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LEI DOS CRIMES HEDIONDOS >> lei: 8.072/90
O Brasil adota o conceito legal, portanto a lei define quais condutas criminosas serão elevadas ao patamar da hediondez. Além do cp a lei 8.072/90, §1º, prevê quais crimes serão hediondos. 
O rol dos crimes hediondos é taxativo, ou seja, não pode ser ampliado pelo legislador por analogia. Portanto é o que está previsto na lei e ponto. 
CRIME HEDIONDO E PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA>> segundo STF, os crimes hediondos são crimes de máximo potencial ofensivo, e por isso, a Cf impõe um tratamento mais severo, sendo incompatível o crime hediondo com princípio da insignificância. 
Crime equiparado >> T.T.T (tráfico, tortura, terrorismo) não são hediondos mas são tratados como. São constitucionalmente equiparados a hediondos. 
Tentativa de hediondez>> a tentativa não exclui a hediondez do delito, ela apenas diminui a pena. 
Rol taxativo previsto no cp >> homicídio>> simples em regra não é hediondo, mas se for em atividade típica de extermínio é considerado. Ex: um homem mata moradores de rua. 
Qualificado>> qualquer modalidade qualificadora é hediondo. 
Homicídio híbrido>> privilegiado e qualificado ao mesmo tempo. Segundo STJ HC 153.728 não é hediondo. 
Lesão corporal>> é considerado hediondo desde que praticada contra agente descrito no art 142 e 144 da cf. Não abrange lesão corporal grave e nem parente por afinidade. 
Roubo>> circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima. Circunstanciado pelo emprego de arma de fogo ou óleo emprego de arma de fogo e uso proibido ou restrito. ( qualquer arma de fogo se enquadra) (arma branca não). Qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte. 
Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima. Art. 158,§3 cp. >> conhecido como sequestro relâmpago. Para o prof Cléber masson, configura-se como hediondo mesmo sem lesão corporal e mesmo sem morte. A vítima precisa colaborar. 
Extorsão mediante sequestro>> é necessário que haja o sequestro; a colaboração da vítima é dispensável; é considerado hediondo em toda as suas modalidades. Art. 159 cp e § 1, 2 e 3. 
Estupro>> é hediondo em todas as suas modalidades. Art 213, Cp 
Estupro de vulnerável>> 217, A Cp. Menor de 14 anos; não precisa ter violência, basta que seja menor de 14. Não interessa se sabem, se foi autorizado, se houve o ato sexual com menor de 14 é estupro de vulnerável. Se o crime ocorrer no dia do aniversário de 14 anos, não se enquadrará no de vulnerável e sim no do caput do 213. 
Epidemia com resultado morte art. 267, §22 cp>> provocação de doença mediante a propagação de germes patogênicos. Se não houver morte não é hediondo. É necessário que tenha dolo do agente. No caso do corona- para se encaixar na epidemia, seria necessário que alguém contaminado entrasse em um local livre de contaminação, onde espalharia o vírus de forma dolosa ou culposa. ( isso é difícil de comprovar) portanto as autoridades brasileiras destacaram o delito do art. 268 infração de medida sanitária mas não se encaixa como hediondo. 
Falsificação de medicamentos>> não precisa ter resultado morte. 
Favorecimento da prostituição ou de exploração sexual de crianças e adolescentes. >> apenas crianças, adolescentes e enfermos mentais se enquadram. 
Furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de análogo que cause perigo comum>> ex: furto de caixa eletrônico. O roubo nas mesmas circunstâncias não é hediondo. 
Rol taxativo previsto fora do cp. 
Genocídio>> não é só matança coletiva. Se levar anticoncepcional em uma aldeia por ex, já é crime de genocídio, por que eles não usem, e aí enrede-se que é pra diminuir a procriação daqueles. É julgado por justiça comum. A menos que haja morte, aí será julgado por júri. 
Posse/ porte de arma de fogo (ilegal) art. 16 lei 10.826/03 >> só arma de uso proibido é considerado hediondo. 
Comércio ilegal de arma de fogo. Art. 17 lei 10.826/03 >> é crime hediondo independente da modalidade. Não abrange acessórios ou munição. 
Tráfico internacional de arma de fogo, acessórios ou munição art. 18 lei 10.826/03>> Sem autorização de autoridade competente. 
Cuidado: crime de organização criminosa em si não é hediondo. 
Crime de organização criminosa, direcionado a prática de crime hediondo ou equiparado. Lei 12.850/13>> No inciso V, do parágrafo único, do artigo 1º da Lei dos Crimes Hediondos, o legislador fez constar a hediondez da formação de organização criminosa quando tenha como fim à prática de crimes hediondos ou equiparados (tráfico de drogas, tortura e terrorismo, artigo 5º, XLIII, CRFB/1988). Organização criminosa em si não é hediondo, mas organização que se destina a pratica de crimes hediondos é.
* Clausula salvatória: O direto brasileiro não admite cláusula salvatória, que seria a retirada, pelo juiz, no caso concreto, da hediondez.
* Vedações legais: Anistia > concedida pelo congresso nacional com sanção do presidente da república. Atinge todos aqueles que praticaram o crime. Extingue os efeitos penais do crime, já os efeitos de natureza civil permanecem. (É como passar uma borracha no crime). 
Graça e Induto > concedida por decreto do presidente. Só extingue o efeito principal (a pena). Benefício individual, depende do pedido do condenado. Diferente do induto, que é coletivo, sem destino certo e concedido de oficio. 
A CF VEDA GRÇA E ANISTIA – A LEI DOS HEDIONDOS VEDA GRAÇA, ANISTIA E INDUTO – LEI DE TORTURA VEDA GRAÇA E ANISTIA. 
· FIANÇA > crimes hediondos e equiparados são inafiançáveis. 
Cabe liberdade provisória sem fiança, quando estiver ausente os requisitos da preventiva. Portanto, se cabe preventiva, não cabe liberdade provisória. 
· Regime de cumprimento de pena > em previsão legal inicialmente é fechado. O STF entende que é inconstitucional HC 111.840/ES. Pois depende de cada pena, não seria justo uma pessoa que praticou um crime com condenação de 30 ter o mesmo tratamento daquele com condenação de 5 anos. 
· Progressão de Regime (art. 112, LEP) > se o condenado é primário, e praticou um crime hediondo equiparado, sem resultado morte, progride de pena a porcentagem de 40% e se é primário e praticou um crime equiparado, progride de pena com porcentagem de 50%. 
Especifico>> reincidente especifico dentro do prazo de 5 anos, se for reincidente na pratica de crime hediondo equiparado, reincidente no mesmo crime, ou na mesma espécie de crime, cumpre 60%, se o crime não tem resultado morte, e 70% se tiver resultado morte, no reincidente especifico é vedado o livramento condicional. 
Genérico>> reincidente genérico, se dentro do prazo de 5 anos, reincidente mais no primeiro crime foi um furto simples e no segundo um crime equiparado a hediondo os crimes não são da mesma espécie. Aqui aplica-se a porcentagem de 50% (STJ 6º turma HC 581315/PR), com ou sem morte. 
· Crime Hediondo e saída temporária>> Regra – mesmo o condenado por crime hediondo tem direito à saída temporária: Ex.: frequência à curso escolar, visita à família (deve ser solicitada ao juízo da execução penal, ouvido o MP)
Exceção – o condenado por crime hediondo com resultado morte não tem direito à saída temporária.
· Prisão temporária, Lei 7.960/89>> nos crimes comuns o prazo é de 5 dias prorrogáveis por mais 5. Nos crimes hediondos são 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Quem pratica crime hediondo ou equiparado pode ter prisão temporária? Sim, mas a prisão temporária só pode ser decretada na investigação.
· Livramento condicional>> pode haver o livramento condicional desde que o indivíduo não seja reincidente especifico em criem hediondo ou equiparado. Deve cumprir mais de 2/3 da pena. 
Pacote Anticrime.
· Nosso sistema hoje é acusatório (art. 3 A, CPP) Art. 129, I, CF. >> existe separação das funções; a gestão das provas recai sobre as partes; imparcialidade do magistrado; o acusado é sujeito de direitos; trabalha-se com a verdade processual.
· Inciativa acusatória/ intervenção ex oficio do juiz>> A iniciativa acusatória é incompatível com o sistema acusatório. Tanto na fase investigatória quanto na fase processual, o juiz deve ser espectador e não protagonista.Ou seja, o juiz não pode atuar de qualquer maneira sem que seja provocado, ele precisa que as partes requeiram algo para ai sim se manifestar. 
· Iniciativa probatória/ ex oficio (durante o processo) >> este não é um tema pacifico. 
1º corrente: A iniciativa probatória é compatível com o sistema acusatório e com a garantia da imparcialidade (Antônio Scarance Fernandes e Gustavo Badaró).
2º Corrente – Mesmo antes da Lei 13.964/2019, essa corrente já afirmava que a iniciativa probatória é inconstitucional (Geraldo Prado). “Quem procura sabe ao certo o que pretende encontrar e isso, em termos de processo penal condenatório, representa uma inclinação ou tendência perigosamente comprometedora da imparcialidade do julgador.” 
Na pratica ainda é a 1º corrente. Mas a 2º aparentemente é a que mais prevalece. 
Por este motivo o pacote anticrime ainda está com alguns artigos travados, pois os magistrados do STF não estão concordando. 
· Juiz das garantias (art. 3º- B, CPP)
- Não há nenhuma novidade na existência de juiz que controla a investigação e resguarda os direitos fundamentais na fase investigatória. - A novidade inerente ao juiz das garantias é que o juiz que interveio na fase investigatória não poderá atuar na fase processual. Trata-se de causa de impedimento. - Assim sendo, haverá dois juízes para cada persecução penal, conforme art. 3º -D do CPP. 
O 1º juiz ficará na fase investigatória e o 2º na fase instrutória. Isso traz a ideia de uma imparcialidade “melhor” do magistrado. 
É por este motivo que o pacote anticrime foi travado, pois isso irá mudar todo o sistema penal e para isso foi dado 30 dias. 
A imparcialidade pode ser:
>> Subjetiva: é o íntimo da convicção do magistrado. >> Objetiva: está ligada à Teoria da Aparência. Assim, não se pode deixar nenhum espaço de dúvida sobre o juiz que conduz o processo (não basta ser imparcial, o juiz deve parecer ser imparcial). Filho de juiz que é advogado – há impedindo para julgar; e se o escritório na qual o filho do juiz assina a petição – ainda assim haveria impedimento – imparcialidade objetiva (aplica-se as causas de impedimento do CPC art. 144, VI ao CPP que estão previstas nos arts. 252 e 253).
· A competência do juiz das garantias >> termina com o ato do recebimento da peça acusatoria. Não se aplica o juiz das garantias nas infrações penal de menor potencial ofensivo. 
· Abrangência >> a abrangência é em todas as infrações penais, exceto as infrações de menor potencial ofensivo. 
** as decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento. (Independência funcional). 
TRAFICO DE DROGAS 
Objeto jurídico é a saúde púbica. É crime comum, portanto pode ser praticado por qualquer pessoa. De perigo abstrato, ou seja, basta que a droga exista. 
Portaria da Anvisa 344/98 
Competência: justiça Estadual >> Só vai para federal se houver a internacionalização, é a exceção. 
· Guardar ter em deposito: flagrante>> enquanto se tem a droga o flagrante pode ser feito a qualquer momento. Ou seja, enquanto o crime estiver se consumando pode ocorrer o flagrante. 
· Adquirir: independente da tradição (entrega) da coisa>> independente se você tem ou não acesso a coisa, já é fato consumado, se você apenas negociar por telefone segundo decisão do STJ. Ex: eu ligo pra um cara e digo “amanhã as 8hrs vou pegar a droga em tal lugar” independente se eu chegar ao local ou não, se eu for presa já será considerado trafico. 
· Importar pequena quantidade de semente de maconha. >> segundo STF não configura crime, pois é atípico. No entanto a 5º turma do STJ diverge, para eles é trafico. 
· Agente policial disfarçado >> se alguém vender droga à policial disfarçado, o policial poderá prendê-lo em flagrante? Com o pacote anticrime, não pois o policial está provocando o crime, ou seja, fato atípico. Sumula 145, STF- Flagrante provocado/ crime impossível>> toda vez que for flagrante provocado será crime impossível. 
· Vender/ ter em deposito guardar>> o sujeito vai poder ser preso em flagrante pelo “ter em deposito ou guardado” se for comprovado que antes de vender essa droga, ela estava guardada.
LEI DE DROGAS 
11.343/06
Objetividade jurídica>> crime contra saúde pública. Ou seja, atinge toda a coletividade. 
Objeto material>> são drogas as substancias ou produtos capazes de causar dependência. 
Está prevista em norma penal branca heterogenia, ou seja, está previsto em um ato infra legal, como é o caso da portaria da Anvisa. Como a lei não especifica os tipos de drogas, sendo uma lei em branco, ai vem a portaria da Anvisa e estipula o que são as drogas para fins penais. 
· Sujeito ativo>> regra geral: crimes de lei de drogas são comuns ou gerais – podem ser praticados por qualquer pessoa. Exceção: art 38 crime próprio, ou seja, pessoas que pode ministrar ou prescrever drogas, porém não é qualquer pessoa, é apenas medico, enfermeiro, ou dentista. 
· Sujeito passivo: trata-se de crime vago. Tem como sujeito passivo um ente destruído de personalidade jurídica > coletividade. 
Não é crime usar droga, mas o fato da droga existir em sua materialidade é crime. 
· Elemento subjetivo> Regra: Dolo. Exceção: art. 38 > prescrever ou ministrar culposamente drogas sem que delas necessite ou fazê-lo em doses excessivas ao paciente. 
· Crime de perigo abstrato>> presunção absoluta>> regra: não importa se é pra uso próprio ou se o cubismo houve dano, o fato da droga existir já gera penalidades (mas deve-se comprar a materialidade). 
Perigo abstrato: exceção >> art 39 considerado crime de perigo concreto>> comprovar que daquela conduta praticada houve um dano. Ex: conduzir uma embarcação após o consumo de drogas e bater a embarcação em uma rocha. 
· Princípio da insignificância>> o tráfico de drogas é incompatível com a aplicação deste princípio. Porém, para o STF em relação ao crime de porte e posse de drogas para consumo pessoal, previsto no art.28 da lei, há divergência sobre o assunto. Mas em sala a professora afirmou em caso de dúvidas, não sabe insignificância de forma alguma, nem em posse, porte e nem em tráfico.
· Elementos do tipo>> sem autorização- se tiver autorização não é crime. Dolo especifico: para consumo pessoal, preparar pequena quantidade. 
· Critérios>> natureza e quantidade da droga, a quantidade não é só o que se leva em consideração. >> local e condição da ação, se for em região de fronteira é trafico na certa. >> circunstancias pessoais e sociais, como o indivíduo é, se possui emprego, e etc. se a pessoa não possuir emprego e estiver cometendo o crime é 33 na certa. >> conduta antecedentes, se tiver antecedentes é 33 na certa também.
· Natureza jurídica>> Despenalização: a conduta continua sendo crime e a resposta estatal continua sendo uma pena, entretanto há o abrandamento da sanção, não havendo privação de liberdade. >> Descriminalização: a conduta deixa de ser crime, opera-se o fenômeno do abolitio criminis.
· Prisão em flagrante>> não cabe no art.28 segundo o art 48, §2º da lei de drogas. 
Art. 48,§ 2º >> pena privativa de liberdade? Não tem! Pode ocorrer a captura, mais a condução a delegacia para assinar termo circunstanciado de ocorrência, isso se houver a falta do juiz. 
· Penas>> poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativamente de acordo com o caso concreto, à luz do princípio da individualização da pena.
>>Advertência sobre os efeitos das drogas
>> Prestação de serviços à comunidade
>> Medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo.
***** Súmula 693, STF - “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativa a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada”.
· Medida coercitivas em caso de descumprimento.>> se o sujeito não cumpre voluntariamente as medidas o juiz poderá submete-lo a admoestação verbal e multa. 
TRAFICO PRIVILEGIADO>> Se o agente é primário, tem bons antecedentes, não integra organização criminosa e não se dedica a atividade ilícita, deve ser reconhecido o tráfico privilegiado. A quantidade e natureza do entorpecente não impedea incidência dessa minorante. Diminui a pena de 1/6 a 2/3, esses são casos de mulas. 
O Supremo Tribunal Federal, no recente julgamento do HC 118.533/MS, firmou entendimento de que apenas as modalidades de tráfico ilícito de drogas definidas no art. 33, caput e § 1°, da Lei nº 11.343/2006 seriam equiparadas aos crimes hediondos, enquanto referido delito na modalidade privilegiada apresentaria contornos mais benignos, menos gravosos, notadamente porque são relevados o envolvimento ocasional do agente com o delito, a não reincidência, a ausência de maus antecedentes e a inexistência de vínculo com organização criminosa. 
· Jurisprudência >> presunção de inocência, o sujeito é inocente até que se prove o contrario 
*É possível que o juiz negue o benefício do § 4o do art. 33 da Lei de Drogas com base no fato de o acusado ser investigado em inquérito policial ou ser réu em outra ação penal que ainda não transitou em julgado? STJ: SIM. É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4o, da Lei n. 11.343/2006.
STF: NÃO. Não se pode negar a aplicação da causa de diminuição pelo tráfico privilegiado, prevista no art. 33, § 4o, da Lei no 11.343/2006, com fundamento no fato de o réu responder a inquéritos policiais ou processos criminais em andamento, mesmo que estejam em fase recursal, sob pena de violação ao art. 5o, LIV (princípio da presunção de não culpabilidade). STF. 1a Turma. HC 173806/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/2/2020 (Info 967).
>> grande quantidade de droga é fundamento para afastar privilegio? 1º Turma do STF: encontramos precedentes afirmando que a grande quantidade de droga pode ser utilizada como circunstância para afastar o benefício. Nesse sentido: não é crível que o réu, surpreendido com mais de 500 kg de maconha, não esteja integrado, de alguma forma, a organização criminosa, circunstância que justifica o afastamento da causa de diminuição prevista no art. 33, §4o, da Lei de Drogas. 2º TURMA STF a quantidade de drogas encontrada não constitui, isoladamente, fundamento idôneo para negar o benefício da redução da pena previsto no art. 33, § 4o, da 16 Lei n. 11.343/2006.
>> Ter ocupação licita por si só gera o benefício? Não! STJ – Ainda que o réu comprove o exercício de atividade profissional lícita, se de forma concomitante ele se dedicava a atividade criminosa, não terá direito a causa especial de diminuição de pena.
· Trafico de maquinários>> O tráfico de maquinário visa proteger a "saúde pública, ameaçada com a possibilidade de a droga ser produzida", ou seja, tipifica-se conduta que pode ser considerada como mero ato preparatório. Portanto, a prática do art. 33, caput, da Lei de Drogas absorve o delito capitulado no art.
· Associação para o tráfico >> pelo menos 2 pessoas; apenas 33, caput, §1º e art.34; associação para a pratica de um único crime ou crimes reiterados. 
· Financiamento ao tráfico>> aqui o que preocupa é quem está por trás, aquele que financia, é um crime próprio. 
Cuidado: não pode praticar conduta de tráfico, ela só pode financiar para entrar nesse artigo 36.
Se o indivíduo financia e pratica o tráfico, ou seja, ele se autofinancia, não se enquadra no art.36 e sim no 33 C/c 40, VII sendo majorante. 
TERRORISMO
LEI. 13.260/16
São normas constitucionais que criam para o legislador infraconstitucional a obrigação de criminalizar lesões a determinados bens jurídicos. 
Conceito>> Art. 2o O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, [1] por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com [2] a finalidade de provocar terror social ou generalizado, [3] expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública.
Cuidado: o crime exige a demonstração de “especial motivo de agir”, de “especial fim de agir” e “exposição à perigo”, conforme caput. Trata-se de crime de perigo concreto.
O crime de terrorismo tem que ser praticado por uma organização terrorista? No Brasil não! O art. 2o é claro ao dizer que o terrorismo pode ser praticado “por um ou mais indivíduos”, não precisando então o agente fazer parte de organização terrorista.
Tipo Subjetivo – é constituído por um elemento geral (dolo) somado ao especial motivo de agir e especial fim de agir. 
Especial motivo de agir- (motivação prevista na lei) que são:
· Xenofobia,
· Discriminação,
· Preconceito
A discriminação e o preconceito estão ligados obrigatoriamente com os elementares: Raça, cor, etnia e religião 
Especial fim de agir – Provocar terror social ou generalizado
 Método terrorista 
· Caráter aleatório (ou indiscriminado de escolha das vítimas); porque gera mais pânico;
· Instrumentalização das vítimas (intimidação massiva); vítimas são usadas como instrumentos para intimidar toda a sociedade;
· Perspectiva de reiteração dos atos; o terrorismo não é crime habitual, 
· Terrorismo e mídia; a mídia tem a obrigação e direito de levar informações, causando um temor nas pessoas.
OBS: Desnecessidade de motivação política, de acordo com a lei brasileira
Crime de Organização Terrorista (ART 3º)
Usa o mesmo conceito de organização criminosa – associação de 4 ou mais pessoas 
Crime de preparação para o terrorismo (Art. 5º)
Crime-obstáculo - é aquele em que o legislador pega um ato preparatório de um crime e o trata como delito autônomo. 
Existe inconstitucionalidade em o legislador punir atos preparatórios?
NÃO. Na verdade, o problema do art. 5o não é punir atos preparatórios, mas a falta de definição legal do que seriam atos preparatórios de terrorismo.
Atos preparatórios de terrorismo previsto e especificados ne lei:
art.1º, parágrafo 1º 
· Combatente terrorista estrangeiro: indivíduos que vão para estado distinto de sua residência com intuito de planejar, preparar ou participar de atos terroristas.
· Treinamento para terrorismo: deve ser compreendido como o fato de dar instruções para a fabricação ou para a utilização de explosivos, armas de fogo ou outras armas ou substâncias nocivas ou perigosas ou para outros métodos e técnicas específicos para pratica do terrorismo 
Crime de Financiamento ao Terrorismo (Art. 6º)
OBS: ART 5° ART 10 - Desistência Voluntária/ Arrependimento Eficaz - Permite-se a desistência voluntária e o arrependimento eficaz durante a preparação do delito.
Ex: Sujeito compra metralhadora no Paraguai para matar venezuelanos. Desiste e se apresenta na delegacia. Não responde pelo ato preparatório do terrorismo, mas por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
OBS: JUIZ NATURAL /investigação – Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos nesta Lei são praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal a investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu processamento e julgamento, nos termos do [inciso IV do art. 109 da Constituição Federal].
LEI DE TORTURA (LEI 9.455/97)
1. Previsão NORMATIVA
· Tratados Internacionais (é a base convencional)
· CF, Art. 5ºIII +XLIII O próprio constituinte cria punição para isso.
· Eca/90 modalidade especifica de tortura 
· Legislador infraconstitucional lei 9.455/97
TORTURA é CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO 
2. Competência
· REGRA - Justiça estadual 
· EXCEÇÃO – justiça federal - se o crime estiver previsto em tratado internacional e dotado de internacionalidade territorial do resultado.
Obs. “Compete à J. Federal processar e julgar os crimes praticados contra/por funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função”.
3. BEM JURÍDICO TUTELADO (pluralidade de bens tutelados) 
· Integridade física e psíquica e também dignidade da pessoa humana
 
4. IMPRESCRITIBILIDADE DOS CRIMES DE TORTURA - ESTATUTO DE ROMA (TPI -tribunal penal internacional) crime contra humanidade.
· Os crimes de competência do TPI não prescrevem
No brasil a duas correntes sobre o assunto:
· 1° CORRENTE» Minoritária - NÃO PRESCREVE. 
· 2º CORRENTE > Majoritária - PRESCREVE (no nosso âmbito interno - a tortura prescreve) no brasil tem prazo prescricional. 
OBS apenas 2 crimes são imprescritíveis no ordenamento jurídico brasileiro: Ração (racismo e ação de grupos armados contra estado democrático) 
CUIDADO - AÇÃO DE indenização por tortura (área civil) ação que busca a reparação de danos em face de crimes de tortura é IMPRESCRITÍVEL. STF, RE 715.268 
5- Crime de tortura 
· Dolo 
· Com fim especifico: de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
· Motivo especifico: em razão de discriminação racial ou religiosa;
· Sujeito ativo 
· No Brasil – crime comum (qualquer pessoa pode praticar)
· Nos Tratados Internacionais – crime próprio (precisa o agente ser funcionário público)
Princípio PRO HOMINE (que mais protege). Neste caso a lei Brasileira é a que mais protege.
· A Consumação é o momento da causação do sofrimento físico/mental;
· A tentativa é admitida porque sendo a tortura um crime plurissubsistente existe a possibilidade de fracionamento da execução.
· Não é obrigatório o exame de corpo de delito, para condenação do crime de tortura.
· Se houver vestígios, deverá ser feito exame de corpo de delito direto, do contrário a prova deverá ser por meio de prova testemunhal/documental 
1 - Tortura-Confissão (pena reclusão de 2 a 8anos).
Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a- Com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; obs. a informação, a declaração ou confissão obtida por meio da tortura será prova ilícita.
2 - Tortura – crime /ART 1: I, B”)
b- Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; (não abrange contravenção penal)
Obs. vítima da tortura, que praticou ação ou omissão criminosa, não responde pelo crime porque é caso de inexigibilidade de conduta diversa
Obs.2 sujeito ativo da tortura (quem praticou) responde pelo crime do art. 1o, I, b, em concurso material com o crime praticado pela vítima da tortura.
3 - Tortura-Preconceito. Art. 1o, I, alínea “c”:
c- Em razão de discriminação racial ou religiosa;
· Tem um especial motivo de agir, a discriminação.
Obs. Homofobia e Transfobia – a decisão do STF abrange somente a Lei 7.716/89, portanto não se aplica à lei de tortura.
4 - Tortura-Castigo, vindicativa, punitiva ou intimatória. Art. 1o, II:
· O crime de tortura é um crime bipróprio, ou seja, exige uma qualidade especial tanto do sujeito ativo (pessoa que tem a guarda, poder ou autoridade) quanto do sujeito passivo (pessoa que está sob a guarda)
· Guarda = é estar sob a assistência de alguém (pai, tutor, curador, babá e cuidador de idoso).
· Autoridade = quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração (art. 5o, Lei n. 4.898/65).
Diferente de maus tratos (art. 136, CP) detenção de 2 meses 1 ano ou multa 
· Fim específico de ensinar algo
5 Figura Equiparada (ART.1º, p.1º), 
· FIM = submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
· Crime próprio porque somente o agente que tem a custódia pode praticar o delito.
· Não exige violência ou grave ameaça;
Exemplo: se o preso for privado de alimentação, responderá o agente por tortura porque praticou ato não previsto em lei.
6 TORTURA - OMISSÃO (art1º p.2º) (pena de - Det. 1 a 4 anos) 
(NÃO É CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO).
§ 2o Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.”
· Sujeito ativo: 
· Qualquer pessoa que tinha o dever de evitar a tortura (crime comum); particulares ou autoridade
· Quem tinha o dever de apurar a conduta (crime funcional) Autoridade publica 
· TORTURA QUALIFICADA 3o Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. (Juiz singular)
· AUMENTO DE PENA
§ 4o AUMENTA-SE a pena de um sexto até um terço:
I - Se o crime for cometido por agente público;
II – Se o crime for cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
III - se o crime for cometido mediante sequestro.
· EFEITO Automático DA CONDENAÇÃO 
§ 5o A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.