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Emergências Serginho Cronograma: Eletrocardiograma (ECG) 02/03 Anatomia e Fisiologia: ● Ondas em DII (derivação) ○ quando a energia segue o sentido de DII → linha sobe ○ quando a energia vai contra o sentido de DII → linha desce → Sentido de DII Batimentos fisiológicos começam do nodo sinusal → nodo atrioventricular → feixe de his → ramo esquerdo e direito → paredes ventriculares ● Repouso ○ meio interno = carga elétrica negativa (maior concentração de potássio K+) ○ meio externo = carga elétrica positiva (maior concentração de sódio e cloreto Na+) ● Despolarização (canais de Na+) → inversão da polaridade ○ meio interno fica positivo (maior concentração de sódio e cloreto Na+) ○ meio externo fica negativo (maior concentração de potássio K+) ● Repolarização (canais de K+) → retorno da polaridade em repouso ○ meio interno = carga elétrica negativa (maior concentração de potássio K+) ○ meio externo = carga elétrica positiva (maior concentração de sódio e cloreto Na+) *a célula fica negativa quando o K+ entra, pois junto com ele vêm o Cl- Na+ Na+Na+ K+ K+ K+ K+K+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+K+ K+ K+ K+ K+ Na+ Na+ Na+Na+ K+ K+ K+ K+K+ Na+ Na+ Repouso Despolarização Repolarização Início da diástole Sístole Fim da sístole ● Onda P → contração do átrio ● Onda Q → estímulo passando pelo feixe de his ● Onda R → despolarização do ventrículo ○ subida = estímulo passando pelo septo ○ descida = estímulo passando pelas paredes ventriculares → onda S (é maior pois o caminho das paredes ventriculares é maior do que o septo, corações mais arredondados têm essa onda maior) ● Onda S → despolarização da base ● Onda T → repolarização ventricular ● Propriedades do ECG ○ Direção/sentido → onda sobe ou desce ○ Força → altura/amplitude das ondas ○ Tempo → largura das ondas ● Ritmo patológico: ○ ritmo constante, mas começa pelo local errado ○ não se usa muito esse termo, na prática só se fala “arritmia” ● Arritmia: ○ ritmo inconstante ● Verde ⇒ esquerda MP ● Amarelo ⇒ esquerda MT ● Vermelho ⇒ direita MT ● Preto ⇒ direita MP (é o fio terra) 11 *Colocar nos cotovelos e joelhos *Existem as derivações: unipolares (tem apenas o pólo positivo) e bipolares (D1, D2, D3 - tem os pólos positivo e negativo). Pontos dos eletrodos: ● Diferenças anatômicas - consideradas normais ○ o nodo AV desce ao invés de subir → o animal não têm onda Q ○ coração com miocárdio mais fino = curvatura do ventrículo menor → sem onda S ou onda S menor ○ coração com miocárdio mais espesso = curvatura do ventrículo maior (coração mais arredondado) → com onda S aumentada Nó AV para cima Nó AV para baixo Indicadores: ● Velocidade (largura) ○ 25mm/s → 0,04 s ○ 50mm/s → 0,02s ● Sensibilidade (altura) ○ Configurações de impressão ■ N (padrão) → normal → cada quadrado vale 0,1 mv ■ 2N (quando a onda é muito pequena, aumenta ela → x2) → portanto o valor do quadrado vale metade → 0,05 mv ■ N/2 (quando a onda é muito grande, diminui ela → :2) → portanto o valor do quadrado vale o dobro → 0,2 mv ● FC (sempre contar o maior e o menor intervalo entre as ondas → valor mínimo e máximo) ○ 50mm/s → 3000 : pelo n° de quadrados do intervalo R-R ○ 25mm/s → 1500 : pelo n° de quadrados do intervalo R-R ● Ritmo → onda P ○ a onda P tem que ser positiva para determinar o ritmo ○ % de variação da FC ■ maior FC/menor FC - 1 → ex.: 100/150 = 1,5 - 1 = 0,50 = 50% ● ritmo sinusal normal < ou =10% ● arritmia sinusal > 11% e até 99% ● ritmo sinusal com sinus arrest > ou = 100% ● FC → 60 a 170 bpm ● Mensurações em DII ○ P (max) → 0,04 s x 0,4 mv ○ Intervalo PR (max) → 0,06 a 0,13 s ○ Duração de QRS (max) → 0,05 a 0,06 s ○ Altura da onda R → > 2,5 a 3,0 mv ○ Desvio do segmento ST → infradesnível < 0,2 mv; supradesnível < 0,15 mv; pode ser arqueada ou inclinada também ○ Onda T → < 25% da altura da onda R (R/4); positiva, negativa ou bifásica Valores de referência: Avaliação de cada onda: ● Onda P → avaliação do átrio ○ Contar quadrados da onda P → velocidade (s) e força (mv) ○ Alterações: ■ sobrecarga de átrio esquerdo = onda muito longa ■ sobrecarga de átrio direito = P muito alta ■ marcapasso migratório = ondas muito diferentes ■ VCP = um batimento sem onda P e com complexo bizarro ● Intervalo PR ou PRI → avaliação da propagação do impulso no feixe de His ○ Contar quadrados do começo da onda P até o começo da onda Q, quando não têm a onda Q, conta até o começo da R → velocidade (s) ○ Alterações: ■ Bloqueio Atrioventricular (BAV), 1° grau > 0,13s = intervalo de tempo alto ● Complexo QRS → avalia a propagação do impulso no septo e paredes ventriculares ○ Contar apenas a largura da R → velocidade (s) ○ Referência → QRS > 0,05 (raça pequena) a 0,06 (raça grande) s ○ Alterações: ■ sobrecarga de VE ou Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE) → só dá para diferenciar no ECO ● Onda R → avalia a propagação do impulso no septo e paredes ventriculares ○ Contar apenas a altura da R (da linha PR para cima) → força (mv) ○ Referência → R > 2,5 a 3,0 mv ○ Alterações: ■ sobrecarga de VE ou Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE) → só dá para diferenciar no ECO ● Segmento ST → avalia a propagação do impulso no septo e paredes ventriculares ○ Conta do começo da onda S até o começo da onda T ○ Alterações: ■ Infradesnível > 0,1 mv ■ Supradesnível > 0,1 mv ■ Arqueamento de ST ■ ST inclinada ● Distúrbio de repolarização ventricular por hipóxia de miocárdio (cianose) ou distúrbio de eletrólitos (ex.: obstrução uretral, pós parto de cadela sem manejo, endocrinopata) → só dá para diferenciar no ECO ● Mesmo que o animal seja curado, a onda ST ou T ficam alteradas para sempre, se um animal chega em um estado bom e tiver essas alterações, não é importante no momento ■ Distúrbio de repolarização ventricular → altura do intervalo PR e altura do segmento ST desalinhados ● se a ST está para baixo. Ex.: infradesnível de 0,3 mv (n° de quadrados) → 0,3 = 3 quadrados, 0,1 = 1 quadrado ● se a ST está para cima. Ex.: supradesnível de 0,3 mv (n° de quadrados) ● se estiver acima do valor de referência = distúrbio de repolarização ventricular, se n passar do valor é apenas um supra ou infradesnível ● se o segmento ST for arqueada é distúrbio (não precisa medir o desvio) ● se o segmento ST estiver inclinado = ST inclinado (não precisa medir o desvio) ● onda S é considerada alterada apenas se for maior que 0,1 ● Onda T → avalia a repolarização ventricular ○ Contar do início ao fim da onda T → olhar da esquerda para direita ○ Alterações: ■ positiva ● vida inteira com esse tipo de alteração, não mudará ■ negativa ● vida inteira com esse tipo de alteração, não mudará ■ bifásica ■ Distúrbio de repolarização ventricular → T apiculada ou alta demais ● contar da esquerda para direita ● tamanho ideal = R : 4, se tiver alterado é distúrbio de repolarização ventricular ● Conclusão ○ Ordem ■ ritmo = origem do batimento + FC ■ observação r → conta da altura da linha PR para cima Eletrocardiograma (ECG) 09.03 Eixos cardíacos: ● Os eixos cardíacos mostram a somatória das energias do coração → energia têm vetor ○ eles comparam a força entre o VE e VD → equilíbrio energético do coração (as forças devem ser iguais) ○ se der alterado significa que um lado faz mais força q o outro → desproporcional ■ solicitar eco (problema cardíaco grave que não pode ser descrito pelo eletro) ● É a única parte do exame q se usa as 6 derivações ○ D1 → mede da direita para a esquerda (vermelho → amarelo) ○ D2 → mede na transversal descendo para direita (vermelho → verde) ○ D3 → mede na transversal descendo p/ esquerda (amarelo → preto) ○ AVR (right) → vai do centro para a direita (vermelho → nó atrioventricular) ○ AVL (left) → vai do centro para a esquerda (nó av → amarelo) ○ AVF (frontal) → vertical de cima para baixo Triângulo para cima = linha da variação no eletro é + Triângulo para baixo = linha da derivação no eletro é - ● Como fazer ○ Olhar no eletro qual derivação é + e qual é - ○ Riscar as linhas das derivações selecionadas no eletro○ O resultado será o grau das duas linhas do meio de todas as riscadas (valor aproximado) → ex.: 60 à 90° ○ Referência do cão → +30° à +120° ○ Colocar o resultado na conclusão ■ eixo cardíaco desviado para a esquerda (E faz mais força q o D) = +120 a -120° ■ eixo cardíaco desviado para a direita (D faz mais força q o E) = -120 a +30° + + + +-- Conclusão → 60 à 90° (normal) Ritmos cardíaco: ● Quais são os ritmos cardíacos possíveis (origem do batimento + FC) ○ Sinusal → sai do nó sinusal (fisiológico) - toda vez que a onda P for positiva e a FC estiver baixa = bradicardia sinusal (ritmo) ○ Atrial → sai do átrio ○ Juncional → sai do nó AV ○ Ventricular → sai do ventrículo ● Ritmo sinusal X Ritmo atrial ○ Ritmo sinusal - fisiológico ■ Ritmo sinusal normal ■ Arritmia sinusal ■ Taquicardia sinusal ■ Bradicardia sinusal ■ Exceção → Sinus arrest ○ Ritmo atrial ■ Taquicardia atrial ■ Flutter atrial ■ Exceção → Fibrilação atrial ● Conta para determinar o ritmo em FC normal ○ a onda P tem que ser positiva para determinar o ritmo ○ % de variação da FC ■ maior FC/menor FC - 1 → ex.: 100/150 = 1,5 - 1 = 0,50 = 50% ● ritmo sinusal normal < ou =10% ● arritmia sinusal > 11% e até 99% ● ritmo sinusal com sinus arrest > ou = 100% ● Se a FC for normal - conta ○ Ritmo sinusal normal < ou =10% ○ Arritmia sinusal > 11% e até 99% ○ Ritmo sinusal com sinus arrest > ou = 100% Ritmo sinusal normal Arritmia sinusal Sinus Arrest ● Se a FC for alta ○ Taquicardia sinusal (entre 170 e 200 bpm) → fisiológica ○ Taquicardia atrial → degeneração das células do átrio e elas disparam (a FC sempre é alta) ■ como diferenciar atrial de sinusal (bom senso → se o cão está com dor, dar analgesia, se abaixar = dor; ou o animal pode estar com medo) → deve-se diferenciar se a FC for maior do que 200 bpm ○ Flutter atrial ■ flutuação de onda P ○ Fibrilação atrial ■ tantas ondas P q o eletro nem consegue desenhar ○ Taquicardia ventricular (igual à bradicardia) FC = 200 bpm e animal sem dor ou medo Taquicardia atrial Flutter atrial Fibrilação atrial Taquicardia ventricular ● Se a FC for baixa ○ Juncional ■ Onda P negativa (menos pior q sem onda P - manda mais sangue) = ritmo juncional ● OU ■ Sem onda P + QRST + bradicardia = ritmo juncional ○ Ventricular = idioventricular ■ não têm onda P e complexo QRS bizarro Ritmo juncional Ritmo ventricular ● Fibrilação ventricular → parada cardiorrespiratória ○ APC - contração atrial prematura ■ achar a menor distância entre os batimentos e olhar a característica do segundo ■ é quando têm um batimento muito próximo ao outro e têm uma onda P diferente (muito maior, muito menor ou não houver) ■ bastante frequente ○ JPC - contração juncional prematura ou extrassístole juncional ■ achar a menor distância entre os batimentos e olhar a característica do segundo ■ vários batimentos normais e um batimento saindo do nó atrioventricular (um batimento sem onda P) ○ VPC - contração ventricular prematura ■ achar a menor distância entre os batimentos e olhar a característica do segundo ■ se não houver onda P e tiver o complexo bizarro ■ batimentos cardíacos anormais originados nos ventrículos ○ BAV de 2° grau - bloqueio atrioventricular (só o átrio bate) ■ observar o intervalo PR ■ onda P sem complexo QRS em seguida ■ pode ter QRS bizarro ■ pode aparecer só uma ou várias → quanto mais têm, mais grave é ○ BAV 3° grau ■ observar o intervalo PR ■ onda P em qualquer lugar do eletro ■ o QRS é bizarro na maioria das vezes ■ não passa nenhum batimento do átrio para o ventrículo, eles batem independente um do outro *Conclusão. Ex.: arritmia sinusal com VPC Arritmias cardíacas: APC JPC VPC BAV 2° grau BAV 3° grau ● Relembrando os ritmos patológicos ○ Sinusais ■ bradicardia sinusal → FC baixa ■ ritmo sinusal normal → FC com variação < 10% ■ arritmia sinusal → FC com variação entre 11 e 99% ■ ritmo sinusal com sinus arrest → FC com variação > 100% ■ taquicardia sinusal → FC alta ○ Atriais ■ taquicardia atrial → FC muito alta ■ flutter atrial → imagem da marola ■ fibrilação atrial → onda P vira borrão ○ Juncionais ■ ritmo juncional → ausência de onda P e bradicardia com complexo normal/onda P negativa ○ Ventriculares ■ idioventricular → ausência de P com complexo bizarro e bradicardia ■ ritmo ventricular → ausência de P com complexo bizarro e FC normal ■ taquicardia ventricular → ausência de P com complexo bizarro e FC alta ■ fibrilação ventricular → borrão ● Bradiarritmias ○ bradicardia sinusal com hipotensão arterial ■ se for só BAV, não têm que tratar, mas se a pressão cair, têm que tratar ○ ritmo juncional ○ ritmo idioventricular ○ BAV 2 grau ○ BAV 3 grau ● Taquiarritmias ○ todos os ritmos atriais ○ ritmo ventricular ○ taquicardia ventricular ○ fibrilação ventricular ○ todas as extrassístoles Gabaritos Provas 23.03 Ex. Eletro (prova D): ● FC = 111 a 150 bpm ○ menor = 20 quadrados ○ maior = 27 quadrados ● Ritmo ○ arritmia sinusal (maior FC/menor - 1) = 35% variação (entre 11 e 99%) ● Eixo cardíaco ○ +, +, +, -, isoelétrica, + ○ ALV = isoelétrica (variações são iguais) → não fazer ela ○ resultado 60° ■ qnd têm uma isoelétrica, ele dá um valor exato ● Onda P ○ largura 2 quadrados - 0,04s ○ altura 2 quadrados - 0,2 mv ● PRI ○ largura 5 quadrados - 0, 10s ● QRS ○ largura 2 quadrados - 0,04s ● R ○ altura 9,5 - 0,95mv ● ST ○ infradesnível de 0,15mv (1,5 quadrados) ● T (única q conta pelo lado contrário) ○ positiva de 0,1mv ● Análise de uma onda - OBS ○ onda P normal (sem BAVs) e sem arritmias ○ é pra escrever ■ marcapasso migratório ■ ou uma das 5 arritmias ● Conclusão ○ primeira coisa q tem q escrever - ritmo ■ arritmia sinusal ○ ver se os valores das ondas estão normais e escrever as alterações ■ onda P larga - sobrecarga de AE Prova E Tratamentos das arritmias 23.03 ● Os tratamentos são divididos entre taquiarritmias e bradiarritmias, as variações dentro de cada alteração são tratadas da mesma forma, o que muda entre as variações é o prognóstico ● Protocolo de tratamento das bradiarritmias (iniciar pela 1ª medicação, se não funcionar, ir para a 2ª e assim vai) 1. Atropina em bolus → aplicar no máximo 3x com um intervalo mínimo de 5 min (tempo de latência) ■ se atropina não funcionar, fzr dopamina 2. Dopamina IC (infusão contínua) → 20 mcg/kg/min (aumenta de 5 em 5 mcg a cada 5 min) 3. marcapasso transcutâneo → n têm no BR 4. Dopamina em bolus → apenas uma tentativa 5. Adrenalina IC 6. Adrenalina em bolus ● Protocolo de tratamento das taquiarritmias (iniciar pela 1ª medicação, se não funcionar, ir para a 2ª e assim vai) 1. Lidocaína em bolus ■ cão - 3x no intervalo de 2 min ■ gato - 2x no intervalo de 2 min → diazepam (vai convulsionar) 2. Lidocaína IC - n têm quantidade, só abre e vai infundindo 3. Amiodarona bolus - 1x 4. Amiodarona IC 5. IC de lido + amiodarona 6. Ismolol → apenas se não tiver ICC 7. Cirurgia se n melhorar com ismolol ou tiver ICC Tratamentos: ● Bolus ○ Q = P x D/[ ] ○ Ex.: Cálculos: ● Infusão contínua ○ Bomba de seringa → não precisa calcular a medicação (faz sozinho - colocar peso, dose e concentração) ○ Manual (cálculo) ■ Q = P x D corrigida x tempo (h)/ [ ] ● D corrigida (mudar as unidades da dose) → Dose x 60/1000 ○ min → h (x60) ○ mcg → mg (/1000) ● A medicação vai ser misturada no frasco de soro → tirar a quantidade de medicação do frasco de soro para colocar a medicação no frasco e manter o mesmo volume (Ex.: Q = 7,5 ml; deve-se tirar 7,5 ml de soro antes de colocar a medicação) ○ ml do soro/tempo da IC (h) ■ 250 ml/10h = 25 ml/min ○ equipo de micro ou macrogotas? calcular nos dois para ver qual usar ■ 25 ml/min → mcg/min (microgotas)→ o valor fica igual → 25 mcg/min ■ 25 ml/min → gotas/min (macrogotas) → /3 → 8 gotas/min ● se o valor for menor do que 10 gotas ou maior do que 150 gotas, não poderá usar ● portanto, nessa conta, devemos utilizar o equipo de microgotas 25 mcg/min (pois o valor de macro deu menor que 10) *1 ml têm 20 gts 30.03 Variáveis Cardiorrespiratórias(aula de hoje: variáveis respiratórias) Oferta de Oxigênio (DO2): ● Variáveis cardiorrespiratórias = oferta de oxigênio ● DO2 (linha preta) → Delivery Oxygen (oferta de oxigênio) ○ quanto que o sistema CR consegue mandar de O2 para as células ● VO2 (linha vermelha pontilhada) → Consumo de oxigênio ○ quanto as células do corpo gastam de O2 ● Taxa de extração de O2 (linha vermelha) Monitores paramétricos ● Normal ○ oferta grande de O2 ● Doenças crônicas leves (ex.: gripe) ○ diminuem pouco a oferta de o2 → consumo fica igual e a oferta diminui = aumento de extração de O2 → estresse → imunossupressão ● Doenças graves ○ quando a DO2 cai muito → queda importante no consumo de O2 (nem todas as células vão usar O2) → células morrem (lactato - células fazendo energia anaeróbica) → tecidos morrem ■ limite de segurança mínimo para a oferta de O2 → se a DO2 cair muito → risco iminente de óbito (ex.: hemorragias graves) ● Papel do veterinário ○ verificar se os indicadores estão bons ○ se a DO2 cair, deve ser tratada → se a DO2 voltar ao normal rápido, tudo se estabiliza ● Boa oferta de O2 depende ○ DC + oxigênio no sangue ○ CaO2 → conteúdo arterial de oxigênio ■ não existem monitores que mostram isso → precisamos calcular DO2 (ml O2/min) = CaO2 (ml O2/dL) x DC (dL/min) CaO2 (conteúdo arterial de oxigênio) = (SaO2 x hemoglobina x 1,34) + (0,0032 x PaO2) saturação de oxigênio ligado na hemoglobina (transportado dentro da hemácia) → para avaliar se o animal está bem oxigenado, deve-se olhar a saturação (SaO2) e a hemoglobina oxigênio transportado diluído no plasma, sem necessidade da hemácia → essa quantidade de O2 é muito pequena, portanto ela pode ser ignorada na primeira parte da avaliação *Essas variáveis podem ser ignoradas também para as primeiras avaliações ● Como saber se o animal está bem oxigenado ○ SaO2 (saturação total de O2 boa) + hemoglobina (em valores normais) + bom DC = sangue bem oxigenado ■ exame físico que avalia a saturação e hemoglobina ● coloração de mucosa (baixa saturação = cianótica; baixa hemoglobina = pálida) ■ exame complementar que avalia a saturação e hemoglobina ● hemogasometria ○ SaO2 ● oxímetro ○ SPO2 (saturação periférica de O2) → não muda muita coisa ● hemograma ○ hemoglobina (hematócrito/3) = hemoglobina Hemoglobina: ● Hemoglobina ○ Hemograma → hemoglobina = Ht/3 ○ Toda vez que a hemoglobina estiver baixa ■ < 4 g/dL ● transfusão antes do que qualquer tratamento (não pode fazer nem fluido, única coisa que se pode fazer é oxigenoterapia) ● se o tutor quiser tentar cirurgia, não pode (o animal vai morrer) ■ entre 4 e 7 g/dL (Ht de 12 a 21) ● transfusão (pequena chance de salvar a vida do animal sem transfundir), pode colocar no soro antes ● se o tutor e o vet decidirem tentar cirurgia, pode (ciru de alto risco) ■ entre 7 e 10 g/dL ● iniciar o tratamento sem transfusão e dependendo da evolução, ver se transfunde ou não ■ > 10 g/dL ● nunca transfunde ○ Hemorragia aguda (atropelamento com ruptura de vísceras, pós op com sangramento importante, ruptura de tumor...) ■ hematócrito não cai na hora, o que cai é o volume (gráfico) → o hematócrito cai somente quando o volume se restabelece (quando se faz fluido ou após 8h do acidente) → hemodiluição em 8h ■ nesses casos, se o animal for socorrido dentro do período de 8h após o acidente → o Ht não será parâmetro ● hipotenso → transfusão direto ● se a pressão estiver normal → fazer hematócrito para ver se precisa transfundir ou não ■ se o animal já chegar anêmico logo após o acidente (não passou de 8h), quer dizer que ele está anêmico por outra causa → descobrir a causa da anemia ■ expectativa de recuperação → reposição em 24h pela medula ○ Hemorragia crônica (DRC, tumor ulcerado que sangra sempre, privação de ferro…) ■ hematócrito → ver se precisa de transfusão ■ esgotamento medular → recuperação lenta → semanas Saturação (SaO2): ● Mensura quantos % da hemoglobina está carreando O2 ○ Normal 94-98% (têm que estar maior que 90%) ■ > 90% → saturado ■ < 90% → dessaturado ● animal já não consegue mais oxigenar as células → emergência ● Pode usar o oxímetro para ver a saturação ○ 3 situações em que ele n funciona ■ PA muito baixa ■ intoxicação por monóxido de carbono (oxímetro da normal e animal está cianótico) ■ hipotermia ● Causas de dessaturação ○ 1ª coisa colocar no O2 ○ Quando restabelecer a saturação no O2, procurar a causa → divisão em 3 grupos ■ Baixa FiO2 (fração inspirada de O2) ● incêndios, animais que ficam presos no carro ● diagnóstico → anamnese ● assim q ele começar a receber O2, ele melhora ■ Disfunção da hemoglobina (hg não funciona direito, PaO2 normal) ● intoxicações (hg n consegue carregar O2) → não adianta ficar dando O2 (tratar a causa) ● cão ○ intoxicação por cebola (quantidades grandes ou q são alimentados com cebola diariamente - papinha de criança Nestlé) ● gato ○ intoxicação por paracetamol → cianose em pouco tempo, 4h para tratar (reverter com acetilcisteína/fluimucil diluída no soro), após 4h n funciona mais ■ Doenças respiratórias ● edema, hemorragia, neoplasia ● hipoventilação (déficit mecânico - PCO2 alta) → FR baixa, colapso de traquéia, braquicefálicos, paralisia de laringe, tumor ou edema de glote ● Se colocar no 02 e não resolver → ventilação mecânica até o problema respiratório ser revertido ● Conduta para os dessaturado (SaO2 < 90%) → depende do resultado da conta ○ PaO2 (O2 que está diluído no plasma)/FiO2 (fração inspirada de O2) → indica se o animal vai ficar bem dps de tirar do O2 ■ FiO2 ● ar ambiente → 21% (0,21) ● máscara ou cateter nasal → 35% (0,35) ● gaiola ou entubado → valor informado (% de O2 está sendo usado - indicado no aparelho) ■ PaO2 só têm importância quando dividida pela Fio2 ○ Fórmula → PaO2/FiO2 ■ > 400 (respiração normal) ● somente disfunção de hemoglobina ■ entre 301-400 (respiração anormal - eupnéia) ● disfunção de hemoglobina (não têm tanta dificuldade de respirar, uma parte é problema respiratório e outro é disfunção de hemoglobina) ■ entre 201-300 ● problema respiratório grave → dispnéia importante ● procurar o problema respiratório ■ < 200 ● falência respiratória → se tirar do O2 ele morre ○ Retirada do O2 (valor > 300) → desmame - gradual ○ AaO2 (gradiente alvéolo arterial de O2) → normalmente têm a fórmula no excel na prática ■ para animais com PaO2/FiO2 < 300 → problema respiratório ■ ajuda a identificar se o problema está dentro ou fora do pulmão (Rx de tórax sem conclusões) ● < 15 = pulmão perfeito, ou seja, problema extrapulmonar ● entre 15-25 = pneumopatia + problema extrapulmonar (bulldog - edema pulmonar por estresse e braquicefálico) ● > 25 = pneumopatia grave (o problema é pulmonar) ● Casos clínicos exemplos ○ filhote com pneumonia ■ se ele não melhora ou o quadro piora ● resistência com o ATB (muda o ATB) ou falha terapêutica (alguém deixou de dar o ATB) ○ edema pulmonar → cianótico, muito mal ■ deu furosemida, ele urinou e o pulmão está crepitando pouco ■ saturação de 94% (oxímetro) → têm que fazer PaO2/FiO2 para saber se pode tirar do O2 ou não ■ a PaO2/FiO2 está estável em 220 → quer dizer que o tratamento não está sendo efetivo, mudar o tratamento até que a PaO2/FiO2 melhore ○ metástase pulmonar com PaO2/FiO2 = 220 ■ doença intratável que depende de O2 pro resto da vida ■ não têm perspectiva de melhora ■ eutanásia, internação sempre ou aluguel de cilindro de 02 com catéter nasal Ventilação ● Objetivo ○ diminuir a concentração de CO2 no sangue causada pela hipoventilação ● PaCO2 (CO2 no plasma) → indica a parte mecânica da respiração → ventilação ○ > 55 mmHg - hipoventilação ■ ventilação mecânica direto ○ > 43 mmHg - hipoventilação ■ testar oxigenoterapia ■ se n resolver → ventilação mecânica ○ 31-43 mmHg - ventilação normal ■ altas chances de resolver apenas com oxigenioterapia ○ < 31 mmHg - hiperventilação ■ é sempre uma compensação ● Capnógrafo ○ substitui a PaCO2 quando não têm hemogasômetro → mede o ECO2 (valor expirado) - apenas muda os valoresde referência ■ > 45 - hipoventilação ■ < 35 - hiperventilação ○ uma situação que ele não pode ser utilizado para substituir a hemogasometria ■ PA muito baixa Exercícios: ● Sa02 = 93% ● Hb = 8g/dL ● Pao2 = 80 mmHg ● Máscara de o2 ● Aao2 = 5 mmHg ● PaCO2 = 30 mmHg ○ saturado ○ tratar caso resposta ruim → transfusão ○ 80/0,35 = 228 - problema resp com dispnéia - não tirar do o2 ○ problema extrapulmonar ○ hiperventilação - tratar causa de base ● Sa02 = 93% ● Hb = 8g/dL ● Pao2 = 80 mmHg ● Máscara de o2 ● Aao2 = 5 mmHg ● PaCO2 = 30 mmHg ○ saturado ○ tratar caso resposta ruim → transfusão ○ 80/0,35 = 228 - problema resp com dispnéia - não tirar do o2 ○ problema extrapulmonar ○ hiperventilação - tratar causa de base 06.04 Variáveis Cardiorrespiratórias (aula de hoje: variáveis hemodinâmica) DC = FC x VS ● VS (volume sistólico) depende ○ Pré-carga ■ fatores que prejudicam a pré-carga ● hemorragias, vasodilatação periférica, tumor comprimindo a cava abdominal… ■ como mensurar ● ecocardiograma ou usg bom (AE de tamanho normal = a pré-carga normal; AE aumentado = pré-carga alta; AE pequeno = pré-carga baixa) ● se não tiver eco e o animal estiver hipotenso→ fazer teste/prova de carga ■ pré-carga baixa = aumentar fluido ○ Contratilidade (parte cardíaca) ■ para ser bom, tem que ter ● ritmo adequado, força adequada, sem alterações anatômicas e válvulas funcionando direito ■ fatores que prejudicam a contratilidade ● doenças primárias no coração (cardiomiopatias) e doença sistêmica que atrapalha o coração a funcionar (radicais livres, distúrbio de eletrólitos, cetoacidose diabética) ■ como avaliar (bombeamento do coração) ● eco (diagnóstico, melhor) ou faz medicação e testa a resposta ao medicamento (inotrópicos → ajudam o coração a bater) ○ Pós-carga ■ é a dificuldade normal para o sangue sair do coração ■ não mede, é mt difícil ■ motivos para pós carga ser ruim ● vasoconstrição periférica → obesos, IR ● viscosidade sanguínea → diabético, policitemia (Ht acima de 62), TGT alto ● compressão/estenose → tumores (intra ou extravasculares), trombos, síndrome de compartimentação abdominal (edema grande nas vísceras, não cabem no abdômen, fica tudo apertado e o sangue não têm força suficiente para ganhar da resistência do edema, o sangue não chega → trauma abdominal ou peritonite grave) ○ trauma e peritonite → prestar atenção nos seguintes sintomas→ não produção de urina, distensão abdominal, mudar a respiração ou grau de consciência → suspeitar da síndrome de compartimentação abdominal → fazer fluido e diurético ■ tto - abrir o abdômen cirurgicamente e deixar aberto com uma membrana plástica (bolsa de bogotá) ■ pós carga diminuída ● vasodilatação → sepse e choque neurogênico ● Como medir o VS ○ cateter de swangans → cateter na jugular ○ Delta pp (monitor) ■ apenas para pacientes que irão para a cirurgia ○ ecografia esofágica ■ anestesia → todos os valores mudam ● Mensurar o VS não é possível na rotina, técnicas muito difíceis ○ conceito ● FC ○ Se a FC for rápida o suficiente para não deixar o coração encher, o DC cai ○ Cão ■ FC não deve passar de 180 bpm → baixo DC ■ bradicardia → abaixo de 70 ○ Gato ■ FC não deve passar de 240 bpm → baixo DC ■ bradicardia → abaixo de 100 ● Tipos ○ PAS (sistólica) - monitora a função contrátil do miocárdio (muda com problemas cardíacos - contratilidade) ○ PAD (diastólica) - monitora volume circulante e as alterações vasculares ○ PAM (média) ● PAM - PAS + 2 PAD/3 ● Métodos para mensurar ○ oscilométricos - aquele aparelho que infla, murcha e mede a pressão (dá as 3 pressões) ■ não são bons para cães e gatos ■ nunca confiar nesses métodos ○ doppler - método muito eficiente ■ pega mt bem a PAS ■ dá para pegar a diastólica tb ● quando o som volta 100% ao normal (qnd vc ta desinflando o manguito, o som volta diferente do inicial e dps volta a ser igual ao inicial) ○ pressão invasiva ■ cateter na artéria do paciente ● conecta ele num monitor de pressão - esfignomanómetro = PAM ● conecta no monitor = todas as pressões de forma muito confiável (caro - extensores são descartáveis e caros) Pressão Arterial: ● Hipotensão ○ PAS cão < 90 mmHg; PAS gato < 100 mmHg ○ PAM < 65 mmHg ○ não têm referência de PAD ● Hipertensão ○ PAS cão e gato > 150 mmHg ○ PAM > 110 mmHg ○ não têm referência de PAD ● O que causa hipotensão? têm que saber nessa ordem, pq é nela q a gnt trata ■ hipovolemia - prova de carga (se ele não responder vai pro próximo) ■ problemas de contratilidade - inotrópicos (se ele não responder vai pro próximo) ■ vasodilatação (pós-carga baixa) - vasoconstritores ● O que causa hipertensão ○ sempre vasoconstrição - vasodilatador ■ pós carga aumentada Débito Cardíaco x Hipotensão: ● Hipotensão ○ sangue não tem pressão suficiente para sair dos capilares e nutrir as células no interstício - morte ● DC caindo ○ vasoconstrição seletiva (ordem de quem perde circulação primeiro) ■ Pele (mucosa pálida) ■ intestino (náusea - piora no peristaltismo) ■ músculo (fraqueza) ■ rins (débito urinário) → pacientes internados com clínica mt ruim ou hemodinamicamente instáveis = monitorar o débito urinário ● débito urinário bom - o animal não está tão ruim ● classificando o débito urinário ○ produzir < 0,5 ml/Kg/h = anúria (não tolera nada, agride muito o rim) ○ produzir 0,5 < 1 ml/Kg/h = oligúria (tolera pouco) ○ produzir de 1 a 2 ml/Kg/h = urina normal ○ > 2 ml/Kg/h = poliúria (machuca o rim, mas tolera por muito tempo) ■ pesar a fralda seca e molhada para saber o quanto de urina têm, ou monitorar com a sonda uretral → divide ml/kg/h ■ fígado ■ pulmão ■ coração/cérebro ● Toda vez q a pressão estiver boa e o resto estiver ruim (TPC aumentado, FC aumentada, anúria…) ○ vasoconstrição e hipovolemia → resposta do organismo ○ o q fazer nesses casos → fazer volume!! ○ sempre é falta de volume Prova de Carga Caninos → 10 ml/Kg/3min Felinos e filhotes → 10 ml/Kg/6min ● Conta para caninos ○ 10 x P/3 = ml/min ● Conta para felinos e filhotes ○ 10 x P/6 = ml/min ● Como administrar esse volume? 16.04 Fármacos Vasoativos Conceito: ● Substâncias que apresentam efeitos vasculares periféricos, pulmonares ou cardíacos, sejam eles diretos ou indiretos. Atuando em pequenas doses e com resposta dose-dependentes com efeito rápido e curto, através de receptores situados no endotélio vascular ○ Efeito direto → quando a medicação age diretamente no órgão ■ ex.: dobutamina age diretamente nos receptores Beta do coração ○ Efeito indireto → quando a medicação ■ ex.: efedrina → aumenta noradrenalina → noradrenalina que age no receptor Beta ○ Dose-dependente ■ sempre começar com doses pequenas e ir aumentando até conseguir a ação desejada ○ Efeito rápido ■ bom para fármacos de emergência ○ Efeito curto ■ dura pouco tempo, funciona por pouco tempo ■ por isso, eles são VO ou IC sempre (maioria é IC) ○ Receptores no endotélio vascular ■ precisam cair na corrente sanguínea para funcionar DC = VS X FC ● VS (volume sistólico) - depende: ○ Pré-carga ■ volume circulante (hipotensão → pré-carga em déficit → fluidoterapia) ○ Contratilidade (uso de fármacos inotrópicos) ■ Dopamina ■ Dobutamina ■ Dopexamina ■ Isoprenalina ○ Pós-carga (uso de fármacos vasoconstritores ou vasodilatadores) → se o animal chegar hipertenso, atuar diretamente na pós-carga fazendo vasodilatação ■ Norepinefrina ■ Epinefrina ■ Dopamina Se o animal hipotenso não melhora com a fluidoterapia, devemos tentar tratar a contratilidade com os fármacos inotrópicos e se ele não melhorar, atuar na pós-carga fazendo vasoconstrição *Quando usar fármacos vasoativos (vasodilatadores/constritores e inotrópicos)? - se quisermos mexer no DC que não responde à fluidoterapia e o problema não é na FC → FÁRMACOS VASOATIVOS Receptores do Endotélio Vascular: ● São muitos tipos, nem todos são importantes. O que é importante? ○ Receptor Beta 1 ■ presente no coração ■ responsável por aumentar a FC, contratilidade e velocidade de condução → INOTROPISMO ○ Receptor Alfa 1■ presente nos vasos ■ responsáveis por fazer vasoconstrição ● ICC ○ alteração nos receptores Beta → aumentados ■ ou seja, pacientes com ICC respondem muito bem aos fármacos vasoativos que atuam no receptores Beta (ex.: pimobendan, digoxina, dobutamina) ● Hipotireoidismo (CMO dilatada) ○ muitas vezes associado à cardiomiopatia dilatada → diminuídos ■ resposta ruim à ação dos fármacos que atuam nos receptores Beta (é preciso usar doses muito altas para ter respostas ruins) ● Sepse ○ vasodilatação periférica → receptores Alfa diminuídos ■ o animal nunca fica com uma pressão boa, nem quando se administra fármacos vasoconstritores O prognóstico muda dependendo da doença, porém existem apenas dois padrões (receptores Alfa ou Beta) Doenças que alteram a densidade dos receptores: ● Paciente com ICC → precisamos melhorar a contratilidade e fazer vasodilatação, qual fármaco usar? ○ Dobutamina ou Isoprenalina ● Paciente em sepse avançada → precisamos melhorar contratilidade e fazer vasoconstrição, qual fármaco usar? ○ Dopamina, Epinefrina ou Norepinefrina Fármacos vasoativos hipertensivos: ● Dopamina ○ meia vida de 1,7 min ○ 5-10 mcg/Kg/min → dose baixa = beta-adrenérgico ■ inotropismo positivo e cronotropismo positivo ○ 10-20 mcg/Kg/min → dose alta = alfa-adrenérgico ■ vasoconstrição ○ adm extravascular ■ NECROSE ○ não é a melhor escolha para iniciar o tratamento de emergência usando ela, só é uma boa escolha em casos de hipotensão leve ○ medicamento com alto índice de mortalidade → arritmias e baixa potência dos receptores ○ considerações ■ é o mais encontrado nas clínicas e mais usado no mundo por possuir dois efeitos diferentes dose dependentes ■ porém, trabalhos recentes indicam que a Dopamina é o pior fármaco vasoativo para ser utilizado → a afinidade pelo receptor é alta, porém o estímulo que essa droga gera é fraco (efeitos clínicos fracos), principalmente no receptor Beta ● conclusão → em casos graves, perdemos tempo usando a Dopamina enquanto poderíamos usar outro fármaco mais efetivo ■ muito associada à presença de arritmias → fator de risco ■ hoje, nos maiores hospitais ela não é mais utilizada ■ ela ainda é muito utilizada por ser muito barata ■ fármacos vasoativos são mais baratos no Brasil do que em qualquer lugar no mundo (EUA) ● Dobutamina ○ meia vida de 2 min ○ efeito máximo em 10 min ○ infusões prolongadas perdem efetividade ○ 2-15 mcg/Kg/min → Beta-adrenérgico ■ inotropismo positivo ■ vasodilatação discreta (irrisório) ○ melhor escolha para os pacientes cardiopatas (é o mais forte no coração) → déficit de contratilidade ○ pode ser uma excelente primeira escolha quando não há resposta a fluidoterapia (persistência da hipotensão) ○ problemas ■ não adianta aumentar a dose após a primeira aplicação (não faz vasoconstrição) ■ não funciona por longo prazo ● Noradrenalina (fármaco mais potente da internação) ○ é a escolha mais confiável dos vasoativos ○ extremamente potente ○ fator limitante é vasoconstrição visceral renal ○ 0,05-2 mcg/Kg/min → alfa e beta-adrenérgicos ■ inotropismo e cronotropismo positivos ■ vasoconstrição ○ quando vai aumentando a dose, a sua ação passa a ser muito mais forte nos receptores Alfa do que nos Beta → vasoconstrição excessiva (principalmente na pele, intestino e rim) ■ por isso que toda vez que aumentamos a dose de noradrenalina, a mortalidade aumenta, mesmo que melhore a pressão (órgãos isquêmicos - pressão boa e DC baixo) ○ a efedrina estimula a liberação de noradrenalina endógena → mais fisiológica ○ prognóstico dose-dependente ■ < 0,5 mcg/Kg/min → prognóstico bom ■ 0,5 a 0,9 mcg/Kg/min → prognóstico reservado ■ > 1 mcg/Kg/min → prognóstico ruim ○ como usar ■ começa com 0,1 mcg/Kg/min e espera 2 min ■ não melhorou? 0,2 mcg/Kg/min espera 2 min ■ não melhorou? 0,3 mcg/Kg/min espera 2 min ■ … ● aumentando até achar uma dose boa ● se a dose ficar muito alta → associar com dobutamina (melhora o efeito Beta e possibilita diminuir a dose de noradrenalina, melhorando o prognóstico) ● Adrenalina ○ extremamente potente ○ última opção → danos teciduais e grande trabalho/sofrimento miocárdico ○ 0,05-0,2 mcg/Kg/min ■ cronotropismo positivo ■ vasoconstrição severa ○ só usa em 3 situações ■ parada cardíaca ■ choque anafilático ■ quando não têm nenhum outro fármaco vasoativo na clínica ● Resumo ○ dopamina ■ casos brandos ■ dose baixa = beta e dose alta = alfa ■ associado a aumento de mortalidade pq é fraco e pq aumenta chance de arritmia ○ dobutamina ■ melhor pro coração ■ pode ser a primeira escolha nos pacientes hipotensos ■ n funciona a longo prazo ■ se n responder inotropismo, têm q trocar de fármaco, n adianta aumentar a dose ○ noradrenalina ■ mt bom ■ cuidado com a dose (associar com dobutamina para diminuir dose) ■ para efeitos mais brandos = efedrina ■ se nada funcionar = adrenalina ○ adrenalina ■ se n tiver nada ■ parada cardíaca ■ choque anafilático Amrinone/Milrinone: ● Inotropismo positivo leve ● Vasodilatação importante ● Excelente protetor do miocárdio ● Meia-vida de 3-6 horas ○ 0,75 mg/Kg - 5 min ○ 5-10 mcg/Kg/min ● É uma boa escolha para animais que praticaram exercício excessivo e desmaiam/convulsionam → esgotamento cardíaco ○ baixo DC (FC muito alta) ○ vasoconstrição periférica (mecanismo compensatório do DC ruim) Fármacos vasoativos hipotensivos: ● Maleato de Enalapril (Inibidores da ECA) ○ vasodilatador mais empregado na MV ○ alta latência e potência reduzida ■ demora 3 dias para agir ■ pico de ação em 15 dias ○ fraco ○ melhor para tratar casos não emergenciais → cardiopatas ● Isossorbida ○ vasodilatador misto ○ inibidor de receptor alfa-adrenérgico ○ dose empírica ■ ¼ a ½ - 5mg - sublingual ○ vende em qualquer farmácia ○ bom para animais com crises hipertensivas e que não têm nenhum outro vasodilatador disponível na clínica ● Hidralazina (a pressão cai muito) ou Amlodipina (é melhor porque a PA não da hipotensão) ○ primeira escolha ○ bastante seguro ○ ação rápida ○ pode ser prescrito também no tratamento contínuo ○ pode receitar para tratamento em domicílio ● Nitroprussiato de Sódio ○ é o vasodilatador mais potente de todos e ninguém é refratário ○ é o mais potente de todos ○ vasodilatador misto (arterial e venoso) ○ período de latência de 2 min ○ 1-5 mcg/Kg/min ○ obrigatoriamente em bomba de infusão ○ equipo fotossensível ○ só controla a crise, não serve como tratamento clínico → transição para o tratamento clínico ○ mensurar a pressão do animal o tempo todo ● Resumo ○ melhor escolha amlodipina ○ segundo hidralazina ○ terceiro ○ isossorbida ○ se nada funcionar, nitroprussiato 16.04 Oxigenoterapia Como suplementar o oxigênio: ● Máscara ○ muito limitado (elas precisam ser adequadas para a anatomia dos nossos pacientes - cone longo com vedação de borracha) ○ fluxo → 100 a 200 ml/Kg/min ● Cateter nasal ○ muito eficiente ○ fluxo → 0,5 a 3 L/min ■ depende do tamanho da sonda colocada (a menor sonda é a 4 = 0,5L/min e a cada tamanho de sonda que aumenta, passa mais 0,5 L) ○ cuidado com estresse durante colocação ○ usa-se sonda uretral (uni ou bilateral) ■ grossura → metade do tamanho do orifício nasal ■ comprimento → ponta do focinho até o olho ○ anestesiar a narina com lidocaína ou colírio anestésico → diminui o estresse da colocação ○ colar o que sobrar nos pelos (superbonder) ○ contraindicações ■ trauma craniano (espirro = parada cardiorrespiratória) ■ muito braquicefálicos (Pugs) ● Colar protetor filmado ○ bastante eficiente ○ colar elizabetano com plástico filme na frente e uma abertura em cima para saída do CO2, a mangueira de 02 entra pelo pescoço do animal ○ cuidado com animais que estressam ○ não usar em pacientes hipertérmicos ● Gaiola ○ eficientes quando usadas com os equipamentos específicos ■ controle térmico interno ○ não pode ficar abrindo toda hora ■ não manipular o paciente ○ ruim quando aumenta a temperatura → pacientes hipertérmicos ○ o ar que têm que estar refrigerado, não pode ter nada gelado em contato com o animal (vasoconstrição= aumenta trabalho do coração) 20.04 Hemogasometria Hemogasometria: ● No que este exame pode ajudar? ○ avaliar o equilíbrio ácido-base ■ melhor sangue arterial ■ pode ser venoso ○ avaliar função respiratória ■ têm que ser sangue arterial ○ mensura a gravidade das patologias → saber se o paciente está melhorando ou piorando ○ ajuda a diagnosticar Colheita de amostras de sangue: ● A amostra de sangue deve ser coletada da maneira correta (se ele entrar em contato com o ar ambiente, invalidada a amostra). Para que isso não aconteça, devemos tomar alguns cuidados: ○ Sangue arterial ■ melhor para avaliar o equilíbrio ácido básico, mas pode-se usar o venoso ■ para avaliação de função respiratória é obrigatório o uso do sangue arterial ○ Sangue venoso ■ a veia calibrosa (jugular/cefálica) que não foi puncionada para outros exames anteriores ■ não pode ter inflamação regional importante ■ têm que soltar o garrote na aspiração do sangue ● Leitura da amostra: ○ O aparelho lê o sangue total → não pode coagular ■ deixar o aparelho do lado do paciente e colocar la direto ■ se não tiver o aparelho do lado → seringa heparinizada (heparina de baixo peso molecular) ● existem seringas e tubos específicos (verde) ● nunca passar da seringa normal para o tubo verde ● pode usar uma seringa normal (heparina sódica - normal) e mandar dentro da seringa para análise ○ O RESULTADO DOS ELETRÓLITOS NÃO VALERÁ ○ tirar rapidamente as bolhas e vedar a seringa (espetar a agulha em uma borracha) ○ amostra confiável por até 30 min → se esse tempo não for viável, pode mergulhar a seringa em água com gelo → válido por 2h ○ Configurando o aparelho para leitura ■ informações obrigatórias → tipo do sangue (arterial/venoso), T °C do paciente, FIO2 (quanto ele respira de O2) ■ informações facultativas → Os valores de referência mudam para cada tipo de sangue (arterial/venoso) Equilíbrio Ácido-Base Como interpretar o exame e principais causas Sistemas de regulação do equilíbrio ácido-base no organismo: ● Quem muda o pH (H+) é bicarbonato e CO2 → teoria Henderson-Hassdelbalch ● H + HCO3 <---------> CO2 + H2O ○ a + b <---------> c + d (propriedade de equilíbrio de reações) ■ equação de equilíbrio ● se o primeiro elemento da equação (a) aumentar, o elemento do mesmo lado (b) diminui e os dois do outro lado (c e d) aumentam ● se o primeiro elemento da equação (a) diminuir, o elemento do mesmo lado (b) aumenta e os dois do outro lado (c e d) diminuem ● O H nunca é a causa, sempre a consequência → aplicar a propriedade na equação ácido-base ○ H alto = pH baixo (acidemia) ■ bicarbonato baixo (acidose metabólica) ■ OU ■ CO2 alto (acidose respiratória) ○ H baixo = pH alto (alcalemia) ■ bicarbonato alto (alcalose metabólica) ■ OU ■ C02 baixo (alcalose respiratória) H + HCO3 <---------> CO2 + H2O ● Interpretação do equilíbrio ácido-base na hemogasometria 1. Olhar o pH para identificar qual é a alteração (acidemia ou alcalemia) 2. Aplicar a propriedade de equilíbrio na equação para identificar quais as alterações de HCO3 e CO2 possíveis Exemplo de interpretação (classificar pH e causa): ● Can, SRD, M, 12a. Traumatizado há 12h ○ pH = 7,49 (7,35-7,46) ○ PaCO2 = 26 mmHg (30,8-42,8 mmHg) ○ [HCO3] = 19 mEq/L (18,8-25,6 mEq/L) ■ alcalemia ■ alcalose respiratória PCO2 alto = acidose resp PCO2 baixo = alcalose resp HCO3 baixo = acidose met HCO3 alto = alcalose met Observações: ● leucocitose = inflamação ○ neoplásica ○ infecciosa ○ imunomediada ○ inflamatória (ver se é isso mesmo no vídeo) Volume minuto = quanto respira X FC Valores Compensatórios Esperados: ● Qualquer alteração no pH é grave, por isso o organismo tem mecanismos de defesa ○ colapso no organismo (nenhum dos órgãos funciona como deveria) ● Alteração (alcalose/acidose) → mecanismo de defesa ○ acidose metabólica (diabetes - cetoacidose) → pH = 7 (muito ácido) ■ mecanismo de defesa = alcalose respiratória (taquipnéia) ● de 7 vai para 7,2 ● se o corpo não fizer esse mecanismo, quer dizer que há outra doença que impede o mecanismo compensatório (ex.: diarréia + pneumonia; hemorragia + contusão pulmonar) ○ acidose respiratória ■ mecanismo de defesa = alcalose metabólica ● Devido ao mecanismo de defesa, o HCO3 e o CO2 se alteram. Como saber qual é a causa e qual é a defesa? ○ sempre que o paciente estiver em acidemia (pH baixo) → o problema é a acidose ○ sempre que o paciente estiver em alcalemia (pH alto) → o problema é a alcalose ● Como saber se o organismo está se defendendo certo? 1. Achar o problema ■ ver o pH para saber qual a real causa (acidemia ou alcalemia) ■ fazer a média dos valores de referência do [HCO3] e do PCO2 ■ subtrair o resultado do elemento que está alterado pela sua média de referência = problema 2. Calcular a compensação esperada ■ ex.: se a causa for uma acidose metabólica (bicarbonato), deve-se fazer o cálculo com o PCO2 ■ fórmula → PCO2 esperado = média do C02 + problema x fator (tabela) ■ limite de segurança = (resultado da compensação esperada -2) e (resultado da compensação esperada +2) → quando o organismo está se dependendo direito, o resultado deve estar entre esses valores ● se o resultado do exame der fora do valor esperado, significa que o animal possui uma doença que está causando a alteração, não é uma defesa do organismo, ou seja, o animal tem dois problemas → problema misto ● quando o resultado do exame da dentro do valor esperado, quer dizer que o animal têm apenas um problema 3. Classificação - padrões dos distúrbios ■ Padrão dentro-dentro → distúrbio simples ● quando o resultado do elemento (PCO2 ou HCO3) dá dentro do valor esperado e dentro do valor de referência ● ex.: acidose metabólica simples (distúrbio primário + “simples”) ● são os menos graves ■ Padrão dentro-fora → distúrbio compensatório ● quando o resultado do elemento (PCO2 ou HCO3) dá dentro do valor esperado e fora do valor de referência ● ex.: acidose metabólica com alcalose respiratória compensatória (distúrbio primário + distúrbio compensatório + “compensatória”) ■ Padrão fora → distúrbio misto ● quando o resultado do elemento (PO2 ou HCO3) dá fora do esperado (duas doenças misturadas) ● ex.: padrão misto de acidose metabólica e alcalose respiratória (“padrão misto” + os dois distúrbios) ● O fator da conta deverá ser substituído pelos valores da tabela abaixo: ○ Sempre que a alteração for metabólica → fator = 0,7 ○ Se a alteração for respiratória, mudará conforme se for acidose ou alcalose e tempo de evolução Alcalose Respiratória: ● Causas ○ Hipertermia ○ Aumento da demanda de O2 ■ exercício ■ SIRS (síndrome de reação inflamatória sistêmica) → sepse ■ dor ○ Baixo aporte de oxigênio ○ Alterações centrais ■ estresse ○ Hiperventilação Acidose Respiratória: ● Causas ○ Depressão respiratória central ■ fármacos → muito opióides ou depressores do SNC ■ neoplasia ■ cinomose ○ Doenças no sistema respiratório (alta intensidade) ■ pneumonia ■ edema ■ fibrose pulmonar ■ contusão pulmonar ■ efusões pleurais ■ pneumotórax ○ Doenças músculo-esqueléticas ■ paralisias flácidas ○ Ventilação controlada Alcalose Metabólica: ● É o padrão mais raro de acontecer ● Causas ○ Administração de soluções alcalinas (ex.: bicarbonato) ○ Alcalose responsiva ao cloro ■ alcalose pós hipercapnia ■ perda desproporcional de cloro ● vômito intenso ● uso de diuréticos ○ Alcalose não responsiva ao cloro ■ excesso de mineralocorticóides ● HAC ● hiperaldosteronismo (raro) Acidose Metabólica: ● Causas (dois grupos de causas) ○ Ânion gap aumentado ■ intoxicações por ácido salicílico ■ Intoxicação por ácido glicólico (metabólico de etilenoglicol) ■ cetoacidose diabética ■ acidose láctica ■ acidose urêmica ■ neoplasias por hiperlactatemia ■ parada cardíaca ○ Ânion gap normal ■ diarréia por perda intestinal de bicarbonato, ■ Hipoadrenocorticismo ■ acidose tubular renal ■ inibidores da anidrase carbônica ■ ingestão de cloreto de amônia ■ infusão de aminoácidos catiônicos■ acidose metabólica pós hipocapnia ■ diluição plasmática por infusão de cloreto de sódio. Aqui, a teoria do Henderson não é considerada. Descobriram que quando o animal têm acidose metabólica, existem duas possibilidades: - muito H+ (produção ou intoxicação por um ácido) - perda de HCO3 Ou seja, quando se têm um aumento na produção de ácido (H+), se for administrado HCO3, o prognóstico piora (aumenta mortalidade) ou a sua recuperação se torna muito prolongada Não dar HCO3 para os pacientes com H+ alto ou com pH > 7,2 Usar HCO3 quando o pH for menor do que 7,2 (trata até chegar em 7,2 e depois tratar a causa de base) OU o HCO3 menor do que 8 Agora, se o animal tiver perda de HCO3 (HAC, diarréia, acidose tubular renal), deve-se administrar bicarbonato até o pH normalizar ● A acidose metabólica sempre é um problema, nunca uma defesa ● Bicarbonato aumenta a mortalidade em casos de H+ aumentado ○ não deve ser administrado com pH do paciente maior do que 7,2 (fazer bicarbonato para chegar em 7,2 e dps só tratar a causa de base) ○ pH muito baixo por perda de bicarbonato→ fzr bicarbonato até o pH ficar bom ● Sempre calcular o Ânion gap se o distúrbio primário for acidose metabólica ou o distúrbio for misto ● Acidose metabólica = calcular Ânion gap (indicar se o animal está perdendo HCO3 ou está com H+ alto) para saber se dá ou não bicarbonato ○ Ânion gap normal = perda de bicarbonato → fazer bicarbonato até normalizar ○ Ânion gap aumentado = H+ aumentado → não fazer bicarbonato ■ Fórmula ● Ânion gap = (Na + K) - (Cl + HCO3) ■ Valores normais ● cão → 12 a 24 mEq/L ● gato → 13 a 27 mEq/L Reposição de Bicarbonato no Diabético: ● Ânion gap aumentado = só repor em casos extremos ● O que acontece se for administrado HCO3 em um diabético (que não deve tomar) ○ Acidose paradoxal do SNC ○ Reversão do desvio da curva de dissociação do oxigênio – hipóxia tecidual ○ Alcalose metabólica após o aporte de insulina ○ Aumenta a mortalidade em humanos e retarda recuperação Valores de Referência da Hemogasometria: 04.05 Choque Conceito: ● Diminuição do fluxo sanguíneo efetivo e da distribuição de O2 aos tecidos, resultando em baixa demanda tecidual ● Estado no qual a redução ampla e profunda da perfusão tecidual efetiva ocasiona inicialmente em lesão tecidual reversível que, posteriormente, torna-se irreversível ● Nosso corpo não estudou fisiologia ○ choque = hipovolemia → pouco sangue chegando no rim e nos barorreceptores aórticos Tipos: ● Hipovolêmico ● Cardiogênico ● Distributivo ○ é falta de distribuição de sangue ○ torção gástrica, tumores compressivos, vasodilatação ● Obstrutivo ● Hemorrágico ○ transfusão ● Séptico ● Neurogênico ○ proteção cerebral ou medular ● Anafilático ○ hipovolêmico + distributivo ○ antialérgico Muda muito o prognóstico, o tratamento e quase nada de manifestações clínicas Choque: ● Sinais clínicos ○ o corpo sempre reagirá da mesma forma → reagindo contra hipovolemia ○ independente da origem do problema → defesas orgânicas contra hipovolemia → choque ● Fisiopatologia ○ Ativação simpática (organograma) ■ cortisol → fator de resistência insulínica → assim o animal fica hiperglicêmico para que haja energia rápida para o corpo agir contra a hipovolemia ● a maioria dos choques o animal estará hiperglicêmico (exceto em choque séptico, que ele pode estar hipoglicêmico) ● quanto mais alta a glicemia no choque, mais grave é a situação → prognóstico ruim ■ adrenalina → vasoconstrição (oligúria, fluxo sanguíneo renal diminuído) ● TPC alto ● pálido ● extremidades frias ● taquicardia e taquipnéia ■ ACTH → libera cortisol e aldosterona ● retém sal no rim → oligúria e anúria ● diminuí mais o DU ■ vasopressina ● mt parecido com a adrenalina, mas com efeito mais importante nos rins ■ Renina-angiotensina-aldosterona ● DU quase vai para zero → morte ○ Capilares → pressão se iguala ao interstício e o sangue não sai → falta de oxigenação ■ anaerobiose → lactato (marcador de gravidade) ■ vasoconstrição seletiva ● avaliação clínica → pele (cor), intestino (náusea), músculo (fraqueza) e rins (DU) ● Monitorar ○ FC ○ FR ○ TPC ○ mucosas ○ glicemia ○ lactato ○ temperatura ○ motilidade intestinal ○ DU ○ disposição do paciente ● Privação de oxigênio → vasoconstrição seletiva ○ Pele ○ Intestino ○ Músculo ○ Rins ○ Fígado ○ Pulmão ○ Coração/cérebro Estágios do Choque: ● Estágio compensado ○ é o mais difícil de identificar ○ hipermetabolismo ■ observar o animal por 24h após o trauma→ internação ● edema (perda de líquido de dentro do vaso para o interstício) → na fase inicial após o trauma, está tudo normal ou pouco alterado, após um certo período, o edema pode aumentar e haverá uma perda de volume grande → choque ● internação → analgésico fraco, fluido lenta (1gt/10s) para não mascarar os sintomas, se o animal conseguir compensar o edema sozinho, a FC tende a abaixar sempre, se ela começar a subir = descompensação ○ se o tutor não quiser internar → termo de alta não consentida ● Estágio descompensado inicial ○ fácil de identificar ○ taquicardia importante ○ taquipnéia importante ○ PA baixa ○ apatia ○ TPC alto ○ palidez ○ oligúria ○ quebra da barreira intestinal → translocação bacteriana → quadro infeccioso → agrava o choque → ATB terapia profilática ○ hipotérmico ■ TRATAMENTO AGRESSIVO → fluidoterapia em velocidade alta (cão de 20kg → 400 gts/min → 20xP) ● Estágio descompensado ○ o organismo não luta mais contra a hipovolemia, todos os sinais clínicos revertem → prognóstico rium (maioria das vezes é irreversível) ■ vasodilatação ■ é tão grave por conta da translocação bacteriana → o corpo não consegue reagir contra a infecção Dosagem de lactato: ● Marcador tardio de anaerobiose ● Indica que o quadro está se tornando irreversível na prática → ainda pode ser revertido, mas a probabilidade é menor (quanto maior a dosagem de lactato, menor a chance de reverter) ● 2 protocolos de dosagem ○ EUA → caro (R$ 50,00 por dosagem - R$ 1.200,00 por dia) ■ dosagem de hora em hora ■ meta de um tto efetivo → diminuir 20% a cada dosagem ○ BR → golden hours ■ 3 dosagens → quando o animal chega, 6h dps e 24h depois ■ estratégia, baseada em 4 interpretações ● a 1ª dosagem representa a gravidade da anaerobiose ● a 2ª dosagem deve dar menos da metade de quando o animal chegou → indica que o tto está sendo eficiente ○ se não cair o esperado → too mais agressivo ● na 3ª dosagem o lactato deve estar normal → se não estiver, o paciente não respondeu bem ao tto → mais agressivo ● se o valor de 24h for maior do que o de 6h → quadro irreversível ● Pq o choque se torna irreversível? ○ arteríolas e vênulas são ligadas por capilares ○ se o DC cai → os capilares mudam o formato → estreitamento no final (forma de cone) → pressão na parte mais grossa sobre e assim ele consegue fazer com que o sangue saia, porém saí líquido também → edema → volemia cai ainda mais → pressão de chegada fica cada vez menor → retorno venoso baixo → DC cai mais ainda ○ quando o DC cai mais ainda, o corpo tenta um último mecanismo de defesa → cria uma comunicação direta entre arteríola e vênula (shunt) → não passa mais sangue nos capilares → lactato alto e DC começa a aumentar pois não faz mais edema e têm retorno venoso → morte celular e processo inflamatório pró-trombótico (ainda dá para reverter se não houver trombo, se formar trombos nos capilares, o quadro é irreversível) → falência de múltiplos órgãos (5° sinal da inflamação - perda da função) ■ o animal têm uma fase em que ele ainda está bem, mesmo estando com trombos nos capilares ○ lactato alto e plaqueta baixa (trombo) → CID Tratamento: ● Fluidoterapia → estabilizar ○ Cristalóides isotônicos ■ 100% dos casos usar esse → alguns casos associa-se com outros ■ ele é o único capaz de hidratar as células, mt eficiente ■ menos eficiente em estabilizar a pressão, por isso que precisam de ajuda em outros fluidos ● 75% se perde em forma de edema (extravascular) ■ problemas ● dilui fator plasmático→ substâncias AI, fatores de coagulação ● acidose ■ quanto fazer e qual? ● RL é o melhor sempre, se não tiver = solução fisiológica ● teste de carga → 60 ml/kg/h → bomba de infusão ○ medir a pressão a cada 15 min para ver se melhora → até 3 tentativas (parar o soro quando for medir a pressão) ○ cães muito grandes → mais difícil pq o volume é mt grande, bomba de infusão normalmente não faz ● teste de carga → 20 gts/kg/min → sem bomba ○ medir a pressão a cada 15 min para ver se melhora → até 3 tentativas (parar o soro quando for medir a pressão) ○ cães muito grandes → mais difícil pq o volume é mt grande, bomba de infusão normalmente não faz ■ cães até 10kg → 1 acesso ■ cães maior que 10 até 15kg → 2 acessos ■ mais q 15kg → começar a fazer com solução hipertônica apenas para melhorar a pressão (2-4 ml/Kg em 5 min, estabiliza por 1h no máximo) → dps fazer metade do RL ○ Hipertônica → seguram líquidos nos vasos ■ expansor exclusivamente intravascular → com baixo volume ■ teste de carga em animais muito grandes (impossível fazer o volume necessário apenas com RL) ● 2-4 ml/Kg em 5 min (estabiliza a pressão por até 1h) + ½ RL ■ causa desidratação celular ■ qual usar? ● não existe pronta, têm que fazer → cloreto de sódio 7,5% ○ mistura sempre com solução fisiológica (0,9% de sal ou 20% de sal) ○ regra para calcular → de um lado colocar a [ ] das duas soluções os que você tem (ex.: 0,9% e 20%) e no meio o valor que você quer (ex.: 7,5%), subtrair os valores em X e misturar na mesma seringa o volume desse resultado (ml) ■ contraindicações ● desidratação severa ● hipernatremia ■ quando usar? ● quando não consegue pegar acessos suficientes para fazer RL ● quando o animal é muito grande ● estabilização rápida → quando o paciente está sangrando muito e precisa entrar logo em cirurgia → impossível esperar o todo o volume de RL solução fisiológica solução fisiológica cloreto de sódio cloreto de sódio ○ Colóides sintéticos ■ aumenta a mortalidade → após administração existem grandes chances do organismo desencadear uma resposta imunomediada à essa solução (tardiamente) ■ só pode ser utilizada em pacientes sem processo inflamatório instalado ■ expansor exclusivamente intravascular → 10 ml/kg ■ reduz de 40 a 60% a dose de cristalóides ■ quando usar? ● nunca usar de primeira → usar quando já tentou tudo e a pressão não estabiliza ■ qual usar? ● amido hidroxietílico ● se não tiver → gelatina estéril ○ Hemocomponentes ■ fator de risco → reação transfusional ■ usa-se em 4 situações ● grandes hemorragias → perdas maiores do que 30% da volemia ● pt baixa ● coagulopatias ● anemia intensa ■ qual usar? ● pt baixa → albumina (melhor escolha, porém cara) ou plasma ○ albumina (20 ml/Kg por 16h) ○ plasma (10 ml/Kg por 18h) ● anemia ou hemorragia → concentrado de hemácia (melhor) ou sangue total (última alternativa) ○ sangue total (hemorragia aguda) → V (ml) = 70 (gato) ou 90 (cão) x P x (% sangramento/100) ● coagulopatia → plasma Choque Hemorrágico: ● Como saber quanto sangrou? ○ tabela ○ I → só teste de carga ○ II → teste de carga e observar ○ III (40%) → transfundir (PA baixa) + teste de carga ■ pulso fraco (conta FC bem) ○ IV (50%) ■ pulso filiforme (não consegue mais contar a FC) ● Tutor chega dizendo que o animal está com hemorragia → vc têm que atender em 2 min ● Conduta 1. O2 2. acesso + fluido RL ■ teste de carga (se não conseguir fazer o teste de carga → hipertônica) ■ hipertônica 3. medir PA ■ normotenso (90 mmHg) → fluido ■ hipotenso → transfusão + fluido até 90 mmHg (enquanto o animal estiver com hemorragia ativa) 4. parar hemorragia 5. se não responder à fluido → vasoativos (agonista B-1 adrenérgico e agonista A-1 adrenérgico) 6. se não responder aos vasoativos → colóides 7. se não responder ao colóide → 1 dose de corticóides (hidrocortisona ou fludrocortisona) ■ síndrome de esgotamento da adrenal → em choques muito grandes, as reservas de cortisol do organismo acabam e os receptores do sistema nervoso simpático param de funcionar. Com corticóide, esses receptores voltam a funcionar e o paciente estabiliza ● Enquanto o animal estiver com hemorragia ativa → não deixar a PA maior que 90 mmHg ○ maior do que 90 mmHg, os coágulos podem ser removidos e a hemorragia piorar ● Mensurar lactato e parâmetros que estimem a oferta de oxigênio → avaliar resposta ao tratamento 04.05 Sepse Introdução: ● Disfunção orgânica ameaçadora à vida causada pela degranulação orgânica frente a infecção → se apenas um órgão (qualquer um) for afetado e isso oferecer risco à vida do paciente, pode-se dizer que ele está em sepse ● Cada organismo têm um sistema mais sensível → na sepse, esse sistema será o mais atingido (ex.: animais com cistite recorrente têm mais chance de desenvolver pielonefrite) ● Sistema cardiovascular ○ fatores depressores do miocárdio ○ redução da fibrinólise ○ ativação plaquetária ○ CIVD ■ trombo (principal causa de óbito) ■ hemorragia ● Sistema respiratório ○ lesão do endotélio pulmonar ○ hemorragia e trombose pulmonar ○ edema pulmonar ○ redução da complacência pulmonar ○ reduz ventilação ○ reduz perfusão ○ reduz surfactantes ○ síndrome da angústia respiratória aguda ● Sistema digestório ○ intestino ■ hipoperfusão intestinal ■ isquemia e necrose ■ translocação bacteriana (antibioticoterapia preventiva) ■ prolongamento do estímulo inflamatório ■ último a ser reperfundido ○ hepatopatias ■ coagulopatias ■ hipoglicemia ■ icterícia ■ encefalopatia hepática ● Sistema endócrino ○ aumenta cortisol ■ síndrome de esgotamento da adrenal (tardio) ○ resistência insulínica ■ hiperglicemia inicial ● Renal ○ hipoperfusão ○ alteração da microcirculação ○ agentes nefrotóxicos ○ resposta imune ○ IRA ● Sistema nervoso ○ hipoperfusão ■ hipotensão ■ hipovolemia ■ microtrombos ○ encefalopatias ■ urêmica ■ hepática ○ hipoglicemia Por ser tão importante, desenvolveram as SEPSIS: Padrões mundiais no atendimento do paciente com sepse SEPSIS 1 - SIRS: ● Serve para identificar se o paciente está em sepse ou não → melhor método na veterinária ● SIRS (síndrome de resposta inflamatória sistêmica) ● Se o paciente estiver com dor, fazer analgesia primeiro e depois avaliar os seguintes parâmetros na ordem abaixo ● Se DOIS desses parâmetros estiverem alterados, o paciente está em síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS) ○ se junto com isso, ele estiver com alguma infecção no corpo, ele está em sepse ● Serve para identificar se o paciente com sepse está em estado grave ou não (saber se interna ou não) ● Se o paciente tiver alteração em qualquer um desses parâmetros → INTERNAR!! Sepse Grave: ● PIRO → ruim SEPSIS 2 - PIRO: SEPSIS 3 -SOFA: ● Pegar qualquer paciente que tenha uma infecção e fazer os 6 seguintes exames nele → se qualquer um deles estiver alterado, o paciente está com sepse grave e deve ser internado Somar a pontuação dos resultados do exame do paciente: quanto maior a pontuação, maior a gravidade e quando a pontuação vai abaixando, indica melhora ● Quick SOFA → é um método do SOFA, porém com menos exames (mesmo assim, não funciona para veterinária direito) ○ se qualquer um desses parâmetros estiverem alterados, o SOFA deve ser feito → aqui no Brasil (quente) os animais sempre estão com a FR muito alta Então... 1. Fazer o SEPSIS 1 - SIRS para diagnosticar 2. Fazer o SEPSIS 3 - SOFA para acompanhar a gravidade do quadro e monitorar o paciente ● Ordem de tto 1. O2 2. Fluido + ATB (cefalosporina + metronidazol) ■ Teste de carga com RL ■ hipertônica 3. se não responder a fluido → vasoativos 4. se não responder vasoativos → colóides 5. se não responder a coloide → 1 dose de corticóides (hidrocortisona ou fludrocortisona) ● Pressão boa é 120 mmHg → não têm perigo de remover coágulo ● Quanto antes der ATB, melhor Tratamento: O Mais Importante: ● Antibioticoterapia ○ Cefalosporina com metronidazol ○ 36h após a hipotensão → 100% DE ÓBITO ● Manter a oferta de oxigênio ● PAS = 120 mmHg ○ fluidoterapia ○ Inotrópicos○ Vasoconstritores ○ Hipotensos refratários ■ Corticóide de dose baixa (hidrocortisona) ● Gato em choque não faz taquicardia 04.05 ICCE - Edema Pulmonar Cardiogênico Fisiopatologia: ● Insuficiência de mitral → refluxo de sangue para o pulmão → pressão alta nos capilares pulmonares → saída de líquido para o pulmão = edema Tratamento: ● Abaixar a pressão ○ diminuir volume → diurético (furosemida) ○ vasodilatar → vasodilatador (enalapril) ● Emergência 1. Oxigenoterapia ■ quando houver qualquer um desses parâmetros ● distrição respiratória (esforço) ● cianose ● taquipnéia ● SaO2 < 90% ● PaO2 < 60 mmHg 2. Acesso venoso ■ furosemida em bolus e IC ● cão ○ 4 mg/Kg IV ○ sem bomba de infusão → replicações de 2 mg/Kg a cada 1-2h ○ com bomba de infusão (melhor) → 0,66 mg/Kg/h ● gato ○ 2 mg/Kg IV ○ sem bomba de infusão → replicações de 1 mg/Kg a cada 1-2h ○ com bomba de infusão (melhor) → 0,2 ou 0,4 mg/Kg/h 3. Medir PA (assim que a PA estiver boa → vasodilatar) ■ diurético de alça só funciona com a pressão boa ■ se a pressão estiver boa → entrar com vasodilatador ■ pressão baixa → a pressão precisa voltar a ficar boa ● fluidoterapia com glicose 5% (sem sal) → rápida ○ 5-10 ml/Kg ● medir PA novamente ○ se der boa → vasodilatador ○ se der ruim → dobutamina (melhor) ou noradrenalina e assim que melhorar → vasodilatador ■ se não responder à dobutamina, fazer dobuta + nora ■ VASODILATADORES ● Amlodipina → cães 0,1 a 0,25 mg/Kg; gatos 0,625 mg/gato ● Hidralazina → cães 0,5 a 0,2 mg/Kg; gatos 2,5 mg/gato ● Isossorbida → 1,25 a 2,5 mg sublingual ● Nitropussiato de sódio (PAS > 90 mmHg) → cães 1 a 5 mcg/kg/h; gatos 1 a 2 mcg/Kg/h 4. Tranquilização e analgesia ■ Morfina (dose baixa) ● 0,1 a 0,2 mgKg/h IC → cão ● 0,1 a 0,2 mg/Kg a cada 4-6 h SC → gato ■ Metadona ● 0,1 mg/Kg ■ Butorfanol 01.06 Emergências Neurológicas Trauma craniano Introdução: ● Considerações básicas ○ Alteração de grau de consciência ○ Buscar por ferimentos na cabeça ■ nunca lavar o ferimento e suturar ■ o animal pode ter fratura no crânio e os produtos e líquidos usados para limpeza podem entrar em contato com o cérebro ■ condutas após exame de imagem para identificação de fraturas ○ Epistaxe ○ Corticóide e manitol ■ no primeiro momento não fazer nenhum → piora no prognóstico ■ corticóide não pode nas primeiras 24h → aumenta atividade convulsiva, hiperglicemiante, úlceras gástricas e imunossupressão (sepse) ■ manitol têm hora certa para administrar (após 6h do trauma ou antes se ele apresentar reflexo de cushing) ● Conceitos ○ Injúria primária → lesão no cérebro provocada diretamente pela pancada (pode ou não ser fatal) ■ lesão inicial fatal → o animal cai morto ■ lesão inicial não fatal → manifestação de alterações neurológicas (discretas a graves) e desencadeia a injúria secundária (agravamento da lesão com o passar do tempo) ○ Injúria secundária ■ edema citotóxico (ocorre cerca de 2h após o trauma) = edema intracelular, o líquido intersticial entra na célula e a mata → não responsivo ao manitol ■ edema vasogênico (ocorre 6-8h após o trauma) = líquido saindo de dentro dos vasos para o cérebro e ele aumenta de volume → responsivo ao manitol (deve ser administrado após 6-8h do trauma) → hematoma cerebral (provocada por injúria primária) → área de edema (provocada por injúria secundária) Injúria primária pode matar na hora → não há tratamento, ele precisa curar sozinho Injúrias secundárias matam nas horas/dias seguintes → há tratamento *Causa edema local e hemorragia → desencadeando uma série de mecanismos que causam morte de células neurais Injúria primária: edema local +hemorragia ● Visando o mecanismo, a conduta de atendimento será: ○ melhorar o aporte de O2 e glicose → evita a morte de muitas células ■ oxigenioterapia ■ estabilização da PA ○ diminuir o edema Injúria secundária: *Após algumas horas sem aporte de O2 a injúria secundária começa ● Visando o mecanismo, a conduta de atendimento será: ○ diminuir o edema vasogênico ■ manitol ■ hipertônica Conceitos: ● Perpetuação das injúrias secundárias → fatal ○ hipóxia ○ hipotensão ● TCE humano (pesquisa) ○ se não fizer O2 (hipóxia) = dobro de mortalidade na presença de hipóxia ○ cerca de 60% dos pacientes têm lesão em outro órgão ■ politraumatizados têm várias lesões ● Pressão de perfusão cerebral (PPC) ○ diferença entre pressão arterial média (PAM) e a pressão intracraniana (PIC) → determina a quantidade de sangue que chega no cérebro ■ PPC = PAM - PIC ● paciente com trauma craniano → PAM cai e diminui a PPC → PIC sobe e diminui mais a PPC ○ ideal manter a PPC > 70 mmHg ○ pressão sistólica > 90 mmHg *Base do tratamento → oxigenar, estabilizar a PAM e diminuir a PIC ● Hipotensão → estabilização da PAS a 120 mmHg (protocolo igual ao choque séptico) 1. fazer teste de carga até 3x com soluções isotônicas (RL) - não deu certo, vai para o próximo passo 2. solução hipertônica de NaCl 7,5% 3. vasoativos 4. colóide ■ albumina e sangue total → quando o animal está com hemorragia (nesses casos a PAS não deve ultrapassar 90 mmHg) ● no TCE humano o uso de albumina e transfusão sanguínea é correlacionado com aumento de mortalidade ■ evitar soluções hipotônicas Associação de TCE com hemorragia → aumenta a mortalidade Porque nós devemos tratar o TCE e a hemorragia ao mesmo tempo e o tratamento de um prejudica o do outro → para evitar mais hemorragia a PAS deve ser mantida em 90 mmHg, o que prejudica a PPC (o ideal para uma boa PPC é manter a PAS em 120 mmHg) ● Hipoglicemia X Hiperglicemia ○ ambos são deletérios para o SNC ○ a glicemia é uma das maneiras de estimar a gravidade de um trauma ○ hipoglicemia → causa depleção de ATP e edema citotóxico ■ glicose ○ hiperglicemia associada a hipóxia → causa glicólise anaeróbica e aumento de ácido lático ■ insulina de ação rápida ■ quanto maior a resposta simpática do paciente, maior será a glicemia ○ o ideal é manter normoglicêmico ● Hipotermia x Hipertermia ○ hipotermia ■ até 37°C → diminui o metabolismo cerebral = economia de O2 (bom) ■ < 37°C → aumenta a viscosidade sanguínea (coagulopatia), arritmias, piora do DC, suscetibilidade a infecções ○ hipertermia ■ a cada 1°C aumentado, aumenta 10% do metabolismo cerebral = gasto maior de O2 no cérebro ■ não pode de jeito nenhum ○ normotérmico ou hipotermia branda → 37-38°C (no máximo até 39°C) ● Pressão intracraniana (PIC) ○ é a pressão exercida entre o crânio e os componentes intracranianos (encéfalo, líquor e sangue) ■ no TCE o líquor é uma variável irrelevante ○ valor de referência (ela deve ficar baixa) → 5-10 mmHg ■ a PIC muito alta faz com que os vasos sanguíneos colabem, prejudicando a PPC ○ se houver edema, a PIC tende a ficar cada vez maior → quanto mais tempo de edema, mais ela aumenta ○ como saber que a PIC está subindo ■ monitorar respostas fisiológicas do organismo 1. resposta isquêmica cerebral ○ maior [ ] de CO2 causa ativação do centro vasomotor e do SN simpático = aumento da PA 2. síndrome cérebro-coração ○ baixa PPC persistente causa mais liberação de catecolaminas = aumenta mais ainda a PA e aumento do trabalho cardíaco 3. reflexo de Cushing ○ PA muito alta estimula os barorreceptores e o centro vagal causando bradicardia reflexa ○ o reflexo de Cushing é a associação de três sinais que indicam que a PIC aumentou ■ alteração do nível de consciência + hipertensão + bradicardia Atendimento ao TCE: 1. Primeiro ciclo de tratamento (primeiro atendimento ao paciente) a. Oxigenioterapia b. Acesso venoso c. Estabilizar a PA d. Estabilizar a glicemia e. Estabilizar a temperatura (soro no reto) 2. Manobras para redução da PIC (fazer quando der reflexo de Cushing positivo) ○ Encéfalo → diminuir o volume encefálico ■ Manitol (1g/kg em 15-20 min, IV) ● pico de ação em 30-60 min → esperar 1h após a administração e reavaliar o paciente ● duração de 6-8h podendo repetir ■ Solução hipertônica 3,5-7,5% (2-4 ml/kg em 5 min, IV) ● fazer se após 1h a aplicação do manitol o paciente não melhorou● é mais potente do que o manitol ● melhora fluxo sanguíneo cerebral, melhora a resposta inflamatória e diminui a excitação ○ Sangue → diminuir volume de sangue ■ inclinar o paciente (cabeça mais alta que o corpo) assim que ele chegar → favorecendo retorno venoso ● elevar a MESA entre 15-30° (o pescoço deve estar reto) ● nunca fazer garrote em jugular e manter o pescoço reto ● se inclinar mais do que 30° o fluxo arterial diminui ■ hiperventilação → diminuir o CO2 → vasoconstrição cerebral (fazer caso nada funcione) ● induzir coma e hiperventilar ● PCO2 deve ficar entre 30-40 mmHg para induzir a vasoconstrição cerebral (não pode ser menos do que 30) ● reduz em mais de 25% a PIC Bloqueadores de canal de Ca (gabapentina, pregabalina…) não são efetivos no TCE, apenas no trauma medular Escala de Glasgow: ● Avalia o risco de morte do paciente ● O objetivo é avaliar a gravidade e o risco de morte nas próximas 24h sem avaliar as possíveis sequelas ● Dar uma nota de 1 a 6 para 3 escalas (quanto mais baixa a nota, pior o quadro do animal) ○ estado mental (grau de consciência) ■ avalia córtex e TE ○ reflexos oculares (reflexo pupilar a luz e reflexo oculocefálico) ■ avalia porções mais central do cérebro → tronco cerebral, diencéfalo e vias autonômicas (área mais nobre e mais protegida) ■ quando a nota para essa avaliação for muito ruim, o prognóstico é pior ■ reflexo pupilar a luz ● colocar a luz no olho do paciente → miose ■ reflexo oculocefálico (girar a cabeça do animal) ● quando girar para direita → o animal deve deslocar o olho para esquerda ● quando girar para esquerda → o animal deve deslocar o olho para direita ● se ele não fizer isso, o reflexo oculocefálico está alterado ○ reflexo ausente = olho parado (olho de boneca) ○ reflexo reduzido = quando gira e ele olha para outro lugar (ex.: para baixo) ○ postura e atividade motora voluntária ■ avalia córtex (se estiver consciente), cerebelo e TE ● Como avaliar e graduar? próximo slide Avaliação do grau de consciência Graduação (1-6) Alerta e responsivo ao ambiente 6 Depressão/delírio, responsivo ao ambiente de modo inadequado 5 Estupor e responsivo a estímulos visuais (não pode fazer nenhum barulho) 4 Estupor e responsivo a estímulos auditivos 3 Estupor e responsivo a estímulos nociceptivos (dor) 2 Coma, não responsivo a nenhum estímulo 1 *Estupor = inconsciência profunda Avaliação do reflexo pupilar à luz (RPL) e oculocefálico (ROC) Graduação (1-6) RPL e ROC normais 6 RPL e ROC reduzidos ou um normal e o outro reduzido 5 Miose bilateral não responsiva e com ROC normal/reduzido 4 Pupilas puntiformes com ROC reduzido/ausente 3 Midríase unilateral não responsiva com ROC reduzido/ausente 2 Midríase bilateral não responsiva com ROC reduzido/ausente 1 Avaliação da atividade motora Graduação (1-6) Marcha e reflexos espinhais normais 6 Hemiparesia, tetraparesia ou atividade descerebrada 5 Decúbito e rigidez extensora intermitente 4 Decúbito e rigidez extensora constante 3 Decúbito e rigidez extensora constante com opistótono 2 Decúbito, hipotonia muscular e reflexos espinhais ausentes ou diminuídos 1 ● Prognóstico do TCE ○ Bom → 15-18 ○ Reservado → 09-14 ○ Ruim → 03-08 ● Gráfico (dá em % → melhor para explicar ao tutor) Parada Cardiorespiratória 01.06 Introdução: ● Padronização mundial de reanimação ○ Até 2012 não existia nenhum protocolo de reanimação ○ Os veterinários podiam reanimar o animal como queriam sem serem responsabilizados ○ Hoje, nós podemos ser responsabilizados por uma reabilitação inadequada ● Problemas da reanimação no BR, pq a taxa de sucesso é tão ruim? ○ nós tentamos reanimar todos os animais (até os que não têm chances de sobreviver - ex.: DRC, oncológico estágio final...) ■ porque os tutores sempre ficam junto na sala de emergência ○ fora do BR, não reanimam paciente em estágio terminal Estrutura e Equipe: ● Realizar o procedimento em um local específico para reanimação ○ o local deve ser equipado e organizado ○ agiliza o procedimento ○ menos erros com medicação ● Armários ou carrinhos exclusivos com equipamentos e medicação ● Paradas cardíacas trans-anestésicas têm melhor prognóstico ○ 47% X 2% ● Treinamento de alta fidelidade só ajuda no aprendizado inicial ● Treinar TODOS da equipe a executar todos os procedimentos ● Equipe ideal → 3 ou 4 pessoas ● Debriefing ○ aumenta significantemente a performance da reanimação Base da reanimação: ● Suporte básico à vida (é o mínimo que deve ser feito) ○ Reconhecimento da parada cardiorrespiratória (na dúvida, iniciar a reanimação) ■ avaliar grau de consciência → inconsciência ■ avaliar o tórax → apnéia ou respiração agônica (qnd ele se estica, tenta respirar e não consegue) ■ palpar pulso artéria femoral → sem pulso = parada cardíaca ■ avaliar batimentos cardíacos → ausência de batimentos (esteto, eletro, oxímetro…) ○ Avaliar vias aéreas (obstrução, vômito, coágulo, edema de glote) → algo que inviabilize a intubação ○ Suporte ventilatório ○ Massagem cardíaca (se o animal estiver em uma parada, essa deve ser a primeira coisa a ser feita) ● Suporte avançado à vida ○ Medicações ○ Desfibrilador ○ Massagem cardíaca interna ● Massagem cardíaca (se o animal estiver em uma parada, essa deve ser a primeira coisa a ser feita) ○ Orientações gerais ■ deve ser feita com o peso do corpo ■ sempre fazer a abordagem pelas costas do animal ■ o animal deve estar mais ou menos na altura da coxa (não deve ficar muito alto) → subir numa escada ou colocar o animal no chão ■ se quebrar costela - continuar (se a costela perfurar o pulmão = fatalidade) ■ nunca mudar o local da massagem ○ Posição da massagem (dependerá do tipo do tórax do animal) ■ Tórax standard (padrão) → massagear no local mais alto do tórax (não em cima do coração), mãos abertas, dedos entrelaçadas e mão dominante por cima ■ Tórax afilado (fino) → massagear em cima do coração, a mão que está por cima fecha os dedos entrelaçados na mão de baixo, para fazer bomba cardíaca ■ Tórax em formato de tambor (pug, bulldog…) → massagear de barriga para cima (comprimir o esterno), fazer com ele dentro de uma calha ou no chão subindo em cima dele (não deixar solto em cima da mesa) ■ Animais pequenos (gatos, cães com menos de 7kg) → uma mão apoiando nas costas e abraçar o tórax ventralmente com a outra mão Suporte Básico à Vida: Standard Afilado Tambor Animais pequenos ○ Ideal > 25-30% DC normal ○ 100 a 120 compressões por minuto (apps que marcam a frequência - treinar) → metrônomo ○ Ciclo de massagem cardíaca ■ deve durar 2 minutos sem interrupção! ● por que não parar? com o tempo de massagem, o fluxo de sangue vai melhorando, último lugar que perfunde são as coronárias (o último órgão que recebe o sangue é o coração - isso acontece entre 1min 30s e 2min) ■ o primeiro ciclo é o mais importante (quando ele têm mais chance de voltar) ■ quando acabar o primeiro ciclo → ver se o animal voltou ■ trocar o massageador a cada ciclo ○ Força → comprimir ⅓ a ½ da largura do tórax ○ Ordem do atendimento → ABC x CBA (A = vias aéreas, B = respiração, C = circulação) ■ ABC - usar em em casos de parada por afogamento ou asfixia ou animais não parados ■ CBA - usar em todo o resto que já está em parada cardiorrespiratória ● prioridade de material → sonda traqueal, ambu e adrenalina ● intubar na troca de ciclo ● 3 pessoas (C, B e A) ○ Compressões abdominais simultâneas ■ precisará de mais uma pessoa para fazer isso ■ apertando o abdômen, o sangue vai mais para o cérebro → diminui as sequelas neurológicas ■ não fazer isso se tiver menos que 4 pessoas na equipe ○ Tempo de reanimação ■ ele tem chances de voltar até 30 min após a parada ■ se ele voltar no primeiro ciclo, as chances de sequela são mínimas ■ 5-10 min = sequelas graves e sequela residual dps, com qualidade de vida ■ > 10 min = volta tão sequelado q n têm qualidade de vida (maioria dos vets faz até 10 min) ● Restabelecimento das vias respiratórias ○ Material para ventilação manual → máscara
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