PEÇA PRÁTICA U2

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Campus Canoas: Rua Santos Dumont, 888, Bairro Niterói, CEP 92120-110. 
Campus Porto Alegre: Avenida Manoel Elias, 2001, Bairro Passo das Pedras, CEP 91240-261. 
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 WhatsApp: (51) 98025.3776 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA ...ª VARA DO 
TRABALHO DE CAMPINAS – SP. 
 
 
 
 
 
ANDRÉA DOS SANTOS BARBOSA, brasileira, 
casada, desempregada, RG 999, CPF 7585758, residente e 
domiciliada em Campinas/SP, Rua São Francisco nº 235, 
Vila da Selva, CEP 30225, por intermédio de sua advogada 
que abaixo subscreve com endereço profissional na 
Rua ..........., Bairro ................, Cidade ..................., 
CEP .................., onde deverá receber intimações, e-
mail ..................., respeitosamente à presença de Vossa 
Excelência com fulcro no art. 840, §1º e 852-A da CLT c/c o 
art. 319 do CPC, propor a presente RECLAMATÓRIA 
TRABALHISTA C/ PEDIDO LIMINAR pelo rito 
Sumaríssimo, em face de BALAS DE TODOS OS TIPOS 
LTDA., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ sob 
nº ....................., estabelecida na cidade de Campinas/SP, 
Endereço .................., Bairro ..................., CEP ................, 
pelas razões de fato de direito a seguir alega: 
 
 
 
1 – BREVE SINTESE FÁTICA 
 
 Cinge-se, a demanda, ao recebimento das verbas rescisórias inerentes à 
ruptura contratual sem justa causa, e ainda, o pedido liminar de acesso às guias 
para o recebimento do seguro desemprego e para liberação do FGTS da 
reclamante em decorrência do vínculo empregatício firmado entre 02/02/2018 a 
 
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06/06/2019 no qual a reclamante percebia o salário de R$ 1.200,00 (um mil e 
duzentos reais) mensais na função de cozinheira. 
 Ocorre que a reclamante foi dispensada sem justa causa, com aviso-
prévio indenizado. Contudo, mesmo após ter comparecido à empresa, por 
diversas vezes, para solicitar a formalização do fim do seu contrato de trabalho, 
não obteve êxito em receber as verbas rescisórias inerentes à ruptura contratual 
sem justa causa, tampouco teve acesso às guias para o recebimento do seguro 
desemprego e para liberação do FGTS. 
 Neste sentido a presente demanda se faz cabível a fim de ver o direito da 
reclamante resguardado conforme os fundamentos a seguir aludidos: 
 
1.1 – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
Exordialmente cumpre salientar que a reclamante não possui condições 
financeiras de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem 
prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, como consta declaração 
anexa, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 
99 do Código de Processo Civil. 
 
2 – DO PEDIDO LIMINAR 
 
Com efeito, a situação fática apresentada está em consonância com a 
tipificação legal trazida no art. 300 e seguintes do CPC atinentes à concessão 
da tutela de urgência, que exige satisfação de dois requisitos, quais sejam: a 
probabilidade do direito (furmus boni iuris) e o perigo de dano (periculum in 
mora). 
A respeito do fumus boni iuris, este se verifica presente pelos motivos de 
fato e de direito já expostos e, sobretudo, pela análise dos documentos 
acostados à presente, que evidenciam a veracidade das alegações da 
reclamante, no sentido de que teve o contrato de trabalho rescindido 
imotivadamente no dia 06 de junho de 2019. 
No tocante ao periculum in mora, é caracterizado pelos riscos à saúde e 
eminente da reclamante e de sua família, uma vez que permanece 
 
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desempregada, sem renda, tendo, portanto, comprometida sua própria 
subsistência e de sua família, bem como enfrenta sérios problemas econômicos. 
Diante do exposto, requer que seja DEFERIDO O PEDIDO DE TUTELA 
DE URGÊNCIA, a fim de que seja concedida a MEDIDA LIMINAR inaudita altera 
partes, providenciando-se a imediata expedição de alvarás judiciais para o 
soerguimento do FGTS depositado na conta vinculada do reclamante e para 
requerimento do SEGURO DESEMPREGO. 
 
3 – DO DIREITO 
 
3.1 – DAS VERBAS RESCISÓRIAS 
 
3.1.1 – DO SALDO DE SALÁRIO 
 
 Considerando que a reclamante laborou de 02/02/2018 a 06/06/2019 no 
qual a percebia o salário de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) mensais, sendo 
o valor do dia trabalhado equivalente a R$ 40,00 (quarenta reais). Observamos 
que o saldo devedor é de R$ 240,00 (duzentos e quarenta reais), com fulcro no 
art. 64, da CLT, valor do FGTS sob o saldo é de R$ 19,20 (dezenove reais e 
vinte centavos). 
 
3.1.2 – AVISO PRÉVIO INDENIZADO 
 
 Observa-se que a reclamante laborou perante a reclamada durante 1 (um) 
ano e 4 (quatro) meses, aproximadamente, logo o valor a ser pago à título de 
aviso prévio indenizado, conforme o art. 487 a 491 da CLT é de 30 (trinta) dias 
trabalhados, ou seja R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais). 
 
3.1.3 – DO 13º SALÁRIO PROPORCIONAL 
 
 Considerando que a reclamante completou 5 (cinco) meses à título de 
serviço, o valor devido é de R$ 500,00 (quinhentos reais), ou seja, o salário 
mensal da reclamante dividido por 12 (doze) meses e multiplicado por 5 (cinco) 
 
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meses trabalhados, ainda, o saldo de FGTS sob o 13º salário é de R$ 40,00 
(quarenta reais). 
 
3.1.4 – DO FGTS E MULTA DE 40% 
 
 De acordo com a Lei 8.036/1990, o empregador deve recolher 8% (oito 
por cento) do FGTS calculado sobre a remuneração do empregado. Nesse caso, 
o cálculo é feito multiplicando a remuneração por 0,08 (8%): 1.200 x 0,08 = 96, 
que contabiliza o total a ser pago de FGTS no valor de R$ 1.536,00 (mil 
quinhentos e trinta e seis reais), equivalente a 16 (dezesseis) meses laborados 
na empresa. 
 Neste sentido, conforme o art. 18, § 1º, da Lei 8.036/1990, o empregador 
deverá pagar 40% (quarenta por cento) de multa sobre o montante do FGTS ao 
empregado demitido sem justa causa, logo, o valor da multa FGTS a ser pago é 
de R$ 614,40 (seiscentos e quatorze reais com quarenta centavos). 
 
3.1.5 – DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS E 1/3 CONSTITUCIONAL 
 
 A reclamante tem direito a receber o período incompleto de férias, 
acrescido do terço constitucional, em conformidade com o art. 146, parágrafo 
único da CLT e art. 7, inciso XVII da CF/88. 
 O parágrafo único do artigo supramencionado prevê o direito do 
empregado ao período de férias na proporção de 1/12 por mês trabalhado ou 
fração superior a 14 (quatorze) dias. 
 Sendo assim, considerando o labor de 02/02/2018 a 06/06/2019, teremos 
4/12, logo, o valor a ser pago à título de férias proporcionais é de R$ 400,00 
(quatrocentos reais) e o terço constitucional é de R$ 133,33 (cento e trinta e três 
reais e trinta e três centavos). 
 
3.1.6 – DA MULTA DO ART. 477 DA CLT 
 
 
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 No prazo estabelecido no art. 477, § 6º, da CLT, nada foi pago a 
reclamante pelo que se impõe o pagamento de uma multa equivalente a 1 (um) 
mês de salário revertido em seu favor, conforme § 8ºdo mesmo artigo. 
 
3.1.7 – DA MULTA DO ART. 467 DA CLT 
 
 A reclamada deverá pagar a reclamante, no ato da audiência, todas as 
verbas incontroversas, sob pena de acréscimo de 50% (cinquenta por cento), 
conforme art. 467 da CLT. 
 Dessa forma, protesta a reclamante pelo pagamento de todas as parcelas 
incontroversas na primeira audiência. 
 
3.1.8 – CONCLUSÃO DOS CÁLCULOS APURADOS 
 
 De acordo com os argumentos e valores acima comentados, o montante 
concretiza-se da seguinte maneira: 
 - R$ 240,00 (duzentos e quarenta reais) de saldo de salário + R$ 19,20 
(dezenove reais e vinte centavos); 
 - FGTS do saldo de salário + R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) de aviso 
prévio indenizado + R$ 500,00 (quinhentos reais) de 13º proporcional + R$ 40,00 
(quarenta reais) de FGTS sob o 13º salário proporcional + R$ 1.536,00 de valor 
a ser depositado a título de FGTS pelos 16 (dezesseis) meses trabalhos + 
R$ 614,40 (seiscentos e quatorze reais e quarenta centavos) de multa FGTS + 
R$ 400,00 (quatrocentos reais) de férias proporcionais e o terço constitucional é 
de R$ 133,33 (cento e trinta e três reais e trinta e três centavos) + R$ 1.200,00 
(mil e duzentos reais) multa referente ao art. 477 = totalizando R$ 8.782,93 (oito 
mil setecentos e oitenta e dois reais e noventa e três centavos). 
 
4 – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
 
Diante das considerações expostas, pleiteia a reclamante a condenação 
da reclamada nos seguintes pedidos, resumidamente: 
 
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1. Julgue procedente O PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, a fim de que 
seja concedida a MEDIDA LIMINAR inaudita altera partes, 
providenciando-se a imediata expedição de alvarás judiciais para o 
soerguimento do FGTS, para que seja depositado na conta vinculada do 
reclamante e para requerimento do SEGURO DESEMPREGO; 
 
2. Julgar ao final TOTALMENTE PROCEDENTE a presente reclamação, 
declarando o vínculo empregatício existente entre as partes, condenando 
o reclamado a: pagar o aviso prévio indenizado; saldo de salário; 13º 
salário proporcional; terço constitucional de férias; horas extras; 
proporcionais mais 1/3; os depósitos de FGTS de todo o período acrescido 
de multa de 40% a título de indenização, conforme cálculos explicativos 
supras sinalados; 
 
3. Que seja designada audiência de conciliação ou mediação na forma do 
previsto art. 334 do NCPC; 
 
4. A citação do réu para oferecer resposta no prazo legal, sob pena de 
preclusão, revelia e confissão; 
 
5. Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuita, devido a 
difícil situação econômica da reclamante, que não possui condições de 
custear o processo, sem prejuízo próprio; 
 
6. Liberar as guias do seguro-desemprego ou indenização correspondente; 
 
7. Condenar o reclamado ao pagamento da multa prevista no § 8º do art. 
477 da CLT, e, em não sendo pagas as parcelas introversas na primeira 
audiência, seja aplicada multa do art. 467 da CLT, tudo acrescido de 
correção monetária e juros moratórios. 
 
8. Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude 
dos artigos 369 e seguintes do NCPC, em especial, a prova documental, 
 
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a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do réu em sua 
pessoa jurídica. 
 
 
Dá-se o valor da causa de R$ 8.782,93 (oito mil setecentos e oitenta 
e dois reais e noventa e três centavos). 
 
 
 
 Nestes termos, 
 
Pede e espera deferimento. 
 
 
 
Porto Alegre, 01 de abril de 2022. 
 
 
 
 
 
VITÓRIA SOUZA DA ROSA 
OAB/RS .......