fundamental,
cuja atividade deve ser de, o mais cedo possível, desenvolver bons hábitos
de estudo nos seus alunos.
Embora seja verdade que muito do que é ensinado na escola seja calculado
para apelar diretamente aos interesses inerentes dos estudantes, provocar a
sua curiosidade, e desafiar a sua atenção, é igualmente verdade que a
maioria dos estudos é um trabalho real, e que a maioria dos meninos e
meninas têm que adquirir a arte de estudar, do mesmo modo que têm de
adquirir muitos outros hábitos e habilidades necessárias para o sucesso na
vida. Além disso, as condições que existem em muitas escolas de Ensino
Fundamental são, infelizmente, como que para promover apenas o tipo mais
superficial de estudo, dar um prêmio sobre o mero memorizar de palavras,
tolerar uma atenção inconstante e mal sustentada e evitar o duro trabalho
intelectual. Os alunos, tanto do Ensino Médio quanto universitário, têm
estudado, é verdade, há anos, mas muitas vezes não chegam a estudar de
forma eficiente, pois não formaram hábitos corretos de trabalho mental e,
na verdade, nem sabem sobre como desenvolver um método ou plano
adequado para esse trabalho. Eles são muitas vezes incapazes de reconhecer
como tal, os problemas colocados diante deles, e não têm ideias claras
quanto aos métodos pelos quais os problemas devem ser resolvidos. Nem
sabem perfeitamente como lidar com essas “lições” que devem ser
“aprendidas” mais ou menos literalmente. Por “estudar”, refiro-me à
“assimilação das aulas”, assim como aprender uma lista de palavras, sua
ortografia, bem como estudar no sentido de resolver os problemas e fazer
um exame investigativo e uma pesquisa crítica de um tema.
No que se segue, não proponho nenhum remédio universal para esses
males. As diferenças fundamentais entre crianças obtusas e crianças
brilhantes continuarão se elas forem ensinadas a estudar ou não. Nenhum
esquema de instrução irá levar todos os alunos ao mesmo nível de
proficiência. Mas a proficiência de cada aluno pode ser aumentada
ensinando-os a usar mais habilmente o cérebro que tem. Assim, Breslich¹
por exemplo, mostra que só estudar na escola é um ponto fraco, mas que
sob cuidadosa supervisão, esses alunos podem ser levados a conseguir um
desempenho maior se autorizados a estudar na escola sem supervisão, além
de uma hora diária em suas casas. Admitindo que esses resultados sejam
típicos, quanto tempo de estudo bons alunos devem ter desperdiçado?
Eficiência é a palavra de ordem da vida industrial moderna. E em última
instância, a escola é uma espécie de fábrica cerebral. O material é
encontrado no objeto de vários estudos e nas operações mentais dos seus
alunos. Estudar é o método pelo qual o objeto é convertido em ideias que
devem ser eficazes na vida posterior dos alunos e pelo qual, ao mesmo
tempo, as capacidades mentais dos estudantes são exercitadas e treinadas. É
seguro dizer que a falta de orientação e estudo direto é o ponto fraco em
toda a máquina educativa. Há mais do que uma analogia fantasiosa no
paralelo entre a gestão científica na indústria moderna e o controle da
técnica de estudo na escola moderna. A eliminação de “resíduos inúteis” na
fábrica deve ser acompanhada pela eliminação de “resíduos inúteis” na
escola. A principal fonte destes resíduos encontra-se no processo de estudo.
REGRAS
1. Mantenha-se em boa condição física.
Sua eficiência mental depende da eficiência do seu sistema nervoso central.
Ele, como qualquer outra parte do seu corpo, sofre com exercícios
inadequados, sono insuficiente, alimentos mal digeridos ou se você ficar em
ambientes mal ventilados.
Sono: A maioria dos alunos dorme menos do que deveria. A partir das
médias das seis melhores autoridades no assunto, podemos recomendar
o seguinte tempo de sono:
IDADE HORAS
6 12,3
7 11,5
8 11,2
9 11
10 10,5
11 10,2
12 9,8
13 9,6
14 9,25
15 9
16 8,75
17 8,5
Exercícios: Lembre-se que os exercícios e jogos, particularmente na
forma de recreação ao ar livre, são importantes não apenas para
garantir força e habilidade, mas também para estimular os sistemas
digestivo, circulatório e excretor e para tornar mais ativo o
fornecimento de nutrientes e a remoção de resíduos inúteis. Além disso,
o exercício realizado sob circunstâncias agradáveis oferece um antídoto
útil para o cansaço mental e para a monotonia.
2. Remova ou trate as debilidades físicas que, muitas vezes, dificultam a
atividade mental, tais como: problemas de visão, audição, problemas nos
dentes, adenoides e respiração nasal obstruída.
Visão: Aproximadamente 15% das crianças do Ensino Fundamental
têm problemas de visão. No Ensino Médio e Superior o percentual é
ainda maior. Consulte um oftalmologista, se você tiver dificuldade em
enxergar claramente os objetos a certa distância (como as palavras na
lousa), ou se tiver dor ocular, espasmos ou inflamação nas pálpebras,
dor de cabeça, irritabilidade, dispepsia nervosa e sintomas semelhantes
após ler algo muito de perto, mesmo que você enxergue a página
impressa com bastante clareza.
Dentes: Os problemas nos dentes afetam seriamente o trabalho dos
alunos, uma vez que:
(A) A mastigação é inadequada;
(B) As cavidades negligenciadas criam um terreno fértil para dezenas
de bactérias (incluindo os germes de doenças infecciosas graves, como a
difteria e a tuberculose);
(C) O pus que se desenvolve, com frequência, encontra caminho para
dentro do canal arterial e digestivo e, assim, derrama no corpo milhões
de germes nocivos que produzem outras doenças, como catarro
intestinal, anemia, diminuição da vitalidade e outros distúrbios gerais
que não parecem estar de forma alguma relacionados com os
problemas nos dentes;
(D) A dor de dente age diretamente tirando a atenção e indiretamente
induzindo a várias irritações nervosas reflexas. Quando consideramos
que 90% das crianças em idade escolar têm um ou mais dentes com
problemas, a total perda da eficiência no trabalho escolar atribuível a
essa única causa é verdadeiramente alarmante.
Adenoides: As adenoides são aumentos do tecido esponjoso na parte
superior da garganta, onde esta se encontra com as passagens nasais.
Elas são diagnosticadas em cerca de 10% das crianças em idade
escolar, especialmente dos 3 aos 16 anos de idade. As adenoides
interferem na respiração, entopem a tuba auditiva e, assim, induzem à
dificuldade de audição, respiração bucal, ronco, projeção dos dentes,
crescimento corporal prejudicado e o desenvolvimento imperfeito dos
ossos do nariz e da mandíbula. Em algumas pessoas pode causar uma
espécie peculiar de lentidãomental, ou intelectual, com incapacidade de
controlar e dirigir a atenção por muito tempo a uma tarefa mental
difícil. Elas podem ser removidas por uma operação relativamente
simples e com resultados maravilhosamente benéficos para o corpo e
para a mente.
3. Examine se as condições externas de trabalho – luz, temperatura,
umidade, roupas, cadeira, mesa, etc. – são favoráveis ao estudo.
Um lugar tranquilo, que seja razoavelmente livre de interrupções e de
conversas que distraiam é muito importante. Muitos alunos fazem seu
trabalho de casa em condições que estão longe das ideais. O estudo, pelo
menos quando se está começando, exige atenção ativa. Com o intuito de
captar a atenção sobre o trabalho, ela deve ser retirada de outros assuntos.
Cada acontecimento no lugar em que você está estudando quer a sua
atenção. Uma parte da energia que você exerce no atendimento ao seu
trabalho tem de ser gasta para deixar essas distrações de lado. Obviamente,
se puder trabalhar em uma sala onde esses ruídos sejam reduzidos, você irá
ganhar mais energia para se dedicar às suas tarefas.
Conforme você amadurece, sua capacidade para dirigir todas as suas
energias sobre o seu trabalho mental, e até mesmo contra as distrações, deve
aumentar. Um profundo filósofo no meio de suas meditações nunca iria
notar os pequenos barulhos e movimentos que, imediatamente, distraem a
atenção da criança do jardim de infância. A diferença entre a criança e o
filósofo é, em grande parte, uma questão de grau – de quanta pólvora, como
alguém expressou, teria que ser explodida sob sua cadeira para destruir a
sua linha de raciocínio. Acostumar-se com as distrações é uma coisa boa de
se adquirir, e naturalmente já existe um grande número delas, de modo que
você não necessita, deliberadamente, se colocar em condições que
aumentem esse número.
A luz nunca deve ser projetada diretamente em seus olhos. Não fique em
frente a uma janela ou parede muito iluminada. Não deixe uma luz artificial
suspensa na altura de seus olhos, a menos que eles estejam protegidos por
uma viseira ou que haja um anteparo adequado na lâmpada. A iluminação
também não deve estar orientada de maneira a ser refletida diretamente do
papel ou dos livros para os seus olhos. A direção deve ser
predominantemente de cima para baixo, sobre a escrivaninha, a partir de um
ponto à frente e à esquerda de seu corpo, a fim de que as sombras não sejam
projetadas sobre o seu trabalho, por sua cabeça ou por sua mão (em pessoas
destras). Para a leitura, quando estiver com o livro em suas mãos, a luz pode
ser colocada acima e um pouco atrás, se à direita ou à esquerda é
indiferente. Uma iluminação ideal para uma escrivaninha à noite pode ser
conseguida por uma única pequena lâmpada sob um refletor opaco,
posicionado de forma que cubra a mesa com a luz, mas seja invisível aos
olhos. Apagar as luzes do restante da sala é relaxante e ajuda a concentrar a
atenção sobre o trabalho, ao diminuir as distrações.
Uma temperatura entre 18° e 20° C é tida como a mais favorável para a
maioria das pessoas. Acima de 21° C, particularmente sob aquecimento
artificial, a ruborização da face, dores de cabeça e outros sinais de
desconforto tendem a aparecer. Esse desconforto geralmente é mais uma
consequência da baixa umidade do que da alta temperatura. Por isso, no
inverno, qualquer tipo de dispositivo que adicione umidade ao ar
(evaporação da água em panelas levadas ao fogo, vaporizadores elétricos,
etc.) diminuirá a falta de umidade, muitas vezes superior ao do Deserto do
Saara, e dará conforto à pele e às membranas mucosas do corpo. Estudos
experimentais recentes também mostram que manter o ar em movimento
usando ventiladores irá remover o desconforto sentido em salas mal
ventiladas.
Roupas justas, particularmente apertadas na região do pescoço, interferem
diretamente no trabalho mental pelo seu desconforto e, indiretamente, ao
impedir a respiração e a circulação. Um colarinho apertado impede o fluxo
de sangue venoso a partir da cabeça e tende a ruborizar o rosto, aumentando
a pressão sanguínea nos olhos e no cérebro.
A mesa e a cadeira de estudo devem ter uma altura que atenda às suas
necessidades. Uma mesa muito baixa estimula o encurvar dos ombros para
frente, um peito contraído e uma cabeça congestionada. Uma mesa muito
alta é desconfortável para os braços e também aproxima muito o trabalho de
seus olhos. Fazer testes, especialmente com a altura da cadeira em relação à
mesa de trabalho, fará uma diferença maravilhosa no conforto com que o
estudo pode prosseguir.
O modelo de sua mesa deve ser tal que disponha as várias “ferramentas” de
estudo convenientemente diante de você. Mantenha essas “ferramentas” de
estudo (lápis, borracha, régua, canetas, livros, dicionários, estojos,
cadernos, blocos de papel e afins) em bom estado e facilmente ao alcance
quando você as quiser, mas fora do caminho, quando não mais precisar. Os
estudantes do Ensino Médio e universitário, que puderem, devem comprar
um computador, com uma mesa simples, e usá-lo o máximo possível em
seus trabalhos. Um suporte para manter livros pesados (como dicionários),
em um ângulo de leitura de 45°, é outro dispositivo útil para a mesa.
4. Crie o hábito de estudar em um lugar determinado.
Reserve um lugar especial para estudar, uma escrivaninha particular, uma
cadeira determinada. Estude sempre lá, a menos que condições especiais
garantam que você possa fazer isso em outro lugar.
Não se permita fazer qualquer outra coisa neste lugar em particular. Nunca
descanse ou leia romances ou jornais na cadeira dedicada ao estudo.
Esse conselho, embora possa parecer, não é de maneira nenhuma algo
forçado. Uma vez que se tenha este lugar de estudo estabelecido, você só
precisará ir até ele para começar a estudar.
5. Crie um tempo regular de estudo.
Quando o estudo segue uma programação regular, pode-se descobrir um
cronograma natural para o mesmo. Para a maioria das pessoas há uma
vantagem real em fazer o trabalho mental com a ajuda de um cronograma,
reservando determinados períodos de tempo e seguindo-os com afinco. Em
primeiro lugar, isso fará com que você não fique atrasado no seu trabalho. E
em segundo, uma nova tendência será formada em sua mente, a de fazer
com que o trabalho mental seja transformado em hábito.
Se esse hábito de tempo de estudo deve ser bem específico, ou seja, se um
determinado assunto deve ser sempre estudado em um determinado dia e
hora (geometria, diariamente às 11 h; português, segunda, quarta e sexta-
feira às 20 h) é uma questão em aberto. Eu não creio que o cérebro possa
ser treinado a hábitos de trabalho com assuntos específicos em
determinadas horas. No entanto, muitos alunos estão convencidos de que tal
plano é importante por causa das vantagens de prosseguir diariamente com
um trabalho metódico, de traçar um programa e segui-lo.
Se, de fato, as pessoas são diferentes, pela sua própria natureza farão, de
modo geral, o trabalho mental melhor em diferentes partes do dia, de modo
que A é um “trabalhador matutino”, B “um trabalhador vespertino” e C “um
trabalhador noturno”. No entanto, o hábito parece desempenhar um papel
importante nesse ponto. Penso que a maioria dos trabalhadores noturnos
podem se tornar diurnos se tiverem o que fazer. Vários dos meus amigos
pensam que fazem um trabalho criativo e construtivo melhor tarde da noite
e o “lapidam” melhor durante o dia. Por preferência, escreveriam uma
redação durante a noite e a revisariam pela manhã.
6. Quando possível, prepare tarefas avançadas em um determinado
assunto logo após o mesmo ter sido apresentado a você.
Esta regra é um caso especial dentro da Regra 5. As razões para isso são as
seguintes:
(A) A mente está “ajustada” ou “afinada” para o assunto em
particular; há uma aptidão especial para o trabalho em fisiologia ou
história ou qualquer outro assunto e esse “ritmo” deve ser utilizado².
(B) A tarefa para o trabalho a seguir está fresca na mente.
(C) O estudo de um determinado tópico é separado da sua respectiva
aula por um intervalo— provavelmente 23 horas ou mais.
Como é explicado mais tarde (Regra 25), duas impressões de um dado
material são mais eficazes para a memória de longo prazo quando separadas
por um intervalo. Resulta que a ordem transposta — estudar X, ao mesmo
tempo em que este é apresentado, o que é algo preferido pelos estudantes
por causa do benefício da “novidade” — não pode ser recomendado como
um meio para se obter os melhores resultados permanentes.
7. Comece a trabalhar imediatamente.
A observação de alunos do Ensino Médio mostra que, mesmo quando
sabem que há apenas um curto período disponível para se estudar uma
determinada lição, quase todos são lentos para começar a estudá-la. Alguns
deles levam dez ou quinze minutos para dar início à atividade. Aqui está um
lamentável desperdício de tempo. Coloque diante de si mesmo o ideal de
uma rápida “largada”. Reduza o seu tempo de partida de minutos para
segundos. Um auxílio para isso é o seguinte:
8. Exercite a atenção.
Coloque os seus materiais diante de você. Pegue a sua caneta ou lápis.
Sente-se corretamente. Abra o seu livro. Realize todos os “processos” para
começar o trabalho. Se fizer esse exercício bem, isso será suficiente para
que você dê início às atividades. O começo é, com frequência, o ponto mais
difícil, mas uma vez iniciado, é possível continuar sem muito esforço.
9. Esforce-se intensamente enquanto trabalha: concentre-se.
Você provavelmente não se lembrará daquilo que lida com indiferença. As
impressões vívidas são as mais duradouras. As ideias fluem mais
rapidamente quando você trabalha com mais empolgação. Coloque o
máximo de “energia” em seu trabalho assim como se coloca em um jogo.
Não fique disperso. Quando E. B. Andrews foi presidente da Brown
University, ele usava uma frase em suas orações na capela que pode muito
bem expressar a atitude de todos os bons alunos: “Ajude-nos a nos
aplicarmos com incessante assiduidade”.
Note, também, que isso significa estar atento na sala de aula, bem como em
seu trabalho de casa.
10. Mas não deixe que a intensa aplicação se torne em agitação ou
preocupação.
Você pode ficar atento, sem ficar ansioso; e diligente, sem ficar agitado. Há
uma espécie de pressa que “derrota a sua própria finalidade”. Em especial,
não se preocupe, por não conseguir manter o ritmo do melhor aluno de sua
turma. Nenhum de nós é igual ao outro. Faça o seu melhor e admita as suas
limitações, frente a outros que aprendem mais rápido, memorizam mais
facilmente e tiram notas mais altas.
11. Faça o seu trabalho com a intenção de aprender e se lembrar.
Experimentos de laboratório com memorização, em diferentes condições,
mostram muito claramente que uma das condições mais importantes para a
boa memória é ter uma atitude de “intenção de se lembrar” quando os
materiais a serem aprendidos são apresentados. Intimamente ligado a isso
está a atitude da “confiança” em sua capacidade de lembrar o que se está
aprendendo. Uma ilustração pode ser vista no seguinte incidente. Uma vez,
eu tive a oportunidade de ler em voz alta uma lista de palavras a um
estudante, uma quantidade de vezes suficiente para que ele pudesse repeti-
las corretamente. Eu repeti o processo com um segundo e um terceiro
aluno. Então descobri, para minha surpresa, que eu era incapaz de repetir a
lista de cor. A explicação para isso não é apenas a mais complacente, mas
também a psicologicamente correta, é que eu mesmo nunca quis aprender a
lista. Eu tinha repetido mecanicamente e não com uma atitude de
memorização.
12. Procure um motivo, ou melhor, vários motivos.
Algumas disciplinas escolares são intrinsecamente interessantes. Você
prefere estudá-las mais do que outras. Mas outros assuntos, ou até mesmo
assuntos favorecidos por certas condições, não são intrinsecamente
interessantes. Se é dado atenção a eles, é porque é encontrado um motivo ou
incentivo que pode ser anexado aos mesmos. Entre os incentivos mais
óbvios estão: o reconhecimento do valor do assunto para você no futuro; a
ansiedade de não falhar em algo que você empreende; o desejo de agradar a
seus pais; fazer o investimento financeiro em sua escolaridade valer a pena;
a ambição de vencer seus colegas; bater seu próprio recorde anterior;
manter uma boa reputação; a competição por notas, prêmios, honrarias;
senso de dever; desejo da aprovação dos professores, pais e amigos;
necessidade de se formar para conseguir um melhor começo de vida; o
medo de diversas punições; etc. Nossos motivos são diversos, alguns são
distantes, outros imediatos. Alguns deles são tidos como maiores e mais
valiosos do que outros. O ponto fundamental é que, para fazer o seu melhor
trabalho, você precisa de um forte incentivo. Professores habilidosos sabem
como desenvolver e apelar para muitos motivos, mas você pode ajudar a si
mesmo deliberadamente em busca de motivos para o seu próprio trabalho.
Além disso, muitas tarefas começadas sob uma compulsão artificial tornam-
se, a seu tempo, diretamente atrativas.
13. Livre-se da ideia de que você está trabalhando para o professor.
A verdadeira função do professor é fornecer-lhe os materiais, orientar sua
aplicação e testar o seu desempenho, não por causa dele mesmo, mas por
sua causa. Lembre-se que você está realmente trabalhando para si mesmo
quando está estudando.
Quem observa os alunos na preparação das suas tarefas deve ser capaz de
perceber o quanto a forma e a qualidade do trabalho do aluno é ditado pela
atitude e exigências do professor de cada disciplina. A professora X insiste
em trabalhos impecáveis e os consegue. A professora Y insiste que todas as
referências devem ser consultadas, e elas são. O professor Z é conhecido
por ser severo no conhecimento do idioma, e isso é visto em sua classe,
embora suas referências possam não ser consultadas, nem seus trabalhos
devolvidos limpos. Na verdade, você dificilmente pode ser responsabilizado
por fazer o seu trabalho, em alguma medida, por conveniência: o seu
objetivo imediato é conseguir boas notas. O que peço é que, além desses
detalhes menores, você veja claramente que, de um ponto de vista mais
amplo, seu trabalho é feito principalmente para você mesmo, não para os
seus professores.
14. Não peça ajuda até que você realmente precise.
Não desista do problema após a primeira falha em resolvê-lo, mas “tente e
tente de novo”. Você aprende pelo seu próprio esforço e progresso através
de seus fracassos.
É responsabilidade do professor, é claro, dar apoio aos alunos, mas a melhor
ajuda para os estudantes maduros vem através de sugestões, dicas e
perguntas: “Onde você acha que está o problema?”; “Você já tentou este
método?”; “Você vê alguma relação entre este problema e esse?”; “Leia tal
e tal página novamente”; etc.
15. Tenha uma noção clara do objetivo.
Compreenda por inteiro do que se trata a tarefa, não apenas quantos
exemplos ou páginas ou linhas você deve fazer, mas qual é o propósito do
trabalho, por quais métodos você deve trabalhar, que aspectos da aula são
proeminentes e essenciais, que coisas, se houver, devem ser aprendidas na
íntegra, o que você deve “olhar” para além do livro, em suma, para que
serve este trabalho em específico. Naturalmente, é ofício do professor ter
certeza de que este objetivo ficou claro ao se atribuir a lição. Infelizmente,
pouca atenção é dada por muitos professores na orientação do trabalho do
aluno para as aulas seguintes.
16. Antes de iniciar o próximo trabalho, revise rapidamente a lição
anterior.
As razões para esta regra são bastante óbvias:
(A) O assunto é familiar e, portanto, não é difícil de entender. Seu
trabalho começa com facilidade;
(B) A revisão é diretamente útil para aprofundar a apreensão do
material analisado. Ela o ajuda muito a se lembrar do material mais
tarde;
(C) A atividade mental utilizada na revisão serve para “aquecer” os
seus processos mentais para o estudo a seguir;
(D) A matéria, portanto, revisada terá vários pontos de contato,
inúmeros “ganchos” em que o novo material pode ser fixado. A revisão
ajuda, em outras palavras, a “associaro novo com o velho”, que é um
dos mais importantes fundamentos em toda a aprendizagem.
17. Em seguida, faça um rápido levantamento preliminar da próxima
lição.
Esta regra não é aplicável a todos os assuntos, mas para o trabalho em
idiomas, história, geografia, fisiologia e similares, e até mesmo na maioria
das formas de matemática, olhar o solo preliminarmente dá uma noção útil
do “esboço” de toda a tarefa e frequentemente economiza o tempo que, de
outra maneira, seria perdido na primeira parte da aula, na luta com os
pontos que serão explicados posteriormente. A pesquisa preliminar também
ajuda a reter o material em um todo mais uniforme. Ela nunca deve, é claro,
substituir o estudo cuidadoso que virá a seguir: ela é só preliminar.
18. Descubra, por tentativa, se você se sai melhor, começando pela tarefa
mais difícil ou pela mais fácil quando é confrontado com várias tarefas de
dificuldades diferentes.
Os indivíduos diferem neste aspecto. Muitos acham que antecipar a tarefa
mais desagradável, mais difícil torna mais rápido a resolução das tarefas
mais fáceis. É uma clara satisfação dizer: “Pronto, isso está feito, agora vou
para algo mais fácil”. Outros, especialmente aqueles que se “aquecem”
devagar e fazem o seu melhor trabalho só depois de terem sido
mentalmente ativados por um determinado período, provavelmente poderão
adiar a tarefa mais difícil com alguma vantagem. Um longo período com
porções de dificuldades desiguais pode ser feito, para “limpar” as partes
mais fáceis primeiro e depois dar um impulso final para o restante.
19. Em geral, use nos estudos a forma de atividade que será exigida
depois, quando o material for utilizado.
Você usará seus conhecimentos de ortografia 99 vezes em 100 na escrita de
palavras em frases. De acordo, então, com essa regra, seria melhor aprender
a ortografia ao escrever as palavras do que aprendê-las apenas oralmente.
Na verdade, provavelmente seria ainda melhor aprendê-las, escrevendo-as
em frases reais do que aprendê-las apenas por escrevê-las em listas e
colunas. Alunos jovens precisam saber as suas tabuadas para a utilização no
trabalho de aritmética real: daí resulta que estas serão realmente aprendidas
apenas quando puderem ser usadas em problemas reais. Os professores são
muitas vezes surpreendidos ao descobrirem que os alunos que aprenderam a
tabuada razoavelmente bem, ainda não podem multiplicar rapidamente e
com precisão quando tentam resolver exemplos. Novamente, a conversação
em francês ou alemão deve ser empregada presumivelmente na fala: deixe
que isso seja aprendido em voz alta, ao invés de em silêncio lendo um livro
ou escrevendo dezenas de sentenças ditadas em francês ou alemão. Da
mesma forma, os alunos que às vezes se queixam de que “conhecem a
matéria, mas não conseguem responder perguntas sobre ela” podem fazer
perguntas a si mesmos e praticar as possíveis respostas.
20. Dê mais tempo e atenção para os pontos fracos de seu conhecimento
ou técnica.
Esta regra parece quase óbvia demais para ser mencionada, no entanto, é
aquela que é frequentemente violada, porque a natureza humana tem mais
satisfação em fazer o que é mais fácil. Assim, a maioria das crianças que
tem aulas de piano gastam seu tempo tocando repetidas vezes as “partes”
simples que já aprenderam – o que fazem muito bem –, mas precisam ser
constantemente incentivadas a dedicar tempo para exercitar partes difíceis e
exercícios importantes com escalas. No trabalho escolar, da mesma forma,
professores e livros muitas vezes dedicam muito tempo e espaço ao que é
fácil: a criança tem tanto ensino sobre “dois mais dois são quatro”, como
“oito vezes sete são cinquenta e seis”, apesar do fato de que a última é,
provavelmente, várias dezenas de vezes mais difícil de se dominar.
Estudantes maduros são competentes o suficiente para detectar as suas
próprias fraquezas e procurar por exercícios especiais para se fortalecerem
nestes pontos. Se a sua tradução do alemão é comprometida pelos verbos
irregulares, gaste uma meia hora extra por dia, durante várias semanas, na
conjugação desses verbos. Se seus exercícios de física saírem errado por
causa de problemas com aritmética, tome o cuidado de corrigir este defeito
por uma prática especial no trabalho com os números.
21. Leve a aprendizagem de todos os itens importantes para além do ponto
necessário para a recordação imediata.
Uma aprendizagem adequada significa uma aquisição permanente.
Qualquer partícula de informação que seja necessária para a sua vida deve
ser estudada mais do que apenas para recuperá-la para fins de recitação
matinais ou para o exame do próximo mês. Lembre-se que todas as
impressões tendem a desaparecer com o tempo e que este desaparecimento
deve ser impedido pelo estudo excessivo. Se o processo de extração de uma
raiz quadrada precisa estar perfeitamente pronto para uso quando você
estiver com quarenta anos, ele deve ser treinado duramente nas séries
iniciais muito mais tempo do que o necessário apenas para mantê-lo na
mente durante o trabalho escolar de aritmética. A aprendizagem superficial
da ortografia pode ser usada para responder ao teste imediato, mas é
totalmente inadequada, se o objetivo for fazer com que o processo seja
automático, e que todas as palavras de uso comum possam ser escritas em
qualquer momento da sua vida corretamente e sem hesitação. Disto se
segue:
22. Você deve avaliar diariamente o grau de importância dos itens que são
colocados diante de você, e dar ênfase especial sobre a fixação
permanente dos itens que são vitais e fundamentais.
Naturalmente, as crianças não estão em posição de tomar essas decisões. É
responsabilidade dos seus professores acentuar esses pontos essenciais e dar
ênfase e repetição a fim de garantir seu domínio adequado. Mas, muitos do
Ensino Médio e a maioria dos estudantes universitários são maduros o
suficiente para avaliar os itens do conhecimento e selecionar, para um
aprendizado cuidadoso, aqueles que são valiosos para eles. Desse modo,
esses itens podem ser aprendidos definitivamente quando aparecerem.
Ao mesmo tempo, essa regra não significa que os milhares de itens menos
fundamentais não devam ser bem compreendidos e dominados atentamente
conforme você se depara com eles. A perspectiva de que dez anos após a
graduação, você será incapaz de recordar a terceira pessoa do singular do
subjuntivo de amo (verbo amar em latim) ou dar uma declaração clara da
hipótese de Avogadro ou demonstrar que a soma dos ângulos de um
triângulo é igual a dois ângulos retos, não prova que é melhor você não
gastar tempo com eles agora. Se todo o tempo e energia que gastamos
estudando os milhares de fatos que somos depois incapazes de recordar
fossem tempo e energia jogados fora, a educação seria, na verdade, uma
farsa muito ridícula! Na realidade, o conhecimento, uma vez absorvido, mas
por hora não resgatado não é de nenhuma maneira sem valor.
(A) Ele pode ter tido uma utilidade imediata quando você o aprendeu, o
suficiente para justificar a aprendizagem dele para usá-lo por um
tempo e depois esquecê-lo. Por exemplo, eu tomo um quarto de hora
para aprender as principais ruas do sistema geral de transporte em
Londres, embora eu espere estar lá por apenas uma semana na minha
vida.
(B) Muito do que aprendemos tem valor principalmente como
instrução preliminar. Ela fornece o andaime temporário por meio do
qual a estrutura permanente pode ser construída. Sem dúvida o latim,
devidamente ensinado, melhora a composição do português, oral e
escrito. Aos trinta anos, você terá esquecido a sua gramática latina,
mas provavelmente falará português melhor por ter feito a tradução
latina para a qual a gramática o preparou.
(C) De modo semelhante, a fim de compreender e manter
permanentemente as generalizações maiores, é necessário assimilar um
número considerável das observações detalhadas em que as
generalizações são construídas. Colocadas quantitativamente pode-se
dizer que para fazer dez princípios deve-se, primeiramente, adquirir
conhecimento de uma centena de milharesde fatos e ilustrações
concretos. Esses exemplos serão esquecidos, mas eles terão feito o seu
trabalho, garantindo a memorização dos princípios por trás deles. As
experiências particulares se combinam para formar uma aquisição
mental valiosa.
(D) O conhecimento, uma vez aprendido e agora esquecido, pode ser
reaprendido em muito menos tempo do que a aprendizagem original.
Algumas partes, então, do trabalho original continuam conservadas no
sistema nervoso, apesar da lembrança real ser impossível.
(E) O trabalho original do aprendizado ensinou-lhe para onde ir a fim
de obter informações de certos tipos e por quais métodos obtê-lo.
Não seria, portanto, totalmente ridículo se um homem bem treinado se
vangloriasse: “O que eu me esqueci é dez vezes mais do que tudo o que
você já soube”.
23. Quando uma determinada partícula de informação é de importância
claramente subordinada e útil apenas para o momento, você deve ter
certeza de dar a ela apenas a atenção suficiente para guardá-la pelo
tempo em questão.
Ao contrário das noções de muitos professores, estudar intensivamente ou
confiar naquilo que é “recente” é, algumas vezes, perfeitamente legítimo.
Nenhum advogado tem perpetuamente todo o seu conhecimento jurídico
“na ponta da língua”. Nenhum clérigo sabe a qualquer momento da sua vida
todos os detalhes de teologia e exegese bíblica das quais ele derrama tão
fluentemente aos domingos. Nenhum engenheiro pode elaborar uma nova
ponte sem “suar” nas fases da concepção da mesma, concernentes ao seu
novo projeto. Na medida, então, em que a escola visa formar para a vida,
pode-se buscar corretamente treinar esta habilidade de estudar
intensivamente.
24. Faça com que os seus períodos de estudo tenham duração suficiente
para servir-lhe de “aquecimento”, mas não sejam tão longos a ponto de
você sofrer de cansaço ou fadiga.
Por mais bem-sucedido que você possa se tornar em fazer um início rápido
(Regra 7), você provavelmente estará em um melhor “nível”, depois de
cinco ou dez minutos do que depois de dois minutos. Seria insensato,
portanto, interromper o seu trabalho no final de dez ou quinze minutos a
menos que a tarefa seja extremamente difícil, ou se você estiver
extremamente cansado e tenha chegado a uma quebra natural no trabalho.
Um trabalho fácil, especialmente quando a tarefa está mudando a cada
minuto, muitas vezes pode ser continuado com proveito por duas horas ou
mais, com pouca interrupção. O trabalho difícil, com rápido início de
cansaço, é melhor ser interrompido mais vezes, digamos a cada quinze ou
vinte minutos, por curtos intervalos, digamos de um minuto, feitos em
pontos que proporcionam locais de parada naturais. Caminhe um pouco.
Abra a janela. Faça um breve alongamento e relaxamento, mas não faça
outro trabalho mental.
É impossível, então, estabelecer uma regra rígida e fixa sobre o tempo ideal
de estudo, exceto para dizer:
(A) Mais maduro é o aluno, quanto mais tempo ele é capaz de
trabalhar;
(B) Quanto mais fácil é o assunto, mais tempo ele deve ser capaz de
trabalhar;
(C) Quanto mais lentamente o aluno se “aquece”, mais tempo ele
continuará no trabalho.
Um caso especial é indicado na regra seguinte.
25. Quando um exercício ou repetição são necessários, distribua por mais
de um período, o tempo dado para a aprendizagem especificada.
Não é possível afirmar precisamente qual é a melhor forma de distribuir o
tempo para se dedicar ao aprendizado (depende de várias condições de
trabalho, como indicado na Regra 24). Obviamente, uma pequena tarefa que
pode ser aprendida em poucos minutos, seria melhor se aprendida em uma
única sessão. Obviamente, uma tarefa difícil, que exige, por exemplo,
quatro ou cinco horas de trabalho, seria melhor aprendida em várias
sessões. A presente regra mostra que, em geral, o trabalho de estudar é mais
econômico e eficiente, quando uma determinada quantidade de tempo é
dividida em várias sessões do que quando é feita de uma única vez.
Experiências mostram, por exemplo, que um progresso mais rápido é feito
em aprender a digitar, se os exercícios forem divididos em dois períodos de
30 minutos cada, separados por um dia, do que se todo exercício fosse
realizado em um período de 60 minutos. Da mesma forma, uma música
tocada no piano que pode ser aprendida de cor em uma única sessão de 120
minutos pode ser aprendida igualmente bem em menos de 120 minutos, se
treinada em sessões de 15, 20 ou 30 minutos cada, separadas por intervalos
de várias horas ou dias. Especialmente no caso dos trabalhos universitários,
onde as condições muitas vezes favorecem o adiar a aplicação de
determinados métodos, até que uma “prova” obrigue a extensa leitura e
revisão, há uma inegável perda de eficiência, porque a mesma quantidade
de trabalho despendido em períodos mais curtos e mais frequentes de
estudo asseguraria consideravelmente maior tempo de permanência do
material. Os conteúdos distribuídos podem ser estudados com menos
fadiga, com menos agitação e preocupação. Além disso, é provável que,
durante os intervalos entre estes estudos, algum tipo de “organização” ou de
“incubação” do material ocorra. Muitas pessoas acham que é vantajoso, por
exemplo, reunir dados para um artigo ou ensaio vários dias antes de tentar
escrevê-lo. Como a experiência mostra, esses dados “resultam” em melhor
forma por terem “descansado” por um tempo.
26. Quando você interromper o trabalho, não só pare em uma pausa
natural, mas também deixe uma sugestão para a sua rápida retomada.
Isso é particularmente importante quando se lida com um bloco
relativamente longo em algum trabalho construtivo, como escrever um
ensaio. No momento em que você parar, tenha em mente, de maneira muito
clara, a perspectiva geral da sua tarefa, pois o que você fez está fresco em
sua memória e o que você se propõe a fazer está mais ou menos esboçado.
Todo mundo sabe o quão “desanimador” e até mesmo desagradável um
trabalho pode ser quando é pego depois de um ou dois dias dedicados a
outros assuntos. Para remediar esta situação, faça memorandos antes de
deixá-lo: “Iniciar uma próxima discussão sobre isso e aquilo”. “Pegar o
ponto da página 4 para a continuação posterior”. “Olhe isso e aquilo na
enciclopédia”, etc.
27. Após a aplicação intensiva, especialmente sobre um novo material,
faça uma pausa por um tempo e deixe sua mente descansar antes de
seguir para qualquer outra coisa.
As impressões feitas recentemente são susceptíveis de serem obscurecidas
ou “encobertas” por um segundo conjunto, a menos que tenham um pouco
de tempo para se fixarem. É uma questão de experiência comum que os
detalhes de um dia gasto em passeios em um ambiente cheio de novas
impressões, como por exemplo seu primeiro dia em uma Feira Mundial, são
particularmente difíceis de serem lembrados. Certa vez, pedi a um amigo
alemão que estava visitando a América pela primeira vez que conhecesse
alguns colegas em minha casa à noite. Ele se recusou educadamente com o
argumento de que tinha acabado de passar um dia agitado em um estudo
intensivo na George Junior Republic e que, a menos que ele pudesse passar
uma noite tranquila no hotel, ele não levaria para casa uma memória clara
da instituição que ele tinha acabado de visitar. Sua atitude foi muito correta.
Sua noite no hotel seria suficiente para organizar suas impressões e para
gravá-las de forma indelével em sua memória que, do contrário, seriam
obscurecidas por outras impressões de um tipo diferente. Ele iria passar o
seu tempo, é claro, a pensar sobre o que tinha visto e ouvido durante o dia.
Isso traz-nos um conjunto particularmente importante de regras.
28. Use vários dispositivos para obrigar-se a pensar sobre o seu trabalho.
A função da recitação é induzir o pensamento, bem como “ouvir as lições”.
Os exames têm como uma de suas funções a incitação de uma visão
abrangente da área coberta por eles, através da revisão feita na preparação
para os mesmos.
Alguns planos para induzir o pensamento são suficientemente importantes a
ponto de serem incorporados como regras específicas.29. Forme o hábito de trabalhar com os seus próprios exemplos concretos
em todas as regras e princípios gerais.
Esta regra se aplica mais especificamente ao trabalho dos alunos do Ensino
Médio e Superior, onde a matéria de estudo é mais sujeita a lidar com
afirmações abstratas e generalizadas. Um bom livro ou um bom professor
não deixa de fornecer um ou mais exemplos concretos de tais princípios
gerais, mas o bom aluno deve complementá-los por meio de exemplos de
sua autoria. O ponto é que a sua experiência pessoal é diferente da
experiência do autor do texto ou do professor. Se, então, você realmente
entender o princípio que está estudando, é provável que alguma ilustração
ocorrerá a você e que será diferente daquela que você recebeu, e muito
provavelmente melhor do que elas. Os professores que têm uma visão real
sempre darão mais créditos para a própria tentativa do aluno de aplicar um
princípio, mesmo que seja limitado, do que para a mera repetição de
papagaio da ilustração feita no texto ou na sala de aula.
30. Forme o hábito de revisar mentalmente cada parágrafo, logo que você
o ler.
Um parágrafo adequadamente construído sobre um pensamento pode
geralmente ser resumido em uma única oração ou até mesmo em uma única
frase. Certifique-se de que você pode “destrinchar” esse pensamento. Este
hábito de resumir parágrafos mentalmente, poderia muito bem ser
desenvolvido pelos professores nas escolas primárias.
31. Não hesite em marcar seus próprios livros para fazer com que as
ideias essenciais se destaquem visivelmente.
A marcação pode ser feita através de sublinhados ou títulos laterais escritos
em cada parágrafo. É bom fazer isso depois de ler cada parágrafo. A
decisão sobre o que marcar ou o que escrever exigirá a descoberta da
essência do mesmo. O texto também fica melhor para uma revisão por
tópicos. Naturalmente, esse conselho sugere que cada aluno possua o maior
número possível de textos e livros de referência.
32. Sempre que o seu desejo for dominar um material extenso e
complexo, faça um esboço do mesmo. Se você também quiser conservar
este material, guarde o seu esboço na memória.
Muitas vezes me diverti ao ver a ansiedade com que os estudantes
universitários esquadrinham as páginas dos livros “patenteados” sobre a
memória, que anunciam ensinar um segredo de “como dominar os
conteúdos de livros em uma única leitura” e como, infelizmente, eles
passam por cima do conselho: “Leia o livro com cuidado, faça um esboço
do mesmo e memorize o esboço”. No entanto, este é um conselho
perfeitamente sólido, psicológica e pedagogicamente, já que “não há atalhos
para a aprendizagem”.
Os esboços devem ser muito condensados, de preferência em declarações
de forma substantivadas, com tópicos, palavras e frases curtas e chamativas,
em vez de frases completas. Uma atenção mais cuidadosa deve ser dada à
sua organização sob os títulos principais, subtítulos, etc. A ideia é começar
a estrutura de toda a armação a partir da leitura de um capítulo, um ensaio
ou um argumento, e registrar isso no papel de uma forma que revele a sua
organização em um piscar de olhos.
33. Em todo o seu trabalho aplique o seu conhecimento o máximo
possível e tão logo seja possível.
Não existe praticamente nenhuma regra mais fundamental do que essa. Para
ter certeza de se lembrar de uma coisa, faça algo com ela, experimente-a,
use-a, coloque-a em prática, fale sobre ela com alguém, registre o que lhe
impressionou. Todos os professores sabem que chegarão à apreciação mais
completa e à retenção permanente de qualquer assunto quando eles tiverem
a oportunidade de ensiná-lo aos outros. O alcance surpreendente exposto
pelos homens nas profissões aprendidas ao longo dos milhares de
intrincados detalhes de seus ofícios é uma consequência do uso constante
que eles fazem destes materiais. Mesmo assim uma questão trivial como a
lembrança de uma boa história é melhor encontrada por contar a história a
alguém, logo que possível, após ouvi-la ou lê-la. Um excelente plano para
qualquer aluno que está ansioso para dominar qualquer assunto é procurar
explicá-lo para outra pessoa.
Neste contexto, uma questão pode ser levantada: “Um grupo de estudo
realmente aumenta a eficácia do trabalho do aluno?”. A resposta deve ser:
“Depende”. Em certos experimentos em escolas do Ensino Médio com
forma de trabalho de grupo aplicada ao estudo da história, governo civil e
outros, sob a direção dos professores, foram decididamente bem-sucedidos³.
Quando os alunos, fora do horário escolar e sem supervisão, combinam a
preparação de suas tarefas, os resultados podem ser bons, desde que os
alunos em questão sejam mais ou menos do mesmo grau de capacidade, e
desde que se esforcem para dividir o trabalho de tal forma que cada um
deles continue a participar dos vários aspectos da tarefa. A tendência que
muitas vezes se desenvolve dentro de tais grupos de voluntários é o de
alguns dos alunos fazerem o trabalho e passá-lo aos seus amigos mais
fracos ou dividir e delegar as diversas tarefas, de modo que um aluno
procura o vocabulário, outro cuida da gramática, um terceiro faz uma
tradução aproximada e um quarto faz o acabamento dela para o grupo. Isso
é claramente uma tendência indesejável. Se o grupo de estudos traz uma
real e ativa discussão do material de trabalho com intercâmbio de opiniões e
de argumentações, o resultado é altamente benéfico e contribui para a
eficiência de todos os membros do grupo, colocando o seu conhecimento
em uso como recomendado na regra dada anteriormente.
34. Não hesite em memorizar materiais como definições de termos
técnicos, fórmulas, datas e esboços, desde que, é claro, você também os
compreenda.
Os alunos mais novos são capazes de memorizar suas “lições” e recitar
como papagaios as palavras exatas dos livros didáticos. Os esforços dos
professores são frequentemente gastos, e muito sabiamente, também, para
romper com esse hábito, ou pelo menos no sentido de garantir que esses
alunos saibam corretamente o significado do que se reproduz desta forma.
Por outro lado, os alunos mais velhos podem cometer o erro de evitar
inteiramente a confiança na memorização. Você deve compreender que
memorizar é perfeitamente legítimo quando o assunto tem poucas pistas
naturais para a recuperação (como é o caso de muitas fórmulas e datas), ou
quando o assunto se condensa em breves orientações e certos princípios
fundamentalmente importantes (como é o caso de definições e regras de
procedimento). Você deve aspirar entender este material, mas também deve
se empenhar para memorizá-lo pelo simples processo da atenta repetição.
35. Quando o material a ser aprendido de cor não apresenta associações
racionais óbvias, é perfeitamente legítimo que se crie algum esquema
artificial para aprendê-lo e recordá-lo.
Um esquema artificial deste tipo é chamado de dispositivo mnemônico.
Para dar um exemplo, eu poderia me lembrar que o vulcão Fujiyama, no
Japão, tem 12.365 pés de altura e para memorizar isso eu poderia relacionar
os 12 meses com os 365 dias do ano. Para evitar relacionar a informação
com o vulcão errado eu poderia até inventar alguma associação absurda
entre Fujiyama e ano fugitivo. Ou, então, eu poderia me lembrar que uma
determinada criança usou 16 palavras, quando tinha um ano de idade,
recordando o provérbio “o discurso é prata”, etc., e que o discurso de Bryan
sobre a questão da prata defendia “16 para 1!”. Vale salientar que a maioria
dos livros sobre memorização erra ao estimular o uso de tais dispositivos
artificiais quando uma associação racional, uma conexão lógica, seria
preferível. Assim, o esquema que eles recomendam para a aprendizagem de
vocabulários através da inserção de elos artificiais tem pouco a recomendá-
lo. Você pode, com certeza, aprender que árvore é a tradução do
caramanchão latino, dizendo para si mesmo: “árvore sugere mastro, mastro
sugere navio, navio sugere porto e porto sugere caramanchão”. Mas seria
muito mais sensato você insistir no fato de que o “Dia da Árvore” é um dia
dedicado à plantação de árvorese que os nossos “ancestrais arborícolas”
eram os primatas que viviam em árvores. Em qualquer caso, se você deve
usar um dispositivo mnemônico, invente o seu próprio, em vez de adotar
um de segunda mão: você o esquecerá com menos probabilidade por causa
do esforço que fará para elaborá-lo.
36. Ao se comprometer em memorizar um poema não o divida em partes,
mas aprenda-o como um todo.
Em outras palavras, leia-o diretamente do começo ao fim, em seguida,
repita até que possa dizê-lo todo, sem erros. As vantagens deste método são
várias:
(A) As conexões mentais formadas entre as palavras são distribuídas
uniformemente sobre todo o material, ao passo que, quando a
aprendizagem é “por partes”, certas porções, digamos a primeira linha,
são repetidas muito mais vezes do que o necessário, enquanto outras
partes, que fazem a conexão entre as linhas oitava e nona, por exemplo,
não são gravadas, de modo que o esquecimento aparece nesses elos
fracos da cadeia de associações;
(B) É mais fácil manter a atenção sobre o material quando ele é lido
como um todo do que quando uma pequena parte é repetida
monotonamente várias vezes;
(C) As impressões feitas em qualquer seção seguem umas às outras
depois de um intervalo mais longo quando a aprendizagem é pela
totalidade e, portanto, há um ganho em eficiência, em conformidade
com o princípio estabelecido na Regra 25;
(D) O significado do material é melhor guardado quando é aprendido
como um todo, e isso ajuda na sua retenção.
No caso de haver na seleção, uma parte, que oferece especial dificuldade de
aprendizagem, a regra deve ser modificada ao ponto de dedicar algumas
repetições extras e curtas para esta seção mais difícil, a fim de levá-la ao
mesmo nível do restante.
Você pode se sentir desencorajado quando usa o método de memorização
“do todo”, porque, depois de ter gasto algum tempo no trabalho, encontra-
se incapaz de repetir qualquer parte considerável dele, mas é preciso
lembrar-se de que toda a seleção já está parcialmente gravada e que, quando
for realmente lembrada, ela trará todo o conjunto. O ganho pelo método do
“todo” é maior quando a seleção é longa, mesmo que demore mais do que
uma única sessão de uma única leitura.
37. Ao comprometer-se a memorizar, é melhor ler em voz alta do que em
silêncio, é melhor ler rapidamente do que devagar.
A atenção é provavelmente mais bem sustentada quando a leitura é em voz
alta, pois um apelo é então feito diretamente aos ouvidos, bem como aos
olhos, e algum tipo de assistência é dada pela “sensação” das palavras na
garganta e na boca.
Há um ganho pela repetição rápida no sentido de que, dado um tempo
determinado para a aprendizagem, um ritmo rápido será vantajoso,
permitindo que você repita o material mais vezes. Assim, se você pode ler
um poema lentamente em cinco minutos, mais aprendizagem resultará
dobrando a taxa ao lê-lo do princípio ao fim duas vezes em cinco minutos.
38. Se o seu trabalho inclui a participação em palestras, faça uma
quantidade moderada de anotações durante as mesmas, use um sistema
de abreviaturas, e reescreva estas notas diariamente, amplificando-as em
um esboço razoavelmente resumido e organizado como sugerido na Regra
32.
Os estudantes universitários são vistos errando em ambos os sentidos ao
tomar notas. Aqueles que rabiscam diligentemente o tempo todo, sem
dúvida, perdem algo da apresentação do palestrante. Por outro lado, os
poucos alunos que não tomam notas, porque acham que fazem melhor em
dar atenção à apresentação do conferencista, estão igualmente enganados,
pois nenhuma pessoa pode capturar e manter permanentemente as
características essenciais de uma palestra típica, sem os memorandos dos
quais ele poderá se apoiar posteriormente para o estudo e revisão.
Uma vez que, a tomada de notas e memorandos de leitura em livros de
referência, discussões em classe, etc. é uma atividade que será destaque no
trabalho diário da maioria dos estudantes do Ensino Médio e Superior,
algum sistema simples para a gravação das palavras mais comuns e
abreviações sistematizadas, poderia ser proveitosamente ensinado a todos
os alunos do Ensino Médio. Um único símbolo deve ser usado para todas as
partículas comuns, como: em, no, de, com, para, ção, ndo, que, qual, etc.
Certifique-se de ter um sistema próprio.
Você realmente ganhará tempo, a longo prazo, se se empenhar diariamente
e revisar as notas registradas em sala de aula, mesmo que não as reescreva
completamente. Este trabalho permite a você examinar seus memorandos
enquanto ainda estão “frescos”, e fazer alterações e adições que irão
aumentar a sua manutenção no futuro e, o que é igualmente importante,
servirão como uma valiosa segunda aprendizagem, separada da primeira
impressão por um intervalo adequado (Regra 25) e, consequentemente,
particularmente valiosa em assegurar a retenção permanente.
RESUMO DAS REGRAS
1. Mantenha-se em boa condição física.
2. Remova ou trate as debilidades físicas que muitas vezes dificultam a
atividade mental, tais como problemas de visão, audição, problemas nos
dentes, adenoides e respiração nasal obstruída.
3. Examine se as condições externas de trabalho – luz, temperatura,
umidade, roupas, cadeira, mesa, etc. – são favoráveis ao estudo.
4. Crie o hábito de estudar em um lugar determinado.
5. Crie um tempo regular de estudo.
6. Quando possível, prepare tarefas avançadas em um determinado assunto
logo após o mesmo ter sido apresentado a você.
7. Comece a trabalhar imediatamente.
8. Exercite a atenção.
9. Esforce-se intensamente enquanto trabalha: concentre-se.
10. Mas não deixe que a intensa aplicação se torne em agitação ou
preocupação.
11. Faça o seu trabalho com a intenção de aprender e se lembrar.
12. Procure um motivo, ou melhor, vários motivos.
13. Livre-se da ideia de que você está trabalhando para o professor.
14. Não peça ajuda até que você realmente precise.
15. Tenha uma noção clara do objetivo.
16. Antes de iniciar o próximo trabalho, revise rapidamente a lição anterior.
17. Em seguida, faça um rápido levantamento preliminar da próxima lição.
18. Descubra, por tentativa, se você se sai melhor, começando pela tarefa
mais difícil ou pela mais fácil quando é confrontado com várias tarefas de
dificuldades diferentes.
19. Em geral, use nos estudos a forma de atividade que será exigida depois,
quando o material for utilizado.
20. Dê mais tempo e atenção para os pontos fracos de seu conhecimento ou
técnica.,95
21. Leve a aprendizagem de todos os itens importantes para além do ponto
necessário para a recordação imediata.
22. Você deve avaliar diariamente o grau de importância dos itens que são
colocados diante de você, e dar ênfase especial sobre a fixação permanente
dos itens que são vitais e fundamentais.
23. Quando uma determinada partícula de informação é de importância
claramente subordinada e útil apenas para o momento, você deve ter certeza
de dar a ela apenas a atenção suficiente para guardá-la pelo tempo em
questão.
24. Faça com que os seus períodos de estudo tenham duração suficiente
para servir-lhe de “aquecimento”, mas não sejam tão longos a ponto de
você sofrer de cansaço ou fadiga.
25. Quando um exercício ou repetição são necessários, distribua por mais
de um período, o tempo dado para a aprendizagem especificada.
26. Quando você interromper o trabalho, não só pare em uma pausa natural,
mas também deixe uma sugestão para a sua rápida retomada.
27. Após a aplicação intensiva, especialmente sobre um novo material, faça
uma pausa por um tempo e deixe sua mente descansar antes de seguir para
qualquer outra coisa.
28. Use vários dispositivos para obrigar-se a pensar sobre o seu trabalho.
29. Forme o hábito de trabalhar com os seus próprios exemplos concretos
em todas as regras e princípios gerais.
30. Forme o hábito de revisar mentalmente cada parágrafo, logo que você o
ler.
31. Não hesite em marcar seus próprios livros para fazer com que as ideias
essenciais se destaquem visivelmente.
32. Sempre que o seu desejo for dominar um material extensoe complexo,
faça um esboço do mesmo. Se você também quiser conservar este material,
guarde o seu esboço na memória.
33. Em todo o seu trabalho aplique o seu conhecimento o máximo possível
e tão logo seja possível.
34. Não hesite em memorizar materiais como definições de termos técnicos,
fórmulas, datas e esboços, desde que, é claro, você também os compreenda.
35. Quando o material a ser aprendido de cor não apresenta associações
racionais óbvias, é perfeitamente legítimo que se crie algum esquema
artificial para aprendê-lo e recordá-lo.
36. Ao se comprometer em memorizar um poema não o divida em partes,
mas aprenda-o como um todo.
37. Ao comprometer-se a memorizar, é melhor ler em voz alta do que em
silêncio, é melhor ler rapidamente do que devagar.
38. Se o seu trabalho inclui a participação em palestras, faça uma
quantidade moderada de anotações durante as mesmas, use um sistema de
abreviaturas, e reescreva estas notas diariamente, amplificando-as em um
esboço razoavelmente resumido e organizado como sugerido na Regra 32.
1 Breslich, E. R. Supervised study as a means of providing supplementary
individual instruction. Thirteenth Yearbook, Part I, National Society for the
Study of Education, 1914, pp. 32-72.
2 Há pouco risco desse “ritmo” se tornar enfadonho, pois o material de
estudo atual será diferente daquele visto nas aulas.
3 Veja, por exemplo, LOTTA A. Clark. Group work in the high school. Em:
Elem. School Teacher, 7: 1907, 355-444. Também C. B. Shaw. Some
experiments in group work. Ibid., 329-334.
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	Capa
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	Resumo das Regras
	Notas

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