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30/03/2016 HIPNÓTICOS E SEDATIVOS · É um dos grupos de fármacos mais utilizados no mundo · De 5 a 10% da população mundial recebe a prescrição de hipnótico por ano · 16% das pessoas idosas fazem uso contínuo de hipnóticos · Diazepínicos e Barbitúricos Sono: · Processo ativo do sistema nervoso central, caracterizado pela sucessão clínica de diversas alterações psicofisiológicas · Conservação de energia · Recuperação da sensibilidade a neurotransmissores NREM: · 70-75% do sono total · Dividido em 4 estágios: - Estágio 2: 50% passa nesse estágio - Estágios 3 e 4: Onde ocorrem sonambulismo e terrores noturnos REM: · Sono de movimento rápido dos olhos · Onde ocorrem a maioria dos sonhos passíveis de serem recordados Transtornos: · Insônia: - Queixa de insatisfação como a quantidade ou qualidade de sono (Por, no mínimo, três noites por semana, em três meses) - 1/3 da população mundial apresenta sintomas de insônia - Prevalente entre as mulheres - Sono não restaurador - Curta duração (3-5 dias), média duração (3 semanas) e longa duração ou crônica (4 ou mais semanas) - Tratamento etiológico, higiene do sono e hipnóticos · Ansiedade - Tensão, apreensão, desconforto, podendo ser devido ao estresse, ao estímulo ambiental ou sem causa aparente · Narcolepsia · Parassonias Hipnóticos: · Substâncias que determinam graus variados do SNC · São utilizados na insônia, anestesia geral da ansiedade · Para a maioria dos sedativos hipnóticos, com exceção dos benzodiazepínicos, uma dose 10 vezes maior que a hipnótica pode ser fatal Estágios de depressão do SNC: · Sedação: Grau mais superficial da depressão, corresponde a uma sonolência acompanhada de um discreto relaxamento muscular, com diminuição da ansiedade · Hipnose: Estado de depressão, encurtamento da fase REM · Anestesia geral · Coma - A depressão induzida depende da via de administração, da dose da substância e maior ou menor sensibilidade do paciente à droga. BABITÚRICOS: · Não seletivos · Se ligam em vários locais · Matam com mais facilidade 1903 – Fisher e Von Mering: Síntese do Veronal (Barbital) · Demora para início de ação · Efeito de longa duração 1912 – Síntese do Fenobarbital (Luminal) · Ações sedativa, hipnótica e anticonvulsivante · Perfil farmacológico mais adequado Mecanismo de ação: Baixas doses: · Modulação alostérica positiva de receptores GABA · Maior duração da abertura do canal de Cl- na presença de GABA · Ação depressora do SNC Altas doses: · Agonismo de receptores GABA · Antagonismo de receptores AMPA · Efeitos inespecíficos Farmacocinética: · Rápida absorção e lenta eliminação · Substâncias bastante lipofílicas · Potentes indutores enzimáticos Reações adversas: · No momento da administração: Queda da pressão arterial, laringoespasmo, diminuição do ritmo respiratório. · Após: Sedação, tontura, confusão mental e prejuízo motor Tolerância e Dependência: · Tolerância: Efeito sedativo e hipnótico > anticonvulsivante e letal · Presença de tolerância cruzada com outros depressores do SNC · Risco maior de dependência física, mas também psicológica (Efeito Euforizante) · Síndrome de abstinência: Irritabilidade, insônia, fono e fotofobia e depressão Sobredosagem: · Depressão intensa do SNC (Paciente comatoso), respiração pode estar diminuída ou aumentada e superficial, queda da pressão arterial. · Causa de morte: Complicações pulmonares (atelectasia, edema), queda da pressão arterial · Manejo: Medidas de suporte, hidratação, alcalinização da urina Interações Medicamentosas: · Outros depressores do SNC · Aceleram a eliminação de diversos fármacos (Vitamina D, K, contraceptivos, etc) BENZODIAZEPÍNICOS: · Introduzidos na terapêutica na década de 60 · Efeitos sobre o SNC: Ansiolítico rápido, sedativo/hipnótico, anticonvulsivante, relaxante muscular, amnésia anterógrada · Seletivos, dificilmente mata · Muitos dos efeitos resultam de depressão relacionada com a dose · Uso criminoso em estupros, devido aos efeitos amnésicos · Todos os derivados benzodiazepínicos têm propriedades farmacológicos semelhantes · Não existem dados que mostrem superioridade de nenhum deles com ansiolíticos · Indicados em reações agudas do estresse · Principais representantes: Alprazolam, bromazepam, clonazepam, cloxazolam, diazepam, estazolam, flurazepam, lorazepam, didazolam, nitrazepam Mecanismo de ação: · Modulação alostérica positiva de receptores GABA · Maior frequência de abertura do canal de CI na presença de GABA · Ação depressora do SNC Farmacocinética: · Moléculas bastante lipofílicas · Rapidamente absorvidas no TGI · Alcançam rapidamente o SNC · Ligação às proteínas plasmáticas · Substratos de enzimas do citocromo P450 Reações adversas: · Sedação, tonturas, confusão mental, amnésia anterógrada, náuseas, etc. Tolerância e dependência: · Tolerância: Efeitos sedativo, anticonvulsivante e relaxante muscular · Risco maior de dependência física, mas também psicológica · Sídrome de abstinência: Similar aos barbitúricos, porém, menos intensa · Surgimento da síndrome de abstinência influenciado pela duração do efeito Sobredosagem: · Raros casos fatais, especialmente em associação com outros depressores do SNC · Medidas de suporte · Administração de Flumazenil Interações Medicamentosas: · Efeito sinérgico com outros depressores do SNC (etanol) · Cimetidina, omeprazol, antifúngicos azóicos, aminoglicosídeos inibem a metabolização de benzodiazepínicos · Indutores CYP 3A4 aceleram o metabolismo de benzodiazepínicos · Ácido valpróico – episódios psicóticos · Fisostigmina – antagonismo parcial do efeito depressor central dos benzodiazepínicos · Benzodiazepínicos podem diminuir os efeitos da levodopa. Benzodiazepínicos de Curta duração: · Pacientes com dificuldade para “pegar no sono”, sem sintomas de ansiedade, idosos. · RAMs: ansiedade de rebote, despertar precoce, episódios de amnésia · Ex: Estazolam (1-2 mg/dia) Benzodiazepínicos de Longa duração: · Pacientes com sintomas de ansiedade · RAMs: sedação residual, prejuízo cognitivo (dia seguinte e a longo prazo) · Ex: Flurazepam (15 – 30 mg/dia) Consequências do Uso Crônico de Benzodiazepínicos: · Desenvolvimento de tolerância e piora gradual do padrão de sono · Desenvolvimento de insônia rebote · Estudos demonstram melhora do padrão do sono após interrupção da medicação · Aumento do risco de desenvolvimento de prejuízo cognitivo e demência em idosos (reversível) Aumento do risco de quedas, fraturas, acidentes automobilísticos e intoxicações Protocolos para avaliar efetividade e segurança de benzodiazepínicos (em análise): · No transtorno de pânico · No estresse pós-traumático · No distúrbio obsessivo compulsivo · Clomipramina mostrou-se eficaz Hipnóticos Não-Benzodiazepínicos/Barbitúricos - “Z” drugs: · Hidrato de Cloral · Utilizado onde não pode ser utilizado barbitúrico ou BZD · Utilizado em pequenos procedimentos Principal Indicação: · Insônia caracterizada por dificuldade em iniciar o sono. · Duração de efeito mais curta (↓ t½) Mecanismo de Ação: · Ativação seletiva sobre receptores benzodiazepínicos que contém a subunidade α1 · Efeito mais seletivo – sedativos e hipnóticos · Sem indução de insônia de rebote com a interrupção abrupta · Mais seguros em pacientes idosos e gestantes (risco gestacional C) · Tolerância e dependência física similar aos BZDs, especialmente em altas doses · Potencial de abuso ainda em discussão · Efeitos antagonizados por flumazenil Zolpidone: · Boa atividade hipnótica e baixa toxicidade · Usado como indutor do sono antes de procedimentos cirúrgicos · Tem atividade menor que o BZD · Antagonista do receptor GABA Zaleplona: · Uso ao deitar (t½ = 1h) · Pode ser repetido em casos de despertar · Duração tratamento: 7 – 10 dias · RAMs: sedação tonturas, fotofobia, parestesias, cefaléia, ataxia Zopiclona/Eszopiclona: · Agonistas GABAA α1 e α2 · Indicados para indução e manutenção do sono (t½ = 5,3h) · Único aprovado para tratamento de longa duração (12 meses) · RAMs: sabor desagradável na boca, boca seca, sedação, tonturas náuseas, cefaleia - Todosos fármacos apresentam igual eficácia para indução do sono, porém, mudam os efeitos sobre a arquitetura do sono. Farmacoterapia da ansiedade: · Dá-se preferência aos antidepressivos como domipramina · Considerando os riscos do uso prolongado, ainda que menores, benzodiazepínicos deixaram de ser a primeira escolha no tratamento de longo prazo do transtorno de ansiedade generalizada, vêm sendo progressivamente substituídos por antidepressivos
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