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capitulo-07

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Prévia do material em texto

O professor e o ambiente 
de aprendizagem
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
Pró-Reitoria de Programas de Graduação
Lívia Maria Figueiredo Lacerda
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Andressa Arana
1ª Edição
Copyright © 2020, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por 
fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância (NEAD)
Márcia Loch
Sumário
O professor e o ambiente de aprendizagem
Para início de conversa… .................................................................. 04
Objetivos ......................................................................................... 05
1. O Papel do Professor na Gestão Escolar Democrática ................ 06
2. A Gestão do Ambiente de Aprendizagem: a Sala de Aula ........... 08
3. A Importância da Formação Continuada .................................. 14
Síntese ............................................................................................ 20
Referências ....................................................................................... 21
4 Gestão Democrática: Práticas e Desafios
Para início de conversa…
O professor exerce um papel que está diretamente relacionado aos 
objetivos escolares. Ele desenvolve as competências necessárias à formação do 
aluno e, por isso, é o grande aliado da escola no cumprimento de sua missão.
A competência com a qual a escola é organizada e mantida afeta 
vitalmente o trabalho do professor e, em consequência, a sala de aula. Uma 
gestão democrática e colaborativa favorece a escola como um todo, pois 
compreende-se a organização escolar como uma comunidade de aprendizagem 
onde todos aprendem e ensinam ao mesmo tempo.
O corpo docente realiza as atividades de ensino-aprendizagem que são 
capazes de transformar e desenvolver os alunos, de modo que esses se tornem 
sujeitos ativos, críticos e reflexivos no mundo em que atuam.
O crescimento pessoal e profissional dos professores está intimamente 
relacionado ao do aluno. Uma das intervenções mais importantes que a 
escola pode realizar é investir na aprendizagem do professor, incentivando-o 
à inovação e à pesquisa continuamente.
Dessa forma, nesta unidade, vamos refletir sobre o papel do professor 
na escola democrática, entender seus principais desafios como gestor da 
aprendizagem, como também analisar a contribuição da formação continuada 
em seu constante processo de aprendizado.
5Gestão Democrática: Práticas e Desafios
Objetivos 
 ▪ Compreender o papel docente no processo de gestão das escolas;
 ▪ Identificar os desafios da gestão da sala de aula;
 ▪ Reconhecer a importância da formação continuada.
6 Gestão Democrática: Práticas e Desafios
1. O Papel do Professor na Gestão Escolar 
Democrática
De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), a escola é o local 
do exercício docente e a organização escolar é o espaço de aprendizagem 
da profissão, no qual o professor coloca em prática suas convicções, seu 
conhecimento sobre a realidade, suas competências pessoais e profissionais, 
trocando experiências com os colegas e aprendendo mais sobre o seu trabalho.
O professor participa ativamente do processo de gestão escolar, pois forma, com os demais 
colegas, uma equipe de trabalho que aprende novas competências e uma maneira de agir 
coletiva, favorecendo assim a formação dos alunos.
Segundo ainda Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), a escola funciona 
com base em dois movimentos inter-relacionados: 
 ▪ Estrutura da gestão escolar: atua na condução do trabalho 
administrativo e pedagógico, no modo de agir, na orientação e na 
prática dos profissionais da escola, incluindo os professores; 
 ▪ Trabalho docente: contribui com a definição dos objetivos de 
ensino, a formulação do projeto pedagógico, a elaboração de formas 
didáticas de ensino etc.
 
Em muitas escolas, nas quais o modelo de gestão democrático não 
funciona efetivamente, ainda se observa o trabalho docente de forma isolada, 
pois entende-se que a sua responsabilidade inicia e termina na sala de aula. 
No entanto, a escola, dentro de um processo democrático de gestão, 
adota um trabalho colaborativo e participativo no qual os docentes aprendem 
com as situações de trabalho, compartilham conhecimentos, metodologias e 
práticas avaliativas com os colegas que dão subsídios à construção do projeto 
pedagógico.
 
Importante
7Gestão Democrática: Práticas e Desafios
A escola, dentro de uma perspectiva democrática, é um ambiente de aprendizagem aberto 
aos conhecimentos, à ação e à reflexão da sua comunidade como um todo, incluindo 
professores, pais, alunos, profissionais técnicos e administrativos.
Nesta concepção, entende-se que a sala de aula é um local de intensa 
interatividade que envolve um processo dialógico com a realidade e o contexto 
daqueles que a vivenciam (professores e alunos), e que necessita de participação, 
debate, trocas de significados e representações, pois a sala de aula é um espaço 
de construção, reconstrução e compartilhamentos de culturas.
Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p.307) concordam que a escola:
 
É um espaço de compartilhamento de significados, de conhecimento 
e de ações entre as pessoas. A organização escolar entendida como 
comunidade democrática de aprendizagem transforma a escola 
em lugar de compartilhamento de valores e práticas, por meio 
do trabalho e da reflexão conjunta sobre planos de trabalho, 
problemas e soluções relacionados à aprendizagem dos alunos e ao 
funcionamento da instituição. Para tanto, esta precisa introduzir 
formas de participação real de seus membros nas decisões, como 
reuniões, elaboração do projeto pedagógico-curricular, atribuição 
de responsabilidades, definição de modo de agir coletivos e de 
formas de avaliação, acompanhamento do projeto e das atividades 
da escola e da sala de aula. É preciso ainda, que estabeleçam ações 
de formação continuada, para o desenvolvimento dos professores e 
seu aprimoramento. (Libâneo, Oliveira e Toschi, 2012, p.307)
 
Os autores destacam, ainda, a seguinte reflexão: se tanto a escola 
quanto a sala de aula são comunidades de aprendizagem, logo uma exerce 
efeito sobre a outra, ou seja, os valores e as práticas compartilhados no âmbito 
da organização escolar exercem efeitos diretos na sala de aula e o que ocorre 
na sala de aula tem efeitos na organização escolar.
Importante
8 Gestão Democrática: Práticas e Desafios
O professor tem um papel fundamental na condução dos objetivos escolares. Para 
compreender mais sobre a atuação do professor, indicamos a leitura de Qual o papel dos 
professores e como estimular a participação dos estudantes?. A referência completa está 
disponível no final da unidade. Vale conferir!
2. A Gestão do Ambiente de Aprendizagem: a 
Sala de Aula
 
Pode-se afirmar que um dos grandes objetivos da escola relaciona-se 
com a aprendizagem dos alunos. Desse modo, a organização escolar necessária 
é a que busca a melhoria da qualidade do ensino. Por conta disso, o trabalho 
na sala de aula torna-se razão de ser da organização e gestão escolar, e o 
trabalho dos professores está relacionado à gestão direta deste ambiente de 
aprendizagem.
Figura 1: Sala de aula do ensino fundamental. Fonte: Dreamstime.
Importante
9Gestão Democrática: Práticas e Desafios
A sala de aula faz parte de um todo maior que é a escola, e a mesma 
articula-se de maneira interdependente aos processos de gestão. Alguns 
exemplos clarificam esta relação:
 ▪ A gestão escolar proporciona as condições de infraestrutura para o 
trabalho na sala de aula;
 ▪ As normas disciplinares da escolaorientam o comportamento de 
todos os alunos dentro e fora da sala de aula (espaços comuns da 
escola);
 ▪ A aprendizagem dos alunos é contínua e sequencial, ou seja, o que 
aprende-se em uma série influenciará a aprendizagem nas séries 
seguintes;
 ▪ Os objetivos de formação são decididos coletivamente, por conta 
disso, os professores chegam a um consenso em relação às práticas 
avaliativas e de orientação de suas turmas.
 
Os professores, em parceria com os demais membros da comunidade 
escolar, atuam de forma integrada. Cada um contribui com seus talentos e 
competências para construir uma escola de qualidade.
Para conhecer alguns desafios da gestão da sala de aula, leia o artigo intitulado Gestão da 
sala de aula: você mais seguro em classe. A referência completa está disponível no final da 
unidade.
Segundo Veiga (2008), a docência é o trabalho do professor que 
envolve atividades que ultrapassam a tarefa de ministrar aulas. As funções 
didáticas, tais como ter conhecimento e ensinar, tornaram-se complexas ao 
longo do tempo em decorrência, principalmente, das mudanças ocorridas na 
forma de gerir a escola de forma mais democrática. Por conta disso, o papel 
do professor ampliou-se agregando novas responsabilidades e funções.
Saiba Mais
10 Gestão Democrática: Práticas e Desafios
Figura 2: Professores. Fonte: Dreamstime.
A autora (Veiga, 2008) aponta ainda que o campo da docência vem se 
ampliando a partir das necessidades de um novo cenário social e tecnológico 
e que, atualmente, uma das funções do professor é a de inovar. Inovação, no 
sentido de criar novas metodologias de ensino, mas também nas formas de se 
relacionar com os alunos.
O exercício profissional do professor compreende, na percepção de 
Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), três atribuições:
 
 ▪ Docência
 
Como docente, necessita de preparo profissional específico para 
ensinar conteúdos, dar acompanhamento individual aos alunos e proceder 
à avaliação da aprendizagem, gerir a sala de aula, ensinar valores, atitudes e 
normas de convivência social e coletiva.
11Gestão Democrática: Práticas e Desafios
Precisa também desenvolver conhecimentos sobre questões pedagógicas 
importantes, tais como: elaboração do projeto pedagógico, planos de ensino, 
formas de organização curricular, critérios de formação, práticas avaliativas, 
metodologias de ensino inovadoras etc.
 
 ▪ Atuação na organização e gestão da escola
 
Como membro da equipe escolar, o professor deve dominar os 
conhecimentos relacionados à organização e à gestão, desenvolver capacidades 
e habilidades práticas para participar dos processos de tomada de decisões 
em várias situações (reuniões, conselhos de classe, conselho escolar etc.), 
bem como atitudes de cooperação, de solidariedade, de responsabilidade, de 
comprometimento, de respeito mútuo e de diálogo.
 
 ▪ Produção de conhecimento pedagógico
 
Como profissional que produz conhecimento sobre o seu trabalho, o 
professor precisa pesquisar continuamente, tanto para rever suas práticas de 
ensino como para aprimorar e construir novos saberes.
Acompanhando o processo de aprendizagem dos seus alunos, o 
professor tem a possibilidade de acompanhar o processo de ensino. A 
investigação didática pela avaliação da aprendizagem, pode indicar necessidades 
de mudanças na condução do processo, corroborar na eficácia de situações de 
ensino utilizadas, revelar os erros e acertos de quem organiza o processo, bem 
como apontar a melhor maneira de se organizar o ensino propriamente.
Logo, a avaliação trata-se de uma via de mão de dupla. Por um lado, 
indica ao aluno seus progressos e dificuldades, por outro, indica ao professor 
como está sendo desenvolvido o processo de ensino-aprendizagem, assim 
como os aspectos mais bem-sucedidos ou aqueles que exigem mudanças. 
Sendo assim, assume uma característica dinâmica: é tanto impulsionadora da 
aprendizagem como promotora da melhoria do ensino.
Acreditar que a avaliação é um instrumento de aprendizagem e 
investigação didática permanente implica em aceitar que o ensinar e o 
aprender ajustam-se ao próprio processo educativo. Esse tipo de avaliação 
12 Gestão Democrática: Práticas e Desafios
fornece ao professor diversas informações sobre o curso do processo de 
ensino-aprendizagem, que permitirá emitir um julgamento mais eficaz sobre 
o desenvolvimento do seu trabalho e, de acordo com essa análise, modificá-lo 
para adequar às características, às capacidades e às necessidades de seus alunos.
Figura 3: Avaliação é um instrumento de aprendizagem e investigação. Fonte: Dreamstime.
A avaliação como investigação didática deve auxiliar e orientar o 
professor na busca de respostas às seguintes questões: Como cada aluno está 
desenvolvendo sua aprendizagem? Por que este aluno não está aprendendo? 
Quais as suas dificuldades? Por que ele comete determinados erros? Como 
trabalhar com o erro dos alunos? Quais atividades e materiais ajudam a superar 
as dificuldades? Como fazer o acompanhamento do processo de aprendizagem 
criando novos desafios? 
Essas e muitas outras questões podem ser feitas, pois a investigação 
didática visa à análise não só do produto da aprendizagem, mas de todo o 
processo educativo (ANDRÉ; PASSOS, 2005, p.183).
13Gestão Democrática: Práticas e Desafios
A investigação didática desencadeia a reflexão e a autocorreção do processo de ensino, 
tendo em vista a aprendizagem dos alunos. O professor interventor, nesse sentido, 
revisa e organiza seu método de ensino, pois ensinar leva à pesquisa, à investigação, ao 
descobrimento, que se constitui, assim, em um constante aprendizado. Não aprende apenas 
o aluno, mas também o professor em uma constante produção de autoconhecimento.
De acordo com Monteiro e Mota (2013), a principal interface nos 
ambientes de aprendizagem é o professor que atua na mobilização, no 
estímulo, na mediação e na conexão com os alunos. Assumindo-se como 
interface humana, é necessário que o educador reúna condições para promover 
o acoplamento e o diálogo entre pessoas, ideias e valores, sendo estes os mais 
diferentes, o que exige dele um profundo conhecimento sobre essas diferenças 
para que possa reconhecer seus limites e suas possibilidades, identificando as 
oportunidades e as demandas para sua atuação.
Os autores consideram que aprender, ensinar e o próprio modo de 
operar da inteligência são fenômenos essencialmente sociais e conectivos por 
natureza. Portanto, não podem ocorrer fora da dinâmica comunicativa das 
trocas simbólicas e dos discursos performativos, que dependem dos sistemas 
de códigos, linguagens e seus meios. Dessa forma, o professor, como gestor 
de ambiente de aprendizagem, precisa desenvolver três eixos estratégicos:
 
 ▪ Estratégias de comunicação didática;
 ▪ Estratégias de comunicação pessoal;
 ▪ Estratégias de relacionamento.
 
Dessa forma, fica entendido que para gerir um ambiente de 
aprendizagem, seja uma sala de aula física ou virtual, o professor precisará 
potencializar suas estratégias para melhoria de seus métodos de ensino, de 
suas formas de comunicação e do relacionamento com as turmas, pensando 
que cada turma é única e que tem perfis e necessidades diferentes, o que 
exigirá do docente um exercício de aprendizagem contínua para atender aos 
anseios de cada grupo.
Importantefornece ao professor diversas informações sobre o curso do processo de 
ensino-aprendizagem, que permitirá emitir um julgamento mais eficaz sobre 
o desenvolvimento do seu trabalho e, de acordo com essa análise, modificá-lo 
para adequar às características, às capacidades e às necessidades de seus alunos.
Figura 3: Avaliação é um instrumento de aprendizagem e investigação. Fonte: Dreamstime.
A avaliação como investigação didática deve auxiliar e orientar o 
professor na busca de respostas às seguintes questões: Como cada aluno está 
desenvolvendo sua aprendizagem? Por que este aluno não está aprendendo? 
Quais as suas dificuldades? Por que ele comete determinados erros? Como 
trabalharcom o erro dos alunos? Quais atividades e materiais ajudam a superar 
as dificuldades? Como fazer o acompanhamento do processo de aprendizagem 
criando novos desafios? 
Essas e muitas outras questões podem ser feitas, pois a investigação 
didática visa à análise não só do produto da aprendizagem, mas de todo o 
processo educativo (ANDRÉ; PASSOS, 2005, p.183).
14 Gestão Democrática: Práticas e Desafios
3. A Importância da Formação Continuada
Segundo Libâneo (2013), é por meio da participação na organização 
e gestão do trabalho escolar que os professores aprendem a tomar decisões 
coletivamente, formular o projeto pedagógico, dividir com os colegas as 
preocupações, desenvolver o espírito de solidariedade, assumir coletivamente 
a responsabilidade pela escola, investir no seu desenvolvimento profissional e, 
principalmente, aprender sua profissão.
Entende-se que a formação inicial (experiência como aluno e realização 
dos estágios) é o primeiro passo para o desenvolvimento profissional do 
professor. No entanto, é imprescindível ter a clareza de que os professores 
aprendem muito mais compartilhando a sua profissão e os seus problemas no 
contexto de trabalho. 
Figura 4: Reunião de professores. Fonte: Dreamstime.
É nesse exercício do trabalho que, de acordo com Libâneo (2013), 
o docente produz sua profissionalidade, que atualmente é a ideia-chave 
do conceito de formação continuada. A profissionalidade pressupõe a 
profissionalização e o profissionalismo:
15Gestão Democrática: Práticas e Desafios
 ▪ A profissionalização refere-se às condições que garantam o exercício 
profissional de qualidade. Essas condições são a formação inicial 
e a continuada, nas quais o professor aprende e desenvolve suas 
competências.
 ▪ O profissionalismo refere-se ao desempenho competente e 
compromissado dos deveres e responsabilidades que constituem a 
especificidade de ser professor, e ao comportamento ético e político 
expresso nas atitudes relacionadas à prática profissional.
 
Dessa forma, a formação continuada não pode ser compreendida como 
algo que ocorre esporadicamente no decorrer da carreira docente. Atualmente, 
ela é vista como uma das múltiplas dimensões que constituem a formação 
docente desde a sua graduação e ao longo de toda a sua vida profissional 
(PLACCO; SILVA apud GENTILINI; SCARLATTO, 2015).
A dimensão da formação continuada é reconhecida pelas autoridades 
e pelos formuladores de políticas educacionais como fundamental para que os 
professores preencham as lacunas de sua formação inicial e tenham segurança 
em sua prática diante das mudanças que estão ocorrendo na sociedade e na 
educação. Reconhece-se, dessa forma, que a formação continuada, pensada 
em novas bases como uma das dimensões da formação docente, é o recurso 
mais eficiente para manter os professores permanentemente atualizados sobre 
as mudanças na educação transitando pela reflexão entre teoria e prática 
(GENTILINI e SCARLATTO; 2015).
Colocar a escola como local de aprendizagem da profissão do professor significa entender 
que é nesse espaço que o professor desenvolve os saberes e as competências para ensinar, 
mediante um processo individual e coletivo.
 
No entanto, o sentido de saberes e competências dos professores 
não pode ser reduzido às habilidades e às destrezas técnicas, isto é, apenas 
ao saber fazer. Não se quer um professor-técnico cujo conhecimento se 
restrinja ao domínio das aplicações do conhecimento científico e às regras de 
atuação. A internalização dos saberes e das competências profissionais supõe 
conhecimentos científicos e valorização de elementos criativos voltados para a 
arte do ensino, dentro de uma perspectiva crítico-reflexiva.
Importante
16 Gestão Democrática: Práticas e Desafios
Uma das formas mais eficazes de aprender a enfrentar as mudanças e os constantes desafios 
exigidos no processo educativo é o desenvolvimento de uma atitude crítico-reflexiva, que 
pode ser entendida como a capacidade reflexiva com base na própria prática do que se 
pensa, sente e age em relação às práticas de trabalho.
Libâneo (2013) considera que a ação e a reflexão atuam 
simultaneamente, porque elas estão sempre entrelaçadas. Pode-se refletir 
sobre a ação, transformando-a em pensamento, ao mesmo tempo que pode-
se traduzir ideias em ações. Dessa maneira, a formação profissional, tanto a 
inicial como a continuada, deve articular a prática e a reflexão sobre a prática 
de modo que o professor se transforme em um profissional crítico-reflexivo 
dominador de uma prática refletida.
Pimenta (apud LIBÂNEO, 2013) ressalta que o trabalho do professor 
é uma atividade mais intelectual do que técnica, pois implica em compreender 
criticamente o funcionamento da realidade e associar esta compreensão ao 
papel do educador, de modo a aplicar sua visão crítica ao trabalho concreto 
nos contextos específicos em que eles acontecem.Ou seja, para que o professor 
possa facilitar a aprendizagem, ele precisa interagir com o contexto onde essa 
aprendizagem está inserida. 
Há uma intensa reflexão nesse processo, pois é necessário pensar na 
realidade cultural de cada escola que atua, no perfil dos alunos e nas formas 
de gestão que são desenvolvidas na organização escolar. A autora destaca 
ainda que:
 
A formação de professores na tendência reflexiva se configura como 
uma política de valorização do desenvolvimento pessoal-profissional 
dos professores e das instituições escolares, uma vez que supõe 
condições de trabalho propiciadoras da formação contínua dos 
professores, nos locais de trabalho, em redes de autoformação, e 
em parceria com outras instituições de formação (PIMENTA apud 
LIBÂNEO, 2013).
 
Importante
17Gestão Democrática: Práticas e Desafios
A concepção atual da formação continuada do professor como 
intelectual crítico, profissional reflexivo, pesquisador, elaborador de 
conhecimentos e participante qualificado na organização e gestão da escola 
exige que o docente:
 
 
Para Christov (apud LIBÂNEO, 2013; p.66-67), “a educação 
continuada se faz necessária pela própria natureza do saber e do fazer humanos 
como práticas que se transformam constantemente”, pois a realidade se 
modifica rapidamente e o saber que construímos sobre ela precisa ser revisto 
e ampliado sempre.
Nas escolas, a construção da identidade profissional do professor 
depende, em boa parte, das formas de organização do trabalho escolar. Em 
especial, de uma coordenação pedagógica atuante em prol da qualidade do 
ensino que proponha e realize a gestão do projeto pedagógico, articulando o 
trabalho coletivo que lidere a inovação e favoreça a constante reflexão sobre 
a prática.
Prepare-se teoricamente quanto aos temas pedagógicos e 
respectivos conteúdos para poder realizar a reflexão sobre 
a sua prática;
Atue como intelectual crítico na contextualização sociocultural 
de suas aulas e na transformação social mais ampla;
Torne-se investigador em sala de aula, analisando suas práticas, 
revendo rotinas e inventando novas soluções;
Desenvolva habilidades de participação grupal e de tomada de 
decisões, seja na elaboração do projeto pedagógico e da proposta 
curricular, como também nas várias atividades da escola como 
execução de ações, análise de problemas, discussão de pontos de 
vista e avaliação de situações.
18 Gestão Democrática: Práticas e Desafios
Figura 5: Projeto pedagógico para professores. Fonte: Dreamstime.
Diante disso, o pedagogo deverá ser o agente articulador das ações 
pedagógico-didáticas e curriculares, assegurando que a escola se torne um 
ambiente de aprendizagem e um espaço de formação contínua, onde os 
professores refletem, pensam, analisam, criam novas práticas, como sujeitos 
pensantes, e não apenas como meros executores de decisões burocráticas. 
Dessa forma, o desenvolvimento profissional e a conquista da identidade 
profissional dependem da união entre os pedagogos e os professores que 
assumem juntos a gestão do cotidiano da escola, articulando em um todo o 
projeto pedagógico,o sistema de gestão, o processo ensino- aprendizagem e 
a avaliação (LIBÂNEO, 2013).
A formação continuada é uma maneira diferente de perceber a capacitação profissional 
dos docentes, pois ela visa o desenvolvimento profissional e pessoal mediante práticas de 
envolvimento dos professores na organização e gestão da escola, na concepção do currículo 
escolar, nas atividades de assistência e apoio à coordenação pedagógica e vice-versa, nas 
Importante
19Gestão Democrática: Práticas e Desafios
reuniões pedagógicas e na participação efetiva nos órgãos colegiados da escola (conselho de 
classe e escolar).
Há muitas maneiras de realizar a formação continuada: por meio 
de cursos de pós-graduação lato sensu (especialização com duração mínima 
de 360 horas) e stricto sensu (mestrado e doutorado, sendo o primeiro com 
duração de dois anos e o segundo, quatro anos de curso); participação em 
congressos e seminários de estudos que podem ser realizados pela escola ou 
por outras instituições de ensino; encontros pedagógicos, etc.
 
É importante compreender que a formação continuada é indispensável 
para a profissionalização, que se põe também como requisito para a luta 
de melhores salários e condições de trabalho, assim como para o exercício 
responsável da profissão.
20 Gestão Democrática: Práticas e Desafios
Síntese
O professor é um profissional cuja principal atividade é o ensino. Por 
isso, sua atuação é fundamental nas escolas, pois exerce o papel de formação 
e transformação dos alunos.
Como aliado da escola, o professor atua diretamente na sala de aula, 
que é o espaço de aprendizagem onde ele interage e desenvolve seus alunos. 
Para que o processo educativo possa fluir sem grandes conflitos, faz-se 
necessário gerir esse ambiente de intenso aprendizado. Dessa maneira, algumas 
competências são essenciais: comunicação interpessoal, bom relacionamento 
e habilidades didáticas que possibilitem a inovação e a criatividade do trabalho 
docente.
A formação inicial do docente visa a proporcionar competências 
necessárias que o leve adiante no processo de ensino e aprendizagem nas 
organizações de ensino. O conjunto dos requisitos profissionais que formam 
o docente é denominado profissionalidade e esta supõe a profissionalização e 
o profissionalismo.
Os cursos de formação inicial têm um papel muito importante na 
construção de conhecimentos, atitudes e convicções dos futuros professores, 
necessários à identificação com a profissão. Mas é na formação continuada 
que esta identidade se consolida, uma vez que ela pode ser desenvolvida no 
próprio ambiente de trabalho.
21Gestão Democrática: Práticas e Desafios
Referências
ANDRÉ, M.; PASSOS, L. Avaliação escolar: desafios e perspectivas. In: 
CASTRO, A.; et al. Ensinar a ensinar: didática para a escola fundamental e 
média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
 
ANDRÉ, Marli.; PONTIN, Marta. O diário reflexivo, avaliação e investigação 
didática. Revista Ensaio: Avaliação e políticas públicas em educação. Rio de 
Janeiro, v. 6, n. 21, p.447-462, out./dez. 1998. Disponível em:
http://revistas.cesgranrio.org.br/index.php/metaavaliacao/article/
viewFile/66/62. Acesso em: 18 jan. 2018.
CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO INTEGRAL. Qual o papel 
dos professores e como estimular a participação dos estudantes? Disponível 
em: http://educacaointegral.org.br/metodologias/papel-dos-professores-e-
participacao-dos-estudantes-nas-escolas-de-educacao-integral/. Acesso em: 
18 jan. 2018.
GENTILINI, João A.; SCARLATTO, Elaine C. Inovações no ensino e na 
formação continuada de professores: retrocessos, avanços e novas tendências. 
In: PARENTE, Cláudia da M. D.; VALLE, Luiza E. L. R. do; MATTOS, 
Maria J. V. M. de. (Organizadoras). A formação de professores e seus 
desafios frente às mudanças sociais, políticas e tecnológicas. Porto Alegre: 
Penso, 2015 (Minha Biblioteca).
 
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 6 
ed. São Paulo: Heccus, 2013.
http://revistas.cesgranrio.org.br/index.php/metaavaliacao/article/viewFile/66/62
http://revistas.cesgranrio.org.br/index.php/metaavaliacao/article/viewFile/66/62
http://revistas.cesgranrio.org.br/index.php/metaavaliacao/article/viewFile/66/62
http://educacaointegral.org.br/metodologias/papel-dos-professores-e-participacao-dos-estudantes-nas-escolas-de-educacao-integral/
http://educacaointegral.org.br/metodologias/papel-dos-professores-e-participacao-dos-estudantes-nas-escolas-de-educacao-integral/
22 Gestão Democrática: Práticas e Desafios
______. OLIVEIRA, João Ferreira; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação 
escolar: políticas, estruturas e organização. São Paulo: Cortez, 2012.
MONTEIRO, Eduardo; MOTTA, Artur. Gestão escolar: perspectivas, 
desafios e função social. 1 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013 (Minha Biblioteca).
SALLA, Fernanda. Gestão da sala de aula: você mais seguro em classe. Nova 
Escola, 2012. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/1670/gestao-da-sala-de-aula-voce-
seguro-em-classe. Acesso em: 18 jan. 2018.
VEIGA, Ilma Passos A. Docência como atividade profissional. In: VEIGA, 
Ilma Passos A.; D´ÁVILA, Cristina (orgs). Profissão docente: novos sentidos, 
novas perspectivas. Campinas, SP: Papirus, 2008. (Biblioteca virtual)
WENGZYNSKI, Danielle Cristiane; TOZETTO, Suzane Soares. A formação 
continuada face às suas contribuições para a docência. IX Seminário 
ANPED SUL, Caxias do Sul, 2012. Disponível em:
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/
viewFile/2107/513. Acesso em: 18 jan. 2018.
Qual o papel dos professores e como estimular a participação dos estudantes?. 
Disponível em: https://educacaointegral.org.br/metodologias/papel-dos-
professores-e-participacao-dos-estudantes-nas-escolas-de-educacao-
integral/. Acesso em 18 jun. 2018
Gestão da sala de aula: você mais seguro em classe. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/1670/gestao-da-sala-de-aula-voce-
seguro-em-classe. Acesso em: 18 jan. 2018.
https://novaescola.org.br/conteudo/1670/gestao-da-sala-de-aula-voce-seguro-em-classe
https://novaescola.org.br/conteudo/1670/gestao-da-sala-de-aula-voce-seguro-em-classe
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2107/513
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2107/513
https://educacaointegral.org.br/metodologias/papel-dos-professores-e-participacao-dos-estudantes-nas-escolas-de-educacao-integral/
https://educacaointegral.org.br/metodologias/papel-dos-professores-e-participacao-dos-estudantes-nas-escolas-de-educacao-integral/
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https://novaescola.org.br/conteudo/1670/gestao-da-sala-de-aula-voce-seguro-em-classe
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	Título da Unidade
	Objetivos
	Introdução
	A Escola como Lugar de Formação
	Para início de conversa…
	Objetivos
	1.	As Funções da Escola
	2. 	A Gestão e o Desenvolvimento Profissional
na Escola
	3.	Trabalho em Equipe
	Referências
	Formação do Educador:
um Processo Permanente 
	Para início de conversa…
	Objetivos
	1.	Pilares no Processo de Formação
	1.1	A Dimensão do Conhecimento e da Aprendizagem
	1.2	A Dimensão da Rede de Relacionamentos 
	1.3	A Dimensão Humana
	1.4	Habilidades e Competências Necessárias ao Educador
	Referências
	Gestão Democrático-Participativa
	Para início de conversa…
	Objetivos 
	1.	Estratégias de Participação
	1.2	A Participação na Escola
	2.	Tipos de Autonomia
	2.1	Pilares básicos para uma gestão flexível e autônoma das escolas
	Referências
	Gestão Econômico-Financeira da Escola
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1. 	Operações Financeiras
	2. 	Bens Patrimoniais
	Referências 
	Planejamento Estratégico
	Para início de conversa…
	Objetivos
	1.	Diagnóstico Estratégico
	1.2	Fundamentos do Planejamento Estratégico
	2.	Coleta de Informações, Análise e Alinhamento
	2.1	Coleta de Informações2.2	Análise do Ambiente
	2.3	Alinhamento
	Referências
	O professor e o ambiente de aprendizagem
	Para início de conversa…
	Objetivos 
	1.	O Papel do Professor na Gestão Escolar Democrática
	2.	A Gestão do Ambiente de Aprendizagem: a Sala de Aula
	3.	A Importância da Formação Continuada
	Síntese
	Referências

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