Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Esôfago Fisiologia Transportar o bolo alimentar da boca ao estômago e impedir o refluxo do conteúdo gástrico. Atividade peristáltica. Passagem do alimento da boca para o estômago: Sólido ou semissólido: 4-8 segundos. Alimentos muito moles ou líquidos: 1-2 segundos. Principais sinais e sintomas Disfagia Dificuldade à deglutição. Disfagia alta (buco faríngea ou de transferência): Alimento permanece todo ou em parte na cavidade bucal, após a tentativa de deglutição. Pode ocorrer broncoaspiração. Causas: mecânicas, miopatias, SNC, funcional e psicogênica. Disfagia baixa (esofágica ou de transporte): Sensação de parada do bolo alimentar no esôfago. Não se consegue localizar exatamente o local. Causas: natureza mecânica ou motora. Evolução: Intermitente: se membranas ou anéis (espasmo). Progressiva: se tumor e estenoses (megaesôfago). Odinofagia Dor à deglutição. Sintoma isolado ou associado à disfagia. Caráter variável: punhalada, constritiva ou espasmódica. Causas: monilíase, esofagites, ulcerações agudas por medicações (cloreto de K, brometo de emeprônio, alendronato de sódio, AINH, ATB). Pirose Queimação retroesternal, azia. Principal sintoma da DRGE. Irradiação: epigastro, tórax bilateralmente ou ascendente até o manúbrio esternal. Fatores de piora: frituras, chocolate, álcool, café, frutas cítricas ou decúbito dorsal. Pirose constante: falha no mecanismo que impede o refluxo e/ou hipersecreção. Causas: estase gástrica, cirurgias prévias e alterações motoras. Dor esofágica Independe do ato de ingerir; podem coexistir. Causas: Mudanças de ph, atividade motora anormal, inflamação ou CA de parede. Características: Urente (esofagite), em cólica, constritiva, dilacerante (distúrbios motores), surda, contínua (CA) e/ou excruciante. Síndrome de Boerhaave: Ruptura espontânea do esôfago. Ocorre opressão torácica e dor que irradia para o pescoço, ombros e MMSS. Esôfago em quebra-nozes: Contrações peristálticas de grande amplitude. Duração de > 55 segundos. Diagnóstico diferencial de IAM. Obs: alivia também com vasodilatador. Regurgitação Retorno do alimento contido no esôfago e/ou estômago à cavidade bucal. Ausência de náusea e de contração dos músculos abdominais (diferentemente do vômito). Causas: Mecânicas: estenoses, CA, divertículos ou obstrução. Motoras: megaesôfago, acalasia ou espasmos. Fatores predisponentes: Hipotonia EEI, aumento da pressão intra-gástrica ou intra-abdominal. Mudança postural. Fatores de piora: Após as refeições. Pituíta: Regurgitação de pequena quantidade de líquido pela manhã. Mericismo: (Ruminante) Retorno à cavidade oral de pequenas quantidades de alimentos. Na maioria das vezes é novamente deglutido pelo paciente. Eructação Arrotar. Não é um sintoma próprio do esôfago. É consequência da ingestão de maior quantidade ar. Aerofagia: deglutição de ar com o objetivo de eructar. Soluço Contrações clônicas do diafragma. Não é sintoma próprio do aparelho digestivo. Causas: SNC, irritação do nervo frênica ou do diafragma. Reflexo: mediastino, pleura, órgãos intra-abdominais, hérnia hiatal, megaesôfago. Sialose/Sialorréia/ptialismo Produção excessiva de saliva. Causas: Esofagopatias obstrutivas. Megaesôfago chagásico: reflexo esofagossalivar de Roger receptores da parede esofágica estimulam reflexamente as glândulas salivares. Doença péptica ulcerosa: em pacientes hipersecretores. Hematêmese Vômito com sangue. Hemorragia digestiva alta: acima do ângulo de Treitz. Hemorragia digestiva baixa: abaixo do ângulo de Treitz. Causas: Varizes esofageanas: volumosa, sangue vivo. CA e úlceras esofágicas: menor volume. Exame físico Em condições normais é inacessível. Avaliar no exame físico geral: Estado nutricional, anemia crônica, hipertrofia das glândulas salivares, alterações da voz, linfoadenomegalias, alterações do SNC, exame bucal completo. Exames complementares Radiografia, endoscopia, manometria (mensura a forção e função dos músculos do esôfago), phmetria e usg endocóspico. Principais patologias esofageanas Obstrução – cÂncer Sexta maior causa de morte no mundo. Espinocelular e adenocarcinoma: 90%. Sexo masculino acima dos 50 anos. Sintomas: Disfagia para alimentos sólidos, Odinofagia, desconforto retroesternal, sensação de corpo estranho proximal, epigastralgia, anorexia, náuseas, perda SG e emagrecimento. Fatores de risco: Fumo, álcool, bebidas quentes, obesidade, Barret, fatores dietéticos, estase alimentos e outros. Obstrução – divertículos Divertículos: formações saculares externas contendo uma ou mais camadas da parede esofágica. Divertículo de Zenker (Faríngeo): Parede posterior da faringe: esôfago cervical (fraqueza do músculo cricofaríngeo). Sexo masculino > 50 anos. Disfagia progressiva. Deglutição com ruído na base do pescoço. Divertículo torácico ou do esôfago médio: Base alargada. Esvaziam-se facilmente. Em geral, são assintomáticos. Divertículo epifrênico: Segmento distal 4-8 cm do hiato. Sexo masculino > 50 anos. Associado à hérnia hiatal em 20-30% dos casos. Espasmos. Obstrução – membranas e anéis Membrana esofágica cervical: Membrana mucosa no esôfago cervical. 2-4 cm abaixo do EES. Mulheres acima de 40 anos. Disfagia no nível do esôfago cervical. Anel de Schatzki: Resposta do epitélio de transição à DRGE. Diagnóstico é radiológico. Dilatação Megaesôfago chagásico: Disfagia, Odinofagia, dor torácica, regurgitação, pirose, soluço e/ou emagrecimento. Destruição do plexo mioentérico de Auerbach. Diagnóstico radiológico, manometria também é útil. Acalásia: Hipertonia da cárdia: levando ao megaesôfago. Espasmos Distúrbio motor esofageano: Contrações irregulares na metade inferior do esôfago. Rx contrastado: aparência de saca-rolhas. Mais frequente em mulheres acima dos 50 anos. Disfagia e dor torácica. Exame manométrico. Lesão por refluxo Doença do Refluxo Gastroesofágico: (DRGE) Relaxamento transitório do EEI não associado à deglutição. Quadro clínico: Pirose, dor torácica, disfagia, Odinofagia, eructações e regurgitação. Hérnia Hiatal: Passagem de parte do estômago para o tórax pelo hiato diafragmático. 3 tipos: Por deslizamento: 95% da junção esofagogástrica se desloca para cima do hiato. Paraesofágica: junção esofagogástrica não ascenda. Bolsa herniária formada pelo fundo do estômago ficando entre o esôfago abdominal e a borda esquerda do hiato. Mista. Esofagite de refluxo: Inflamação da mucosa esofageana provocada pelo refluxo. Barret: Metaplasia intestinal, onde, o epitélio escamoso distal é substituído por colunar metaplásico. Causas de refluxo: Hérnia por deslizamento, hipotônia de EEI, esclerose sistêmica progressiva, aumento da pressão intra-abdominal, hipersecreção e estase gástrica, sondagem nasogástrica prolongada, intervenções na transição esofagogástrica e hiperemese.
Compartilhar