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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 2 CONCEITO DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL ......................................... 3 3 AS FORÇAS COMPETITIVAS QUE MOLDAM A DINÂMICA ESTRATÉGICA DO MERCADO ................................................................................. 4 4 VANTAGEM COMPETITIVA DE MERCADO ............................................. 9 5 FATORES QUE DETERMINAM A COMPETITIVIDADE NO MERCADO . 10 6 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS ........................ 13 7 DESAFIOS E FALHAS NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS ....... 14 8 A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS .............................................................................................................. 17 9 VISÃO HOLÍSTICA DA EMPRESA ........................................................... 21 10 BUSINESS PROCESS É O PONTO COMUM DE VÁRIAS ABORDAGENS ......................................................................................................... 24 11 REPRESENTAÇÃO DE UM BUSINESS PROCESS ............................. 26 12 NOVA LEITURA DA SIGLA CIM ........................................................... 28 13 CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS .......................................................... 30 14 INTEGRAÇÃO DA MANUFATURA ....................................................... 32 15 PAPEL DA ENGENHARIA NA EMPRESA INTEGRADA ...................... 36 16 ENGENHARIA SIMULTÂNEA NA EMPRESA INTEGRADA ................. 37 17 MODELO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS ......................... 38 18 APLICAÇÃO DO MODELO ................................................................... 42 19 SÍNTESE, COMENTÁRIOS E DESAFIOS ............................................ 43 BIBLIOGRÁFIA ............................................................................................... 45 2 1 INTRODUÇÃO Fonte: www.blocos-economicos.info Com o advento da globalização, e consequentemente a acirrada competição de mercados, as empresas buscam fatores que as diferenciem das demais. A busca incessante pela redução de custos, bem como a redução das margens de lucro a fim de se obter impacto em custos, não são mais componentes de diferenciação, visto que, não são vantagens sustentáveis ao longo do tempo. O desenvolvimento de produtos se tornou, junto com a possibilidade de inte- gração desse processo por meio de tecnologia de informação, o foco da competição global. A ordem passou a ser desenvolver mais rápido, mais eficientemente e mais efetivamente. A nova competição passou a ser norteada por três forças maiores, Wheelwright & Clark (1992), surgidas nas últimas décadas, que são: a globalização das economias mundiais, hoje associadas a blocos econômicos; a segmentação de mercados e sur- gimento de clientes mais exigentes; e o desenvolvimento da tecnologia forma a com- binação que colocou o desenvolvimento de novos produtos como foco da nova com- petição mundial. 3 2 CONCEITO DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL Fonte:www.imed.edu.br Segundo PROENÇA (1995:4), a estratégia competitiva pode ser definida como um conjunto articulado que inclui: a visão geral quanto a como o negócio compete no mercado, suas metas de desempenho, e as estratégias que deverão ser conduzidas nas diversas áreas funcionais competentes do negócio, para sustentar a forma de competir e suas metas. A estratégia empresarial tem como finalidade estabelecer quais os caminhos, os cursos e programas de ação que devem ser seguidos para alcançar os objetos estabelecidos pela empresa. A estratégia pode ser vista como a ideia unificadora que liga as áreas funcionais de uma empresa e relaciona suas atividades com o ambiente externo. Nessa abordagem, a formulação de uma estratégia envolve a justaposição de pontos fortes e pontos fracos da organização, e oportunidades e ameaças apre- sentadas pelo ambiente externo. O conceito chave aqui é a adequação entre as ca- pacitações únicas da empresa e as exigências competitivas de um setor A questão estratégica ressalta a luta contínua para destacar uma empresa de suas rivais, através da aplicação de instrumentos de análise econômica utilizados para a formulação da estratégia empresarial. 4 Para PORTER (1989:22), compreender a estratégia competitiva como um po- sicionamento competitivo permite esforços analíticos para suporte à tomada de deci- são quanto à melhor posição. Podendo-se explorar tal definição no âmbito dos custos (cost drivers) do produto e dos concorrentes. Daí o enfoque de que, a partir do mo- mento que é estabelecida a posição da empresa pode-se então desenvolver estraté- gias funcionais que deem sustento a essa posição. 3 AS FORÇAS COMPETITIVAS QUE MOLDAM A DINÂMICA ESTRATÉGICA DO MERCADO Fonte: www.alfredobottone.com.br A estrutura empresarial tem uma forte influência sobre as regras do jogo em- presarial, e consequentemente sobre as estratégias disponíveis à empresa. As forças externas à empresa são significativas tanto de forma direta quanto de forma indireta. A intensificação das dificuldades de alcance de metas e objetivos empresariais não é uma questão de coincidência ou de má sorte. E o conjunto dessas forças determina o potencial de lucro final de determinada indústria. Para a formulação da estratégia empresarial coerente são necessários instru- mentos de análise a fim de que seja examinado o ambiente econômico da empresa, 5 determinar as características essenciais do setor industrial, observar o seu desenvol- vimento e as suas tendências. Avaliando-se as oportunidades e riscos dispondo de diferentes recursos e competências. Fonte:www.technoeasy.com.br Para tal ação deve-se compreender que a competição e luta por maior partici- pação de mercado, e por maiores margens de lucro não se dá apenas entre nós (en- quanto empresa) e a concorrência. Segundo PORTER (1989:23) a perspectiva com- pleta da competição vai além de uma análise horizontal, atingindo também os clientes, fornecedores, novos entrantes em potencial e a ameaça de produtos substitutos. As cinco forças competitivas citadas podem ser mais bem descritas da seguinte forma: A primeira força competitiva, a ameaça de novos entrantes, traz consigo a ca- pacidade e o desejo de ganhar participação no mercado por parte de outras empresas, e frequentemente com recursos substanciais. A severidade de tal ameaça depende das barreiras de entrada atuais e da reação dos concorrentes existentes, além do que os entrantes podem esperar encontrar. 6 Em se tratando de barreiras de entrada podemos classifica-las em seis grandes tipos, que são: economias de escala, diferenciação de produto, necessidades de ca- pital, desvantagens de custo Independente do porte, acesso a canais de distribuição e política governamental: Fonte:www.gestaodesaude.com A segunda e terceira forças competitivas são o poder de barganha dos clientes e fornecedores, pois ambos podem exercer poder de barganha sobre os participantes do setor aumentando o preço dos insumos, reduzindo a qualidade do produto forne- cido e de serviços, restringindo o volume de compras mensalmente, etc. Os produtos substitutos, a quarta força competitiva, representam uma ameaça constante a todas as empresas em estão competindo em seus respectivos mercados, que podem ser responsáveis pela redução do retorno potencial das empresas. Quanto mais atrativa a alternativa custo-desempenho que um produto substituto oferece, maior será a pressão sobre os lucros da empresa. É interessante ressaltar que os substitutos não apenas reduzem o lucro da indústria em tempos normais de demanda, mas reduzem as fontes de riqueza que a indústria pode obter em tempos de prospe- ridade. 7 Finalmente, a rivalidade entre concorrentes, a quintaforça competitiva, pode ser relacionada com a presença de uma série de fatores como: A grande quantidade de concorrentes no mercado e similaridade entre eles em tama- nho e poder; Crescimento lento do mercado, propiciando competição mais intensa por participação no mercado que, envolvam membros com ideias de expansão; O produto não possui diferenciação ou os custos são repassáveis, prendendo os com- pradores e protegendo contra a entrada de outro competidor; O produto é perecível os seus custos fixos são altos, gerando forte tentação de reduzir preços; A capacidade é aumentada em grandes incrementos; As barreiras de saída são elevadas; Os rivais são divergentes em suas estratégias, origens e personalidades. Considerando o processo de formulação estratégica um processo dinâmico e influenciado pelo ambiente, a palavra chave passa a ser inovação permanente na or- ganização, não só para manter a posição competitiva atual, mas, sobretudo para re- visar a posição estratégica da empresa como um todo. Uma vez analisadas as forças que determinam o grau de competitividade de um mercado, próximo passo seria identificar o vigor e as fraquezas da empresa, ou seja, a postura da empresa frente às causas subjacentes de cada força. Como a em- presa se comporta frente os substitutos? Contra forças de barreiras à entrada? Lem- brando que a essência da formulação estratégica é lidar com a competição. Com isso o estrategista pode formatar um plano de ação apoiado em: (1) posicionar a empresa de tal modo que as suas capacitações sejam mais bem utilizadas; (2) influenciar o equilíbrio das forças por meio de estratégias; (3) antecipar mudanças e elaborar estratégias que beneficiem a empresa frete as mesmas. 8 Fonte: www.mariaaugusta.com.br Um ambiente em constante mutação é hoje a característica mais marcante na qual as empresas, governo e demais instituições atuam. Frente a tal fato, diante do desafio de balizar o contexto empresarial, PROENÇA E BURLAMAQUI (1997:88) construíram uma moldura conceitual que informasse e organizasse a reflexão sobre a elaboração de estratégias no interior das organizações empresariais, atuando nas de- cisões sob incerteza, concorrência e estratégia. Para os autores acima citados, as decisões sob incerteza podem ser sintetiza- das partindo-se de três pressupostos: Agentes dotados de poder de escolha; Tempo econômico (irreversível e expectacional); Incerteza. 9 4 VANTAGEM COMPETITIVA DE MERCADO Segundo Porter (1990) uma empresa obtém vantagem competitiva quando re- aliza atividades de relevância estratégica (atividades da cadeia de valores) de uma forma mais barata, ou melhor, que seus concorrentes. Os dois tipos de vantagem competitiva gerada segundo tal modelo são: baixo custo e diferenciação. Essas duas opções básicas combinadas levam a três estraté- gias genéricas: liderança no custo total, diferenciação e enfoque na diferenciação ou no custo (escopo estreito) Naturalmente, cada estratégia genérica tem suas peculiaridades. Contudo, to- das elas têm uma meta em comum: a criação de valor para os clientes que estão dispostos a pagar por aquele produto. Além da abordagem custo-diferenciação de Porter, Deschamps (1996) sugere várias maneiras de proporcionar valor ao cliente: Proliferação de produtos: diz respeito a uma estratégia de alto risco, porem alta re- compensa oferecendo valor aos clientes proporcionando um amplo leque de produtos. Adequando os produtos economicamente viáveis a cada grupo de clientes; Valor pelo dinheiro pago: oferecendo excelentes produtos a preços razoáveis; Design: construir imagem e preço relacionados a atenção constante ao design ergo- nômico dos produtos, desenvolvendo assim uma imagem singular entre os cli- entes que estão voltados para tendências de estilo de vida; Inovação: alimentar o crescimento em mercado pela introdução de um novo conceito após o outro; Atendimento: vantagem competitiva baseada em valor percebido pelo cliente nos ser- viços prestados pelo fabricante; Velocidade: focar na diminuição de lead time de lançamento de produtos e para aten- dimento de pedidos. A abordagem de Deschamps sugere uma perspectiva em nível tático-operacional para configurar o desenvolvimento de produtos. 10 5 FATORES QUE DETERMINAM A COMPETITIVIDADE NO MERCADO Na medida em que se promove a abertura ao fluxo de bens e serviços, a ênfase passa a ser criar e sustentar vantagem competitiva dos produtos e em sondar recursos financeiros no mercado. O nível de competitividade, por sua vez, vem se ampliando não somente pelos movimentos de liberalização, desregulamentações setoriais, que- das de barreiras tarifárias e não tarifárias, mas também pela elevada exigência por parte dos consumidores que cada vez mais são exigentes em relação a qualidade de um produto e do avanço da tecnologia disponível para a operacionalização das ativi- dades empresariais. Fonte:www.jrmcoaching.com.br Flutuações bruscas nas taxas de câmbio, modificações políticas ocorridas com grande velocidade, deslocamento de capitais para novas áreas de investimento, o surgimento acelerado de novas tecnologias são alguns exemplos de instabilidades criadas no ambiente de negócios que podem alterar significativamente as vantagens alcançadas por meio de muito esforço. Uma melhor compreensão dos diversos conjuntos de fatores macro e micro gerenciais que afetam a competitividade pode ser obtida pela matriz conceitual de 11 ABERNATHY, CLARK & KANTROW (1981), para a identificação dos elementos-cha- ves para a competitividade. A matriz, mostrada abaixo (figura 1), é resultante da com- binação de componentes macro ambientais e micro empresariais com componentes estruturais e infraestruturas. Em uma das suas dimensões temos fatores macro, po- dendo relacioná-los a nível de país e fatores micro à nível de empresa; em outra di- mensão se destacam os fatores de hardware (decisões estruturais ou relações insti- tucionais) dos fatores de software (decisões infraestruturas). 12 ESTRUTURA INFRAESTRUTURA (Hardware) (software) Macro 1 2 (País) Política Fiscal Cultura Política Comercial Religião Política Monetária Valores Política Industrial Educação Mercado de Capitais Sistema Legal Legislação Sindical Malha de Transporte e Comunicação Micro 3 4 (Empresa) Mercados de atuação Métodos e Técnicas Tecnologias de produto gerenciais e processo Estrutura Organizacional Fontes de suprimento Políticas de Mão-de-obra Capacidade Cultura Organizacional Instalações / Localização Orçamento Capital Integração Vertical Relação com fornecedores Sistemas de Avaliação e Controle Figura 1 - Matrix conceitual de Abernathy, Clark & Kantrow, que identifica elementos- chaves para a competitividade (1981). Fonte: FLEURY e PROENÇA (1991:23). As questões macro são pertinentes ao espaço nacional tais como políticas ma- croeconômicas (política fiscal, tributária, monetária, industrial, comercial, mercado de capitais e sistema legal) e comportamento social (educação, cultura e religião). Por 13 outro lado, temos as questões relacionadas ao ambiente interno de cada empresa como estrutura organizacional, cultura organizacional, tecnologia de produto e pro- cesso, além de métodos e técnicas gerenciais. Muitas questões relacionadas à competitividade e desenvolvimento empresa- rial falham por não abordar de maneira clara cada uma das várias dimensões, e con- sequentemente a análise e recomendações chegam, em muitos casos, a deixar de fora considerações importantes. Cada um dos quadrantes pode ajudar a identificar as causas maiores de diversos problemas industriais, viabilizando a reflexão de uma busca eficiente de soluções mais abrangentes e completas. 6 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS Segundo Slack (1996), em uma definiçãoampla de produto caracteriza um agregado de bens, serviços e conceito, a fim de satisfazer suas necessidades e ex- pectativas. O conceito adotado no presente artigo será a definição sugerida por Kotler (2001), que define produto como “qualquer coisa que pode ser oferecida a um mer- cado para aquisição ou consumo, inclui objetos físicos, serviços, personalidade, luga- res, organizações, ideias”. Como suporte à definição acima, Juran (1992) ressalta que o desenvolvimento do produto é um processo experimental de escolha de características do produto que respondem as necessidades do cliente. Para Santos (1996), no ambiente competitivo atual, novos produtos têm que demonstrar não apenas alto nível de qualidade técnica e baixo custo, mas, principalmente, vantagens superiores aos produtos concorrentes nos mercados globais. 14 Fonte: www.mg.olx.com.br Tradicionalmente, o processo de desenvolvimento de produtos tem sido divi- dido em etapas bem definidas. Slack (1996) define o processo de desenvolvimento de produtos nas etapas de: desenvolvimento do conceito, triagem de conceitos (marke- ting, produção e finanças), pré-projeto, avaliação e melhoria e prototipagem final. Tais etapas, não necessariamente são sequenciais, podendo ser otimizadas com o em- prego de técnicas d e gestão mais recentes como engenharia simultânea, 7 DESAFIOS E FALHAS NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS As promessas de datas audaciosas na entrega e no lançamento de novos pro- dutos ocorrem em sua maioria por: Abordagem tradicional no desenvolvimento de produtos; A exigência da criação de um produto competitivo; A falta de entrosamento entre as funções de projeto, produção, marketing, re- cursos humanos, logística e etc.; A falta de especificação mais completa de produtos; Problemas técnicos e de gestão inesperados. 15 Segundo Kotler (2001) o não desenvolvimento de novos produtos põe as em- presas em risco. Apesar do desenvolvimento ser considerado um negócio arriscado, os produtos são vulneráveis às mudanças das necessidades e dos gostos dos clien- tes, a novas tecnologias, a menores ciclos de vida do produto e à maior concorrência nacional e estrangeira, alguns fatores podem ser considerados como prejudiciais: Fonte:www.blog.procenge.com.br Mercados fragmentados: a forte concorrência está levando à fragmentação do mercado. As empresas precisam dirigir seus esforços a menores segmentos de mer- cado, e isso pode significar vendas e lucros menores para cada produto. Restrições sociais e governamentais: os novos produtos devem atender a re- quisitos ambientais e de segurança. As exigências do governo freiam a inovação em remédios, brinquedos e em alguns outros setores. Custo do processo de desenvolvimento: uma empresa normalmente precisa gerar muitas ideias para encontrar uma que valha a pena ser desenvolvida. Além disso, a empresa frequentemente se depara com altos custos de P&D, de fabricação e de marketing. Escassez de capital: algumas empresas possuem boas ideias, mas não conse- guem levantar os recursos necessários para pesquisá-las e lançá-las. 16 Necessidades de menor prazo para o desenvolvimento: as empresas que não podem desenvolver novos produtos rapidamente ficarão em desvantagem. As empre- sas devem aprender a reduzir o tempo no desenvolvimento, utilizando técnicas acom- panhadas por computador, parceiros estratégicos, testes antecipados da concepção do produto e planejamento avançado de marketing. As empresas ativas utilizam o desenvolvimento simultâneo de novos produtos, em que equipes interdepartamentais colaboram para desenvolver novos produtos e levá-los para o mercado. Menores ciclos de vida dos produtos: quando um novo produto é bem-sucedido, os rivais rapidamente o copiam. Fonte: www.blog.juridicocerto.com Outro importante fator de sucesso a ser considerado é o conceito de produto bem definido antes de seu desenvolvimento. Outros fatores de sucesso são a sinergia do marketing e da tecnologia, a qualidade da execução em todas as etapas e a atra- tividade do mercado. O desenvolvimento de novos produtos é mais eficaz quando os grupos de P&D, de engenharia, de fabricação, de compras, de marketing e de finanças trabalham em equipe e de forma integrada com ouso intensivo de tecnologia de informação para a integração das informações de projeto. 17 8 A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS Wheelwright (1995) relata que as empresas competentes no desenvolvimento de produtos relacionam claramente o desenvolvimento de novos produtos com a es- tratégia empresarial, ou seja, desdobram a estratégia da empresa em termos de me- tas de marketing, que por sua vez elabora projetos a fim de atingir metas pré-estabe- lecida pela alta direção. Em tais organizações, os gerentes identificam três formas de buscar excelên- cia: Eles dão a direção e mantém a equipe alinhada com a mesma; Selecionam, treinam e desenvolvem as capacitações necessárias para alcan- çar as metas; Através da equipe eles criam, dão forma e influenciam como o trabalho deve ser executado. A figura 2 mostra a influência dos gerentes de produtos durante todas as fases de desenvolvimento de produtos. Dividindo o diagrama, e aproximadamente na me- tade, a parte do lado esquerdo consiste das atividades que posiciona as fundações (início) para os projetos: ajustar as estratégias, construir competências, adquirir recur- sos, definir objetivos e selecionar os projetos. A parte da direita cobre a execução do projeto: selecionar e montar a equipe, revisar a situação do projeto, construir e testar os protótipos, criar planos de marketing, certificar-se dos processos da produção e por fim, lançar o produto. Da perspectiva de guiar o desenvolvimento do produto, e de forma consistente obter êxito no desempenho, a grande maioria das oportunidades dos gerentes de pro- duto para influenciar estão na parte esquerda da figura. No entanto, tais gerentes fo- cam suas atenções precisamente onde suas influências são reduzidas – na execução dos projetos. Obtendo-se com isso um envolvimento significativo, mas pouco de pouco grau de liderança. 18 Curiosamente as ações relativas a atividade de marketing direciona os geren- tes para o lado direito da figura. Muitas vezes o foco é atrativo e extremamente inte- ressante. Figura 2: Cronometragem do Gerenciamento da Atenção e Influência no Desen Para garantir sua sobrevivência perante um mercado cada vez mais competi- tivo e globalizado, as empresas de manufatura têm recorrido a um sem número de "novas" abordagens, tecnologias, filosofias, etc.. Muitas vezes esses modismos tra- zem realmente resultados significativos. No entanto, a quantidade de mudanças es- gota a capacidade dessas empresas em discernir qual o caminho a seguir (figura 3). A Manufatura Integrada por Computador (CIM) também teve seu tempo de gló- ria, mas foi ultrapassada por novas abordagens, tais como Qualidade Total, Reenge- nharia e outras. Logicamente sabe-se que essas novas abordagens podem ser enca- radas como complementares à Manufatura Integrada por Computador. Porém alguns consultores, aproveitando-se de clientes acossados pela concorrência global, sempre lançam novas siglas oferecendo um "novo produto", como a salvação para os problemas e desafios enfrentados pelas empresas de manufatura. Não se está afirmando que todas essas novas abordagens são enganosas com o único intuito de se vender consultoria. Elas possuem conceitos valiosos, que sem dúvida podem alavancar os negócios de manufatura. Além disso, as pessoas dentro das empresas de manufatura ficaram fossilizadas, principalmente no Brasil, pois não BAIXOBAIXO ALTOALTO Construção de Conhecimentos e Capacidades Geração de Idéias Definição do Projeto e Seleção Design e construção de Protótipos ProduçãoPiloto Manufatura Habilidade para influenciar resultados A te nç ão e I nf lu ên ci a A te nç ão e I nf lu ên ci a PRODUÇÃO PLANEJAMENTOPLANEJAMENTO 19 tinham com quem competir. Neste contexto, elas necessitam de consultores atualiza- dos, muitas vezes contribuindo com o óbvio, pois "santo de casa não faz milagres". Fgura:3:Dificuldades para decisão O mercado consumidor passou a exigir um tratamento individualizado, fazendo com que as empresas, entre outras medidas, diminuíssem o ciclo de desenvolvimento de novos produtos, para poder fornecer sempre novos produtos. É conhecido que o grau de incerteza no início do desenvolvimento de um pro- duto é bem elevado, diminuindo com o tempo, mas é justamente no início que se seleciona a maior quantidade de soluções construtivas. As escolhas de alternativas ocorridas no início do ciclo de desenvolvimento são responsáveis por 85% do custo do produto final [EVE89]. O custo de modificação aumenta ao longo do ciclo de de- senvolvimento, pois a cada mudança, um número maior de decisões já tomadas pode ser invalidado. Além disso, o processo de desenvolvimento sequencial faz com que o número de alterações ocorra muito tardiamente (figura 4). 20 Figura 4: Características do desenvolvimento de produtos Para eliminar esses problemas, muitas empresas adotaram a filosofia de En- genharia Simultânea. Teoricamente a Engenharia Simultânea procura, através de suas técnicas, métodos, ferramentas, etc., diminuir esse grau de incerteza no início do ciclo de desenvolvimento. No entanto, algumas empresas deram ênfase somente aos aspectos organizacionais da Engenharia Simultânea, colocando pessoas que an- tes se encontravam em departamentos distintos em um único departamento. Outras investiram em sistemas CAE/CAD/CAPP integrados através do compartilhamento de um modelo de produto único. Os resultados dessas iniciativas isoladas nem sempre atenderam às expectativas desejadas, pois faltava uma análise mais abrangente das condições necessárias à implantação da Engenharia Simultânea. Neste artigo procura-se mostrar primeiramente que a sigla CIM ainda é atual, se for lida com outra ênfase do que na sua versão original. Esta ênfase estaria no significado amplo do termo Integração. Essa nova leitura pode trazer no seu bojo a conotação de uma nova sigla. No entanto, isso fica a cargo do leitor que pode adotar a moda que achar mais conveniente. O objetivo é discutir conceitos comuns a várias abordagens de melhoria das empresas de manufatura, a fim de apresentar uma refle- xão sobre a importância da Integração hoje e no futuro. Define-se então dentro deste contexto o termo Engenharia Simultânea utili- zando-se os conceitos apresentados. O papel da Engenharia dentro das empresas Características do Desenvolvimento de Produtos Estudo de Viabilidade Projeto Preliminar Projeto Detalhado Revisão e Testes Modificações tempo Qtde de Escolhas $ tempo 85% Influência no Custo $ tempo Custo de Modificação tempo Grau de Incerteza ? Número de Alterações Engenharia Simultânea roz0441 Henrique Rozenfeld USPUSP 21 integradas é discutido. Finaliza-se esta contribuição com a apresentação de um mo- delo de referência para o Desenvolvimento de Novos Produtos. 9 VISÃO HOLÍSTICA DA EMPRESA A palavra hólos veio do grego e significa inteiro; composto. Segundo o dicioná- rio, holismo é a tendência a sintetizar unidades em totalidades, que se supõe seja própria do universo. Sintetizar é reunir elementos em um todo; compor [FER75]. A visão holística de uma empresa equivale a se ter uma "imagem única", sinté- tica de todos os elementos da empresa, que normalmente podem ser relacionados a visões parciais abrangendo sua estratégia, atividades, informações, recursos e orga- nização, assim como suas inter-relações (figura 5). Essa divisão tomou como base as visões do CIM-OSA, discutido a seguir no item "Nova leitura da sigla CIM". Como recursos deve-se entender os recursos financeiros que a empresa utiliza seus equipamentos de produção e de trabalho, os métodos e técnicas empregadas, hardware, software, etc.. O conceito de organização aqui empregado é mais abran- gente do que o normalmente conhecido. Ele considera a estrutura organizacional e suas inter-relações, a sua cultura, as pessoas e sua qualificação, as formas de comu- nicação, assim como a capacidade de aprendizado da organização. Henrique Rozenfeld USPUSP Henrique Rozenfeld USPUSPVisão holística da empresa • hólos(grego): inteiro, composto • holismo: tendência, que se supõe seja própria do universo, a sintetizar unidades em totalidades • síntese: reunião de elementos em um todo, composição • integrar: tornar inteiro, completar Recursos Organização •estrutura •cultura •aprendizagem • pessoas Atividades Informações Estratégias • técnicas/métodos • equipamento • hardware • software • rec.financeiros Figura 5: Visão holística da empresa 22 Todo empresário e o seu pessoal gerencial deveriam ter uma visão holística de sua empresa. Essa visão possui diferentes ênfases e graus de abstração. No entanto, a visão do todo (a imagem única) é essencial para que eles cumpram o seu papel. Algumas empresas possuem pessoas com essa visão, e normalmente elas se desta- cam de suas concorrentes. Porém uma grande parte dos dirigentes atingiu seu posto vindo de uma área específica, trazendo assim uma visão distorcida do todo. É comum encontrar gerentes empolgados com os recursos computacionais, outros achando que a solução está somente na estrutura organizacional, outros que consideram suas má- quinas e equipamentos como sendo a salvação da empresa, etc.. Com uma visão holística é mais seguro tomar decisões relativas a uma das visões, pois a influência desta decisão sobre as outras visões da empresa é observada à priori. Se esta visão holística for então formalizada, pode-se discutir problemas es- pecíficos sem se perder a abrangência, nivelando-se o conhecimento entre os partici- pantes da discussão. No entanto, é impossível representar o todo de forma completa. Este todo é algo abstrato, que forma uma unidade na mente dos dirigentes. É preciso discutir amplamente este conceito da visão holística dentro das em- presas, para poder partir para um formalismo maior, se necessário, trazendo à cons- ciência dos dirigentes, que eles já possuem (ou deveriam possuir) esta visão. Em se- guida deve-se difundir esse conceito para as demais pessoas da empresa. Pensar a empresa como um conjunto de business processes é o que mais se aproxima de um formalismo para a obtenção da visão holística. RACIOCINAR COM BASE EM BUSINESS PROCESS Allaire, da Xerox, divide os processos empresariais em 3 tipos [GAR95]: - processos de gerenciamento: com os quais a alta cúpula dirige a empresa, interage com os funcionários, toma decisão e se comunica. Esses processos marcam o contexto organizacional da empresa e determinam o estilo de trabalho. Como exem- plos desse tipo de processo têm-se: gestão estratégica e definição de investimento em longo prazo. - business processes (BP): definidos abaixo e escopo deste capítulo. Como exemplos têm-se: desenvolvimento de produtos, comercialização de produtos, fabri- cação de produtos e atendimento ao cliente. 23 - processo de trabalho: são os elementos dos BP e representam o aspecto operacional de como se realizam as atividades dos BPs. Um business process (BP) é um fenômeno que ocorre dentro das empresas. Ele contém um conjunto de atividades, associadas às informações que manipula, uti- lizando os recursos e a organização da empresa. Forma uma unidade coesa e deve ser focalizado em um tipo de negócio, que normalmente está direcionado a um deter- minado mercado/cliente, com fornecedores bem definidos (figura 6). Henrique Rozenfeld USPUSPDefinição de Business Process FornecedorCliente Informação Atividades Recursos Informação Organização Business Process Figura 6: Definição de business process Esta focalização no negócio é importante, pois é comum encontrar diversos negócios de uma empresa compartilhando os mesmos elementos estruturais e recur- sos, o que dificulta a definição do BP (e em muitos casos a própria operação da em- presa). Se o compartilhamento de recursos for inevitável, o conhecimento dos BPs que utilizam esses recursos traz este fato à consciência de uma forma sistemática, auxiliando então no seu gerenciamento (que não deixa de ser complexo). O BP é algo natural que acontece hoje em todas as empresas, mas muitas vezes ele é mas- carado por disfunções estruturais, principalmente naquelas empresas que ainda tra- balham com uma organização burocrática funcional. A existência de atividades, que não agregam valor ao produto, também dificulta a identificação dos BP. 24 Em algumas empresas a existência dos BP não era consciente. Os novos re- quisitos dos clientes, competição mais acirrada e a disponibilidade de tecnologia de informação mais flexível fizeram com que fosse necessário se identificar os BP. Assim se consegue gerenciar os negócios de uma forma mais efetiva, focalizando-se nas exigências dos clientes [GAR95]. São os BPs que servem de referência para o desenvolvimento de diversas abordagens de melhoria das empresas de manufatura. 10 BUSINESS PROCESS É O PONTO COMUM DE VÁRIAS ABORDAGENS Mesmo sem ser explicitamente citado como business process (BP), ele é utili- zado em diversas abordagens atuais, como se procura mostrar a seguir de uma forma bem sucinta. São analisadas aqui a Reengenharia, o Sistema de Qualidade e o Custo baseado em Atividades (ABC), vide figura 7. Figura 7: Business process é comum para várias abordagens A ênfase atual de se definir os business processes das empresas advém da febre da Reengenharia [MOR94]. Pode-se dizer que a Reengenharia é que forneceu este termo com o significado atual de conjunto de atividades, que normalmente são Business Process é comum para várias abordagens Poster do BP ReegenhariaReegenharia Sist.QualidadeSist.QualidadeSoftwareSoftware ProcedimentosRequisitos ABC/MABC/MAtividades Info Processos Henrique Rozenfeld USPUSP 25 realizadas por diversos departamentos de uma empresa. Normalmente uma Reenge- nharia do Negócio, onde a estrutura organizacional da empresa sofre alterações para ficar enxuta e preparada para os desafios da concorrência, deveria ser precedida pela Reengenharia do Processo. Nesta última oBP deveria ser identificado e melhorado, à luz do potencial da tecnologia de informação, partindo-se de um white-paper, ou seja, sem vínculo com a situação atual. Esta mudança teria que ser radical, buscando-se índices de melhoria significativos [HAM94]. É discutível se os benefícios alcançados com essas medidas radicais compensam o trauma que a empresa pode sofrer em médio prazo [WOO95]. A prática mostra, porém que, em todas as situações não im- portando o grau de radicalismo, o conhecimento da situação atual, sem um grande formalismo, é necessário para um trabalho de Reengenharia. Este conhecimento es- tabelece um ponto de referência comum, uma base line, pois se obter uma visão ni- velada - um consenso - sobre a situação atual da empresa já é um grande ganho. A obtenção de um Sistema de Qualidade segundo a norma ISO 9000 exige um certo formalismo dos procedimentos em vigor na empresa. Um resultado natural da preparação para a certificação segundo a ISO 9000 deveria ser uma melhoria dos processos atuais, apesar que muitas empresas se preocupam somente com a certificação. Estas perdem a chance de se obter os verdadeiros ganhos que a abor- dagem da qualidade fornece. Observa-se então que os BPs se tornam uma referência para a formalização dos procedimentos. Muitas empresas não adotam essa premissa, tratando os procedimentos como ilhas desconectadas, pois eles normalmente refe- rem-se aos processos de trabalho (segundo a classificação anteriormente apresen- tada). Elas deveriam tratar dos BPs no contexto da certificação e da aplicação da Qualidade Total [GAR95]. Existe hoje uma proposta de se unificar o início das abor- dagens da qualidade e de CIM através de uma modelagem única dos BPs [ALL96]. A abordagem de ABC (Activity Based Costing) é um método alternativo ao cus- teio clássico por absorção. O ABC propõe que se direcionem os custos indiretos para os produtos, pois eles são cada vez mais significativos nas empresas de manufatura. Assim deve-se obter um custo mais real dos produtos, apoiando a tomada de decisões 26 gerenciais [NES95]. Alguns autores afirmam que o ABC é um outro tipo de custo por absorção [CAT92]. O verdadeiro ganho está no ABM (Activity Based Mana- gement) [SPO94]. O ABM preconiza que se deve analisar as atividades visando a sua otimização, antes de serem custeadas através de seus direcionadores de custo. Per- cebe-se então que o conhecimento do business process é essencial para a prática do ABM. Em algumas empresas a definição das atividades para o ABC/M parte do esta- belecimento dos BPs. Como pôde ser visto nesta sucinta apresentação, a determinação dos BPs é um ponto em comum de algumas abordagens em uso atualmente. Para que os BPs possam servir de referência para essas diversas abordagens e mesmo para a manufatura integrada, eles devem ser mapeados [BAR93]. A organi- zação inteira deve pensar em termos de BP [GAR95]. O mapa do BP é essencial como base de referência para discussões, a fim de apoiar à obtenção sistemática de uma a visão holística da empresa. No entanto, a visão holística é algo abstrato. Existe então uma dificuldade de representação do BP. 11 REPRESENTAÇÃO DE UM BUSINESS PROCESS Normalmente, representam-se visões parciais de um BP. Elas são representa- das por formalismos advindos da área de análise de sistemas, tais como DFD (Data Flow Diagram) ou SADT (Structured Analysis Design Technique). Nesses formalismos estão contidas somente as visões de atividades e informações. Outras técnicas ad- vindas de OEM (Organização e Métodos) poderiam também ser utilizadas. São, po- rém, precisas demais para a intenção de se mapear os BPs. Um dos problemas, que contribuíram para o desuso de algumas técnicas de OEM, foi o seu grau de detalha- mento. Muitas vezes a documentação de um fluxo de trabalho otimizado não era atu- alizada, devido à dificuldade de manipulação da sua representação. Os conceitos de OEM, no entanto, continuam válidos, quando se procura, por exemplo, eliminar ativi- dades que não agregam valor ao produto, na análise de um BP. Uma adaptação da técnica SADT foi utilizada com sucesso em alguns casos práticos, no mapeamento do BP [ROZ95a, TIB95]. Esta representação tem três níveis. No primeiro coloca-se uma representação analógica do business process. No se- gundo nível as atividades estão listadas dentro de caixas interligadas com flechas, 27 que indicam as informações que entram e saem das atividades. Dentro de cada caixa são colocadas siglas que indicam os recursos utilizados na atividade correspondente, assim como a organização responsável pela sua realização. Com esses dois primeiros níveis monta-se um “pôster”, que fornece uma visão abrangente do BP (figura 8). Neste pôster estão também listados os significados das siglas de recursos e organi- zação. No terceiro nível detalham-se as atividades, utilizando-se texto estruturado, no qual o procedimento de uma caixa do segundo nível é documentado. Este nível pode servir de referência, ou mesmo estar em consonância com a ISO 9000. Figura 8: Técnicas de representação de processo Quando se desejar obter uma visão mais detalhada de algum aspecto do BP, devem-se utilizar aquelas visões parciais (informação, organização e recursos), com as quais a empresa já tem alguma afinidade.Assim, a visão do "pôster" passa a ser uma sinopse das outras visões. Essa representação segue o lema "é melhor ser aproximadamente correto do que precisamente incorreto". Isto significa que neste "pôster" não estão representadas todas as nuâncias e nem todos os detalhes do BP. No entanto, ele fornece um frame Técnica de Representação de Processos Processo de Negócio Atividade Organização Recursos Informação Informação evolução do Structured Design and Analysis Technique (SADT) / IDEF0 roz0447 Henrique Rozenfeld USPUSP 28 para obtenção da visão holística da empresa. Pode ser uma referência para discus- sões. Porém deve-se ter sempre em mente, que a pessoa (ou equipe) responsável pelo BP é que possui a visão completa e abstrata. Em outras palavras, os responsá- veis interpretam aquele modelo mapeado. É difícil imaginar, que uma representação aproximada do BP seja suficiente. Mas a experiência mostra que assim se consegue melhores resultados, porque não se perde muito tempo com a precisão da represen- tação, que na maioria das vezes é impossível. Quando o BP se torna completo, aumenta a dificuldade de se manipular o seu modelo, principalmente quando existirem visões complementares, por exemplo um MER (Modelo Entidade Relacionamento) para a representação da visão informação. Para apoiar essa manipulação existem hoje ferramentas computacionais disponíveis no mercado [ROZ95b]. Hoje existem no mercado algumas ferramentas de modelagem de business process, que já possuem seus próprios formalismos de representação com diversas visões do negócio, que auxiliam de forma significativa a obtenção da visão holística. Muitas destas ferramentas ainda possibilitam que os modelos de um elevado grau de abstração sejam detalhados, suportando assim o desenvolvimento de sistemas com- putacionais que suportem determinadas atividades do negócio, 12 NOVA LEITURA DA SIGLA CIM Desde os primórdios da utilização da sigla CIM, a ênfase estava na letra "C" de Computador, ou de uma forma mais ampla, Tecnologia de Informação. Um exemplo é a definição de CIM como sendo "a utilização do processamento de dados eletrônicos e o fluxo de informações auxiliado por computador em todos os setores da empresa" [EVE87]. A essas visões tecnológicas foram sendo acrescentadas uma visão estratégica, "CIM deve ser entendido como um meio para se aumentar a velocidade de negócios de uma empresa através de uma estratégia orientada ao consumidor e uma produção flexível" [ENK91]; uma visão organizacional, "CIM é um padrão contemporâneo de organização da produção, que utiliza os computadores e a automação como ferra- mentas para a integração de todas as fases do ciclo de fabricação do produto, desde sua concepção até a sua comercialização" [VAL91]. Este mesmo autor acrescenta, 29 quatro anos depois, que este padrão deve estar associado às decisões nas áreas de estratégias de produção, informatização e cultura técnica [VAL95]. Nesse período surgiu uma grande quantidade de propostas de modelos CIM, arquiteturas CIM, soluções CIM, etc.. Uma arquitetura bem ampla que pode ser ado- tada até hoje como referência é a proposta pelo projeto europeu AMICE (sigla inver- tida de European Computer Integrated Manufacturing Architeture) do programa euro- peu ESPRIT (European Strategic Programme for Research and Development of Infor- mation Technology). Essa arquitetura chama-se CIM-OSA (CIM Open System Archi- teture) e fornece um framepara os usuários planejarem e implantarem CIM [JOR91]. Ao mesmo tempo, os fornecedores de software deveriam adotar o CIM-OSA como padrão de referência no desenvolvimento de soluções individuais a serem integradas. Após a proposição do frame, esse trabalho não foi continuado no âmbito do AMICE, pois os interesses comerciais dos participantes não contemplavam mais a criação de um padrão de referência comum. As três dimensões propostas pelo frame do CIM-OSA continuam válidas, se- gundo o autor deste. Nelas podem-se encaixar os modelos de representação de uma arquitetura CIM. Em uma dimensão têm-se as visões de função (atividade), informa- ção, recursos e organização. Deve-se acrescentar aqui a visão de estratégia. Em uma outra dimensão, são propostas as visões de requisitos, projeto e implementação. Na terceira dimensão estão os modelos gerais, os parciais (específicos por área de atua- ção da empresa) e os modelos específicos de uma empresa em particular. A letra hoje então mais importante da sigla CIM é o "I" de Integração (figura 9). O "C", ou seja, a Tecnologia de Informação, é o potencializador da integração, na visão recursos do frame do CIM-OSA. Ela também viabiliza outras formas de integra- ção na visão organização, por exemplo, através da disponibilidade da tecnologia de workgroup computing[STR95]. Só que nesse caso outros fatores, tais como cultura organizacional e capacidade de aprendizado da organização são mais importantes. Não se deve esquecer que o domínio do negócio, ou melhor, da manufatura (letra "M") continua a ser essencial. De nada adiantaria a melhor estratégia, a melhor organiza- ção, os melhores recursos, se não existir um domínio amplo do negócio, desde o de- senvolvimento de seus produtos, até a sua comercialização e produção. 30 A Integração parte de uma visão holística da empresa, onde todas as visões fazem parte de um todo unificado. O que sustenta esta visão holística é a compreen- são da empresa através de seus business processes. Logicamente não se pretendeu aqui diminuir a importância da Tecnologia de Informação na Integração da Manufatura. Henrique Rozenfeld USPUSP CIM:Computer Integrated Manufacturing C I M C I M Organização Informação Estratégias Recursos Atividades Visão Holística Business Process A Evolução da Sigla CIM Figura 9: Evolução da Sigla CIM Graças aos avanços atuais e disponibilidade de equipamentos e sistemas fle- xíveis e de fácil interconexão é que se pode tratar da Integração como um todo. O potencial da tecnologia é que permitiu que se pensasse em organizações modernas e até virtuais. Existem alguns caminhos a serem ainda desbravados, principalmente na área de normalização. Mas esses avanços fizeram com que se pudesse considerar a tecnologia como commodities para o CIM. 13 CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS Com a abrangência maior do significado da sigla CIM, qualquer mudança nos cenários atuais relacionados com novas estratégias, formas organizacionais, tecnolo- gia, etc... Influencia a manufatura integrada. Apresentam-se aqui alguns exemplos que podem influir na integração da manufatura. 31 A globalização da economia traz, entre outras, uma estratégia de se operar simultaneamente em vários locais distintos. Isso pode ocorrer, por exemplo, no de- senvolvimento de um produto, com várias pessoas localizadas em diversos locais tra- balhando em grupo e fazendo uso da tecnologia de telecomunicações. Suas ativida- des seriam suportadas por sistemas de workgroup computing [STR95] e elas forma- riam uma organização virtual [HAN95]. Mesmo dentro de uma mesma empresa, pode- se formar equipes de trabalho com pessoas advindas de vários departamentos afins à tarefa a ser resolvida pelo grupo [SAV91]. Outra tecnologia disponível parece que pode ser o caminho para a criação de software no futuro. Essa tecnologia tem a sigla BPA (business process automation) ou BPE (business process execution) e seu princípio está na automação de atividades específicas definidas em um BP resultante, por exemplo, de um trabalho de Reenge- nharia. O desenvolvimento desses building blocks de software específicos seria reali- zado com uma ferramenta de desenvolvimento orientada por objeto com grande pro- dutividade e alto grau de abstração. Em termos de tecnologia de informação uma decisão a ser tomada é entre a integração homogênea ou heterogênea de sistemas. A homogênea parte do princípio queexistem uma base de dados única para todos os aplicativos [PET92]. Isto é conseguido através de sistemas integrados, que contém teoricamente todos os aplicativos que uma empresa de manufatura necessi- taria. Esses sistemas são bem flexíveis, pois podem ser configurados para diversas alternativas. O problema maior desses sistemas integrados é o seu tempo e custo de implantação. Hoje, no entanto já surgem sistemas integrados baseados na arquitetura cliente-servidor, com cliente Windows TM Assim, esses aplicativos podem fazer uso da tecnologia OLE (object link embebed), o que facilita a integração funcional com outro aplicativo que trabalhe também com o padrão OLE. O mesmo acontece no mundo UNIX com o padrão CORBA. Em futuro próximo aguarda-se que tanto um pa- drão único seja adotado para qualquer plataforma de hardware. O problema ainda fica na integração da base de dados, pois os modelos dos sistemas integrados normal- mente fazem um uso extenso da integridade referencial, dificultando a troca on-line de dados com aplicativos não nativos no sistema integrado. Alguns sistemas, no en- tanto, fornecem interfaces de dados padrão, onde se armazenam os dados que se 32 deseja inserir, ficando a criação do relacionamento referencial a cargo do próprio apli- cativo. A integração heterogênea, como o próprio nome diz, preocupa-se em integrar sistemas distintos, desenvolvidos por fornecedores diferentes [PET92]. Ela toma como base um repositório de dados também conhecido como meta base de dados, que é uma espécie de dicionário de todos os dados que estão nas bases de dados de cada um dos aplicativos a serem integrados. A grande desvantagem aqui é o armazena- mento redundante de dados. Por utilizar sistemas diferentes pode acontecer que em um ambiente heterogêneo existe também uma redundância das funções oferecidas por dois aplicativos ou mais. Um exemplo de uma integração deste tipo pode ser visto no Ambiente de Engenharia Integrado desenvolvido pelo autor deste e que utiliza sis- temas comercias [ROZ95a, TIB95]. Esse princípio de se trabalhar com meta base de dados podem também ser utilizados na integração de diversos building-blocks da tec- nologia BPA. Outro aspecto a ser considerado é a cultura técnica da empresa, que é o "re- servatório de saber" partilhado intersubjetivamente pelos agentes técnicos de uma organização, ao qual remetem os enunciados técnicos, por ocasião de uma tomada de decisão [VAL95]. Segundo este autor, uma alternativa para a obtenção da cultura técnica apropriada à manufatura integrada é a adoção de estratégias incrementais de modernização. Muitos outros aspectos poderiam ser apresentados aqui, a fim de se montar um arcabouço de alternativas e considerações relevantes à manufatura integrada, se- gundo a visão holística mostrada. No entanto, isso fugiria do escopo desta contribui- ção. As considerações realizadas servem de exemplos. Um tema final de reflexão está na questão de como se deve implantar a manu- fatura integrada considerando-se os conceitos e aspectos até agora discutidos. 14 INTEGRAÇÃO DA MANUFATURA Dentro da nova leitura da sigla CIM apresentada, o caminho para as empresas de manufatura atingirem os objetivos de suas estratégias deve passar pela Integração da Manufatura, pois nesse enfoque todos os elementos da empresa são considerados e existe a possibilidade de se combinar certos aspectos de diferentes abordagens 33 para a melhoria da manufatura. Integrar é, segundo o dicionário, tornar inteiro, com- pletar [FE75]. Holismo compõe unidades em um todo. Ou seja, a visão holística da empresa é uma condição para que se possa integrar. A questão que se coloca então é como integrar dentro desta visão holística. Segundo o autor deste a integração depende de dois fatores básicos: educação e metodologia. A integração começa com educação, passa por educação e continua com educação. Utiliza-se aqui o significado amplo do termo educação, que se inicia fora das empresas e continua por toda a vida profissional do indivíduo. A metodologia deve ser um frame de métodos, técnicas e ferramentas, que o indivíduo educado (ou grupo de indivíduos) pode acessar e utilizar conforme a sua necessidade específica. A educação influencia principalmente a cultura técnica da empresa e a sua ca- pacidade de aprendizado, passando por motivação, tomando como referência as ne- cessidades e habilidades existentes. Deve-se atuar com educação em todos os níveis da empresa, do presidente e diretoria aos operários. Nos primeiros devem estar fun- damentados os conceitos de integração, business process, técnicas gerenciais, esta- belecimento de estratégias, etc... Para os últimos, conceitos de suas múltiplas fun- ções, habilidades necessárias, conhecimentos específicos, etc.. Isso para não falar dos níveis intermediários. Esta colocação é propositadamente superficial, com a in- tenção somente de se destacar a importância da educação, pois quem realmente agrega valor à manufatura de uma forma ampla são as pessoas que trabalham dentro da empresa (o autor deste não considera o termo recurso humano apropriado neste caso). O outro fator básico é uma referência de como se deve agir para se implantar a integração. Toma-se aqui como referência uma Metodologia de Integração da Ma- nufatura proposta há 2 anos [AGU94], que após alguns casos práticos de implantação [AGU94, REN95] está sendo aperfeiçoada para uma metodologia mais abran- gente, não apenas aplicável em empresas de manufatura, e que hoje serve até de referência para se educar pessoas em seus princípios [BRE96]. Esta metodologia está hoje evoluindo para uma metodologia mais abrangente chamada de Metodologia de Integração de Empresas, pois se percebeu que seu escopo é maior do que as empre- sas de manufatura. Na figura 10 é apresentado este frame, mas uma discussão mais detalhada sobre o seu conteúdo pode ser consultada na bibliografia citada. São mostrados aqui 34 somente seus conceitos, que se relacionam com a nova leitura da sigla CIM. Ela pos- sui três grandes ciclos que podem ser sempre repetidos: diagnóstico, desenvolvi- mento de projetos (planejamento e especificação) e implementação / monitoramento. A visão holística da empresa com base no conhecimento e especificação do business process está contida no desenvolvimento de todas as suas fases. A ênfase aqui é criar uma sinergia entre as abordagens passíveis de serem aplicadas, reaproveitando- se, por exemplo, o modelo do BP levantado. Henrique Rozenfeld USPUSP Metodologia de Integração da Manufatura Implementação e Monitoração Desenvolvimento de Projetos Levantamento de requisitos e Situação Atual Reengenharia Custos por Atividades ISO9000 Engenharia Simultânea roz0450 Figura 10: Metodologia de integração da manufatura Para a etapa de diagnóstico existem algumas técnicas disponíveis na metodo- logia. Nesta etapa já foi utilizado com sucesso o levantamento de disfunções da em- presa, envolvendo todas as visões já citadas. Com isso não se perde a abrangência, no momento de se definir alguma ação corretiva específica. Em um caso prático de estabelecimento da automação do BP "vender" pôde ser constatado pelo diagnóstico, que um problema raiz estava na falta de capacidade de gerenciamento dos dirigentes da empresa e consequente descrédito das pessoas nos procedimentos adotados. As- sim, não adiantava revolucionar o BP "vender", sem antes atacar o problema raiz. Este é somente um exemplo ilustrativo de tantos outros que puderam ser constatados na aplicação da metodologia. Nessa etapa não se deve modelar os BPs atuais de forma muito detalhada e pode-se até adotar algum formalismo já empregado pela empresa, 35 a fim de se obter a base line. Existem outros métodos disponíveis dentro da metodo- logia para a fase de diagnóstico que tratam da definição de estratégias, índices, etc... Porém somentealguns são utilizados em uma aplicação prática, dependendo dos ob- jetivos da integração e da situação atual. A etapa de desenvolvimento é mais ampla e depende dos resultados do diag- nóstico. Passa pela definição dos BPs, com diferentes graus de detalhamento, con- forme o caso. É nesta etapa que se obtém a maior sinergia. Deve-se aqui incorporar possíveis resultados já obtidos em projetos realizados pela empresa no passado, ou mesmo em andamento. Ao mesmo tempo pode-se reengenheirar um BP específico da empresa enquanto paralelamente se aprimora um processo atual, apenas elimi- nando-se destas algumas atividades que não agregam valor ao produto. Com base nos BPs mapeados, podem-se especificar as atividades para o ABC e mesmo os pro- cedimentos a serem detalhados para uma certificação da ISO 9000. Essa sequência apresentada é um exemplo e a metodologia prevê que novas abordagens possam ser incorporadas a ela e que mesmo outra sequência possa ser empregada em um caso prático. Na etapa final programam-se as ações planejadas na etapa anterior. Essa é a etapa mais demorada e que exige uma maior flexibilidade de ação, pois as condições estão sempre mudando. Enquanto se programa uma ação/projeto definido, pode-se estar refazendo um diagnóstico mais detalhado de um BP específico, visando um ou- tro objetivo. Assim é possível que se realizem aplicações simultâneas da metodologia, mas sempre em cima de uma mesma base de referência. Com isso, a empresa evita de sempre estar recomeçando do zero, quando for aplicar uma nova teoria. Uma aná- lise crítica desta nova teoria tem que ser realizada, para que seja possível identificar pontos em comuns com informações á existentes, visando a sua reutilização. Consi- dera-se que somente a partir de um primeiro ciclo de aplicação da metodologia é que se pode falar em melhoria contínua, pois então existe uma base de referência confiá- vel, que é o mapa dos BPs, com diferentes graus de detalhamento, conforme as ne- cessidades existentes. 36 15 PAPEL DA ENGENHARIA NA EMPRESA INTEGRADA A visão departamentalista da empresa deve ser substituída pela visão por pro- cessos. No entanto, muitas empresas adotam essa nova filosofia até a última conse- quência obtendo resultados negativos. Criar um setor que só cuide do desenvolvimento de novos produtos pode ser um desvio da filosofia por processos. O desenvolvimento de produtos é essencial- mente multidisciplinar. Corre-se o risco de se criar um nicho de especialistas, que em pouco tempo estarão ultrapassados. O desenvolvimento de produtos deve ser realizado por times multifuncionais, composto por pessoas de diversas áreas, para exatamente poder unir os seus dife- rentes skills atualizados. Um departamento específico para desenvolvimento de pro- dutos poderia neste caso ser somente um catalizador e gerenciador deste processo. Um departamento de engenharia então dentro deste conceito deve ter sua com- petência bem aprimorada para gerenciar o processo de desenvolvimento de produtos, fornecendo “consultores internos” nas atividades mais técnicas, como por exemplo em cálculos estruturais, para diversos times. Além disso, outros tipos de consultores de- vem atuar como atores em outros processos, como mostra a figura 11. Figura 11: Papel da engenharia nas empresas integradas fabricar produto vender produto Papel da Engenharia nas Empresas Integradas desenvolver produto atender consultas modificar atualizar especificar simular projetar planejar processar orçar verificar configurar EngenhariaEngenharia Business Processes roz0452 Henrique Rozenfeld USPUSP 37 16 ENGENHARIA SIMULTÂNEA NA EMPRESA INTEGRADA Com base nos conceitos apresentados, pode-se definir Engenharia Simultânea como sendo a filosofia de atuação do business process no processo de desenvolvi- mento (ou alteração) de novos produtos, visando: Um aumento de qualidade do produto, com foco no cliente; Uma diminuição do ciclo de desenvolvimento e Consequente diminuição de custos. Esta filosofia toma como base na sinergia entre seus agentes, que devem tra- balhar em equipes multifuncionais, formadas por pessoas de diversas áreas da em- presa. Esta equipe deve crescer e diminuir ao longo de sua existência, mantendo sempre um mesmo núcleo de pessoas, que acompanham o desenvolvimento. Durante algumas atividades devem fazer parte desta equipe clientes e fornecedores, quando se trabalhar no conceito de cadeia de suprimentos, conforme a posição da empresa dentro desta cadeia. Todo o trabalho desta equipe deve ser suportado por recursos, métodos e técnicas integradas, tais como: QFD, FMEA, Tagushi, etc... Apesar da re- petição, deve-se sempre enfatizar que o foco do trabalho deve estar concentrado nas necessidades do cliente. Apesar de longa, essa definição poderia ainda ser considerada incompleta, pois, por exemplo, não citou a melhoria contínua e outros conceitos, que a tornariam muito mais extensa. Na figura 12 pode-se obter uma visualização gráfica desta defini- ção. O importante aqui é ressaltar que todos os elementos da empresa envolvidos nesta definição (resumidamente agrupados neste trabalho em atividades, informação, organização e recursos) devem estar “desenhados” no modelo do business process. 38 Figura 12: Definição de engenharia simultânea 17 MODELO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS Na figura 13 apresenta-se um modelo de referência para o business process de desenvolvimento de produto, que resultou de vários trabalhos junto às empresas de manufatura, ajustado a pesquisas de padrões existentes. Esse primeiro nível de representação é bem geral, adotando-se aqui uma representação analógica para fa- cilitar a transmissão da visão holística inicial com o texto auxiliar abaixo. No segundo nível de representação tem-se uma representação mais formalizada, que não será apresentado neste trabalho. Este primeiro nível é muito parecido com a forma de re- presentação adotada pelo APQP (Advanced Product Quality Planning) da QS 9000. INTEGRAÇÃO Definição de Engenharia Simultânea Filosofia de trabalho Qualidade Tempo de ciclo DESENVOLVIMENTO / ALTERAÇÃO DE PRODUTOS Processo de negócio Custos roz0446 Henrique Rozenfeld USPUSP 39 Desenvolvimento de Novos Produtos Ciclo de Vida Idéia Diretrizes Conceito Projeto Protótipo Piloto Lançamento Avaliação e Ações Corretivas Produção Ensinar Empresa Homologar Processo Homologar Produto Projetar Produto e Processo Conceituar Produto Conceber Produto Figura 13: Desenvolvimento de novos produtos – ciclo de vida Conceber Produto: É quando se pensa em um novo produto. Tem início com ideias vindas de informações de mercado, análises encomendadas ou realizadas pe- los dirigentes, observações de concorrentes, necessidades de melhoria, opinião de clientes, etc. Após uma análise de atratividade decide-se “pensar” nesta ideia. Um grupo composto por pessoas da alta gerência e um coordenador de produto definem as diretrizes do produto, como custo, retorno esperado, data de lançamento, especifi- cação final do produto, etc. Este coordenador acompanhará todo o ciclo de vida do produto, sendo a “me- lhor interface” juntamente com as informações geradas. Com o uso de workgroup computing consegue-se preparar as pessoas para as reuniões, aumentando-se assim a sua eficácia. Conceituar Produto: Consiste em complementar as diretrizes obtidas anteri- ormente, com uma definição detalhada das características técnicas do produto. Esta atividade é desempenhada por um time multifuncional, composto por engenheiros de qualidade, processo, projeto, marketing, entre outros. O coordenador de produto lidera esse time. Aplicam-se aqui filosofia de engenharia simultânea, com ênfase na técnica de QFD (Quality Function Deployment). O trabalho eficaz desta equipe também é su- portado por sistemas de workgroupcomputing. 40 Todas as possíveis informações criadas nesta fase são arquivadas de forma sistemática, garantindo a sua reutilização em fases posteriores. Já são tomadas aqui decisões de make or buy, graças ao uso de sistemas de orçamentação. Dessa forma podem-se convidar fornecedores para participar desta fase do desenvolvimento. Os conceitos especificados nesta fase são valorados, as diretrizes são detalhadas e vali- dadas e finalmente toma-se a decisão em conjunto com o grupo de concepção se a empresa deve investir mais recursos no detalhamento do melhor conceito. Projetar Produto e Processo: É quando se realiza o detalhamento do produto. Também é desenvolvido por um time multifuncional, porém com pessoas de perfil mais operacional que o anterior. Informações de produtos semelhantes são recuperadas de forma sistemática, para que possam ser reutilizadas. Então, novos desenhos e processos são elaborados em detalhes. São avalia- das suas características determinantes e estas são calculadas e verificadas através de simulações. Nesta etapa é utilizada também a técnica de DFMA (Design for Manu- facturing and Assembly). Pode-se utilizar aqui um protótipo eletrônico do produto, que economiza muito dinheiro na construção do protótipo de laboratório, chegando até em alguns casos a substituí-lo. Antes do detalhamento de um componente, toma-se a decisão definitiva de make or buy, na maior parte das vezes confirmando aquela tomada na fase de con- ceituação. No entanto já devem aqui ser tomadas decisões quanto à procedência do item, ou seja, qual o fornecedor, amarrando-se o fornecimento e seu preço, para que surpresas não aconteçam na época de sua industrialização. Após o detalhamento existe uma montagem eletrônica do conjunto final, onde a cadeia dimensional é verificada, aperfeiçoando-se as especificações do detalha- mento, sem impedir que essas informações já estejam sendo utilizadas por outras pessoas. Um princípio para o trabalho das pessoas nessa fase é a qualidade assegurada nos serviços. Isso significa que as informações produzidas em um estágio já são libe- radas para o time dar continuidade aos trabalhos dependentes dessa informação, an- tes da sua aprovação, garantindo assim um trabalho paralelo. Toda informação é controlada por sistema PDM (Product Data Managementt), garantindo a sua integridade. Caso uma informação, por exemplo, um desenho, seja desaprovado, fica fácil rastrear os processos que dependem deste desenho. O envio 41 de tarefas entre os membros do time acontece através de um software de workflow, que elimina o correio interno para troca de informações. Essa forma de trabalho depende de um trabalho em equipe do time multifunci- onal e de uma mentalidade de autocontrole. Graças a esse conceito consegue-se di- minuir o tempo de desenvolvimento / detalhamento do produto. É na fase de detalhamento que se pode utilizar ferramentas automáticas, uma vez que muitas atividades são repetitivas e simples. Um exemplo é o desenho para- metrizado de determinadas peças, que permite até a automação da obtenção do plano de processo e programa CN, sem a necessidade de uma verificação. A qualquer momento nessa atividade, qualquer membro do time pode conside- rar um item como sendo um item crítico. Isto pode significar que ele pode ter uma complexidade incompatível com a empresa ou deve demandar um longo tempo de desenvolvimento. Esse tempo pode resultar de importação, desenvolvimento de dis- positivos, protótipos, etc. Nesses casos é chamada uma reunião extra de todos os membros do time, a fim de liberar com maior rapidez os itens críticos. Eles são então considerados gargalos do desenvolvimento e começam a ser acompanhados com maior precisão. No final da fase de detalhamento acontecem reuniões para definir os potenciais de falhas do projeto e processo, que serão verificados durante a homologação do produto e processo respectivamente. Aqui se utilizam conceitos da QS 9000, que é uma evolução da ISO 9000, aplicando-se particularmente aqui a técnica de FMEA (Failure Model and Effect Analysis). No detalhamento são obtidas também outras in- formações, tais como fluxo de processo, carta de controle estatístico de processo, croquis de fabricação, de setup de equipamento, de inspeção, lista de ferramental, etc. Homologar Produto: Utilizam-se aqui as premissas e regras da ISO 9000 e QS 9000. Define-se um programa de testes do produto, um plano de processo do protótipo, itens a serem comprados e serviços externos para a sua construção. A seguir, têm-se as atividades de planejamento, fabricação e montagem do protótipo. São então realizados testes e uma avaliação sobre os resultados obtidos. Aplicam-se aqui técnicas de projeto de experimentos. Ao final monta-se um relatório dos testes realizados. 42 Com base neste relatório e tendo-se em mãos as possíveis falhas levantadas durante o Projetar Produto, finaliza-se aqui o FMEA de produto e homologa-se o pro- duto. Verifica-se o cumprimento das diretrizes de produto, por meio de reuniões com as equipes envolvidas no seu desenvolvimento. Homologar Processo: Com o protótipo aprovado, parte-se para a definição de um cronograma interno de implantação do produto na empresa. São detalhados os planos de montagem após a fabricação de um lote piloto, deve-se verificar a capaci- dade da empresa em obter o produto desejado. Verificam-se aqui as falhas do FMEA de processo e tomam-se as medidas pertinentes para eliminá-las. Ensinar Empresa: Consiste em obter as informações finais sobre o produto, tais como: manuais de manutenção, aplicação, etc. Com esse material realizam-se cursos e palestras para pessoas das áreas de marketing, vendas, assistência técnica, planejamento e fabricação, a fim de divulgar os conceitos e características do novo produto. Sistemas de informação para apoio às outras atividades da empresa, relaci- onados com o produto, tais como software de apoio a vendas ou assistência técnica, são desenvolvidos nesta fase. Procura-se aqui reaproveitar as informações de outras fases Apesar da apresentação em fases, o importante é garantir que as fases tenham uma grande superposição, como mostra a figura. Ou seja, uma atividade de uma fase pode ser iniciada antes que a fase anterior seja finalizada, desde que a informação necessária ao seu desenvolvimento já esteja disponível. No entanto, em certos mo- mentos as informações são “congeladas” para se dar continuidade a evolução do de- senvolvimento, tratando-se nesses pontos da tomada de decisão se o desenvolvi- mento deve continuar. 18 APLICAÇÃO DO MODELO Como citado, o modelo de referência apresentado resultou de trabalhos de con- sultoria realizado em empresas de manufatura. Nessas empresas foi implementado um modelo semelhante, pois sempre existem particularidades de cada empresa que provocam a sua modificação. Como o próprio nome indica, um modelo de referência é para ser usado como base para o delineamento de um modelo particular. Além disso, ao nível de abstração 43 mostrado, este modelo atende aos requisitos de várias empresas e são nos detalhes de sua implementação que as especificidades de cada empresa são observadas. A Metodologia de Integração deste trabalho utiliza o modelo de referência como ferramenta de documentação dos business processes e, dependendo do resultado do diagnóstico e dos objetivos do trabalho de integração, coloca-se ênfase em certas dimensões do modelo. Por exemplo, para implantação do ABC (activity based costing) a ênfase da modelagem está na dimensão “atividade” do modelo de referência, tendo- se como representação preferencial a estrutura hierárquica das funções (wbs: work breakdown structure). As atividades “folha” desta estrutura são analisadas então para que os seus direcionadores de custo (cost drives) sejam levantados. Um exemplo acadêmico da aplicação domodelo de referência pode ser visto na Fábrica Integrada Modelo (FIM) do Núcleo de Manufatura Avançada (NUMA) da USP São Carlos. Nela montam-se cenários de integração, onde simula-se o funciona- mento de uma fábrica baseada em business processes. Alunos ou visitantes podem participar das simulações assumindo um “papel” de um “personagem” da FIM. Ele segue então um roteiro de forma passiva (com acompanhante conhecedor da FIM) ou de forma ativa (quando ele já possuir o conhecimento necessário para isso). Este ro- teiro é um exemplo do que pode ocorrer em uma fábrica que adotou o modelo de referência anteriormente apresentado. 19 SÍNTESE, COMENTÁRIOS E DESAFIOS As reflexões desta contribuição indicam que a obtenção da visão holística de uma empresa de manufatura com base em seus business process é essencial para o seu corpo dirigente, podendo fazer com que aconteça uma sinergia entre várias abor- dagens de melhoria da manufatura hoje existentes. Esse mesmo princípio deve ser utilizado por toda empresa com diferentes níveis de detalhamento. É melhor ser apro- ximadamente correto, do que precisamente incorreto. A tecnologia de informação oferece um novo potencial que deve ser explorado para a melhoria dos BPs, mas não se pode esquecer que o domínio das técnicas de manufatura é a condição básica para se ter excelência nos negócios. Esse domínio parte do desenvolvimento de produtos, sua comercialização até a sua fabricação e 44 assistência técnica. A visão tecnológica de CIM é importante, mas deve estar contida na visão holística, como parte de um todo. A educação das pessoas da empresa (em todos os níveis) é o maior fator de sucesso da Integração da Manufatura, associada a uma metodologia de implantação abrangente e flexível. A educação e, sobretudo a reeducação são os maiores desafios existentes hoje em dia para se viabilizar a Integração da Manufatura. E dentro destes coloca-se um desafio para a Universidade em formar arquitetos de integração (figura 12). Esses arquitetos devem possuir uma visão abrangente das tecnologias técnicas, métodos, business process de referência, modelagem, etc... Eles devem ter condições de con- tribuir para a obtenção e formalização da visão holística dentro das empresas, acele- rando o processo de adaptação às novas condições de mercados e aos novos para- digmas. 45 BIBLIOGRÁFIA [AGU94] AGUIAR, A.F.S.; ROZENFELD, H.; RENTES, A.F.; BREMER, C.F.; ALLI- PRANDINI, D. H. Integração da Manufatura. Máquinas e Metais. p.98-113, setembro. São Paulo, 1994. [AGU95] AGUIAR, A.F.S.; RENTES, A.F.; ROZENFELD, H. Relato de um Projeto de Melhoria de Negócios em uma Multinacional de Desenvolvimento de Software e Pres- tação de Serviços. Anais do 15 Congresso Nacional de Engenharia de Produção. p.1035-1040. São Carlos, 1995. [ALL96] ALLIPRANDINI, D.H. Metodologia para intervenção na manufatura com ori- entação nos processos e baseada nas abordagens CIM e da Qualidade. Tese de Dou- torado da EESC USP. São Carlos, 1996. [BAR93] BARRET, J. Process Visualization: Getting the Vision Right. Oracle Maga- zine. 7(1):69-78, USA, 1993. 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