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Manejo de dejetos de suínos Marize Bastos de Matos Suinocultura ATIVIDADE POTENCIALMENTE CAUSADORA DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL • Grande potencial poluidor. • Pela Legislação Ambiental (Lei 9.605/98 - Lei de Crimes Ambientais), o produtor pode ser responsabilizado criminalmente por eventuais danos causados ao meio ambiente e à saúde dos homens e animais O maior problema para a adequação das propriedades às exigências da legislação, é que as ações para a melhoria da qualidade do ar e redução do poder poluente dos dejetos suínos a níveis aceitáveis pela legislação requererem investimentos significativos, normalmente acima da capacidade de pagamento do produtor Os dejetos quando mal manejados geram problemas: • Coliformes fecais • Metais pesados • Nitratos na água • Metano na atmosfera Metano tem um poder de aquecimento global 21 vezes maior que o gás carbônico. • Efluentes não tratados lançados no solo, rios e lagos podem causar: • Doenças • verminoses, alergias, hepatites, hipertensão, câncer de estômago • Desconforto • moscas, borrachudos, maus cheiros • Degradação dos recursos naturais • morte de animais, toxicidade em plantas e eutrofização de recursos hídricos. • O conteúdo de água é um dos fatores que mais afeta as características físicoquímicas e a quantidade total de dejetos. • Assim sendo, os valores de produção total dos dejetos de suínos somente poderão ser avaliados corretamente quando se considerar também o seu grau de diluição. Dejeto de suíno ESTRATÉGIAS PARA O CONTROLE DA POLUIÇÃO • Redução dos desperdícios de água • Bom dimensionamento hiidráulico da granja, • Uso de bebedouros adequados (tipo, vazão e pressão) • Higiene, proteção de calhas e outros. • Formulação da dietas equilibradas • Sistemas de tratamento Tratamentos de dejetos • Biodigestor • Esterqueira • Lagoa Anaeróbica • Lagoa Facultativa • Lagoa Aeróbica • Compostagem Lagoa facultativa Outras formas de tratamento • Agricultura • Filtro • Lagoa de aguapé • Criação de peixes. Tratamento de dejetos – considerações Doenças e biosseguridade em suínos Introdução • A produção de suínos é baseada em 4 premissas principais: • Nutrição • Manejo • Genética adequados • Estado sanitário do rebanho. O sucesso econômico da produção é largamente influenciado pela presença ou não de doenças na propriedade Doença • Qualquer perturbação ou anormalidade observada no funcionamento orgânico do animal. Fatores podem desencadear o aparecimento das doenças • Fatores ambientais: manejo, higiene, densidade, ventilação, clima. • Fatores do agente: Virulência, resistência, disseminação. • Fatores do animal: Imunidade, idade, genética, nutrição Classificação das Doenças • Doenças reprodutivas; • Doenças entéricas; • Doenças respiratórias; • Outras doenças. Doenças Reprodutivas Brucelose suína • Causada por bactérias do gênero Brucella Transmissão: • Cobertura de marrãs e porcas com cachaço infectado • Contato com animais infectados • Ração e pasto contaminados Sintomas • Ciclo irregular • Abortos, leitões fracos • Manqueira • Esterilidade Tratamento Não existe tratamento Brucelose suína Doença de Aujeszky (pseudo-raiva) causada por vírus • Afeta o sistema nervoso central e ocasionalmente o trato respiratório; • Responsável pela alta mortalidade em leitões lactentes • Atinge eventualmente alguns animais adultos. Transmissão: • contato direto com animais infectados, • ração e água, • equipamentos, • roupas e botas, • qualquer coisa que tenha sido exposta ao vírus Sintomas: Em leitões com menos de três semanas de vida: • perda de apetite, • falta de coordenação, • vômitos, • diarréia Em animais mais velhos: • perda de apetite, • tosse, • espirros, • aborto Doença de Aujeszky (pseudo-raiva) causada por vírus Prevenção e tratamento • O suíno infectado deve ser isolado e principalmente afastado dos leitões e das fêmeas em gestação. • Não existe tratamento para a doença, entretanto os animais podem ser vacinados Leptospirose • Causada por varias espécies de bactérias Sintomas: • Aborto ocorre cerca de três semanas antes do parto; • Podem nascer mortos ou muito debilitados. • Fêmeas apresentam hematúria, • PERDA de apetite, • Diminuição de peso, • Febre. Transmissão: • Contato com a urina de animais infectados, principalmente roedores. Prevenção e controle: • A prevenção através da vacinação, • Para granjas muito contaminadas, recomenda-se tratamento com antibióticos Leptospirose Leptospirose Parvovirose suína Causada por vírus Transmissão: • Via oral • Fezes • Secreções • Os cachaços podem transmitir a doença através do sêmen. Sintomas: • Retorno de cio antecipado ou tardio, • Infecção ocorrendo entre o segundo mês de gestação e a primeira metade do terceiro Prevenção e controle • Prevenção realizada através da vacinação; • Todas as matrizes devem ser vacinadas antes da gestação, impedindo a instalação do vírus no trato reprodutivo; • Cachaços também devem ser imunizados. Síndrome MMA - mastite/metrite/agalaxia • Problema frequente em matrizes recém-paridas, • Geralmente causada por infecção bacteriana nas glândulas mamárias e no útero. • Sintomas: • As glândulas mamárias ficam inflamadas e endurecidas. • Apresentam-se febris, recusando a ração. • Pode haver um corrimento espesso e esbranquiçado pela vulva, sugerindo uma infecção uterina. – A agalaxia pode ser constatada quando a matriz permite o aleitamento, porém os leitões podem ser indicativos do MMA: • Pela falta de leite, • Os leitões lactentes podem desenvolver também uma diarréia conhecida como diarréia branca ou diarréia da cauda molhada. • Tratamento e controle • Nutrição eficiente, • Aplicações de ocitocina podem ser úteis para: • Expulsão de restos de placenta, sangue e membranas fetais do útero. • Auxilia também na ejeção do leite. • Em criações agroecológicas, a aplicação de antibióticos pode ser realizada em caso de risco de vida do animal, este animal será observado e em caso de persistência da doença, ele deve ser descartado do rebanho. Doenças Entéricas • Diarréia neonatal doença de distribuição mundial, muito comum em suínos, especialmente em leitões, entre uma e seis semanas de vida • Transmissão: • Através da ingestão de material contaminado e possivelmente através da inalação . • Sintomas: • Inapetência e a presença de vômitos seguidos por diarreia; • A diarreia é caracterizada por uma dejeção amarelada ou branca, líquida de início e que, após algumas horas, torna-se cremosa ou pastosa, antes de retornar ao normal. • A desidratação pode ocorrer 24 horas após o início da diarréia, eventualmente seguida de morte. • Recuperação entre três e quatro dias. Prevenção e tratamento • A adoção do manejo “tudo dentro, tudo fora” • Deixar os leitões em local aquecido e seco e fornecer-lhes água ou solução de eletrólitos, para hidratação. • Caso seja necessário, os antibióticos podem ser usados para o controle de infecções bacterianas secundárias. Leitões com doença entérica Doença do edema Acúmulo de fluído nos tecidos corporais. Sintomas: Ocorre geralmente de três dias a duas semanas após o desmame. • Morte súbita, • Andar vacilante, • Meneios de cabeça, • Tropeços e quedas; • Movimentos de pedalar Prevenção e tratamento • Uso de Antibióticos em caso de necessidade • O fornecimento de uma dieta balanceada e equilibrada. Doenças Respiratórias Rinite atrófica • Provoca atraso no crescimento e redução da eficiência alimentar, além de diminuir a resistência a outras doenças. Sintomas: • Espirros, • Lacrimejamento e um corrimento nasal branco amarelado. • Pode haver grumos de sangue no corrimento • Espirros rompem vários vasos sanguíneos, resultando emsangramento do nariz • Atraso no crescimento • Refugos no rebanho, que não mais se desenvolvem. Controle e prevenção: • Separar animais infectados. • Utilizar o sistema “tudo dentro, tudo fora” nas salas de parto e creche. • Manter em reprodução porcas mais velhas e repor apenas o indispensável. • Selecionar matrizes e cachaços de reposição de granjas livres dos sintomas clínicos da doença. • Vacinação Tratamento: • Antibioticoterapia em casos graves Rinite atrófica Altamente contagiosa Transmissão: • Contato direto das secreções respiratórias do suíno portador; • Por aerossóis, a partir de animais infectados em um rebanho livre Pneumonia Enzoótica Sintomas: • Tosse crônica e não-produtiva • Movimentos respiratórios são normais, a não ser que haja uma complicação pulmonar, • Respiração ofegante, • Elevação da temperatura • Prostração. Controle e tratamento: • Esquema “tudo dentro, tudo fora” • Programas de vacinação Erisipela suína Provoca perdas econômicas devido à queda na conversão alimentar Transmissão: • Fezes, • Urina; • Saliva; • Secreções nasais; • Roupas, botas e equipamentos; • Pássaros e animais em contato com as fezes contaminadas Sintomas: • temperatura elevada, • lesões em forma de losango, de coloração avermelhada a contornos elevados • volume na articulação e chega a mancar infecção nas junções da coluna vertebral chega a causar paralisia parcial ou até completa. Prevenção e tratamento: Vacinação Antibioticoterapia Erisipela suína Febre aftosa • Altamente contagiosa que afeta animais de casco fendido. Transmissão: • Contato com os animais infectados e através dos pássaros e roedores. • Sangue, • Saliva, • Leite • Fezes • Urina Sintomas: Formação de vesículas e erosões nas mucosas: • Boca, • Língua • Lábios • Palato • Pele entre os cascos • Tetas das porcas • Salivação excessiva • Manqueira bem evidente; • Prevenção e tratamento: • Não há tratamento específico • Em rebanhos infectados, deve-se abater os animais e queimar todas as carcaças e materiais utilizados • – A vacinação deve ser utilizada caso a propriedade se localize em áreas de risco Outras Doenças Parasitos externos • Transmissores de doenças • Irritam os animais • Interferem no crescimento. – Piolho suíno – Sarna suína Parasitos Internos • Trato digestivo • Intestino • Rins • Fígado • Pulmão • Músculos. Vacinação • Objetivo: melhorar as condições de defesa dos animais contra os agentes patogênicos aos quais estão expostos. • Características de uma boa vacina: • Custo baixo. • Administração fácil. • Apresentação compatível com as condições de manejo a campo. • Eficiência na proteção dos animais. • Nas porcas deve proteger os fetos contra a infecção e deve proteger a leitegada através de anticorpos colostrais nas primeiras horas de vida. Utilização de vacinas Critérios a serem adotados para uso de vacinas: • Incidência da doença na região ou granja (controle sanitário, localização da granja, densidade animal, forma de acesso de possíveis vetores, monitoramento sorológico. • Considerando estes fatores a granja pode ser classificada em: granja bem protegida, corre o risco de ser contaminada, altamente susceptível. – • Relação custo/benefício. • Orientação técnica x representantes de laboratórios. • Programas de combate a determinadas doenças. Programa de vacinação • Avaliação individual da granja; • Avaliação dos riscos e perdas econômicas Um programa básico de vacinação pode incluir as vacinas contra: • Pneumonia Enzoótica • Rinite Atrófica • Diarréia Neonatal • Parvovirose • Erisipela • Leptospirose Parasitose Externa Vermifugação: • Fêmea 4 a 7 dias antes do parto; • Leitões desmamados e após 30 dias; • Cachaços: 1 a 4 aplicações por ano. Controle Sanitário • Estabelecimento de um nível de segurança de seres vivos, por meio da diminuição de ocorrência de doenças em uma determinada população. PROGRAMAS DE BIOSSEGURIDADE • Diminuir o risco de introdução e disseminação de qualquer tipo de agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos e parasitas); • Diminuir a expressão de agentes patogênicos infecciosos que já existam nos rebanhos; • Programas de Limpeza e Desinfecção • Prevenção de doenças Limpeza das instalações O desinfetante ideal: • Ter ação rápida e durável. • Não sofrer alterações na presença de MO. • Ser econômico. • Ser fácil de transportar. • Ter a capacidade de conservação ilimitada. • Não ser corrosivo, não manchar, não deixar odor. • Ser atóxico e não irritar a pele do homem e dos animais. • Amplo espectro de ação. Limpeza das instalações Controle de vetores de doenças Animal com infestação por moscas • Obrigada