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Estratégia de comunicação APRESENTAÇÃO A empresa deve construir sistemas de comunicação que permitam informar ao mercado sobre seus produtos, identificando os canais e recursos. Por isso, é essencial um gerenciamento da comunicação. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender como agir estrategicamente quanto a essas ferramentas, além de estudar algumas delas, como marketing direto e interativo, mala direta, telemarketing e buzz marketing. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as estratégias de comunicação.• Analisar as ferramentas de marketing direto, interativo e boca a boca.• Selecionar a ferramenta de comunicação mais estratégica para a sua realidade.• DESAFIO Você, como profissional de marketing, recebeu de um cliente o briefing cuja proposta é organizar um show aberto ao público de uma marca feminina de cosméticos. A partir dessas duas experiências, sinalize quais foram as estratégias de marketing utilizadas. Por que são técnicas de resposta direta sobre as promoções de marketing? INFOGRÁFICO O infográfico a seguir mostra utilizações assertivas do marketing direto. Confira! CONTEÚDO DO LIVRO Para entender e saber lidar com a estratégia de comunicação, é essencial conhecer e saber trabalhar com o marketing direto, o marketing interativo e o boca a boca. Leia o capítulo Estratégia de Comunicação da obra Gestão de Marcas para saber mais sobre o assunto. Boa leitura! GESTÃO DE MARCAS Rafael Damé Andretti Estratégia de comunicação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as estratégias de comunicação. Analisar as ferramentas de marketing direto, interativo e boca a boca. Selecionar a ferramenta de comunicação mais estratégica para a sua realidade. Introdução O presente capítulo tem como objetivo identificar e analisar as diferentes estratégias utilizada pelas empresas, no intuito de comunicar o mercado sobre seus produtos e serviços oferecidos. Com o advento da tecnologia, diversas foram as ferramentas incorporadas ao chamado mix promocional, mais especificamente em relação à comunicação com o mercado. No entanto, essas novas tecnologias não retiraram desse cenário ferramentas mais tradicionais, ainda bastante utilizadas, porém agregadas a outros formatos e com diferentes apelos. Todas essas ferramentas devem estar de acordo com as características do público-alvo a ser atingido. Neste capítulo, você vai verificar como se dá atualmente a relação empresa/mercado no que tange à comunicação, analisando mais a fundo as ferramentas específicas empregadas, como as de marketing direto e interativo e a chamada propaganda boca a boca. Por fim, você vai identificar as ferramentas de comunicação mais estratégicas para diferentes realidades. Estratégias de comunicação Vivemos hoje em dia na dita sociedade da informação; além do oferecimento gratuito da informação, protagonizado principalmente pela internet, o mesmo veículo também empodera o cidadão comum como gerador de informações, muitas vezes sem crédito ou metodologia prévia. Esse cenário propicia, de forma natural, que empresas que antes não tinham condições de investimento em comunicação com o mercado ganhem espaço e condições para estarem presentes nos mais diversos veículos de mídia, principalmente por meio de ferramentas existentes na internet. Atualmente, há uma nova concepção da comunicação como um diálogo interativo entre a empresa e seus clientes, que ocorre durante os estágios de pré-venda, venda, consumo e pós-consumo. As empresas devem se perguntar não apenas “como chegaremos aos nossos clientes?”, mas também “como nossos consumidores chegarão até nós?”, conforme Kotler (2000, p. 570). Para o autor, para que uma mensagem possa ser considerada efetiva, o processo de codificação que envolve o emissor precisa estar em consonância com o mesmo processo por parte do receptor. O autor afirma que a tarefa do emissor é fazer com que a mensagem chegue até o receptor da melhor forma possível. Porém, tal mensagem pode não chegar da forma pretendida ao seu destino, por três razões: atenção seletiva — as pessoas são atingidas por cerca de duas mil mensagens/dia, e apenas cerca de 1% delas provocam algum tipo de reação em alguém; distorção seletiva — o consumidor só vai ouvir o que crê; assim, clareza e simplicidade podem facilitar o reconhecimento; retenção seletiva — devido à grande quantidade de mensagens que as pessoas recebem diariamente, boa parte delas possui contra-argumentos, mesmo que ainda fiquem na memória por algum tempo; o interesse e a escolha não excluem consequentemente a lembrança. Na Figura 1, pode-se identificar os elementos do processo de comunicação. Percebe-se que é fácil existirem informações que se dissipem ou cheguem com alguma alteração desde o emissor até o receptor. Assim, o feedback pode ter interpretações diversas ou causar situações mais sérias em termo de concordância, justamente porque determinada mensagem originada não foi a mesma entregue ao final do processo. Estratégia de comunicação2 Figura 1. Elementos do processo de comunicação. Fonte: Adaptada de Kotler (2000). Emissor Feedback Codificador Mensagem Receptor Resposta Decodificador Meio Ruído Dentro do processo de comunicação, invariavelmente, a informação gerada tem importância maior para alguns elementos desse processo do que para outros. Dessa forma, a intensidade de atenção e interesse no momento da participação dessas pessoas dentro dos ditos processos com certeza vai oscilar. Várias são as teorias que buscam o alcance de uma comunicação eficaz. O processo apresentado na Figura 1 tem o intuito de tornar o processo efetivo; ou seja, além de ele transcorrer de forma correta e de maneira eficiente, vai gerar o resultado esperado. Neste capítulo, vamos utilizar a teoria de Kotler (2000) para abordar o tema da comunicação. Kotler divide o desenvolvimento de uma comunicação eficaz em oito etapas: Identificar o público-alvo: para quem vamos comunicar? Determinar os objetivos da comunicação: o que pretendo com o tipo de comunicação escolhida? Elaborar a mensagem: com base no perfil de público-alvo definido e no propósito do tipo de de comunicação a ser utilizada, qual será o conteúdo comunicado? Selecionar os canais de comunicação: por quais canais o público receberá a minha mensagem? Estabelecer o orçamento total de comunicação: qual é a minha ca- pacidade de investimento para atingir meu público-alvo? Decidir sobre o mix de comunicação: quais ferramentas serão utili- zadas para fazer minha mensagem chegar ao público? Medir os resultados da comunicação: quais indicadores serão utili- zados para medir o retorno do valor investido com as estratégias de comunicação realizadas? 3Estratégia de comunicação Gerenciar o processo de comunicação integrada de marketing: como será estruturado o padrão de trabalho a ser empregado de forma uniforme por meio das diversas ferramentas e veículos utilizados na campanha de comunicação da empresa? Sempre que pensamos na comunicação de uma empresa com o público que lhe interessa, remetemos essa tarefa ao marketing. As fases expostas anteriormente por Kotler (2000) só reforçam a importância do marketing para o processo organizacional. Os mais leigos elegem o marketing somente para processos de criação e comunicação. No entanto, teorias como a de Kotler demonstram que, além dessas importantes tarefas, o marketing trabalha dentro de uma realidade, estabelecendo objetivos para o retorno e visando, além da criação, o alcance da viabilidade de determinado investimento, para estabelecer o relacionamento de uma empesa com o mercado. A fim de guiar as empresas para possibilidades mais variadas no que tange à comunicação de suas ofertas junto a seu mercado de atuação, várias atividades — que compõem o chamadocomposto de comunicação — surgem como possibilidade para agregar e potencializar a atuação das empresas em seus cenários de trabalho. Dentre elas, podemos citar, com base em Dias (2003): Propaganda: toda forma paga de comunicação não pessoal e identificada. Promoção de venda: divulgação de produtos agregando algum benefício extra e existindo por um tempo determinado. Venda: forma persuasiva de comunicação realizada por meio de contato pessoal. Marketing direto: comunicação direta para determinado cliente em uma relação direta entre ele e a empresa. Relações públicas: atividades de comunicação institucional junto aos chamados stakeholders da empresa. Publicidade: divulgação de atividades da empresa sem custo adicional. Assessoria de imprensa: atividade com objetivos de agregar valor à marca a partir da relação com os chamados formadores de opinião. Promoção de eventos: divulgação de imagem por meio de exposição de produtos ou patrocínio de atividades como feiras, exposições, con- gressos, etc. Merchandising e comunicação no ponto de venda: exposição do produto na loja ou em locais de grande circulação, com o objetivo de chamar a atenção do público por meio da demonstração da utilização desse produto. Estratégia de comunicação4 Atendimento ao cliente: comunicação interativa entre vendedor e cliente, com a intenção de informar o consumidor sobre a utilização do produto, bem como informar vantagens e benefícios do mesmo, no sentido de agregar valor. Comunicação pela internet: contato com clientes por meio da rede mundial de computadores, no intuito de utilizar recursos como imagem, áudio e vídeo, de forma interativa e dinâmica. Embalagem: recipiente que apresenta o produto e informa o consumidor sobre os diferenciais e as propostas do mesmo. Assim, existem diversas formas de a empresa atingir seu cliente. Basta que ela esteja guiada por um objetivo claro; objetivo esse que, a partir de sua determinação, auxiliará e facilitará o processo de construção da mensagem e a definição do meio de comunicação a ser utilizado, do número de inserções, do valor investido, bem como do apelo a ser feito. As variáveis que compõem uma mensagem são diversas. Porém, é a partir da realidade da empresa, somada ao objetivo da mesma frente à definição da estratégia de comunicação, que se alicerçam as definições para a melhor forma de uma empresa estabelecer um relacionamento com seu público-alvo por meio da comunicação. Ferramentas de marketing direto, interativo e boca a boca Quanto maior a diversifi cação dos tipos de comunicação junto ao público, maior a difi culdade de retenção de atenção e interesse desse público frente às mensagens a que está exposto. Muitos autores dão conta de que, quanto mais a tecnologia avança, mais a tendência de valorização da comunicação direta aumenta, principalmente se o foco não está somente no chamado marketing transacional, mas na sequência do mesmo, estabelecida pela relação entre a empresa e seu público-alvo. Uma das ferramentas que caracteriza esse tipo de comunicação entre empresa e mercado é o chamado marketing direto. Trata-se do conjunto de atividades de comunicação impessoal e direta, sem intermediários, entre a empresa e o cliente, por correio, telefone, internet e outros meios de comuni- cação, visando a obter uma resposta imediata do cliente e, por fim, a venda do produto, conforme Dias (2003). É também uma estratégia de comunicação e comercialização de produtos ou serviços diretamente ao cliente, sem inter- mediação de meios ou canais de terceiros, ainda conforme Dias (2003, p. 300). 5Estratégia de comunicação Uma modalidade de marketing direto das mais antigas e tradicionais é a venda direta, ou seja, a capacidade do vendedor de abordar, informar, argu- mentar e realizar vendas perante um cliente. É na capacidade desse vendedor de conhecer o que vende e para quem vende que reside uma das modalidades mais efetivas de marketing direto. Para Dias (2003), a evolução do marketing direto é o dito marketing de fidelização, que inclui ferramentas tradicionais como e-mails diretos per- sonalizados, telemarketing e, hoje, de forma muito efetiva, mensagens via WhatsApp. O autor cita que essas ferramentas constituem o primeiro nível do marketing de fidelização, objetivando gerar uma frequência de compra dos clientes, aumentando as vendas da empresa e premiando os clientes que realizem compras repetidas. Quando o foco não está somente nas vendas, a meta é o relacionamento com o cliente. É muito mais acessível e barato para qualquer empresa manter um cliente satisfeito do que investir para que novos clientes realizem a primeira compra e, só depois, trabalhar sua fidelidade. Um dos erros mais comuns das empresas está em acreditar que as pessoas que já compraram produtos da em- presa já são seus clientes; talvez a expressão correta seria as pessoas “estarem” clientes. Assim, a empresa se colocaria fora da chamada zona de conforto, que pode levar a organização a um estado de comodismo, acreditando que, pelo fato de os clientes já conhecerem os produtos da empresa, não precisam mais ser surpreendidos, agradados, acompanhados e, por que não, premiados? Um dos ativos que grande parte das empresas possuem e nem todas utilizam chama-se banco de dados, ou database marketing. Nele, existem informações sobre os clientes que já estiveram comprando na empresa, como dados so- cioeconômicos, características de compra, frequência de compra, etc. Se for avaliado o tempo que um vendedor permanece ocioso aguardando o contato de clientes com a empresa, tal tempo representa um custo para essa organi- zação. Esse tempo poderia ser substituído pelo investimento nesse banco de dados, informando clientes sobre novos produtos, ou mesmo realizando um efetivo pós-vendas. Como na maioria das ferramentas que envolvem o marketing, o marketing direto também pode ser desenvolvido por meio de campanhas, em que, estra- tegicamente, os profissionais desenvolvem um planejamento para realizar o trabalho. Para Kotler (2005), o desenvolvimento da campanha de marketing direto se divide nas seguintes etapas: 1. Estabelecimento dos objetivos: estabelecer o objetivo pelo qual a cam- panha poderá ser considerada de sucesso. Estratégia de comunicação6 2. Identificação do mercado-alvo: definir os clientes a serem atingidos. De acordo com o autor, os melhores clientes-alvo são aqueles que compraram recentemente, compram com frequência e gastam mais. Os clientes novos são identificados por meio da pesquisa de seu perfil socioeconômico. 3. Definição da oferta: escolha do formato, do meio de distribuição, do atrativo e da mensagem a ser repassada, bem como do veículo de marketing direto a ser utilizado. 4. Teste dos elementos: testar antecipadamente as condições reais do mercado e a consequente eficácia dos elementos a serem testados. 5. Avaliação dos resultados: definir os custos da campanha, para que a empresa possa determinar antecipadamente a taxa de resposta necessária para cobrir as despesas, alcançando, assim, seu ponto de equilíbrio (receitas = despesas). Em pleno ano de 2018, não há como não incluirmos o chamado e-marketing como ferramenta de marketing direto. Por motivos óbvios, não são mais abor- dados como destaques as cartas e o fax; estes foram substituídos pelos e-mails e mensagens diretas, que precisam ser inseridos no contexto do marketing direto. O aumento significativo e constante das compras por e-commerce exige que sejam desenvolvidas estratégias de marketing direto voltadas para a internet, como e-mails de ofertas, acompanhamento da chegada do artigo ao comprador e pesquisas pós-venda. Deve-se estreitar a relação da empresa com seu cliente e utilizar constantemente o banco de dados da empresa como ferramenta de relacionamento potencializadora de novas vendas. Por mais que o marketing direto necessite de ferramentas tradicionais e formais para efetivar suas ações frenteao público-alvo, a realização da cha- mada propaganda boca a boca é necessariamente uma fonte de potencialização para novos clientes, bem como de proliferação da imagem da marca para um espaço maior de mercado. Antes, a propaganda boca a boca significava indicar algo para uma pessoa conhecida, seja uma marca, um local ou um produto. Hoje, temos acesso a várias redes, comunidades ou grupos de redes sociais, além de sites especia- lizados, para somente discutir sobre marcas e produtos. Críticas positivas e negativas são o alvo das discussões, além de este consistir em um espaço para agradecimentos e retratação da própria empresa em determinadas situações consideradas importantes. Para o bem ou para o mal, esses espaços de interatividade servem como um canal direto e aberto da empresa com seu mercado-alvo. Antes da compra, os 7Estratégia de comunicação clientes, principalmente os das novas gerações, invariavelmente buscam infor- mações nesses espaços ou fóruns de discussões sobre marcas e experiências de consumo, especialmente se o produto envolver um preço alto, uma grande significância ou um alto valor agregado. A interação nesses espaços permite ao cliente uma noção mais real do produto, com base na experiência de quem já comprou ou usou determinada marca ou se relacionou com determinada empresa; isso vai muito além de uma simples propaganda com caráter obvia- mente comercial. Dessa forma, pode-se dizer que a propaganda boca a boca, apesar de continuar sendo uma das formas de comunicação mais efetivas, assim como as demais ferramentas, sofreu uma grande evolução por meio do ambiente virtual. Nos dias de hoje, a interatividade não significa mais uma relação direta e pessoal de uma pessoa com a outra, mas um contato permanente desses dois entes, seja pelo meio real ou mesmo virtual, Assim, a internet possibilita mais condições de comunicação com o público-alvo, visto que permite à empresa interagir em horários alternativos, além dos tradicionais verificados em outras mídias, e de forma mais conveniente do que em formatos que só permitiam o contato com o outro por meio de deslocamento. O marketing direto é um sistema de marketing interativo que utiliza uma ou mais mídias para obter uma resposta mensurável ou uma transação em qualquer lugar, conforme Kotler (2005). Ferramentas estratégicas de comunicação Defi nir qual é a melhor estratégia de comunicação é uma questão de imensa difi culdade de resposta, afi nal, o resultado depende da conformidade existente entre o emissor (empresa), a mensagem e o receptor (público-alvo). É com base nas características do público-alvo determinado que a imagem do produto deverá ser caracterizada e, consequentemente, transmitida por meio de um determinado tipo de mensagem. Essa mensagem deve traduzir os atributos do produto em uma linguagem de fácil entendimento para o público, enaltecendo Estratégia de comunicação8 o que realmente importa para esse público, que se caracteriza como uma vantagem ou um diferencial percebido no momento da escolha. Promoção de vendas Com relação à promoção de vendas, tal formato é utilizado principalmente devido ao aumento do número de marcas que hoje concorrem. Assim, o ofe- recimento de vantagens ou benefícios extras pode estimular a escolha por determinada marca. Esse tipo de promoção é cada vez mais utilizado pelas empresas. Na promoção de vendas, as principais ferramentas de comunicação utili- zadas são amostras grátis, cupons de desconto, brindes e prêmios extras. Na cultura brasileira, o oferecimento de produtos grátis e demais promoções que alterem substancialmente a faixa de preço é bem recebido e potencializa as vendas. O cuidado, porém, deve estar em não desgastar a marca, principal- mente se ela trabalha com uma faixa de público de maior poder aquisitivo, que compra valor agregado e exclusividade. Força de vendas Na força de vendas, um dos formatos de comunicação mais utilizado e mais tradicional, o apelo está na relação direta do vendedor com o cliente. É a oportunidade do encontro para a utilização da argumentação, do repasse das informações, do chamado “corpo a corpo”, da possibilidade de o cliente conhecer o produto de verdade e, se possível, testá-lo, manuseá-lo, etc. Nesse tipo de formato, as principais estratégias são a exposição de produtos em feiras e convenções, em que a empresa sai do seu habitat e vai para um ambiente mais próximo do cliente. Relações públicas Os stakeholders são forças que infl uenciam a realidade da empresa, tanto no ambiente interno como no ambiente externo. Não somente os clientes e os forne- cedores, que podem ter relação direta nas relações comerciais da empresa com o mercado, mas também órgãos como governo, mídia, infl uenciadores digitais e sociedade, são formadores de opinião e representam forças de infl uência signifi cativas nessa relação. As ferramentas mais utilizadas nesse formato de comunicação são patrocínios, participação em eventos e notícias em diversos 9Estratégia de comunicação veículos — publicações impulsionadas —, visando a transmitir tanto o ponto de vista institucional como o lançamento de um produto, por exemplo. Propaganda A propaganda é o tipo de mídia paga cujos objetivos variam conforme a intenção e a fase do ciclo de vida do produto. Segundo Kotler (2000, p. 584), as formas de utilização da propaganda se dividem em: Apresentação pública: a natureza pública da propaganda confere certa legitimidade ao produto e também sugere uma oferta padronizada. Como muitas pessoas recebem a mesma mensagem, os compradores sabem que os motivos para a compra do produto serão compreendidos publicamente. Penetração: a propaganda permite que a mensagem seja repetida mui- tas vezes e que o comprador receba e compare a mensagem de vários concorrentes. A propaganda em larga escala transmite algo positivo sobre o tamanho, o poder e o sucesso do fornecedor. Aumento da expressividade: a propaganda oferece oportunidades para colocar em cena a empresa e seus produtos por meio de uso artístico da impressão, do som e da cor. Impessoalidade: o público não se sente obrigado a prestar atenção nem a responder à propaganda. A propaganda é um monólogo, e não um diálogo. Percebe-se então que, além de conhecer as potencialidades e as dificul- dades para realizar uma propaganda, a empresa deve também estar atenta às oportunidades e ameaças presentes no mercado de atuação da organização. Assim, a relação estabelecida entre os ambientes citados deve ter atenção direta durante a operacionalização das estratégias. Com relação aos tipos de propaganda que podem ser feitas, estas também vão oscilar de acordo com o objetivo e o cenário analisado. Segundo Dias (2003), a propaganda pode ser: De marca ou produto: concentrada na divulgação da imagem de de- terminada marca. De lançamento de produto: além de estimular um rápido conhecimento do produto, procura estimular a experimentação do mesmo, rompendo Estratégia de comunicação10 a inércia e quebrando alguns possíveis paradigmas relacionados a pro- dutos novos. De sustentação de produtos: visa a manter uma lembrança da marca, estimulando a repetição da compra ou mesmo aumentando o volume das vendas. Institucional: promove o nome e a imagem da empresa que comercializa o produto/serviço. Comparativa: compara as características, os benefícios e as qualidades do produto em relação aos demais que concorrem. Cooperada: a empresa se associa a outras do mesmo segmento com o intuito de unificar uma marca, ganhar potencialidade na mesma, aumentar o investimento em propaganda, tanto na divulgação como na padronização de fachada, etc., com o consequente aumento do volume de vendas. Promocional: visa a comunicar ao público o que o produto quer promover. De categoria: visa a estimular a comercialização de uma categoria de produto por meio da propaganda feita por uma associação de fabricantes. Proteção ou defesa: utilizadaem situações especiais, como em assuntos controvertidos em relação ao ambiente social, político ou econômico. A Figura 2 apresenta os formatos utilizados na comunicação integrada de marketing, que visa a criar uma unidade entre os diversos canais de comunica- ção, para estabelecer uma imagem única e mais forte da marca. Tanto on-line como off-line, os meios e os formatos de comunicação atuam em conjunto para reforçar as estratégias de comunicação integrada de marketing. Ou seja, quando uma marca é exposta, deve haver o respeito e o direcionamento correto do ponto de vista estratégico. Seja um patrocínio esportivo, uma propaganda na TV, uma promoção de preço — enfim, qualquer atitude deve estar de acordo com a imagem construída e trabalhada de uma marca frente a seu mercado de atuação. Isso demonstra não só profissionalismo, mas credibilidade e respeito ao público e à própria marca. 11Estratégia de comunicação Figura 2. Elementos empregados nas estratégias de comunicação integrada de marketing. Fonte: Adaptada de Grewal e Levy (2017). Interativo Passivo O n-lineO � -li ne • Venda pessoal • Promoções de vendas • Marketing direto (telemarketing) • Propaganda • Promoções de vendas (cupons) • Relações públicas • Marketing direto (catálogos) • Marketing direto (marketing móvel) • Marketing online (blogs, mídias sociais) • Marketing direto (marketing por e-mail) É importante lembrar que atividades, ações ou estratégias de marketing devem ser realizadas por profissionais da área. A marca é um dos principais ativos de uma empresa; é ela que relaciona a organização com seus clientes e a sociedade. Portanto, para utilizá-la em formatos de mídia, deve-se recorrer a um trabalho sério e profissional, feito por quem sabe realmente executar tais ações. DIAS, S. R. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. GREWAL, D.; LEVY, M. Marketing. New York: McGraw-Hill, 2017. KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. KOTLER, P. Marketing essencial: conceitos, estratégias e casos. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. Estratégia de comunicação12 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir mostra a você o que é buzz marketing e sua importância para a estratégia de negócio das empresas. Assista! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O profissional de marketing, conforme Kotler (2000), é aquele que busca determinada resposta a um estímulo, informação enviada, que pode ser por meio da atenção, da compra, do voto, dentre outros. No processo de comunicação, a tarefa do emissor é fazer com que a mensagem chegue até o receptor da melhor forma possível. Porém, tal mensagem pode não chegar da forma pretendida ao seu destino, por diferentes razões. Neste sentido, identifique, abaixo, a relação correta acerca do tipo de atenção/distorção e a descrição pertinente: A) Atenção seletiva: capacidade de o indivíduo reagir a uma quantidade ilimitada de informações diariamente. B) Distorção seletiva: mesmo que as pessoas sejam atingidas milhares de mensagem/dia, o cérebro humano retém todas as informações, promovendo algum tipo de reação. C) Retenção seletiva: o indivíduo tende a reconhecer mensagens alinhadas aos seus valores e ao que acredita. D) Atenção seletiva: com a grande quantidade de mensagens a que as pessoas são expostas diariamente, é provável que somente parte destas informações promovam reação condizente à. E) Distorção Seletiva: capacidade de armazenamento temporário na memória, por parte do indivíduo, sobre informações acerca de produtos de que mais gosta. 2) Na figura que representa os elementos de comunicação, podemos afirmar que o codificador é um elemento que está entre quais outros elementos? A) Emissor e mensagem/meio. B) Mensagem e resposta. C) Decodificador e receptor. D) Receptor e resposta. E) Resposta e feedback. 3) Um dos ativos que grande parte das empresas possuem e nem todas utilizam chama- se banco de dados, ou database marketing. Nele, existem informações sobre os clientes que já estiveram comprando na empresa, como dados socioeconômicos, características de compra, frequência de compra etc. Uma das possibilidades estratégicas desse banco de dados é: A) Deixá-lo à disposição enquanto o vendedor aguarda o contato dos clientes com a empresa. B) Sortear brindes entre os melhores clientes da empresa. C) Informar clientes sobre novos produtos ou mesmo realizar um efetivo pós-vendas. D) Renovar o banco de dados a cada seis meses. E) Eventualmente, informar os clientes quando veicular um novo comercial na TV. 4) Uma das principais características da promoção de vendas é: A) Enviar uma amostra do produto para a casa dos clientes. B) Melhorar a relação com formadores de opinião. C) Promover atividades de comunicação institucional junto aos chamados stakeholders da empresa. D) Expor o produto em programas na TV, como novelas e filmes. E) A possibilidade de alterar substancialmente a faixa de preço e potencializar as vendas. 5) Os stakeholders são forças que influenciam a realidade da empresa, tanto no ambiente interno como no ambiente externo. Não somente os clientes e os fornecedores, que podem ter relação direta nas relações comerciais da empresa com o mercado, mas também órgãos como governo, mídia, influenciadores digitais e sociedade, são formadores de opinião e representam forças de influência significativas nessa relação. Esta definição corresponde a qual ferramenta de comunicação? A) Marketing Direto. B) Assessoria de imprensa. C) Merchandising. D) Relações públicas. E) Marketing interativo. NA PRÁTICA Em 2009, uma empresa americana de aviação teve a experiência de vivenciar um exemplo de buzz marketing negativo para a sua imagem. Acompanhe o desdobramento da história. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: United Breaks Guitars - A United quebra violões Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! A prática do buzz marketing pelas pequenas empresas de Brasília Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Marketing Boca a Boca: o futuro do Marketing não são anúncios pagos em AdWords, Facebook Ads e outros Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Músico que teve o violão quebrado pela United vira fenômeno no YouTube e lança "carreira" na Web Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O buzz marketing e marketing viral: conheça as estratégias do momento Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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