Buscar

PATOLOGIAS NAS GESTAÇÃO

Prévia do material em texto

Diabetes 
na 
gravidez
Diabetes gestacional
1. O que é o diabetes gestacional, com que 
frequência ocorre o diabetes gestacional e por 
que esta variação?
2. Quais os fatores de risco para o diabetes 
gestacional e qual o prognóstico de uma gestante 
diabética quanto ao diabetes ao longo da vida?
3. Quais as principais complicações maternas e 
neonatais do diabetes gestacional?
4. Como deve ser a orientação nutricional de uma 
gestante diabética?
Diabetes mellitus
▪ Doença metabólica crônica, caracterizada pela
hiperglicemia
▪ Responsável por elevados índices de
morbimortalidade perinatal (macrossomia e
malformações fetais)
▪ Mellitus: em latim – “doce como mel” – urina
adocicada
Diabetes mellitus
▪ Síndrome de etiologia múltipla
▪ Resulta da falta de insulina e/ou da incapacidade
da insulina de exercer adequadamente seus
efeitos.
▪ Características: hiperglicemia crônica,
frequentemente associada à dislipidemia,
hipertensão arterial e disfunção do endotélio.
Diabetes mellitus na gestação
▪ Diabetes gestacional (diagnosticado
durante a gravidez)
▪ Diabetes pré-gestacional (diabetes prévio
à gravidez: tipo 1, tipo 2 ou outros)
FISIOPATOLOGIA
• Aumento da disponibilidade de glicose para atender 
às necessidades fetais
• A média dos níveis glicêmicos podem estar além do 
normal, mas não o suficiente para ser considerado 
diabetes.
• Quase todas as mulheres têm um certo grau de 
intolerância a glicose durante o período gestacional 
resultado das intensas trocas hormonais.
• Durante o terceiro trimestre, as trocas hormonais na 
gestante favorecem o aparecimento do diabetes 
gestacional
Insulina - hormônio produzido nas células beta
do pâncreas (ilhotas de Langerhans)
FISIOPATOLOGIA
• Geralmente o pâncreas materno é capaz de produzir 
três vezes mais que uma mulher não grávida. No 
entanto, se esse aumento não for o suficiente para 
controlar as trocas hormonais, os níveis glicêmicos 
aumentam resultando no diabetes gestacional.
• A elevação da glicose durante o período gestacional faz 
com que o pâncreas tente diminuí-la aumentando seus 
níveis de insulina.
Diabetes mellitus
Classificação etiológica
▪ Diabetes tipo I: deficiência absoluta de
insulina
▪ Diabetes tipo II: deficiência relativa de
insulina
▪ Diabetes da gravidez: hiperglicemia
diagnosticada na gravidez
Diabetes mellitus
Aumento da prevalência de diabetes nos
USA: 40% em 10 anos
Risco para diabetes ao longo da vida para
indivíduos nascidos em 2000: 33% para
homens e 39% para mulheres
Aumento de diabetes tipo II (“diabesity”) –
relacionado à epidemia de obesidade nos
EUA e outros países
EPIDEMIOLOGIA
• Ocorre em todas as raças, mas comum em negros, 
hispânicos e asiáticos, 
• O Diabetes Gestacional apresenta complicações em 
aproximadamente 0.75 a 5% das gestações,
• Estudos brasileiros, realizado em Pernambuco 
repetiu essa prevalência de aproximadamente 4%.
• Prevalência altamente variável – papel do estilo de 
vida, alimentação, IMC, sedentarismo
• Jiwani et al, 2011: 
▫ 173 países
▫ DMG => prevalência estimada <1% a 28%
• Aumento da obesidade leva ao aumento do DMG 
Retinopatia diabética – exame de fundo de olho
Diabetes mellitus
No Brasil
▪ Prevalência do diabetes gestacional em mulheres
>20 anos no SUS: 7,6%
▪ 94% dos casos apresentando apenas tolerância
diminuída à glicose e seis apresentando hiperglicemia
no nível de diabetes fora da gravidez.
Diabetes mellitus
▪O diabetes pré-gestacional representa 10% das
gestantes com diabetes na gravidez
▪ requer manejo adequado antes mesmo da mulher
engravidar.
Diabetes mellitus
Risco aumentados para a gestante
pré-eclâmpsia, maior ganho ponderal, 
infecções do trato urinário, vulvovaginites,
infecção puerperal e óbito
Diabetes mellitus – riscos aumentados 
para o bebê
Intra útero: Abortamento, polidrâmnio, macrossomia e RN GIG, anomalias 
congênitas, RCIU, óbito fetal
Após o parto: Hipoglicemia, policitemia, hipocalcemia e 
hiperbilirrubinemia, prematuridade, síndrome do desconforto 
respiratório, mortalidade perinatal
*Macrossomia fetal é termo utilizado para definir recém-nascido com peso igual ou superior a
4.000 g independente da idade gestacional.
* A policitemia é uma concentração anormalmente alta de glóbulos vermelhos. Esse distúrbio
pode resultar de pós-maturidade, diabetes na mãe,
Recém-nascido macrossômico
Diabetes mellitus
Consequências na infância e fase 
adulta para filhos de mães diabéticas
Na infância: maior frequência de obesidade
Na vida adulta: maior risco para diabetes tipo 2, com a chance potencial 
de complicações cardiovasculares
Diabetes mellitus
Exposição intrauterina à hiperglicemia 
materna
Hiperinsulinismo 
fetal – aumento 
das células de 
gordura fetais 
Obesidade e 
resistência à 
insulina na infância
Intolerância à 
glicose e 
obesidade na 
idade adulta
Principais fatores de risco para Diabetes mellitus 
gestacional
❖ História prévia de diabetes gestacional.
❖ Diabetes na família com parentesco em 1º grau.
❖ Baixa estatura (< 1,50 m)
❖ Idade superior a 35 anos
Principais fatores de risco para Diabetes mellitus 
gestacional
❖ Obesidade ou grande 
aumento de peso 
durante a gestação
Principais fatores de risco para Diabetes mellitus 
gestacional
Obesidade
síndrome metabólica
em qualquer idade
gestacional
▪ elevados níveis de glicose
▪ hiperinsulinemia
▪ hiperlipidemia
▪ hipertensão
▪ resistência à insulina
Principais fatores de risco para Diabetes mellitus 
gestacional
❖ Síndrome do ovário 
policístico e outras 
doenças que levam ao 
hiperinsulinismo.
❖ Uso de drogas 
hiperglicemiantes: 
corticoides, diuréticos 
tiazídicos.
Principais fatores de risco para Diabetes mellitus 
gestacional
❖ Antecedentes 
obstétricos de morte 
fetal ou neonatal, 
malformação fetal, 
polidrâmnio, 
macrossomia ou 
diabetes gestacional.
❖ Hipertensão arterial 
crônica ou pré-
eclâmpsia na gravidez 
atual, crescimento fetal 
excessivo
Principais fatores de risco para Diabetes 
mellitus gestacional
Rastreamento do diabetes mellitus gestacional
Sintomas clássicos de diabetes: 
❑ poliúria, produção de urina acima de 
2,5 litros por dia
❑ polidipsia, sede excessiva e por causa 
disso acaba ingerindo quantidade 
exagerada de água e outros líquidos.
❑ Polifagia, sentir fome diversas vezes 
ao dia, parece insaciável
❑ perda involuntária de peso 
* (os “4 Ps”) 
Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: 
▪ Fadiga
▪ fraqueza, letargia
▪ prurido cutâneo e vulvar 
▪ infecções de repetição
Rastreamento do diabetes 
mellitus gestacional
Testes laboratoriais
Glicemia de jejum (GJ) – nível de
glicose sanguínea após jejum de 8 a
12 horas.
Teste oral de tolerância à glicose
(TOTG-75 g) 75 g de glicose anidra
(jejum - 60 min -120 min)
Rastreamento do 
diabetes mellitus 
gestacional
Diabetes na gestação - manejo
❖ Pré-natal em unidade de alto risco
❖ Exames laboratoriais: Creatinina sérica e clearence de creatinina,
TSH, Urina tipo I e urocultura, Proteinúria de 24 horas ou
microalbuminúria.
Diabetes na gestação - tratamento
❖ Exames de imagem: ultrassonografia obstétrica no 1º trimestre e US
morfológica, entre 16-20 semanas, ecocardiografia fetal (se suspeita
de malformação)
Diabetes na gestação - tratamento
✓ Controle metabólico adequado – terapia nutricional (baseada nos
mesmos princípios de uma alimentação saudável)
Diabetes na gestação - tratamento
✓ Aconselhamento nutricional obrigatório
Diabetes na gestação - tratamento
✓ Controle do ganho de 
peso
Ganho de peso na gravidez e IMC
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico / Ministério da 
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas 
Estratégicas. – 5. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010.
SÍNDROME HIPERTENSIVA NA 
GRAVIDEZ
Hipertensão arterial
Pressão arterial igual ou maior que 140/90 mmHgbaseada na média de pelo menos duas medidas.
Considera-se pressão sistólica o 1 o ruído
(aparecimento do som) e a pressão diastólica o 5o
ruído de Korotkoff (desaparecimento do som).
A pressão arterial deve ser mensurada com a
gestante sentada, com o braço no mesmo nível do
coração e com um manguito de tamanho
apropriado. Se for consistentemente mais elevada
em um braço, o braço com os maiores valores
deve ser usado para todas as medidas.
CLASSIFICAÇÃO DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS 
DA GRAVIDEZ
A. Hipertensão crônica Observada antes da gravidez, ou antes de
20 semanas de gestação, ou diagnosticada pela primeira vez
durante a gravidez e não se resolve após o parto.
B. Pre-eclâmpsia/eclâmpsia. Hipertensão que ocorre após 20
semanas de gestação (ou antes, em casos de doença
trofoblástica gestacional ou hidrópsia fetal) acompanhada de
proteinúria. Na ausência de proteinúria, a suspeita se
fortalece quando o aumento da pressão aparece
acompanhado por cefaléia, distúrbios visuais, dor abdominal,
plaquetopenia e aumento de enzimas hepáticas
• Proteinúria A proteinúria é definida como a excreção de 0,3 g
de proteínas ou mais em urina de 24 horas ou 1+ ou mais na fita
em uma determinação de amostra única sem evidência de
infecção. Devido à discrepância entre a proteinúria de amostra
única e a proteinúria de 24 horas na pré-eclâmpsia, o
diagnóstico deve ser baseado em uma urina de 24 horas. Outra
alternativa é a relação proteína/creatinina urinária em coleta
única de urina. Nesta técnica, o resultado da divisão do valor da
proteinúria pela creatinina urinária (em mg/dL) ≥ 0,3 tem uma
boa correlação com a proteinúria na urina de 24 horas ≥ 0,3 g.
• Plaquetopenia Menos de 100.000/mm3 , com maior gravidade
quando menor que 50.000/mm3. Elevação de enzimas
hepáticas
• Aspartato aminotransferase (AST, TGO) > 70 U/L, e
• A pré-eclâmpsia é classificada em leve ou grave, de acordo com o 
grau de comprometimento. Considera-se grave quando presente um 
ou mais dos seguintes critérios:
• Pressão arterial diastólica igual/maior que 110 mmHg; 
• Proteinúria igual/maior que 2,0 g em 24 horas; 
• Oligúria (menor que 500 ml/dia, ou 25 ml/hora); 
• Níveis séricos de creatinina maiores que 1,2 mg/dl; 
• Sinais de encefalopatia hipertensiva (cefaléia e distúrbios visuais);
• Sinais de insuficiência cardíaca; 
• Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito; 
• Plaquetopenia (< 100.000/mm3 ); 
• Aumento de enzimas hepáticas (AST ou TGO, ALT ou TGP, DHL 
desidrogenase láctica) e de bilirrubinas; 
• Presença de esquizócitos em esfregaço de sangue periférico; 
• Presença de RCIU (restrição de crescimento intra-uterino) e/ou 
oligohidrâmnio; 
• Evidência clínica e/ou laboratorial de coagulopatia
Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica 
• É o surgimento de pré-eclâmpsia em mulheres com
hipertensão crônica ou doença renal. Nessas
gestantes, essa condição agrava-se e a proteinúria
surge ou piora após a 20a semana de gravidez. Pode
surgir trombocitopenia (plaquetas menor que
100.000/mm³) e ocorrer aumento nas enzimas
hepáticas.
• Hipertensão gestacional sem proteinúria
• hipertensão transitória da gravidez: pressão retorna
ao normal 12 semanas após o parto (diagnóstico
retrospectivo) ou hipertensão crônica se a elevação
persiste 12 semanas após o parto.
Síndrome de HELLP
A Síndrome de HELLP é uma situação que acontece na
gravidez e que é caracterizada por hemólise, que
corresponde à destruição das hemácias, alteração das
enzimas do fígado e diminuição na quantidade de
plaquetas, o que pode colocar em risco tanto a mãe
quanto o bebê.
Essa síndrome normalmente está relacionada com
quadros de pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia, o que pode
dificultar o diagnóstico e atrasar o início do tratamento.
É importante que a Síndrome de HELLP seja identificada e
tratada o quanto antes para evitar complicações como
insuficiência renal, problemas no fígado, edema agudo do
pulmão ou óbito da gestante ou do bebê.
SINTOMAS DA SÍNDROME HELLP
São variados e geralmente aparecem entre a 28ª e a 36ª
semana de gestação, apesar de também poderem surgir no
segundo trimestre de gravidez ou, até mesmo no pós-parto,
sendo os principais:
• Dor perto da boca do estômago;
• Dor de cabeça;
• Alterações na visão;
• Pressão arterial alta;
• Mal-estar geral;
• Náuseas e vômitos;
• Presença de proteína na urina;
• Icterícia, em que a pele e os olhos ficam com uma cor 
mais amarelada.
OBRIGADA!

Continue navegando