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Anestesia em cirurgia ambulatorial


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Beatriz Tianeze de Castro | CLÍNICA CIRÚRGICA II | P6 - MEDICINA 
 
Introdução 
 
Objetivos 
 
❖ Imobilidade. 
❖ Analgesia peri e pós-operatória. 
❖ Relaxamento muscular. 
❖ Diminuição de sangramento. 
 
Papel do Cirurgião 
na Anestesia Ambulatorial 
 
Avaliação 
❖ Selecionar o tipo de procedimento 
baseado em: 
o Duração. 
o Extensão. 
o Estado físico do paciente – ASA. 
o Condições socioeconômicas. 
❖ Solicitar exames complementares de 
rotina. 
Instrução 
❖ Informar sobre o procedimento e 
cuidados no pós-operatório. 
❖ Informar sobre a necessidade da 
presença de um acompanhante adulto e 
da possibilidade de internação. 
Encaminhamento 
❖ Avaliação anestesiológica. 
 
Papel do Anestesiologista 
na Anestesia Ambulatorial 
 
Avaliação 
❖ Verificar se o procedimento poderá ser 
realizado em regime ambulatorial. 
❖ Certificar-se de que o paciente está apto 
para o procedimento. 
❖ Avaliar a necessidade de interconsulta 
com especialistas e exames específicos. 
Instrução 
❖ Tempo de jejum. 
❖ Medicamentos pré-anestésicos. 
❖ Horário da operação. 
❖ Necessidade de acompanhamento por 
pessoa adulta. 
❖ Informar sobre os critérios de alta 
ambulatorial. 
 
Seleção dos Pacientes 
 
Geral 
❖ Presença de acompanhante adulto 
idôneo. 
❖ Fácil comunicação com a unidade 
ambulatorial. 
❖ Fácil locomoção até a unidade 
ambulatorial. 
❖ Aceitação pelo paciente. 
 
Beatriz Tianeze de Castro | CLÍNICA CIRÚRGICA II | P6 - MEDICINA 
❖ Colaboração do paciente. 
❖ 
❖ Condições de cumprir os cuidados pós-
operatórios. 
❖ Nível intelectual e condição 
socioeconômica. 
Específica 
❖ Idade. 
❖ ASA. 
 
ASA 
 
Propósito 
 
Acessar e comunicar as comorbidades 
médicas do paciente durante o período 
pré-anestésico. 
 
ASA 1 
 
Ausência de alterações 
❖ Orgânicas. 
❖ Fisiológicas. 
❖ Bioquímicas. 
❖ Psiquiátricas. 
Paciente 
❖ Saudável. 
Exemplos 
❖ Adulto 
o Não tabagista. 
o Não faz uso ou consome pouca 
bebida alcoólica. 
❖ Criança 
o Sem doença aguda ou crônica. 
o IMC normal. 
ASA 2 
 
Alterações 
Sistêmicas que podem ou não estarem 
relacionadas com a necessidade de 
intervenção cirúrgica. 
Paciente 
Apresenta doenças sem limitações 
funcionais substantivas. 
Exemplos 
❖ Adulto 
o Tabagista. 
o Alcoolista social. 
o Gestante. 
o Obesos – IMC entre 30 e 40. 
o Diabetes controlada. 
o Doença pulmonar leve. 
❖ Criança 
o Doença cardíaca congênita 
assintomática. 
o Arritmias controladas. 
o Asma não exacerbada. 
o Epilepsia controlada. 
o Diabetes não insulino dependente. 
o IMC anormal para % da idade. 
o Autismo com poucas limitações. 
 
ASA 3 
 
Doenças 
Sistêmicas graves, relacionadas ou não 
com a necessidade de intervenção 
cirúrgica. 
Exemplos 
❖ Adulto 
 
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o 1 ou + doenças moderadas a 
severas. 
o Diabetes mal controlada. 
o Obesidade mórbida – IMC > 
40. 
o Hepatite ativa. 
o Dependência ou abuso de álcool. 
o Marcapasso implantado. 
❖ Criança 
o Asma com exacerbação. 
o Doença cardíaca congênita com 
anormalidade não corrigida. 
o Epilepsia mal controlada. 
o Obesidade mórbida. 
o Desnutrição. 
o Diabetes insulino dependente. 
 
ASA 4 
 
Doenças ou condições clínicas 
Apresentando risco de vida, com ou 
sem a intervenção cirúrgica. 
Exemplos 
❖ Adulto 
o Infarto agudo do miocárdio 
recente <3 meses. 
o Isquemia cardíaca em curso. 
o Choque. 
o Sepse. 
❖ Criança 
o Falência cardíaca congestiva. 
o Sequelas da prematuridade. 
o Choque. 
o Sepse. 
o Endocrinopatia. 
ASA 5 
 
Pacientes 
Moribundos com indicação cirúrgica de 
último recurso. 
Exemplos 
❖ Adulto 
o Rotura de aneurisma 
abdominal/torácico. 
o Hemorragia intracraniana com 
efeito de massa. 
❖ Criança 
o Hipertensão maligna. 
o Hemorragia intracraniana com 
efeito de massa. 
 
ASA 6 
 
 Paciente com morte cerebral. 
 
Unidades Ambulatoriais 
 
Tipo 1 
 
Consultório médico, independente do 
hospital e destinado à realização de 
procedimentos médico-cirúrgicos de 
pequeno porte, sob anestesia local. 
 
Tipo 2 
 
Estabelecimento de saúde, independente 
do hospital, destinado à realização de 
procedimentos médico-cirúrgicos de 
pequeno e médio porte, em nível 
 
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ambulatorial, em salas cirúrgicas 
adequadas a essa finalidade. 
 
Tipo 3 
 
Estabelecimento de saúde que, anexo ou 
não a um hospital geral ou 
especializado, realiza procedimentos 
médico-cirúrgicos em regime 
ambulatorial ou de internamento em 
salas cirúrgicas próprias ou do centro 
cirúrgico do hospital, podendo utilizar a 
estrutura de apoio e equipamentos de 
infraestrutura. 
 
Anestésicos Locais 
 
Definição 
 
Agentes farmacológicos que bloqueiam 
a condução nervosa de modo 
temporário e reversível após a 
administração regional. 
 
Propriedades Físico-Químicas 
 
Potência 
O seu determinante é a solubilidade 
lipídica, visto que a membrana nervosa 
é composta de 90% de lipídeos. 
Latência anestésica 
O início de ação depende do pKa dos 
agentes. 
 
 
 
Duração da Ação 
 
Dependente do grau de afinidade 
proteica do agente, visto que o local de 
ação deste é um receptor proteico no 
canal de sódio da membrana nervosa. 
 
Mecanismo de Ação 
 
Local de ação 
 Membrana celular. 
Ação 
❖ Bloqueio da condutância dos canais de 
Na. 
❖ Gerando-se um decréscimo do potencial 
de ação da membrana axonal. 
❖ Resultando em 
o Não atingir o limiar de 
excitabilidade para a 
transmissão nervosa. 
o Não propagação do impulso 
nervoso ao longo do nervo. 
 
 
Por que o anestésico local tem pouco efeito em áreas 
inflamadas? 
Quanto + ácido o meio, a forma não ionizada se 
encontrará em menor proporção relativa à ionizada, e 
o anestésico local apresentará baixa capacidade de 
difusão, aumentando-se a latência anestésica. 
A ação bloqueadora dos canais de Na dos 
anestésicos locais se restringem ao nervo? 
Não, visto que a ação bloqueadora atinge o nervo e 
todas as estruturas excitáveis, como fibras 
musculares lisas dos vasos, miocárdio e neurônios. 
 
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Toxicidade 
 
❖ Sistema Nervoso Central 
o + sensível aos anestésicos locais. 
o Parestesia perioral. 
o Zumbido. 
o Escotomas. 
o Convulsões. 
o Coma. 
❖ Sistema Cardiovascular 
o Anemias benignas. 
o Arritmias ventriculares graves. 
o Parada cardiorrespiratória. 
❖ Alergias. 
 
Dose Tóxica 
 
Limite da dosagem anestésica 
❖ < 10% dose tóxica em qualquer lugar. 
❖ < 10% e 50% em CC, monitorizado. 
❖ > 50% em CC com anestesiologista. 
Lidocaína 
❖ 0,5% = 5mg/ml. 
❖ 1% = 10mg/ml. 
❖ 2% = 20mg/ml. 
❖ Dose tóxica 
o Sem vasoconstritor = 5mg/kg. 
o Com vasoconstritor = 7mg/kg. 
Exemplo 
❖ Em uma cirurgia no consultório 
adaptado, sem monitorização em 
paciente de 65kg. No máximo quantos 
mL de lidocaína 1% pode usar? 
❖ Com vasoconstritor. 
❖ Dose máxima 
o Peso x 0,7. 
o 65 x 0,7. 
o 45,5. 
❖ Quantidade de lidocaína 
o 1ml - 10mg 
o X – 45,5 
o X = 4,55ml. 
 
 
 
 
 
Lidocaína 
 
❖ Agente + utilizado. 
❖ Potência intermediária 
o 4x < Bupivacaína. 
❖ Rápido início de ação 
o 1 a 2 minutos. 
❖ Duração moderada 
Cálculo de Doses 
1º Dose máxima = Peso x com ou sem 
vasoconstritor 
2º Dose segura = dose máxima/2 
3º % da lidocaína ---- valor da lidocaína 
X ------- Dose segura 
X = __ ml = 2%. 
Quando não se deve utilizar anestésico com 
vasoconstritor? 
Locais com vascularização terminal. 
 
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o 1 a 2h. 
❖ Baixa toxicidade sistêmica. 
❖ Uso 
o Antiarrítmico. 
o Coadjuvante na anestesia geral. 
 
Bupivacaína 
 
❖ Um dos anestésicos locais + utilizados. 
❖ Anestésico aminoamida + potente. 
❖ Latência anestésica maior que a 
lidocaína. 
❖ Duração + prolongada. 
❖ Uso 
o Anestesia infiltrativa. 
o Bloqueio de nervos periféricos e 
plexos nervosos. 
o Anestesia peridural. 
o Raquianestesia. 
 
Ropivacaína 
 
❖ Latência anestésica semelhante à daBupivacaína. 
❖ Menos potente que a Bupivacaína 
o 30% menor. 
❖ Ação vasoconstritora. 
❖ Maior margem de segurança para 
dose convulsiva e letal. 
 
Formas de Aplicação 
 
Local 
❖ Produção de anestesia tópica pela sua 
aplicação em membranas mucosas. 
❖ Necessita de altas concentrações de 
anestésicos locais para ser eficaz. 
❖ Instilados 
o Conta-gotas. 
❖ Embebidos em algodão ou na forma de 
geleia 
o Anestesia do meato uretral. 
❖ Spray 
o Anestesia de orofaringe. 
❖ Creme 
o Anestesia da pele. 
❖ Mais comum 
o Lidocaína. 
Infiltrativa 
❖ Indicação 
o Remoção de pequenas lesões 
cutâneas. 
o Incisão da pele para drenagem 
de coleções subcutâneas. 
o Exérese de pequenos tumores e 
corpos estranhos. 
o Sutura de feridas de pele. 
❖ Anestesia 
o Ação direta do anestésico sobre 
as terminações nervosas da pele 
e do tecido celular subcutâneo do 
local a ser operado. 
Bloqueio de campo 
❖ Indicação 
o Exérese de tumores da pele e do 
subcutâneo. 
o Drenagem de coleções líquidas. 
o Remoção de corpos estranhos. 
o Tratamento de feridas 
traumáticas. 
 
Beatriz Tianeze de Castro | CLÍNICA CIRÚRGICA II | P6 - MEDICINA 
o Realização de traqueostomias. 
o Lesões do couro cabeludo. 
❖ Obtenção do bloqueio 
o Faz-se infiltração em botões 
anestésicos em, pelo menos, 2 
pontos diametralmente opostos, 
delimitando a área a ser 
anestesiada.