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TRANSCRIÇÕES XIFOIDES LTDA DIP 16.03.18 Transcrito por: Gaspar de Carvajal Revisado por: Бразилия, шестой чемпион AULA 04 – INFECÇÃO HOSPITALAR O conceito de infecção adquirida em ambiente hospitalar atualmente é muito mais amplo, não é somente a infecção adquirida em ambiente hospitalar, é a infecção que está realmente relacionada a situações do hospital. Paciente pode estar internado e adquiriu a infecção em ambiente hospitalar ou paciente fez algum procedimento relacionado ao ambiente hospitalar (biópsia, endoscopia digestiva, colonoscopia) e adquiriu a infecção, ou seja, a infecção adquirida em ambiente hospital não depende de internação, o paciente pode ter sido internado ou não. Os critérios diagnósticos estão bem relacionados aos sítios de comprometimento, ao local onde aconteceu a infecção ou ao procedimento relacionado à infecção. COMO ESTUDAR – MANUAL DE CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE: - O QUE ESTUDAR: • Capítulo 1: o Introdução; o Definições; o Critérios diagnósticos de infecção do sítio cirúrgico: § Quadro 01 (importante saber diferenciar o que é infecção do sítio cirúrgico incisional superficial e profunda, incluindo infecção do sítio cirúrgico órgão/cavidade). o Sítios específicos de ISC (infecção do sítio cirúrgico/órgão cavidade); o Infecção da prótese – importante saber; • Capítulo 2: o Introdução – pode constar na prova; o Definições – importante; o Critérios epidemiológicos para notificação de infecção primária de corrente sanguínea (IPCS) – extrema importância; § 3 critérios laboratoriais e 2 critérios clínicos. o Fluxogramas 1 e 2; o Hemoculturas – importante; • Capítulo 3: o Introdução; o Definições; o Critérios – trato respiratório inferior e trato respiratório superior; • Tudo o que for relacionado a critérios clínicos para orientar o diagnóstico é importante saber. - O QUE NÃO ESTUDAR: • Capítulo 1: o Critérios e critérios definidores de infecções do sítio cirúrgico para cirurgias endovasculares (tema mais detalhado – importante dar uma olhada, mas priorizar os assuntos do tópico o que estudar); o Quadros 02, 03, 04, 05, 06 , 07, 08 – temas mais específicos; o Indicadores de processo para prevenção de ISC (pré e intra-operatório), indicador de estrutura, indicadores de resultados; § Quadro 10 – descrição dos indicadores de processo. • Capítulo 2: o Notas: IPCS laboratorialmente confirmada associada a dano de barreira mucosa; IPCS laboratorialmente confirmada versus infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter (ICSRC); o Tabela – resumo das principais diferenças, propósitos e vantagens e desvantagens de IPCS x ICSRC; o Cálculo de indicadores; • Capítulo 3: o Indicadores para a vigilância epidemiológica da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV); • Indicadores e cálculo da CCIH. OBS: os capítulos 4 e 5 devem ser estudados da mesma maneira que os capítulos anteriores priorizando introdução, definições e critérios diagnósticos. O PAPEL DO AMBIENTE ASSISTENCIAL NA TRANSMISSÃO DE INFECÇÕES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE E PRÁTICAS SEGURAS DE HIGIENIZAÇÃO E SEU REFLEXO NA SEGURANÇA DO PACIENTE O termo infecção hospitalar está sendo pouco utilizado pelo fato de a qualidade na assistência estar sendo mais valorizada, ou seja, busca-se abordar os riscos que o paciente se expõe quando está no ambiente hospitalar. Então, quando o paciente interna, deve-se pensar em não causar outro mal, ou seja, atender o paciente com intuito de resolver o problema que ele já tem, sem causar outro. A segurança do paciente está relacionada às práticas de higiene para que o indivíduo não seja infectado por germe que não participava de sua doença. EVENTOS ADVERSOS • De quem é a culpa? A culpa dos eventos adversos envolve uma cadeia de pessoas entrelaçadas. Mais de 70% das infecções hospitalares ocorrem por translocação bacteriana da flora endógena, ou seja, do próprio paciente. A presença de doença indica quebra da barreira de imunidade, da barreira de defesa e do equilíbrio. As bactérias que antes estavam sem atividade podem se reproduzir a partir do rompimento da barreira de defesa. Quando o profissional médico não seleciona um antibiótico adequadamente e quando o uso do antibiótico é intempestivo ocorre o surgimento das KPC (Klebsiella pneumoniae Carbapenemase), ou seja, bactérias Klebsiella pneumoniae produtoras de carbapenemase. Bactérias produtoras de carbapenemase (KPC) são microrganismos que contém um gen produtor de uma enzima que confere resistência aos cabapenêmicos (inibição aos carbapenêmicos). O surgimento da enzima metalobetalactamase “New Delhi” (NDM-1) incrementou a possibilidade das bactérias se tornarem multirresistentes. A enzima metalobetalactamase inibe os carbapenêmicos que são: meropeném, ertapeném e imipeném. Os carbapenêmicos devem ser usados diante de infecções graves (sepse grave), quando pode-se usar como monoterapia ampliando espectro de ação, diante de possível agente resistente. Se existe uma bactéria resistente aos carbapenêmicos, deve-se mudar a classe de acordo com o perfil de resistência da bactéria em questão. A culpa da infecção hospitalar também passa pelos médicos na escolha de antibioticoterapia, além de passar pela enfermagem quando acontece cruzamento de infecções de superbactérias. NOTÍCIAS • Superbactéria KPC é atual vilã dos hospitais no Brasil; • KPC não é mais mortífera que outras superbactérias; • Superbactéria NDM (New Delhi metallo-beta-lactamase) mobiliza Ministério da Saúde no RS. As NDM formam um grupo de bactérias que produzem a metalobetalactamase, enzima que inibe os carbapenêmicos. A quantidade de bactérias que prozuem metalobetalactamase está crescendo, esse fato chama atenção não só da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) como do mundo todo. Pessoas morrem pela infecção hospitalar por superbactérias, não são apenas jovens, idosos ou pacientes imunocomprometidos, a situação afeta todas as pessoas. ALERTAS • OPAS/OMS divulga Alerta Epidemiológico: Carbapenemases do tipo “New Delhi metalobetalactamases” (NDM); o Perante ao recente achado de carbapenemases do tipo “New Delhi Metalobetalactamases”(NDM) em isolamentos de Klebsiella pneumoniae na Guatemala, a Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS) enfatiza a importância da vigilância e detecção deste mecanismo de resistência na Região, que pode aumentar a morbidade e mortalidade das infecções associadas à atenção à saúde. • Comunicação de Risco nº 001/2013 - GVIMS/GGTES-ANVISA: o Circulação de micro-organismos com mecanismo de resistência denominado "New Delhi Metalobetalactamase" ou NDM no Brasil; o A metalobetalactamase é um mecanismo de resistência de micro-organismos aos antibióticos carbapenêmicos que, até então vinha sendo identificado em pacientes que tiveram alguma relação com a região geográfica da Índia e Paquistão (locais em que existiam as superbactérias inicialmente). Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar o A resistência microbiana é caracterizada pela comprovação laboratorial do perfil de sensibilidade do agente, in vitro, por meio de testes microbiológicos padronizados, às diversas classes de antimicrobianos. § Importante que os pacientes com infecção, principalmente os com infecção grave, façam a coleta de amostra química para cultura e antibiograma. A partir desses exames, inicia-se a verificação da bactéria sensível ou resistente. o A OMS orienta que, frente às limitadas opções terapêuticas, as combinações de antimicrobianos apresentamresultados melhores que a monoterapia, mas adverte sobre a ausência de evidências científicas consistentes sobre a efetividade dessas combinações. Portanto, não é possível emitir uma recomendação geral em função da complexidade do tratamento. O esquema terapêutico deverá ser definido por infectologista com o apoio da CCIH (comissão de controle de infecção hospitalar), CMCIH (coordenação municipal de controle de infecção hospitalar) e CECIH (comissão estadual de controle de infecção hospitalar). § Quando a bactéria é resistente a todos os betalactâmicos e às quinolonas, deve-se iniciar terapia com os novos antibióticos (linezolida, quinupristina e tigeciclina). § Na situação de resistência de microrganismos aos carbapenêmicos, geralmente é administrada dose máxima (dose tóxica) do meropeném (2g de 6 em 6 horas). A administração da dose máxima de meropeném é contraindicada para idosos porque pode causar crises convulsivas e distúrbios hidroeletrolíticos. Outra alternativa terapêutica é a administração de colistina (polimixina E) associada a um aminoglicosídeo para tentar curar a infecção. o Os gestores do serviço de saúde e do laboratório possuem papeis determinantes sobre as medidas técnicas e administrativas de prevenção e controle das infecções no ambiente hospitalar, devendo direcionar os esforços, juntamente aos demais trabalhadores de saúde, para garantir a identificação precoce, a correta precaução padrão e a limpeza do ambiente. RECOMENDAÇÕES As recomendações passam pelo controle da infecção hospitalar. Os principais controles da infecção hospitalar são: • Enfatizar a importância da higienização das mãos para todos os profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes; • Disponibilizar continuamente insumos para a correta higienização das mãos, conforme a RDC no 42/2010 (responsabilidade do hospital – serviço de saúde); • Disponibilizar continuamente Equipamento de Proteção Individual; • A dedicação ao cuidado com o paciente (colonizado ou infectado); o Quando existir um paciente, em ambiente hospitalar, infectado com uma bactéria multirresistente, deve-se isolar o paciente. O cuidado com esse tipo de paciente é redobrado, o técnico de enfermagem deve fazer uso de todos os EPIs (equipamentos de proteção individual) e trocar continuamente durante o atendimento a outros pacientes. A utilização de muitos materiais a partir das trocas contínuas torna a situação onerosa. O ideal seria reservar apenas um técnico de enfermagem para os cuidados com pacientes infectados por bactérias multirresistentes, essa medida evitaria a transmissão da infecção e diminuiria gastos. • Enfatizar as medidas gerais de higiene do ambiente; • Aplicar, durante o transporte intra-institucional e inter-institucional, as medidas de precauções de contato, em adição às precauções-padrão; • Comunicar, no caso de transferência intra-institucional e inter-institucional, se o paciente é infectado ou colonizado por microrganismos multirresistentes; • Não se recomenda a interrupção da assistência em serviços de saúde como medida a ser adotada de forma sistemática no controle de microrganismos multirresistentes. MICRORGANISMOS GRAM NEGATIVOS COM MECANISMOS DE RESISTÊNCIA DIFERENTE DOS CARBAPENÊMICOS, NOTIIFICADOS À CECISS DESDE 2013 O quadro a seguir representa os microrganismos que foram isolados em certo trabalho científico, o mecanismo de isolamento, o material (sítio da coleta) e o desfecho da pesquisa. No desfecho, conclui-se que 5 pacientes de 14 foram a óbito, 3 pacientes receberam alta e 1 paciente foi para o domicílio (não significa cura, pode ter ido com bactéria resistente), 1 paciente transferido e 3 pacientes permaneceram internados. Se os 3 internados fossem a óbito, aumentaria a mortalidade de 5 para 8 pacientes. Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar O QUE FAZER? • Isolar (muros, solitária) como na idade média? FLORENCE NIGTHINGALE (1820-1910) Uma das grandes figuras da história do controle da infecção hospitalar foi a enfermeira Florence Nigthingale, tendo seus trabalhos mais nomeados em 1910. Ela conseguiu separar os pacientes com doenças infecciosas, identificando aqueles que apresentavam febre, além do trabalho de humanização realizado com a população. Guerra da Criméia (1854-1856): • Lazareto de Escutari (Bósforo, Ásia Menor); o Doentes deitados no chão sob acúmulos de palha com uniforme sujo; o Mortos e detritos acumulados; o Sem sistema de água corrente e esgoto a céu aberto no porão; • Florence Nightingale organiza equipe de enfermagem: o Utilização de dados estatísticos para administração e avaliação de resultados (epidemiologia hospitalar); o Transmissão de infecções através de: § Colchões; § Escovões para limpeza; o Rede de esgoto e água quente chegando às enfermarias – transmissão de infecções; o Humanizou o hospital criando atividades recreacionistas; o Redução de 20 vezes na mortalidade institucional. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS PRÁTICAS DE ISOLAMENTO Século XIX: • 1847 – Ignaz Philips Semmelveis – importância da lavagem das mãos (aumento da expectativa da sobrevida da população); o Observou a semelhança das infecções entre cadáveres estudados e pacientes atendidos posteriormente ao estudo. Os médicos e estudantes estavam levando a infecção do cadáver para os pacientes. Concluiu-se a necessidade da higienização das mãos através da observação da não transmissão de infecções em grupo de pessoas que lavavam as mãos. • 1854-1855 – Guerra da Criméia – Florence Nightingale – limpeza e desinfecção; separação física de doentes; • 1877 – primeira recomendação publicada (separação de pacientes com doença infecciosa) – criação de hospitais de doenças infecciosas; • 1880 – Brasil – Fundado o Hospital Emilio Ribas. o Criação de hospitais de doenças infecciosas, sanatórios para abrigar pacientes com tuberculose. nº IDADE DATA INTERN AÇÃO M.O. MECANIS MO MATERIAL DESFECHO DATA DESFECH O MES ANO 1 59 10/11/13 Klebsiella oxytoca IMP SWAB RETAL OBITO 09/12/13 Nov 2013 2 21 21/05/13 Acinetobacter spp. NDM SANGUE ALTA 27/06/14 Abr 2014 3 54 18/11/14 Citrobacter freundii NDM SWAB RETAL OBITO 16/12/14 Dez 2014 4 49 17/10/14 Psudomonas aeruginosa SPM URINA OBITO 15/11/14 Nov 2014 5 77 09/11/14 Psudomonas aeruginosa SPM ASPIRADO TRAQUEAL OBITO 21/01/15 Jan 2015 6 57 18/01/15 Klebsiela pneumoniae NDM ASPIRADO TRAQUEAL DOMICÍLIO 12/02/15 Fev 2015 7 57 22/01/15 Klebsiela pneumoniae NDM ASPIRADO TRAQUEAL TRANSF. 21/02/15 Fev 2015 8 64 23/01/15 Klebsiela pneumoniae NDM ASPIRADO TRAQUEAL PERM. INTERNADO Fev 2015 9 82 29/01/15 Klebsiela pneumoniae NDM URINA ALTA 21/02/15 Fev 2015 10 88 02/02/15 Klebsiela pneumoniae NDM FEZES OBITO 01/03/15 Mar 2015 11 14 06/01/15 Klebsiela pneumoniae Pseudomonas aeruginosa NDM FERIDA REG. GLÚTEA PERM. INTERNADO 2015 12 60 06/02/15 Klebsiela pneumoniae NDM ASPIRADO TRAQUEAL ALTA 11/03/15 Mar 2015 13 67 14/02/15 Pseudomonas aeruginosa SPM SWAB RETAL PERM. INTERNADA 2015 14 Pseudomonas aeruginosa SPM SWAB RETAL 2015 Século XX: • 1910 – EUA – Enfermarias de isolamento em hospitais gerais – surgem as “barreiras de enfermagem”; • 1940 – era da “Medicina curativa” – descoberta dos antibióticos; • 1945 – Brasil – 1º hospital geral com unidade de moléstia contagiosa – Santa Casa de Misericórdia de Santos;• 1950 – Fechamento dos Hospitais de Doenças Infecciosas nos EUA, exceto para Tuberculose (TB); o Surgimento de S. aureus resistente à penicilina; o Epidemiologia Hospitalar (fatores de risco, modos de transmissão); • 1960 – Fechamento dos Hospitais para TB. Tratamento domiciliar de TB e áreas de isolamento nos hospitais gerais. o CDC – investiga surto de infecção nosocomial – necessidade de uma política padronizada para o isolamento de pacientes internados. • Anos 80 – Surgimento do HIV; o Maior cuidado com pacientes imunossuprimidos através do isolamento de pacientes neoplásicos, paciente em quimioterapia, e assim surgiu o isolamento reverso (isolamento para proteger o paciente de agentes infectantes daqueles que potencialmente podem transmitir-lhes doenças infecciosas; casos de imunodeprimidos, operados de grandes cirurgias, transplantados, queimados). • Até o início do anos 90 – diversas recomendações e interpretações; • 1996 – "Guideline for Isolation Precautions in Hospitals“ – CDC / HICPAC; • 2007 – ”Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Healthcare Settings – 2007”. PRECAUÇÃO PADRÃO *PERGUNTA DE PROVA* • Medidas básicas são agrupadas em precauções padrão – cujas medidas devem ser aplicadas em TODOS os pacientes, TODO o tempo, independente do diagnóstico ou estado infeccioso e em TODOS os serviços de saúde; o A principal precaução padrão é lavagem das mãos – ação que deve ser realizada em todos os momentos no ambiente hospitalar. As precauções padrão envolvem também o uso de EPIs (luva, gorro, máscara, capote). • Medidas adicionais (além das precauções padrão) baseadas na transmissão de agentes etiológicos epidemiologicamente importantes: precauções específicas – CONTATO, GOTÍCULAS e AEROSSÓIS. o Paciente com infecção por bactéria multirresistente: precaução de contato, ou seja, deve-se usar EPIs (luva) para ter contato com o paciente; o Paciente com sarampo (doença com transmissão através de gotículas): precaução de gotículas, ou seja, deve-se usar máscara cirúrgica; o Paciente com tuberculose (doença com transmissão através de aerossóis): precaução de aerossóis, nesse caso, as partículas são mais leves e ficam mais tempo no ambiente, por esse motivo deve-se utilizar máscara com filtro N95 para evitar que a partícula seja inalada. ENTENDENDO A DINÂMICA DAS DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS Existe uma fonte de infecção, que pode ser o paciente, um funcionário, visitante ou objetos, e o hospedeiro suspceptível (translocação bacteriana da flora endógena e quebra da barreira de proteção). Os meios de transmissão podem ser: mão do médico ou enfermeiro contaminada, sondas como porta de entrada, etc. Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar CADEIA DE TRANSMISSÃO DE MICRO-ORGANISMOS Cadeia de transmissão detalha os tipos de agentes infecciosos, as fontes das infecções, portas de saída, modos de transmissão, portas de entrada e hospedeiro susceptível. Atenção para os componentes de cada tópico. MICRORGANISMOS PODEM ATÉ COLONIZAR AMBIENTE E OBJETOS, MAS NÃO TÊM PERNAS OU ASAS O principal modo de transmissão são as mãos contaminadas. Deve-se recordar os tipos de transmissão: contato direto ou indireto, gotículas (espirros) e pela via aérea. Gabriel Pinheiro Sublinhar O QUE É INFECÇÃO HOSPITALAR? *PERGUNTA DE PROVA* Conceito – portaria MS 2616/1998: • Infecção hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente (48 horas após a admissão) e que se manifeste durante a internação ou após a alta (48 horas), quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares; o Deve ser considerado 48 horas após a admissão porque se for considerado um período antes desse tempo, paciente pode estar com infecção comunitária ainda em período de incubação. Até 48 horas após a alta hospitalar, paciente pode iniciar quadro de febre e essa situação estaria relacionada também a infecção hospitalar. Os procedimentos hospitares relacionados à infecção hospitalar podem ser endoscopia ou qualquer procedimento cirúrgico. • As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas; o O feto vive em ambiente estéril, logo não é contaminado ao nascimento. Se o recém-nascido apresentar qualquer infecção é considerada infecção hospitalar. A infecção no recém nascido só é considerada comunitária, se a paciente grávida apresentar bolsa rota ou se for uma doença de transmissão transplacentária (ex: rubéola). ORIGEM DAS INFECÇÕES HOSPITALARES • Infecções hospitalares são divididas em endógenas e exógenas. São endógenas quando causadas pela microbiota endógena (flora residente), própria do paciente. São exógenas quando causadas pela microbiota exógena (flora transitória) oriunda de reservatórios e veiculada através de vetores como o próprio paciente, equipe de saúde, artigos hospitalares, entre outros. • Segundo estudos, 70% das infecções hospitalares são causadas por germes endógenos e as restantes, por exógenos (30%), sendo essas últimas passíveis de prevenção. Parece ser muito fácil controlar infecção hospitalar porque apenas 30% são causadas por germes exógenos, porém é uma tarefa difícil pela ausência de atenção em relação ao cuidados para evitá-la. CADEIA DE TRANSMISSÃO Na cadeia de transmissão, existe o agente infeccioso que vai se deslocar pelos meios de transmissão dentro do ambiente hospitalar e vai contaminar o indivíduo susceptível. A cadeia de transmissão é composta por: homem susceptível, ambiente hospitalar inóspito (contaminado) e a via de transmissão (mão do médico que vai levar o agente infeccioso). CAUSAS PREDISPONENTES • Inerentes ao próprio paciente; • Técnicas invasivas; • Antibioticoterapia intempestiva e inadequada; o Uso crônico de ciprofloxacino, por exemplo, pode estimular a cepa resistente de Pseudomonas aeruginosa. • Inerentes ao ambiente hospitalar; Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar • Superpopulação hospitalar; • Muitas pessoas manuseando o mesmo paciente; o Exemplo dessa situação é o que acontece em hospitais-escola. • Movimentação do paciente dentro do hospital; o Pacientes precisam se deslocar para realização de exames ou pela transferência para áreas diferentes dentro do hospital. • Pessoal hospitalar não adequadamente treinados. FATORES DE RISCO Os fatores de risco são inerentes a portas de entrada. • Sondagem; • Punção; • Intubação; • Drenagem de cavidades; • Endoscopias; • Cirurgias; • Soluções alimentares de uso intravenoso; • Biópsias; • Cateterismos. AGENTES PREVALENTES DAS INFECÇÕES HOSPITALARES • MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina (oxacilina)); • VISA (Staphylococcus aureus com resistência intermediáriaà vancomicina); • VRSA (Staphulococcus aureus resistente à vancomicina); • Streptococos epidermidis; • Enterococcos resistentes a vancomicina (ERV); • KPC (Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase); • NDM (New Delhi Metalobetalactamase); • Bactérias gram negativas produtoras de ESBL (betalactamases de espectro estendido produtoras de enterobactérias). CLASSIFICAÇÃO TOPOGRÁFICA DAS INFECÇÕES HOSPITALARES A infecção pode ser classificada com a topografia, de acordo com o órgão que está sendo acometido. Na ordem crescente as mais frequentes são: • Vias urinárias; • Vias respiratórias; • Cirúrgicas; • Corrente sanguínea (relacionada à sepse); • Cutâneas não-cirúrgicas (úlceras de pressão); • Intrabdominais; • Demais (pele). INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO • 35 a 45% do total das infecções ocorrem no trato urinário; • 70 a 80% das infecções estão relacionadas ao uso de sonda vesical; • 13% de mortalidade relacionada a bacteremia por infecção do trato urinário ligada a sonda vesical; • Infecção do trato urinário hospitalar pode disseminar-se para outros sítios e evoluir para sepse, principalmente nos extremos de idade (criança e idoso). PNEUMONIA HOSPITALAR • Responsável por 20% de todas as infecções hospitalares; • Alta taxa de morbimortalidade (25 a 75%); • Frequência de 6 a 10 episódios por 1000 hospitalizações; • Acomete em torno de 18% dos pacientes em pós-operatórios; o Principalmente em pós operatórios abdominais, após manipulação do trato gastrintestinal, paciente pode evoluir com broncoaspiração procedente de refluxo do trato gastrointestinal. • Pacientes em ventilação mecânica é de 1 a 3% para cada dia no ventilador. o Aumenta o tempo de permanência no hospital, além de ser danosa e onerosa. Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA ASSOCIADA AO ACESSO VASCULAR • Aproximadamente 60% dos pacientes hospitalizados utilizam cateter endovenoso; o O fato de usar cateter não significa a presença de infecção. A infecção pode não existir desde que o cateter seja implantado com técnica asséptica adequada, além de manipulação adequada também. • A taxa de mortalidade varia entre 14 a 38%; • Germes gram-positivos, estafilococos coagulase positivo, coagulase negativo e Enterococcus podem ocorrer, sendo que os gram-negativos são muito mais frequentes no paciente imunossuprimido. A infecção em pele não cirúrgica também ocorre muito nos hospitais, principalmente nas úlceras de pressão. Então, não ocorre apenas infecção de pele de sítio cirúrgico, existem também as infecções não cirúrgicas, um dos exemplos mais frequentes são as úlceras de pressão infectadas. Um programa efetivo de controle pode reduzir até 40% das infecções. Após retirada do cateter, deve-se fazer 2 amostras em sítios diferentes para realização de hemocultura (presença de infecção). Não precisa fazer a retirada em 14 dias, deve-se apenas observar se existe infecção no local do cateter (sinais de infecção – hiperemia, enduração, secreção). Por isso, o ideal é que os curativos do cateter sejam transparentes para melhor visualização de sinais de infecção. Deve-se ter cuidado com os curativos transparentes compostos por clorexidina porque o paciente pode iniciar quadro de alergia ao produto, e a clorexidina irá estimular a infecção por bactéria resistente. O que fecha critério é o isolamento da bactéria. Infecção em ambiente hospitalar pode ocorrer na pele não cirúrgica, caracterizada por escaras em tronco de trocânter, na região sacra e abre lesões. A abertura de lesões expõe o tecido e pode surgir infecção. DESAFIOS PARA O CONTROLE DA INFECÇÃO • Expectativas da clientela: o Direitos do paciente; o Acesso à informação médica (internet); o Influência da mídia; o Código de defesa do consumidor; o Processos legais; o Aspectos éticos. • Patologia de base: o Perfil patológico; o Avanços tecnológicos; o Consequências da maior sobrevida; o Bioética (morte digna). • Avanços tecnológicos: o Qualidade assistencial (exigida pelos próprios pacientes); o Recurso: comissão de padronização de materiais e insumos; o Segurança Nacional; § Necessidade de núcleo de segurança do paciente – cores de pulseiras diferentes de acordo com o estado do paciente; § Registro de todos os dados relacionados ao paciente em prontuário. • Aspectos econômicos: o Prioridades/ avaliação do impacto; o Racionalização; o Financiamento; o Reutilização de descartáveis. § Maior utilização de materiais descartáveis principalmente em centro cirúrgico – maior gasto, porém diminui a infecção hospitalar. • Ambiente hospitalar: o Atendimento a maioria dos casos comunitários; o Integração das autoridades sanitárias (notificação) – importante; o Dificuldades diagnósticas (clínica e laboratorial). § Quanto mais o paciente fica dentro do ambiente hospitalar fazendo exames e realizando procedimentos, mais está sendo exposto. o Tratamento; o Medidas de controle. Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar PRECAUÇÕES PADRÃO: CONJUNTO DE PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÕES – CDC • Higiene das mãos; • Seleção de EPIs (equipamentos de proteção individual); • Higiene respiratória da tosse; o Orientar virar o rosto, usar máscara ou lenços. • Higiene ambiental; • Cuidados com material, equipamentos, roupas, utensílios alimentares; • Segurança na administração de medicações injetáveis; • Prevenção de acidentes com material perfuro cortante e material biológico; • Evite tocar desnecessariamente as superfícies próximas ao paciente. O AMBIENTE COMO FONTE DE TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO Coleta de ambiente – Staphylococcus resistente à vancomicina. O AMBIENTE NA TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO Representa cultura positiva de MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina). DESAFIOS DO NOSSO SISTEMA DE SAÚDE Os desafios envolvem custo, tecnologia, demanda de pacientes com necessidade de internação e necessidade de procedimentos. • Ambiente de alta concorrência, caracterizada por custos progressivos, cuja eficácia é questionada; Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar • A maior complexidade do atendimento através do uso crescente da tecnologia com procedimentos cada vez mais sofisticados; • Atuamente, temos um sistema de saúde caracterizado por repressão da demanda, baixa resolutividade dos serviços, com escassez e desperdício de recursos, reflexo da ausência de política eficaz da saúde; • Aumento progressivo da demanda; • Usuário cada vez mais exigente e informado. QUEM PAGA A CONTA? • Hospital público – sociedade; • Hospital particular – dificuldade em definir. IMPORTÂNCIA DO CCIH • Realiza vigilância epidemiológica dos casos; • Possui um comitê de antimicrobianos; • Realiza educação continuada com os profissionais de saúde; • Controle do uso de antimicrobianos para evitar uso intempestivo. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE • LAVAR AS MÃOS; • Utilizar corretamente o EPI para não disseminar germes; • Uso correto deantibióticos; • Uso das técnicas corretas ao realizar procedimentos; • Isolar o paciente quando estiver infectado; • Material descartável de uso único (não pode ser reutilizado). Diante de infecção multirresistente, utiliza-se associação de antimicrobianos e se deve dar atenção à higienização das mãos. No hospital, a lavagem das mãos diminuiu até 80% das chances de se adquirir a transmissão de uma infecção por um germe resistente. Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Sublinhar Gabriel Pinheiro Destacar Gabriel Pinheiro Destacar
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