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PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO W BA 00 82 _v 2. 1 © 2018 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Danielle Leite de Lemos Oliveira Juliana Caramigo Gennarini Mariana Ricken Barbosa Priscila Pereira Silva Coordenador Mariana Ricken Barbosa Revisor Kamila Cristina Gaino Editorial Alessandra Cristina Fahl Daniella Fernandes Haruze Manta Flávia Mello Magrini Leonardo Ramos de Oliveira Campanini Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Fregni, Carla Patrícia F858p Planejamento de comunicação / Carla Patrícia Fregni. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. 128 p. ISBN 978-85-522-0790-0 1. Planejamento de comunicação. 2. Marketing direto. I. Fregni, Carla Patrícia. II. Título. CDD 300 Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB-8/9491 2018 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Planejamento de Comunicação 3 SUMÁRIO Apresentação da disciplina 04 Tema 01 – Comunicação Integrada de Marketing 06 Tema 02 – Planejamento e Gestão da Comunicação Integrada de Marketing 22 Tema 03 – Propaganda, Marketing Direto, Promoção de Vendas 38 Tema 04 – Publicidade, Relações Públicas, Venda Pessoal e Marketing Interativo 55 Tema 05 – Mídias Sociais 70 Tema 06 – Planejamento de Mídia 88 Tema 07 – Legislação e Ética na Comunicação 108 Tema 08 – Comunicação Corporativa 131 PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO Planejamento de Comunicação 3 Apresentação da disciplina A expressão “comunicação de marketing” deixa clara a relação entre os dois termos, ou seja: a comunicação é um dos “4 Ps” do mix de marketing. São eles: Comunicação (o “P” de Promoção); Acessibilidade (o “P” de Praça); valor percebido pelo cliente (o “P” de Preço) e o bem ou serviço que atende às necessidades dos consumidores (o “P” de Produto). O conceito dos “4 Ps” já passou por releituras de muitos teóricos da área, mas não podemos deixar de admitir que ainda é muito funcional quando queremos compre- ender a relação entre os elementos básicos do marketing: oferecer um produto (ou serviço) apropriado, a um preço atraente, torná-lo acessível e fazer com que o público-alvo o deseje e com que os stakeholders tenham uma boa percepção da marca (KOTLER; KELLER, 2012). Fica claro que im- pactar positivamente os agentes envolvidos no negócio e persuadir o con- sumidor à compra são responsabilidades da comunicação. Como se não bastasse a seriedade dessa incumbência da comunicação, somam-se as implicações decorrentes do acelerado avanço das tecnolo- gias, deflagrando um empoderamento do público-alvo como destinatário das mensagens publicitárias. Atualmente, a internet desafia a comunica- ção tradicional em meios de massa, exigindo muito mais esforços para atingir o consumidor com o mesmo impacto de tempos atrás. Em 1960, uma empresa conseguia atingir 80 por cento das mulheres norte- -americanas com um comercial de 30 segundos exibido simultaneamente em três redes de TV: ABC, CBS e NBC. Hoje em dia, o mesmo comercial teria que ser veiculado em 100 canais ou mais para atingir esse feito de marke- ting. (KOTLER; KELLER, 2012, p. 512) Diante desse contexto, os executivos de comunicação devem ser mais criativos que nunca, além de mostrar alto domínio de ferramentas bási- cas do marketing em planejamentos estratégicos. 4 Planejamento de Comunicação Um planejamento de comunicação submete as decisões do mix de comu- nicação às pré-definições do plano de marketing da empresa. Em outras palavras, o direcionamento para as futuras campanhas é dado pela estra- tégia mercadológica adotada. Nesta disciplina, apresentaremos um recorte nesse grande cenário do marketing para esclarecermos o que envolve um planejamento de comu- nicação. Como que lançando mão de uma lupa, você focará seus estudos nesse “P” do marketing que é responsável por fazer os consumidores não só conhecerem os bens e serviços de uma determinada marca, mas tam- bém terem preferência por ela e demostrarem fidelidade. Ao final, esperamos que você tenha acumulado conhecimento quanto ao planejamento e gestão da Comunicação Integrada de Marketing; ao mix de comunicação; ao papel das mídias sociais; ao que diz a legislação e éti- ca na comunicação; ao papel da comunicação corporativa e à importância da viabilidade econômico-financeira da comunicação. Planejamento de Comunicação 5 TEMA 01 COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Objetivos • Compreender o que é a Comunicação Integrada de Marketing (CIM) e seu papel no processo do marketing; • Conhecer o composto de comunicação e ser capaz de identificá-lo no contexto mercadológico; • Conhecer o papel dos agentes envolvidos no proces- so da Comunicação Integrada de Marketing. 6 Planejamento de Comunicação Introdução O foco desta aula está na temática da Comunicação Integrada de Marketing (CIM), também conhecida pela sigla ICM (em inglês: Integrated Marketing Communications). O mercado em nossa contemporaneidade é extremamente competitivo e globalizado. Esse cenário exige novas soluções de comunicação para que as marcas consigam sobreviver a longo prazo. Aliadas a essa realidade, estão as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), que aumentam o leque de escolha dos consumidores quanto à forma pela qual preferem obter informações sobre bens e serviços que procuram. O consumidor não pode receber informações desencontradas pelas di- versas plataformas, pois isso pode fragilizar a marca. Por isso, é importan- te alinhar a essência das mensagens de comunicação nos variados meios, sejam os impressos, eletrônicos e/ou internet. Como a comunicação é uma das ferramentas do marketing (assim como é, também, um dos “4 Ps”), você compreenderá como se dá essa relação e também terá oportunidade de mergulhar um pouco mais no compos- to de comunicação (também conhecido como mix de comunicação). Em tempos atuais, executivos e agências de comunicação assumem papéis cada vez mais desafiadores. Diante desse contexto, convidamos você a nos acompanhar pelo conteúdo desta aula! 1. O que é CIM? Podemos encontrar variadas definições para a Comunicação Integrada de Marketing (CIM). Ogden (2007), por exemplo, menciona a integração de todas as formas de comunicação ao público-alvo de modo que todos os departamentos da companhia e meios divulguem a mesma mensagem. Planejamento de Comunicação 7 Kotler e Keller (2012), por sua vez, ressaltam a importância de se escolher variados tipos de mídias, em suas diferentes esferas, coordenando-as para o impacto positivo das mensagens. A American Marketing Association define a Comunicação Integrada de Marketing (CIM) como “um processo de planejamento destinado a assegurar que todos os contatos da marca com um cliente ou consumidor em potencial relativo a um produto, serviço ou organização sejam relevantes para essa pessoa e consistentes ao longo do tempo.” (KOTLER; KELLER, 2012, p.531) Por meio da CIM, a empresa lança mão de variados elementos do com- posto da comunicação de forma integrada e direcionada à oferta de expe- riências marcanteso suficiente para conquistar e fidelizar o público-alvo. EXEMPLIFICANDO Imagine uma marca de jeans que decidiu recuperar suas ven- das por meio de uma combinação de ações em comunicação: [...] página no Facebook, clipes de vídeo, um desfile de moda na Internet em uma passarela virtual e um aplicativo cha- mado StyleMixer para iPhone. Esse aplicativo permitia aos usuários misturar e combinar roupas e organizar looks, ob- ter feedback de amigos no Facebook e receber descontos quando estivesse nas proximidades de uma loja Gap. Shows acústicos simultâneos dentro das lojas em 700 localidades e lojas temporárias em grandes centros urbanos conbribuíram para gerar burburinho. (KOTLER; KELLER, 2012, p.513) Sendo um dos compostos do marketing, a comunicação tem papel muito mais abrangente do que impactar diretamente os consumidores. Como já mencionado, vivemos em um mundo em que somos atingidos por informações e influências vindas de várias fontes: indústria, mídia, pes- soas que são nossa referência, etc. Isso significa que, para uma marca conquistar seus clientes, tem que conquistar também a boa impressão 8 Planejamento de Comunicação dos agentes influenciadores desse público-alvo. Para isso, as corpora- ções lançam mão, por exemplo, de serviços de Relações Públicas (RP) e patrocínio em eventos (ambos elementos do mix de comunicação). “As Comunicações Integradas de Marketing (CIM) são definidas como o processo estratégico para planejar, executar e controlar programas coordenados de comunicação de marketing, ao longo do tempo, dirigi- dos a audiências externas e internas.” (SCHULTZ; SCHULTZ, 2004 apud URDAN; URDAN, 2013, p.403). Uma CIM de qualidade deve coordenar ações tanto ao público interno da corporação (funcionários e terceirizados, por exemplo), como ao público externo (consumidores, fornecedores, concorrentes; etc.). Deve impactar tanto seus consumidores (atuais e futuros) como o público influenciador (mídia, sociedade, familiares, artistas; etc.). É combinando meios (impres- so; eletrônico; digital; etc.), elementos (objetivos do anunciante; perfil da audiência; tônica da mensagem; etc.), plataformas (anúncios; telemarke- ting; e-mails; etc.) e mensagens (escritas, auditivas, audiovisuais; etc.) que se chega a resultados efetivos na comunicação de marketing. Esse é o papel da CIM. ASSIMILE Há autores que não fazem distinção entre os conceitos de meios e de canais. Ao mesmo tempo, podemos encontrar di- ferenciação nos exemplos fornecidos (Kotler; Keller, 2012): Meios de Comunicação: Impressos (jornais, revistas); Eletrônicos (rádio e televisão); Redes (telefone; cabo; satéli- te; wireless); Expositivos (painéis; placas de sinalização). Canais de Comunicação que são utilizados em marketing direto: correio; telefone; fax; e-mail; internet. Planejamento de Comunicação 9 Segundo Batra e Aaker (1995 apud URDAN; URDAN, 2013), a efetividade de um programa de Comunicação Integrada de Marketing deve se basear em três elementos fundamentais: • abrangência: para se atingir todos os objetivos da comunica- ção, é importante buscar sinergia entre as diversas ferramentas promocionais; • consistência: garantir que as mensagens veiculadas pelas diver- sas plataformas formem uma “única voz”, mantendo coerência do que é dito; • equilíbrio: orquestrar todos os objetivos da comunicação de for- ma a não onerar, por exemplo, a marca em função das vendas ou vice-versa. EXEMPLIFICANDO O cuidado em se atingir equilíbrio nos programas de Comunicação Integrada de Marketing é ilustrado por Urdan e Urdan (2013): O desafio é operar em todos os objetivos de comunicação. Não há muito sentido empresarial em melhorar a imagem da empresa por força do esforço promocional se as vendas não saem do lugar. Ou incrementar vendas no curto prazo, com uso intensivo de ações promocionais, e sacrificar a marca, que depois acarreta perdas comerciais e financeiras (URDAN; URDAN, 2013, p. 403). 2. O papel da comunicação no processo de marketing A filosofia do marketing ainda não é totalmente compreendida. Alguns o confundem com propaganda e, ainda pior, associam-no com o ato de ludibriar para tomar vantagens. Na verdade, nascido das necessidades capitalistas, o trabalho do marketing é bem amplo e contempla uma lógi- ca que visa a “suprir necessidades gerando lucro” (KOTLER; KELLER, 2012, 10 Planejamento de Comunicação p. 3). Para cumprir essa missão, a propaganda não seria o bastante; há outras formas de comunicação além dela. Então, compreendemos que as variáveis envolvidas pelo marketing, assim como as ferramentas que ele disponibiliza e os elementos que o compõem, são bem mais complexas. O mix de marketing (também conhecido pelos “4 Ps”) auxilia os profissio- nais da área a lidarem com tal complexidade. Notamos, por exemplo, que os “4 Ps” estão presentes na própria definição de marketing que a American Marketing Association apresenta: “[...] o marketing é a atividade, o conjunto de conhecimentos e os processos de criar, comunicar, entregar e trocar ofer- tas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e sociedade como um todo.” (AMERICAN MARKETING ASSOCIATION, 2008 apud KOTLER; KELLER, 2012, p. 3). Na citação, podemos identificar: ofertas de valor = bem ou serviço (trata-se do “P” de produto); entregar e trocar = tornar o produto acessível (trata-se do “P” de praça/ponto); valor = quanto o consumidor está disposto a pagar (trata-se do “P” de preço); comunicar = fazer com que o mer- cado conheça a marca e esteja receptivo a ela (trata-se do “P” de promoção). Uma das responsabilidades da administração de marketing é tomar de- cisões coordenadas a respeito de como articular os “4 Ps” para atender necessidades do mercado e garantir lucro à corporação. Isso significa que o planejamento da comunicação deve guardar consonância com as ações dos outros três “Ps”. É pela comunicação de marketing que a empresa conversa com o merca- do e se relaciona com seu público-alvo. LINK Acesse o link a seguir e veja entrevista da HSM com o Prof. Thiago Costa, que explica como a comunicação pode relacionar marca e cliente de forma efetiva. HSM ONLINE. Entrevista: Thiago Costa. A Comunicação com o Cliente é Uma Via de Mão Dupla (1/2). 25 ago. 2010. Duração do vídeo: 3:11 min. Disponível em: <https://youtube.com/ watch?v=VZNjY6BSJVQ>. Acesso em: 26 fev. 2018. Planejamento de Comunicação 11 Os planos de comunicação devem contemplar informações sobre os bens e serviços oferecidos, disseminação da imagem positiva da marca e pre- sença constante na mente do consumidor. A comunicação de marketing também colabora com os consumidores ao mostrar como e porque um produto é usado, por quem, quando e onde. Os consumidores ficam sabendo quem o fabrica e o que a empresa e a marca representam; podem, ainda, receber um incentivo pela experimentação ou pelo uso. A comunicação de marketing permite às empresas conectar suas marcas a outras pessoas, lugares, eventos, marcas, experiências, sensações e objetos. (KOTLER; KELLER, 2012, p. 512) O planejamento da comunicação de marketing deve contribuir para: ge- ração de vendas; valorização da marca; desenvolvimento do brand equity e do customer equity. 3. O composto de comunicação de marketing Muitas pessoas acreditam que a comunicação de marketing se limita à propaganda, no entanto, há muitas outras plataformas das quais uma corporação pode lançar mão para se relacionar com seu público-alvo. Segundo Kotler e Keller (2012), o composto de comunicação (também conhecido por mix de comunicação) é representado por oito principais plataformas: Propaganda: Comunicação (paga por anunciantes identificados) de bens/ serviços através dos diversos tipos de meios (impresso, eletrônico, rede e expositivo). Exemplos: anúncios; embalagens; outdoor; folhetos; placas de sinalização; etc. 12 Planejamento de Comunicação Promoção de Vendas: Incentivos (de curta duração) de consumidores à experimentação e compra de bens/serviços.Exemplos: concursos; amos- tras; cupons; descontos; bonificação de compras; etc. Eventos e Experiências: Atividades patrocinadas pela corporação para criar interações marcantes do público-alvo à marca. Exemplos: festivais; causas sociais; esportes; etc. Relações públicas e publicidade: Programas coordenados de comuni- cação voltados tanto para o público interno como externo da empresa e que tem a função de promover ou proteger sua imagem institucional ou a imagem de seus bens/serviços. Exemplos: kits de imprensa; seminários; relatórios anuais; lobby; revista corporativas; etc. Marketing Direto: Comunicação feita diretamente a clientes específicos e que tem a intenção de obter respostas diretas, diálogo e impacto perso- nalizado. Exemplos: mala-direta; email; telemarketing, catálogos; etc. Marketing Interativo: Atividades online, envolvendo consumidores de forma direta ou indireta com a intenção de criar uma relação em prol da melhoria da imagem da marca e da geração de vendas. Exemplos: catálo- gos; compras eletrônicas; blogs corporativos; sites; etc. Marketing Boca-a-Boca: Comunicação realizada entre pessoas, seja de forma verbal, escrita ou eletrônica, com a intenção de compartilhar ex- periências com determinada marca. Exemplos: contatos interpessoais; chats; blogs; etc. PARA SABER MAIS Você saberia dizer qual é a diferença entre Propaganda e Publicidade? Afinal, são coisas diferentes mesmo? Se essas também são as suas perguntas, sugerimos a seguinte leitura: PREDEBON, José (Coordenador). Curso de Propaganda: do Anúncio à Comunicação Integrada. Atlas, 02/2004. [Minha Biblioteca]. p. 18-19. Planejamento de Comunicação 13 Vendas Pessoais: Contato pessoal realizado entre um vendedor e com- prador (es) com a intenção de otimizar vendas por meio de interações presenciais de cunho consultivo (vendedor orientando consumidor). Exemplos: feiras comerciais; reuniões de vendas; programas de incenti- vo; etc. 4. Agentes envolvidos na Comunicação Integrada de Marketing Pelo que foi apresentado até este momento, notamos que a Comunicação Integrada de Marketing é complexa; o que nos leva a concluir que os agen- tes envolvidos nesse processo são inúmeros e que, além disso, devem ser aliados e coordenados de forma muito criteriosa. Segundo Belch e Belch (2014), podemos identificar os seguintes agentes em um programa de Comunicação Integrada de Marketing: Anunciante: considerado o cliente, é dele que partem os inputs (a de- manda em si) do processo. O perfil da empresa (porte, segmento, cultura, etc) determina como se organiza, internamente, a estrutura que decide as ações de comunicação. Em empresas de grande porte, é comum encon- trarmos a área do marketing articulando com outras áreas como a produ- ção; financeira, P&D e RH. O que se espera é que todas elas coordenem seus planos em consonância com a estratégia organizacional. Algumas corporações optam em criar uma agência interna (em inglês: In-house agency) para garantir economia de custos e maior controle do processo. Por outro lado, elas abrem mão da possibilidade de acesso aos melhores talentos criativos de que agências externas lançam mão. Agências de Propaganda: podem ser de grande ou pequeno porte; espe- cializadas em algum segmento de anunciante ou não. Algumas oferecem apenas soluções em propaganda, outras oferecem serviço completo em 14 Planejamento de Comunicação planejamento de marketing. Enfrentam, atualmente, um mercado bas- tante desafiador, uma vez que as opções de serviços de comunicação aos anunciantes têm sido pulverizadas entre outras empresas além das tradi- cionais agências de propaganda. Agências de Marketing Direto: são agências especializadas em serviços de marketing-direto. Muitas delas são subsidiárias de grandes holdings de agências. Podem oferecer: “[...] gerenciamento de banco de dados, mala direta, pesquisa, serviços de mídia e capacidades de criação e produção” (BELCH; BELCH, 2014, p.103). Agências de Promoção de Vendas: podem ser parte de uma agência de propaganda ou podem atuar como empresa independente. Seja como for, devem oferecer serviços que estejam em total consonância com toda a estratégia de marketing do cliente. Podem oferecer: “[...] planejamento promocional; pesquisa de criação; coordenação conjunta; atendimento e execução; planejamento e criação de prêmios; produção de catálogos e gerenciamento de concursos/sorteios” (BELCH; BELCH, 2014, p. 104). Empresas de Relações Públicas: contratadas, geralmente, por gran- des anunciantes, oferecem serviços que devem estar coordenados com as ações de comunicação de marketing. Sua responsabilidade está em implementar alinhamento entre a publicidade e a imagem corporativa dos clientes. Dentre os serviços oferecidos, podemos ter: planejamento do programa e estratégia de RP; condução de iniciativas de lobby e as- suntos públicos; orientação a eventos comunitários; gerenciamento de crises; etc. Agências Interativas: detentoras de amplo conhecimento tecnológico, são especialistas em design de sites, mídias interativas; database marketing, Gestão do Relacionamento com o cliente (em inglês: Customer Relationship Management - CRM), dentre outros. Planejamento de Comunicação 15 Serviços Secundários: oferecidos por empresas de “[...] pesquisa de marketing; design de embalagem; fotógrafos; consultores; produtoras de vídeos; gráficas; eventos; etc.” (BELCH; BELCH, 2014, p.106). A integração dos serviços oferecidos por diferentes agentes é uma das decisões mais desafiadores aos executivos da comunicação. Sempre ha- verá prós e contras em cada configuração planejada, pois não é simples, para um anunciante, utilizar-se de várias fontes de serviços ao mesmo tempo sem escapar de altos custos, além da dificuldade que é orquestrar fornecedores concorrentes em ação conjunta. PARA SABER MAIS Você gostaria de se aprofundar um pouco na questão da co- municação interativa? Indicamos a leitura a seguir. Trata-se de uma discussão sobre a interatividade midiática. GIACOMINI FILHO, Gino. Publicidade: possibilidades para um receptor interativo. In Neorreceptor: no Fluxo da Comunicação. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2013. Cap. 1. Disponível em: <http:// ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0403-3. pdf>. Acesso em: 26 fev. 2018. Nesta aula, mencionamos os variados agentes que podem configu- rar uma Comunicação Integrada de Marketing. Por muito tempo, as agências de propaganda dominaram o cenário da comunicação. No entanto, ultimamente, esse domínio tem sido escoado pelas novas plataformas propiciadas pelo avanço tecnológico. Sugerimos que você leia o artigo a seguir e elabore seu ponto de vista quanto ao fu- turo das agências de propaganda. MARCONDES, Pyr. Agências de propaganda: o que será delas? In Meio e Mensagem. 2016. Disponível em: <http://proxxima.com.br /home/proxxima/blog-do-pyr/2016/05/16/agencias-de-propaganda- o-que-sera-delas.html>. Acesso em: 26 fev. 2018. QUESTÃO PARA REFLEXÃO 16 Planejamento de Comunicação 5. Considerações finais • Conceito de Comunicação Integrada de Marketing (CIM): progra- mar coordenadamente o composto da comunicação de marketing, em função das audiências externas e internas. Princípios: abrangên- cia; consistência e equilíbrio. • O papel da comunicação no processo de marketing: (1) levar, aos consumidores, informações sobre bens/serviços (quem é o fabri- cante; o que representam a marca e a empresa); (2) estimular a experimentação e uso de bens/serviços; (3) influenciar positivamen- te os públicos influenciadores. • Composto da comunicação (mix da comunicação): propaganda; promoção de vendas; eventos; RP; marketing direto; marketing boca- -a-boca; vendas pessoais; • Agentes da Comunicação Integrada de Marketing: anunciante; agências de propaganda; agências de marketing direto; agências de promoção de vendas; empresas de RP; agências interativas; servi- ços secundários. Glossário • Stakeholders: termo que se refere a todos os envolvidos em deter- minadonegócio, podendo abranger tanto agentes internos (fun- cionários da corporação, diretores, presidentes) como agentes ex- ternos (fornecedores, consumidores, concorrentes), assim como também agentes indiretos como a força pública, midiática, público influenciador, etc. • Brand equity: valor que o público-alvo reconhece na marca. • Customer equity: total de receita que uma corporação poderia al- cançar com a carteira de clientes que tem. Planejamento de Comunicação 17 • Holdings: grupos de empresas que é gerenciado por outra que possui a maioria das ações e controla toda a administração, assim como as políticas empresariais. Exemplo de holding: Grupo Multi, que detém as marcas Wizard, Yázigi, Skill, Alps, Quatrum, Microlins, SOS, Bit Company, People e Smartz (voltadas à educação e ao ensi- no profissionalizante). • Lobby: nome dado à prática de relações públicas que leva à intera- ção com órgãos públicos para fornecimento e recebimento de infor- mações que possam conduzir favoravelmente, nessa esfera, solu- ções de problemas de grupos de interesses. (SIMÕES, 1995, p. 169) VERIFICAÇÃO DE LEITURA TEMA 01 1. O conceito de Comunicação Integrada de Marketing (CIM) prioriza: a) elaborar planos de comunicação que servirão de base para o planejamento do marketing. b) principalmente dois “Ps” do marketing como estratégia principal: o preço e a acessibilidade. c) o processo estratégico para planejar, executar e con- trolar programas coordenados de comunicação de marketing. d) plataformas interativas de comunicação que envolvam um público jovem e preparado para a linguagem das novas tecnologias. e) a coordenação de plataformas em comunicação de massa para que um público maior possa ser atingido. 2. Imagine uma campanha de comunicação em que uma marca de cosméticos publica um anúncio pago em revista 18 Planejamento de Comunicação impressa contendo um cupom para troca de amostra de produto. Identificam-se, nesse exemplo, dois elementos do mix de comunicação. São eles, respectivamente: a) Propaganda e Promoção de Vendas. b) Propaganda e Evento. c) Relações Públicas e Promoção de Vendas. d) Promoção de Vendas e Marketing Direto. e) Marketing Direto e Boca-a-Boca. 3. Quando acontece algum escândalo ligado à empresa, a providência mais urgente a ser tomada é a contratação dos serviços de: a) Agência de Propaganda. b) Fotógrafos. c) Agência de Marketing Direto. d) Relações Públicas. e) Agência de Promoção de Vendas. Referências Bibliográficas BELCH, G. E., BELCH, M. A. Propaganda e Promoção: Uma Perspectiva da Comunicação Integrada de Marketing. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. ISNB: 978-85-8055-365-9. GIACOMINI FILHO, Gino. Publicidade: possibilidades para um receptor interativo. In Neorreceptor: no Fluxo da Comunicação. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2013. Cap. 1. Disponível em: <http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0403-3.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2018. HSM ONLINE. Entrevista: Thiago Costa. A Comunicação com o Cliente é uma Via de Mão Dupla (1/2). 25 ago. 2010. 3min11s. Disponível em: <https://youtube.com/ watch?v=VZNjY6BSJVQ>. Acesso em: 26 fev. 2018. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de Marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. Planejamento de Comunicação 19 MARCONDES, Pyr. Agências de propaganda: o que será delas? In Meio e Mensagem. 2016. Disponível em: <http://proxxima.com.br/home/proxxima/blog-do-pyr/2016/05/16 /agencias-de-propaganda-o-que-sera-delas.html>. Acesso em: 26 fev. 2018. OGDEN, James R.; CRESCITELLI, Edson. Comunicação Integrada de Marketing: Conceitos, Técnicas e Práticas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. [Minha Biblioteca]. PREDEBON, José (Coordenador). Curso de Propaganda: do Anúncio à Comunicação Integrada. São Paulo: Atlas, 2004. [Minha Biblioteca]. SIMÕES, Roberto P. Relações Públicas: Função Política. 3. ed. São Paulo: Summus Editorial, 1995. URDAN, Flávio T.; URDAN, André T. Gestão do Composto de Marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. Gabarito – Tema 01 Questão 1 – Resposta: C Alternativa A (incorreta): na verdade, o planejamento de marketing é a grande diretriz para planos de comunicação. Alternativa B (incorreta): as ações da CIM devem estar em consonân- cia com todos os outros 3 “Ps”. Alternativa C (correta): a CIM é um processo que deve ser gerenciado estrategicamente de forma a integrar os vários elementos do mix de comunicação. Alternativa D (incorreta): nem sempre os programas de CIM priori- zam o público jovem; tudo vai depender do objetivo estratégico do anunciante. Alternativa E (incorreta): a ideia de uma CIM é unir potencialidades das várias plataformas de comunicação e não priorizar apenas uma delas. 20 Planejamento de Comunicação Questão 2 – Resposta: A Sempre que nos referimos a anúncios pagos, estamos falando de propaganda. Trata-se de uma comunicação paga que pode ser di- vulgada em diversos meios (impresso, eletrônico, rede e expositivo). Quanto a cupons, trata-se de um incentivo à experimentação e com- pra de bens/serviços. Essas justificativas são suficientes para des- cartarmos a possibilidade de evento (ação que envolve o cliente em festivais, por exemplo); RP (ações que influenciam positivamente o público influenciador, como editoriais em revistas); Marketing Direto (comunicação personalizada como mala direta); Boca-a-Boca (comu- nicação realizada entre pessoas como indicações de amigos). Questão 3 – Resposta: D Um escândalo ligado à corporação pode denegrir sua marca. Para tentar minimizar as consequências, a primeira providência a ser to- mada é comunicar-se com o público-alvo e com o público influen- ciador, tratando do assunto de forma estrategicamente cuidadosa. Quem faz isso é o profissional de Relações Públicas que articula in- formações para o fortalecimento da imagem organizacional. Com re- lação aos outros serviços de comunicação, eles até podem compor alguma ação de recuperação da marca, mas não são prioritários em primeira instância. 2 Planejamento de Comunicação TEMA 02 PLANEJAMENTO E GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Objetivos • Conhecer os elementos envolvidos no processo de comunicação; • Conhecer as etapas de um planejamento de comunicação; • Compreender as diretrizes para um planejamento de Comunicação Integrada de Marketing. Planejamento de Comunicação 3 Introdução Nesta aula, o foco estará sobre o planejamento e a gestão da Comunicação Integrada de Marketing. Trata-se de um assunto bastante amplo e não pretendemos esgotá-lo neste conteúdo. A intenção será propiciar funda- mentos para que você conheça os elementos-chave dessa temática e seja capaz de compreender toda a dinâmica envolvida. Planejamento e gestão são atividades estratégicas tão imbrincadas que, muitas vezes, são tomadas como sinônimos. Mas, não são! O planejamen- to estratégico é um processo de caráter gerencial, que tem a missão de levantar um panorama situacional da empresa para formular objetivos organizacionais; programas de ação e execução, tendo como intenção a evolução competitiva da corporação. Por sua vez, a gestão deve garantir a implementação da estratégia planejada, agindo de forma sistemática e continuada. Por se retroalimentarem, planejamento e gestão, muitas ve- zes, confundem-se no ciclo evolutivo da instituição. Como mencionamos em nossa primeira aula, as ações da comunicação devem estar submetidas ao que se definiu no plano de marketing. E, por sua vez, o marketing também deve ser submetido à estratégia organiza- cional que se funda no tripé Visão/Missão/Valores. Devemos enxergar o planejamento organizacional como um processo macro, dentro do qual há outros processos sendo tocados em direção à Visão da corporação. Dentro do processo do planejamento de marketing está o direcionamen- to para seus “4Ps” e, dentre eles, está a comunicação para a qual também se elabora um planejamento. É isso mesmo! O cenário pode parecer complexo, mas compreendê-lo não é complicado. Vamoslá? 4 Planejamento de Comunicação 1. O processo da comunicação Os estudos da comunicação podem envolver uma miríade de teorias de- fendidas por muitos teóricos e refutadas por outros tantos. Trata-se de um vasto assunto cujo bojo pode distinguir elementos como: cultura; so- ciedade; tecnologia; indústria; mídia; globalização; psicologia; economia; mercado e muitos outros. Mesmo que nosso foco seja a comunicação organizacional, devemos com- preender que qualquer decisão tomada vai repercutir no ambiente inter- no e externo da empresa. Aliás, como a corporação é um sistema aberto, as interferências oscilam de dentro para fora e de fora para dentro. Para conhecermos os elementos em um processo de comunicação, va- mos lançar mão de um modelo básico: emissor mensagem receptor. O emissor precisa codificar a mensagem para que ela seja veiculada em determinado meio e chegue ao receptor que terá que decodificá-la e ge- rar uma resposta (feedback). Desse processo, depreendemos que o emis- sor será mais efetivo se conhecer muito bem seu receptor, pois, assim, poderá utilizar-se de códigos que serão facilmente decodificados. Mesmo se tratando de um modelo muito básico, podemos inferir algumas ideias a partir dele: a codificação deve ser, ao mesmo tempo, compatível com o meio escolhido e compatível com o perfil do receptor; do emissor até o receptor, ruídos poderão surgir a qualquer momento, seja pela escolha inadequada do meio; desconhecimento do emissor em relação ao recep- tor; indisponibilidade do receptor, etc. Quando recortamos nosso olhar sobre o processo de comunicação de marketing, concentramos atenção nas respostas do público-alvo. Deste ponto de vista, alguns modelos foram idealizados para se entender me- lhor o processo que leva a mensagem até o consumidor. Pressupõe-se “[...] que o comprador passa por um estágio cognitivo, um afetivo e um comportamental, nessa ordem” (KOTLER, KELLER, 2012, p. 516). Teríamos, Planejamento de Comunicação 5 então: cognitivo = aprender; afetivo = sentir; comportamental = agir. No entanto, essa pressuposição pode não se aplicar a todas as relações de compra. Kotler e Keller (2012) nos dão algumas ideias que explicam essa observação. Observe o quadro apresentado. Quadro 1 – Modelos de hierarquia de respostas SEQUÊNCIA DE ESTÁGIOS DESCRIÇÃO Aprender Sentir Agir Há grande envolvimento do cliente com a categoria de produtos, percebida como de alta diferenciação. EXEMPLO: compra de automóvel. Agir Sentir Aprender O público apresenta grande envolvimento com o produto, mas percebe pouca ou nenhuma diferen- ciação entre os produtos da categoria. EXEMPLO: compra de computador. Aprender Agir Sentir O público tem pouco envolvimento e percebe pou- ca diferenciação entre os produtos da categoria. EXEMPLO: compra de pilhas. Fonte: Kotler e Keller, 2012 (adaptado pela autora) O quadro apresentado nos faz perceber a importância de se compreender os elementos envolvidos em um processo de comunicação de marketing para se chegar a um planejamento realmente efetivo. Dependendo do envolvimento do consumidor, durante o processo de decisão de compra, uma estratégia de comunicação pode ser mais indicada do que outra. Para se ter uma ideia do que seria uma campanha de propaganda ideal, Kotler e Keller (2012) fazem alguns apontamentos: o cliente ideal foi ex- posto à mensagem certa no local certo e na hora certa? A propaganda prendeu o consumidor sem desviá-lo da mensagem transmitida? A pro- paganda motivou os consumidores a comprarem a marca? A efetividade da comunicação depende da qualidade de seu planejamen- to e gerenciamento. Para isso, os profissionais da área devem conhecer e compreender o processo da comunicação. 6 Planejamento de Comunicação 2. Planejamento da comunicação de marketing Como mencionamos, no início desta aula, o planejamento antecede a implementação das ações em comunicação. Segundo Ackoff (1982 apud LUPETTI, 2012, p. 28), trata-se de “[...] um processo de decidir o que fazer, e como fazê-lo, antes que se requeira uma ação”. Concluímos que a ação (implementação) fica por conta da gestão da comunicação. Kotler e Keller (2012, p. 518) descrevem sete etapas de planejamento, cul- minando na gestão da Comunicação Integrada de Marketing: • Identificação do público-alvo; • Determinação dos objetivos; • Elaboração da comunicação; • Seleção dos canais de comunicação; • Estabelecimento do orçamento; • Decisão sobre o mix de comunicação; • Mensuração dos resultados da comunicação. 2.1. Identificação do público-alvo O que deflagra o desenvolvimento do projeto é a definição do público- -alvo para o qual os esforços da corporação se voltam. Devemos ter em mente que saber o que dizer; como dizer; quando dizer; onde dizer, são decisões que partem do conhecimento a respeito do público-alvo. Kotler e Keller (2012) sugerem que se trace o perfil do público-alvo com base no uso e fidelidade; ou seja, que se norteie em questões como: “O público-alvo é novo na categoria ou já é um usuário? Ele é fiel à marca, fiel a um concorrente ou alguém que muda toda hora de marca? Se o públi- co-alvo é um usuário atual da marca, trata-se de um usuário assíduo ou esporádico? ” (p. 518) Planejamento de Comunicação 7 2.2. Determinação dos objetivos de comunicação Uma vez identificado o público-alvo, quais serão os objetivos de comuni- cação? O que se quer atingir com as ações de comunicação? Aqui, deve- mos lembrar que esses objetivos devem estar em consonância com os objetivos maiores do planejamento de marketing. Suponhamos que os objetivos específicos do marketing, em determinada corporação, sejam: lançar novos produtos; abrir novos pontos de vendas; incentivar abertura de novas franquias e fortalecer parcerias. Agora, pen- sando em objetivos da comunicação integrada em consonância com os objetivos de marketing, sabemos que os objetivos da comunicação não podem se limitar aos consumidores finais, certo? Isto posto, concluímos que os objetivos do planejamento de comunicação integrada devem con- siderar: (1) força de vendas = “informar sobre novos produtos e treinar a equipe”; (2) intermediários = “informar características do novo produto; reforçar merchandising”; (3) influenciadores = “mudar posicionamento da empresa e informar sobre novos produtos”; (4) consumidores finais = “mudar hábitos do público, promover experimentação do novo produ- to; informar os novos pontos de vendas; neutralizar a concorrência”; (5) consumidores empresariais = “mostrar relação custo/benefício e estreitar relacionamento” (LUPETTI, 2012, p. 71). PARA SABER MAIS A autora Lupetti (2012) apresenta, em sua obra, um exemplo completo da definição de objetivos sucessivos, partindo dos objetivos gerais da organização. Indicamos que você consul- te as páginas 70-71. LUPETTI, Marcélia. Gestão Estratégica da Comunicação Mercadológica. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning Editores, 2012. [Minha Biblioteca]. 8 Planejamento de Comunicação 2.3. Elaboração da comunicação Segundo Kotler e Keller (2012, p. 519), a elaboração da comunicação deve se pautar em três pontos principais: “[...] o que dizer (estratégia de mensagem), como dizer (estratégia criativa) e quem deve dizer (fonte de mensagem)”. Estratégia da mensagem: o foco pode ser a qualidade do produto, eco- nomia ou valor da marca; contemporaneidade, popularidade ou tradição da marca. Estratégia criativa: o tipo de apelo utilizado, por exemplo: apelo infor- mativo (baseado em atributos ou benefícios do bem/serviço) ou apelo transformacional (baseado em benefício ou imagem que não se relacio- nam diretamente com o bem/serviço). EXEMPLIFICANDO Propaganda com estratégia criativa baseada em apelo infor- mativo: anúncio que explica o funcionamento de determina- do antissinais na pele, ressaltando questões científicas. Propaganda com estratégia criativa baseada em apelo trans- formacional: anúncio de cerveja que envolve mulheres sen- suais,associando-se o prazer do consumo da cerveja ao pra- zer sexual. Fonte da mensagem: o quem disse é um ponto de alta importância na elaboração da mensagem. Ter a chancela de uma celebridade que tes- temunha a favor do bem/serviço é estratégia utilizada por muitos anun- ciantes, apesar de se tratar de uma aposta que oferece alguns riscos, pois celebridades, como sabemos, podem se envolver em algum escândalo pessoal, projetando negatividade à imagem da marca. Planejamento de Comunicação 9 2.4. Seleção de canais de comunicação Os estudos da comunicação podem divergir em relação à conceituação de canais; meios e veículos. Você poderá encontrar as seguintes posições: • meios e canais têm o mesmo significado; • significados específicos: meio = suporte pelo qual a mensagem fará o percurso do emissor até o destinatário, por exemplo: meio eletrô- nico; meio impresso; meio digital; etc.; canal = dispositivo que apoia e comporta a mensagem do emissor até o destinatário, por exem- plo: televisão; rádio; internet; etc.; veículo = a entidade industrial criadora de um canal, por exemplo: rede Globo, revista Veja, Uol. com, etc... • significação que inverte as definições de meio e canal apresentadas na posição anterior (2). Seja qual for o conceito utilizado, conseguimos compreender o termo porque, geralmente, ele é mencionado em um contexto que esclarece seu significado. De qualquer forma, tanto o meio como o canal são sistemas que viabilizam “[...] a entrega de mensagens aos receptores” (URDAN; URDAN, 2013, p. 393). Esses mesmos autores definem os canais (ou meios, pois os consideram sinônimos) em quatro tipos (p. 394-397): Mídia (não Interativa) de Massa – atinge público amplo, sem contato pessoal e sem conhecer a identidade dos receptores. “A propaganda tem por base a mídia (não interativa) de massa” (URDAN; URDAN, 2013, p. 293). Trata-se da tão conhecida comunicação de massa. Exemplos: TV aberta; rádio; internet (no caso de banners e pop-ups); etc. Mídia (não interativa) Dirigida – atinge públicos específicos, mas não permite comunicação bilateral instantânea. Trata-se de um canal que possibilita a personalização da mensagem conforme características indi- viduais ou grupais dos receptores. Exemplos: catálogos; e-mails; cartas nominais; etc. 10 Planejamento de Comunicação Mídia Interativa Humana – atinge pessoa ou grupo de pessoas por meio de contato pessoal sob a forma de diálogo; ou seja, a comunicação bilate- ral é imediata. Exemplos: Venda pessoal e telemarketing. Mídia Interativa Eletrônica – atinge muitas pessoas de forma individu- alizada, possibilitando comunicação bilateral imediata. Tendo a internet como exemplo mais contemporâneo, trata-se de uma mídia controlada pelos próprios receptores, que têm papel ativo no processo. Exemplos: além da internet, os quiosques eletrônicos e sistemas telefônicos de aten- dimento ao cliente guiados por teclas. LINK Em 2016, o Grupo Four Midia instalou, em estações do Metrô de São Paulo, árvores de Natal e promotoras em holografia mapeada. As promotoras convidavam os usuários, de manei- ra inusitada, a visitar a árvore de Natal e receber as men- sagens natalinas. Acesse: GRUPO FOUR MIDIA. Holografia Mapeada no Metrô de São Paulo. 20 jan. 2016. Disponível em: <https://youtube.com/watch?v=anB2es3VqXs>. Acesso em: 03 mar. 2018. 2.5. Estabelecimento de orçamento Um dos grandes desafios das empresas é definir o orçamento para a co- municação de marketing. Kotler e Keller (2012) descrevem quatro méto- dos mais utilizados pelas empresas na hora de estabelecerem seus orça- mentos de comunicação. Método dos recursos disponíveis: o orçamento é definido conforme o que a empresa julgar ser possível gastar. Trata-se de um método que in- viabiliza um planejamento a longo prazo. Planejamento de Comunicação 11 Método da porcentagem das vendas: as empresas partem de deter- minada porcentagem sobre o preço dos produtos ou sobre as vendas (atuais ou previstas). Trata-se de um método que, ao invés de considerar a comunicação como uma alavancagem para as vendas, considera as ven- das como um determinante para decisões de comunicação. Método da paridade com a concorrência: as empresas definem um or- çamento de comunicação que seja compatível com o que a concorrência pratica. Trata-se de um método que ignora o fato de que a comunicação é parte das ações estratégicas da corporação e, cada uma, tem suas pró- prias estratégias. Método de objetivos e tarefas: talvez, um dos métodos mais efetivos, pois a decisão orçamentária para a comunicação parte dos objetivos e ta- refas pré-estabelecidos em planejamentos de marketing. Exemplo de ob- jetivo: “Determinar a porcentagem do mercado a ser atingida pela propa- ganda. O anunciante espera atingir 80 por cento do mercado (40 milhões de clientes potenciais) com sua mensagem de propaganda” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 525). 2.6. Decisão sobre o mix de comunicação Afinal, como decidir qual será a combinação das ferramentas de comuni- cação que será mais efetiva para a empresa atingir os resultados espera- dos? Kotler e Keller (2012) apresentam três fatores que devem ser consi- derados para essa tomada de decisão: Tipo de mercado de produto: o mercado B2B (business to business = em- presas vendendo para outras empresas) tem características diferentes do mercado consumidor. Por exemplo, um meio de massa não vai impactar empresas-clientes com a mesma força que as vendas pessoais, quando os representantes comerciais visitam os compradores organizacionais. 12 Planejamento de Comunicação Estágio de disposição do comprador: a cada estágio, uma ferramenta é mais recomendável do que outra. A propaganda, por exemplo, é adequa- da no estágio de desenvolvimento da conscientização do consumidor à marca, pois a propaganda consegue encantar e envolver o consumidor. As vendas pessoais são eficazes no estágio da compreensão do bem/ser- viço oferecido, pois o papel do vendedor é exatamente ser um consultor para o cliente. A promoção de vendas pode ser bem funcional na decisão de compra, quando o cliente ainda está inseguro em relação às vanta- gens oferecidas. É possível haver mais de uma ferramenta aplicada a cada estágio: por exemplo, as vendas pessoais e a promoção de vendas podem também ser recomendáveis no estágio de recompra. O que importa é levar em consideração a disposição do comprador naquele determinado momento. Estágio do ciclo de vida do produto: a cada estágio, há uma relação custo-benefício ideal na aplicação das ferramentas da comunicação. Introdução: [...] propaganda, eventos e experiências e publicidade, se- guidas por vendas pessoais, para obter cobertura de distribuição, e pro- moção de vendas e marketing direto, para induzir a experimentação” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 320). Crescimento: boca a boca e marketing direto. Maturidade: propaganda; eventos; vendas pessoais. Declínio: promoção de vendas e propaganda recordatória. 2.7. Mensuração dos resultados da comunicação Para correções de rota quanto às consequências (positivas ou negativas) das decisões tomadas no planejamento de marketing, é imprescindível avaliar os resultados obtidos com as implementações. Kotler e Keller (2012) recomendam pesquisas que possam levantar informações como: a audiência reconhece ou se lembra da mensagem transmitida? Quantas vezes o público viu a mensagem? Quais foram os pontos marcantes? O que os consumidores sentiram diante da mensagem? Houve mudança de atitude frente ao bem/serviço divulgado? Planejamento de Comunicação 13 Além desses tipos de informações, é importante também que os execu- tivos de marketing reúnam dados quantitativos como a quantidade de pessoas que compraram o produto; quantos consumidores gostaram do produto e quantos falaram dele com outras pessoas. PARA SABER MAIS Belch e Belch (2014, p. 97-601) propõem uma reflexão so- bre os prós e contras de se fazer uma mensuração da efi- cácia de um plano de comunicação. Leia em: BELCH, G. E., BELCH, M.A. Propaganda e Promoção: uma Perspectiva da Comunicação Integrada de Marketing. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. [Minha Biblioteca]. 3. Responsabilidades do gerenciamento da comunicação integrada É de responsabilidade dos gerentes de comunicação a garantia da im- plementação das ações pré-estabelecidas pelo planejamento. Podemos dizer que o gerenciamento da comunicação deve “fazer acontecer”. Isso contempla a conquista de recursos; a aplicação deles por meio de técni- cas e operacionalizações adequadas; correções de rotas em momentos de contingências; geração de histórico de experiência que possa servir de retroalimentação em futuros planejamentos. ASSIMILE Atualmente, as corporações encontram soluções multiplata- formas sendo oferecidas por agências de propaganda e pela in- dústria midiática. Trata-se de grande oportunidade tanto para as prestadoras de serviços de comunicação, que expandem seus negócios, como para as empresas clientes, que podem [...] reunir várias propriedades da comunicação - bem como os serviços de marketing correlacionados – em um programa de comunicação integrada” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 531). 14 Planejamento de Comunicação 4. Considerações finais • O processo da comunicação parte de um modelo básico (emissor mensagem receptor). É importante que se compreendam os ele- mentos envolvidos em um processo de comunicação de marketing para se chegar a um planejamento realmente efetivo. • O planejamento antecede a implementação das ações em comuni- cação, que é feita pelo gerenciamento. Kotler e Keller (2012, p. 518) descrevem sete etapas de planejamento, culminando na gestão da Comunicação Integrada de Marketing: (1) Identificação do público-al- vo; (2) Determinação dos objetivos; (3) Elaboração da comunicação; (4) Seleção dos canais de comunicação; (5) Estabelecimento do orça- mento; (6) Decisão sobre o mix de comunicação; (7) Mensuração dos resultados da comunicação. • As responsabilidades do gerenciamento da comunicação envolvem: a conquista de recursos; a aplicação deles por meio de técnicas e operacionalizações adequadas; correções de rotas em momentos de contingências; geração de histórico de experiência que possa servir de retroalimentação em futuros planejamentos. Assim que a internet passou a ganhar espaço como poderosa fer- ramenta de comunicação, as discussões quanto à sua classificação como comunicação de massa ou não foram acaloradas. Propomos que você reflita sobre isso, pesquisando a respeito, levantando os pontos de discussão e desenvolvendo sua própria percepção a res- peito da temática. QUESTÃO PARA REFLEXÃO Planejamento de Comunicação 15 Glossário • Processo: ações objetivas sequenciadas que dependem de sub- sídios iniciais (input, matéria-prima, precedentes, etc.) para serem disparadas em direção a um resultado (output, meta, objetivo, etc.). • Missão: “é a razão pela qual a organização existe” (LUPETTI, 2012, p. 29). • Valores: princípios norteadores de atitudes e comportamentos dos fundadores e colaboradores dentro da corporação. • Visão: “retrata o sonho da empresa, aonde esta quer chegar” (LUPETTI, 2012, p. 29). VERIFICAÇÃO DE LEITURA TEMA 02 1. Pressupõe-se “[...] que o comprador passa por um estágio cognitivo, um afetivo e um comportamental [...]” (KOTLER, KELLER, 2012, p. 516). Esses estágios podem ser traduzi- dos, respectivamente, por: a) agir, aprender, sentir. b) sentir, agir, aprender. c) sentir, aprender, agir. d) aprender, sentir, agir. e) aprender, agir, sentir. 2. O planejamento antecede a implementação das ações em comunicação, que é feito pelo gerenciamento. Kotler e Keller (2012, p. 518) descrevem sete etapas de planeja- mento, culminando na gestão da Comunicação Integrada de Marketing: 16 Planejamento de Comunicação (A) Determinação dos objetivos; (B) Elaboração da comunicação; (C) Seleção dos canais de comunicação; (D) Identificação do público-alvo; (E) Decisão sobre o mix de comunicação; (F) Mensuração dos resultados da comunicação; (G) Estabelecimento do orçamento. Considerando-se que as etapas, no texto apresentado, fo- ram colocadas em sequência aleatória, qual seria a sequên- cia certa? Assinale a alternativa correta: a) D; A; B; C; G; E; F. b) A; B; C; G; E; F; D. c) A; B; C; F; G; D; E. d) D; C; A; B; E; G; F. e) B; A; D; F; G; C; E. 3. A respeito das atividades envolvidas pelo gerenciamento da comunicação, podemos mencionar: I. Conquista de recursos. II. A aplicação dos recursos por meio de técnicas e opera- cionalizações adequadas. III. Correções de rotas em momentos de contingências. IV. Definição das estratégias de canais de comunicação. Estão corretos os itens: a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) I, II e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II, III e IV. Planejamento de Comunicação 17 Referências Bibliográficas BELCH, G. E., BELCH, M. A. Propaganda e Promoção: Uma Perspectiva da Comunicação Integrada de Marketing. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. [Minha Biblioteca]. GRUPO FOUR MIDIA. Holografia Mapeada no Metrô de São Paulo. 20 jan. 2016. Disponível em: <https://youtube.com/watch?v=anB2es3VqXs>. Acesso em: 03 mar. 2018. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de Marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. LUPETTI, Marcélia. Gestão Estratégica da Comunicação Mercadológica. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning Editores, 2012. [Minha Biblioteca]. URDAN, Flávio Torres, URDAN, André Torres. Gestão do Composto de Marketing. 2. ed. Atlas, 2013. [Minha Biblioteca]. Gabarito – Tema 02 Questão 1 – Resposta: D A cognição refere-se à nossa aquisição de conhecimento. Sendo assim, o cognitivo pode ser igualado ao conceito de saber. O afetivo é o que nos afeta, é o nosso sentir. Nosso agir traduz nosso comportamento. Questão 2 – Resposta: A A sequência correta é: (1) Identificação do público-alvo; (2) Determinação dos objetivos; (3) Elaboração da comunicação; (4) Seleção dos canais de comunicação; (5) Estabelecimento do orça- mento; (6) Decisão sobre o mix de comunicação; (7) Mensuração dos resultados da comunicação. Questão 3 – Resposta: C A conquista de recursos, a aplicação dos recursos por meio de técni- cas e operacionalizações adequadas, as correções de rotas em mo- mentos de contingências, são todas funções do gerenciamento da comunicação. No entanto, definir estratégias de canais de comunica- ção é função do planejamento. 2 Planejamento de Comunicação TEMA 03 PROPAGANDA, MARKETING DIRETO, PROMOÇÃO DE VENDAS Objetivos • Conhecer detalhes dos seguintes elementos do com- posto de comunicação: Propaganda, Marketing Direto e Promoção de Vendas; • Conhecer as vantagens e desvantagens de cada uma dessas três ferramentas; • Ser capaz de identificar a adequação de cada uma dessas três ferramentas em contextos específicos. Planejamento de Comunicação 3 Introdução Na primeira e na segunda aulas, tivemos oportunidade de fazer um pano- rama a respeito do composto de comunicação e suas principais caracte- rísticas. Nesta terceira aula, convidamos você a nos acompanhar em um pequeno mergulho em três elementos do mix de comunicação: a propa- ganda, o marketing direto e a promoção de vendas. Você deve se lembrar dos conceitos básicos apresentados na primeira aula: Propaganda: Comunicação (paga por anunciantes identificados) de bens/serviços através dos diversos tipos de meios (impresso, eletrônico, rede e expositivo). Marketing Direto: Comunicação feita diretamente a clientes específicos e tem a intenção de obter respostas diretas, diálo- go e impacto personalizado. Promoção de Vendas: Incentivos (de curta duração) de consumidores à experimentação e compra de bens/serviços (KOTLER; KELLER, 2012). Cada uma das ferramentas do composto de comunicação tem suas pe- culiaridades e formas de aplicação, exigindo, dos profissionais que elabo- ram o planejamento de comunicação, conhecer a viabilidade estratégica de cada um desses elementos. As decisões de comunicação devem cul- minarna melhor integração entre as ferramentas de comunicação para atingir, sinergicamente, os objetivos pré-estabelecidos. 1. Propaganda A propaganda está intimamente associada aos meios (não interativos) de massa, ou seja, aos meios que atingem o grande público, sem contato pessoal e sem ter conhecimento da identidade dos receptores. Canais como a televisão aberta, o rádio, as revistas e os jornais impressos sem- pre foram grandes aliados da propaganda. 4 Planejamento de Comunicação Conforme mencionamos em nossas aulas anteriores, as tecnologias da informação e da comunicação empoderam os receptores das mensagens da comunicação de marketing, levando muitos especialistas a temerem pelo futuro da propaganda e da comunicação de massa. No entanto, o que vemos hoje é que, na verdade, os avanços tecnológicos reafirmam a necessidade de unir não só os esforços de várias ferramentas, mas tam- bém unir potencialidades dos canais. Em outras palavras: a propaganda não precisa se limitar aos meios mais tradicionais como impresso ou ele- trônico. Ela pode, também, estar presente no meio digital, por exemplo. LINK Antes do estouro da internet, a revista Veja, da Editora Abril, concentrava grandes ganhos pela venda de espaços publici- tários em suas páginas impressas. Como ainda é oferecido hoje, você poderá encontrar a oferta em formatos como 2ª capa + página 3; 4ª capa, 1/3 de página, etc. Atualmente, po- demos encontrar oferta de espaços na revista digital. PUBLIABRIL. Marcas e Plataformas: Veja – revista digital. 04 mar. 2018. Disponível em: https://goo.gl/pWAmBw. Acesso em: 05 mar. 2018. Ou no site PUBLIABRIL. Marcas e Plataformas: Veja - site. 04 mar. 2018. Disponível em: <http://publiabril.abril.com.br/marcas/veja/plataformas/ site>. Acesso em: 05 mar. 2018.). Antes de se definir um plano de propaganda, é imprescindível que se lan- ce mão das principais diretrizes da Comunicação Integrada de Marketing. “Os objetivos da propaganda devem resultar de decisões previamente to- madas sobre o mercado-alvo, o posicionamento da marca e o plano de marketing” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 542). Planejamento de Comunicação 5 Uma vez conhecido o mercado-alvo, os profissionais da comunicação de- vem entender os motivos que levam os consumidores à compra. A partir daí, “[...] podem tomar as cinco principais decisões, conhecidas como ‘os 5 Ms’” (KOTLER; KELLER, 2012). Quadro 1 – os 5 Ms para decisões em propaganda. MISSÃO Objetivos da propaganda MOEDA Valor a ser gasto e distribuição entre os vários tipos de mídia MENSAGEM Etapas da elaboração da mensagem MÍDIA Meios a serem utilizados MENSURAÇÃO Métodos para avaliar os resultados Fonte: Kotler e Keller, 2012 (adaptado pela autora) 1.1. Missão = Objetivos da propaganda O objetivo da propaganda pode variar entre informar, persuadir, lem- brar ou reforçar. Para entendermos melhor, seguem descrições (KOTLER; KELLER, 2012): • propaganda informativa = procura conscientizar o consumidor ou levá-lo a conhecer uma nova marca ou novos atributos de produtos já existentes. Exemplo: campanhas de vacinação anunciadas pelo Ministério da Saúde. • propaganda persuasiva = busca criar simpatia e preferência, instigando o consumidor à compra (geralmente utiliza-se de compa- rações entre concorrentes). Exemplo: anúncios de cremes dentais, mostrando o antes e o depois do uso. • propaganda de lembrança (recordativa) = visa manter o consumi- dor ligado à marca, impulsionando-o à recompra. Exemplo: presença constante da Coca-Cola nos mais variados tipos de canais. • propaganda de reforço = propõe-se a convencer o consumidor de que ele fez/faz um bom negócio ao adquirir a marca, deixando-o 6 Planejamento de Comunicação seguro a uma recompra ou a indicar a marca a outras pessoas. Exemplo: propagandas de carros, demonstrando a felicidade e satis- fação do consumidor que decidiu-se pela compra. 1.2. Moeda = Valor a ser gasto por mídia O orçamento da propaganda deve partir da verba estipulada pelo plane- jamento da Comunicação Integrada de Marketing, que deve determinar valores para cada elemento do composto da comunicação. Diante dessa verba predestinada à propaganda, define-se como ela será distribuída pe- los canais selecionados. É comum que, nesse momento, a área de comu- nicação procure uma agência de propaganda para gerenciar essa verba em função dos objetivos da corporação. Kotler e Keller (2012) apresentam alguns fatores que afetam as decisões relacionadas à determinação do orçamento: • Estágio no ciclo de vida do produto: os investimentos para o lançamento do produto são altos, pois a propaganda deve gerar conscientização e experimentação. Quando o produto está no está- gio de maturidade, o percentual do orçamento em relação às vendas é mais baixo. • Participação de mercado e base de consumidores: quando a par- ticipação da marca é alta no mercado, seu orçamento acaba sendo definido por determinada porcentagem sobre as vendas. Por outro lado, quando se deseja aumentar a participação, deve-se considerar grandes orçamentos. • Concorrência e saturação da comunicação: em segmentos alta- mente competitivos, os investimentos em propaganda acabam sendo altos, pois a marca deve se fazer presente. Até mesmo quan- do a saturação de comunicação se dá por anunciantes que não sejam concorrentes diretos, o investimento da marca deve ser alto para alcançar espaço na cabeça do consumidor. Planejamento de Comunicação 7 • Frequência da propaganda: o orçamento deve levar em considera- ção o número de repetições necessárias para conquistar a atenção do consumidor. • Grau de substituição do produto: quando se consideram os pro- dutos genéricos (ou sem grandes diferenciações como refrigerantes e cervejas), torna-se importante concorrer maciçamente nas mídias, o que exige altos investimentos. 1.3. Mensagem = Etapas da elaboração Kotler e Keller (2012) mencionam que as empresas envolvem três etapas para posicionar a propaganda: • Criação e avaliação da mensagem = o grande desafio nesta etapa é encontrar uma grande ideia “[...] que se conecte com os consumi- dores de modo racional e emocional, que se distinga nitidamente da marca dos concorrentes e seja ampla e flexível o suficiente para se traduzir em diferentes mídias, mercados e períodos de tempo” (LANGTON, 2006 apud KOTLER; KELLER, 2012, p. 544). • Desenvolvimento e execução criativos = o desafio, nesta etapa, é potencializar o que é dito (criação da mensagem) por meio do como é dito (influência direta dos canais selecionados). No caso da tele- visão, por exemplo, os anúncios se beneficiam do audiovisual da plataforma que retrata as funcionalidades e usos do produto de for- ma vívida. Por outro lado, corre-se o risco de o receptor se distrair durante os intervalos comerciais. Quanto aos anúncios impressos (em revistas e jornais, por exemplo), podem conter um maior núme- ro de informações detalhadas, mas não contam com a possibilidade de apresentação dinâmica. E, as propagandas em rádio são pene- trantes e flexíveis (podendo alcançar o receptor em momentos mais inusitados), e podem contar com a segmentação aplicada pelos veí- culos. Por outro lado, a mensagem deve ser breve e também não pode contar com a atratividade visual. 8 Planejamento de Comunicação • Responsabilidade social = o cuidado, nessa etapa, é não confun- dir ousadia da propaganda com o desrespeito ético-legal (em nossa aula 7, estudaremos com mais detalhes a questão da legislação e ética na comunicação). 1.4. Mídia = Seleção de canais A seleção dos canais/meios para transmitir as mensagens vem na sequ- ência da definição da estratégia a ser adotada para a mensagem. Mais especificamente, está interligada com o item Desenvolvimento e execu- ção criativos descrito acima. Segundo Kotler e Keller (2012, p. 550), nessa etapa, os gestores de comunicação devem considerar “[...] variáveis como hábitos de mídia do público-alvo, características do produto, requisitos da mensagem e custo. ” Algunsdos principais tipos de mídia mencionados pelos autores são: • televisão = forte apelo audiovisual, ampla cobertura, mas seu custo absoluto é alto e baixa seletividade do público. • revistas = alta seletividade geográfica e demográfica, alta qualidade de reprodução, mas conta-se com certo desperdício de circulação. • jornais = boa cobertura de mercado regional e timing, mas tem vida curta e baixa qualidade de reprodução. • rádio = alta seletividade geográfica e demográfica, baixo custo, mas tem exposição transitória e menor grau de atenção do que a televi- são, por exemplo. • outdoor = flexível, baixo custo, alto grau de repetição, mas com seletividade de público limitada; • folhetos = flexível, possibilita mensagens de alto impacto, mas pode provocar descontrole de custos por sua alta tiragem; • internet = alta seletividade e interatividade, mas tem saturação crescente. Planejamento de Comunicação 9 1.5. Mensuração = Métodos para avaliar os resultados Após a veiculação da propaganda, é importante que se avaliem os resul- tados alcançados. As informações são úteis para o aprendizado e aperfei- çoamento nas ações da área responsável e para a estratégia corporativa. O conhecimento da relação entre investimentos de propaganda e resul- tados de vendas é crucial à gerência da comunicação, seja para justificar ações junto à alta direção, seja para corrigir rotas de planos correntes. As práticas mais comuns, na gestão da comunicação, envolvem a avaliação do impacto da propaganda no público-alvo: eles se lembram do anúncio? Quantas vezes viram o anúncio? Que pontos acharam mais marcantes? O que sentiram em relação à mensagem transmitida? Quais eram suas atitudes em relação ao produto/marca antes de verem o anúncio e quais são depois de verem o anúncio? São também coletados dados compor- tamentais que permeiam as respostas do público-alvo: quantas pessoas compraram o produto? Quantas gostaram do produto? Quantas falaram a respeito do produto com outras pessoas? (KOTLER; KELLER, p. 530) Tendo os resultados das pesquisas em mãos, os profissionais da comuni- cação poderão fazer diversos cruzamentos de dados, inferências a partir de relatórios e chegar a algumas conclusões. EXEMPLIFICANDO Imagine os seguintes resultados de duas campanhas publici- tárias distintas (KOTLER; KELLER, 2012): MARCA A = depois da campanha, 80% da audiência se lem- brava da marca. 60% dos que se lembravam, acabaram expe- rimentando o produto. Apenas 20%, desses que experimen- taram, ficaram satisfeitos com o produto. MARCA B = depois da campanha, 40% da audiência se lem- brava da marca. Desses, apenas 30% experimentaram o pro- duto. Desses, 70% ficaram satisfeitos com o produto. Conclusões: a campanha da marca A foi eficaz para conscien- tizar o público-alvo, mas o produto não atendeu às expecta- tivas do consumidor. A campanha da marca B não foi eficaz e precisa se fortalecer para aproveitar a qualidade da marca. 10 Planejamento de Comunicação 2. Marketing Direto Segundo Kotler e Keller (2012, p. 578), “Marketing Direto é o uso de ca- nais diretos para alcançar os clientes e entregar a eles produtos sem, para isso, utilizar intermediários de marketing”. As principais características desse tipo de comunicação são: a individualização da mensagem; mensu- ração otimizada das respostas do público-alvo e impacto da mensagem dirigido a um perfil específico. O pilar do marketing direto está na cons- trução de um banco de dados (database marketing) que armazena dados estratégicos sobre clientes e tem capacidade para gerar relatórios com informações sistematizadas. Algumas das vantagens do marketing direto são seu alcance seletivo, a segmentação, a frequência, a flexibilidade e a oportunidade apropriada. Mensagens personalizadas e customizadas, baixos custos e capacidade de mensurar a eficácia da campanha também são algumas das vantagens dos planos de marketing direto. (BELCH; BELCH, 2014, p. 474) Esse banco pode conter não só nomes e endereços dos consumidores, mas também seu perfil demográfico e psicográfico; transações como pa- gamentos; contato de familiares e vizinhos e histórico de crédito. O levan- tamento dessas informações conta não só com a procura ativa da cor- poração como também com a contribuição (muitas vezes inconsciente) do próprio público-alvo, pois ao preencher um cupom, por exemplo, o consumidor está alimentando o banco de dados da empresa. PARA SABER MAIS Belch e Belch (2014, p. 474) ilustram o funcionamento do marketing de banco de dados, desde o primeiro re- gistro até a atualização dele. BELCH, George E., BELCH, Michael E. Propaganda e Promoção: Uma Perspectiva da Comunicação Integrada de Marketing. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. [Minha Biblioteca]. Planejamento de Comunicação 11 Além do banco de dados da própria empresa, os executivos de marketing direto “[...] podem comprar uma lista de mala-direta contendo os nomes de praticamente qualquer grupo: pessoas canhotas, obesas ou milioná- rias” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 578). Há, também, instituições especiali- zadas em serviços integrados de marketing direto, somando plataformas como o e-mail marketing e sms marketing. Os autores Urdan e Urdan (2014) apresentam as seguintes modalidades para o Marketing Direto: • Mala Direta = correspondências impressas, geralmente não soli- citadas pelo consumidor, entregues a endereços físicos. No Brasil, parte dessa modalidade via correio passou para meios mais econô- micos como encartes em jornais e revistas. • Catálogo = espécie de revista que dispõe o portfólio de produtos da marca a clientes potenciais identificados, para a alavancagem de pedido imediato de compra. No Brasil, é pouco disseminado, quando comparado aos EUA, por exemplo. Com as novas tecnologias, o alto custo da impressão é substituído pela migração a plataformas digitais. EXEMPLIFICANDO O link a seguir é de uma prestadora de serviços de marketing direto. Trata-se de um exemplo do que as corporações podem encontrar no mercado. NEWDBASE. Database e Data Intelligence. Disponível em: <https://newdbase.com. br/#servicos_integrados>. Acesso em: 07 mar. 2018. Este próximo link elenca vários sites que permitem enviar SMS grátis online. WONDERSHARE. Os 10 Melhores Sites Grátis para Enviar SMS Online. Disponível em: <https:// drfone.wondershare.com/br/message/free-sms-websites- to-send-sms-online.html>. Acesso em: 07 mar. 2018. 12 Planejamento de Comunicação • Telemarketing = aplicação do marketing direto através do uso do telefone. Essa prática, quando aplicada sem cuidado, pode provocar antipatia e aversão do consumidor à marca. • Comércio Eletrônico = vendas, pela internet, a clientes identifica- dos. Trata-se de uma modalidade que tem maior capacidade de integrar mais de um produto em soluções convenientes ao consu- midor, facilitando-lhe a vida. 3. Promoção de Vendas A intenção da promoção de vendas é despertar no consumidor o impulso imediato pela compra. Para isso, a mensagem transmitida envolve condi- ções comerciais especiais, sem a preocupação com o detalhamento dos benefícios do produto ou com o valor percebido (relação benefícios/cus- tos vista pelo cliente). Urdan e Urdan (2013) mencionam as seguintes modalidades de promo- ção de vendas: • Amostra Grátis = o consumidor recebe pequena quantidade do pro- duto e não precisa pagar por isso. Trata-se de uma prática bastante útil em lançamentos de novos produtos e na sedução de consumi- dores que ainda não experimentaram produtos já existentes. • Brinde = leva o cliente a comprar determinado produto porque, junto, recebe outro gratuitamente. Pode induzir o consumidor a experimentar um novo produto porque ele vem com outro que ele já conhece. Quando se tratar de um brinde que não faz parte do portfólio da marca (um bichinho de pelúcia como brinde de um amaciante, por exemplo), é interessante estampar a marca no brin- de para que o consumidor continue com ela em sua memória. Planejamento de Comunicação 13 • Concursoe Sorteio = incentivo às vendas, dando chance aos partici- pantes de ganharem algum prêmio. Por exemplo: a cada montante de compra em determinado supermercado, o cliente ganha um cupom para concorrer. Assim, quanto mais ele compra, maior sua chance de ser contemplado. • Incentivo no preço = redução de preço do produto em determina- do período de tempo (necessariamente curto). Bastante identificada pela expressão “liquidação”, essa prática não deve ser usada indis- criminadamente, pois pode desacreditar a marca. Ela pode dar resultado enquanto estiver em ação, mas há risco de o consumidor voltar à marca preferida. • Cupom = assim como um vale, concede um benefício temporário aos consumidores. Pode ser trabalhado como um implemento de outra modalidade, por exemplo: cupom para desconto em novas compras = cupom+incentivo de preço. Os autores Kotler e Keller (2012) também contribuem com as seguintes modalidades de promoção de vendas: • Programas de fidelidade = os clientes recebem recompensas ao comprar com frequência, demonstrando fidelidade à marca. • Displays e demonstrações no ponto de venda (PDV) = bastante conhecidos, servem para demonstrar os produtos nos pontos de venda. • Experimentação gratuita = o consumidor é estimulado a expe- rimentar o produto, gratuitamente, para que seja persuadido à compra. 14 Planejamento de Comunicação 4. Considerações finais • Os 5 Ms para decisões em comunicação: Missão = Objetivos da pro- paganda; Moeda = Valor a ser gasto e distribuição entre os vários tipos de mídia; Mensagem= Mensagem a ser transmitida; Mídia = Meios a serem utilizados; Mensuração = Métodos para avaliar os resultados. • Objetivos da propaganda: propaganda informativa (prioriza o conhecimento do público em relação aos benefícios e usos do bem/ serviço); propaganda persuasiva (tem a intenção de superar a aten- ção da concorrência); propaganda de lembrança (pretende levar o consumidor a continuar comprando a marca); propaganda de refor- ço (voltada para levar o cliente à certeza de que fez a compra certa). Diante de apenas três elementos do mix de comunicação, visualizamos diversas oportunidades de aplicações estratégicas. Cada uma delas com suas pertinências, vantagens e desvantagens. Pense como seria um programa de comunicação que integre essas três ferramentas. QUESTÃO PARA REFLEXÃO ASSIMILE Por legislação brasileira específica, a Caixa Econômica Federal, sob delegação do Governo Federal, é responsável por au- torizar e fiscalizar a distribuição gratuita de prêmios. Para conferir, acesse: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Promoções Comerciais e Sorteios Filantrópicos. Disponível em: <http:// caixa.gov.br/empresa/promocoes-sorteios/Paginas/default. aspx>. Acesso em: 07 mar. 2018. Planejamento de Comunicação 15 • Etapas para elaboração da mensagem: Criação e avaliação da mensagem; Desenvolvimento e execução criativos; Responsabilidade social. • Alternativas de canais para propaganda: outdoor; folhetos; inter- net etc. • Marketing Direto: As modalidades (canais) a serem utilizadas são: mala direta; catálogo; telemarketing; comércio eletrônico. • Promoção de vendas: As modalidades (canais) a serem utilizadas são: amostra grátis; brinde; concurso e sorteio; incentivo no preço; cupom. Glossário • E-mail marketing: utilização do e-mail como canal para comuni- cação, baseando-se em estratégias de marketing (respeitar o des- tinatário, incluindo-o no mailing com sua aprovação; disponibilizar a função de remoção do endereço da lista, etc.) • SMS marketing: baseado na lógica do e-mail marketing, utiliza-se do celular como plataforma. VERIFICAÇÃO DE LEITURA TEMA 03 1. A respeito do que Kotler e Keller chamam de “5 Ms”, pode- mos afirmar: I. Trata-se de uma estratégia aplicada exclusivamente em programas de propaganda. II. Devem seguir uma sequência própria que vai da defi- nição dos objetivos de propaganda até a avaliação de resultados. 16 Planejamento de Comunicação III. O “M” de moeda refere-se ao valor a ser gasto na imple- mentação das decisões. IV. O “M” de missão refere-se à definição dos objetivos da propaganda. É correto o que se diz em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 2. Como possíveis canais de marketing direto, podemos mencionar: a) Mala direta; catálogo; telemarketing. b) Mala direta; anúncio em televisão; catálogo. c) Catálogo; outdoor; anúncio em televisão. d) Telemarketing; outdoor; mala direta. e) Outdoor; catálogo; telemarketing. 3. A chamada liquidação, uma modalidade da promoção de vendas, não deve ser utilizada indiscriminadamente por- que é uma ferramenta de comunicação que incentiva o consumo pela prática prolongada do preço baixo. Analisando as afirmações acima, conclui-se que: a) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justi- fica a primeira. b) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. c) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. d) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. e) As duas afirmações são falsas. Planejamento de Comunicação 17 Referências Bibliográficas BELCH, George E., BELCH, Michael E. Propaganda e Promoção: Uma Perspectiva da Comunicação Integrada de Marketing. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. [Minha Biblioteca]. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Promoções Comerciais e Corteios Filantrópicos. Disponível em: <http://caixa.gov.br/empresa/promocoes-sorteios/Paginas/default. aspx>. Acesso em: 07 mar. 2018 KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de Marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. NEWDBASE. Database e Data Intelligence. Disponível em: <:https://newdbase.com. br/#servicos_integrados>. Acesso em 07 mar. 2018. PUBLIABRIL. Marcas e Plataformas: Veja – revista digital. 04 mar. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/pWAmBw>. Acesso em: 05 mar. 2018. PUBLIABRIL. Marcas e Plataformas: Veja - site. 04 mar. 2018. Disponível em: <http://publiabril.abril.com.br/marcas/veja/plataformas/site>. Acesso em: 05 mar. 2018. WONDERSHARE. Os 10 Melhores Sites Grátis para Enviar SMS Online. Disponível em: <https://drfone.wondershare.com/br/message/free-sms-websites-to-send-sms- -online.html>. Acesso em: 07 mar. 2018 URDAN, Flávio Torres, URDAN, André Torres. Gestão do Composto de Marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. [Minha Biblioteca]. Gabarito – Tema 03 Questão 1 – Resposta: D I (incorreta) = Na verdade, trata-se de uma estratégia que pode ser aplicada a diversas ferramentas de comunicação e não somente à propaganda. II (correta) = Há, realmente, uma sequência: definir objetivos; defi- nir uso da verba; elaborar mensagem; selecionar canais; mensurar resultados. 18 Planejamento de Comunicação III (correta) = O “M” de moeda refere-se ao valor a ser gasto na imple- mentação das decisões. IV (correta) = O “M” de missão realmente se refere à definição dos objetivos da comunicação. Questão 2 – Resposta: A A mala direta; o catálogo e o telemarketing são canais de marketing direto porque se caracterizam como canais que o anunciante utiliza sem ter que, necessariamente, pagar a intermediários (a empresa não paga pelo espaço utilizado em cartas ou catálogos e pode ligar diretamente aos consumidores). Quanto aos outros canais mencio- nados, eles não são diretos, pois envolvem intermediários como a empresa que aluga o espaço do outdoor e a emissora que vende espaço dentro de sua programação. Questão 3 – Resposta: C A segunda afirmação está incorreta porque, ao invés de colocar a promoção de vendas como uma prática de oferta curta de preço bai- xo, coloca que ela é prolongada. A primeira afirmação está corre- ta, pois uma liquidação deve ser oferecida com critérios para que o cliente não deixe de acreditar na marca (mesmo quando há liquida- ções, o consumidor pesquisa outros preços e pode encontrar algo mais barato). 2 Planejamento de Comunicação TEMA 04 PUBLICIDADE, RELAÇÕES PÚBLICAS, VENDA PESSOAL E MARKETING
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