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Portfólio Ciclo 2 Corrigido Bases Fisiológicas Dos Movimentos Humanos

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BASES FISIOLÓGICAS DOS MOVIMENTOS HUMANOS 
 
 
 
 
 
ALUNO: Augusto Alexandre Marques Fim 
RA: 8115600 
TUTOR: Eurípedes Barsanulfo Gonçalves Gomide 
 
 
 
 
 
 SERRA, ES – 2022 
1) Explique, com as suas palavras, o que é calorimetria direta e indireta. 
 
Calorimetria direta: resumidamente, é a aferição da taxa metabólica fornecida por conta da atividade de produção de calor. Introduzindo se neste método convém lembrar o entendimento fisiológico celular, no que as células através da respiração e trabalho concedem calor quando do suprimento de energia para o corpo utilizar ao praticar alguma tarefa. 
Para a amplificação desta técnica é utilizado o aparelho conhecido como Calorímetro, que consiste em uma câmara apertada onde o indivíduo é posto, sendo esta câmara isolada do meio externo por água, assim há troca de O2 por CO2 através da câmara. Desse modo, o calor do corpo do indivíduo se eleva e por consequência eleva o da água que contorna a câmara, ao se mensurar a mudança de temperatura por unidade de tempo permite-se o cálculo da produção de calor. 
 
Calorimetria indireta: é um processo mais “econômico” que a calorimetria direta, por não haver necessidade do Calorímetro, pois utiliza-se da relação do O2 gasto em equivalentes de calor para se calcular a taxa metabólica. 
A técnica utilizada é da espirometria de circuito aberto, que em súmula, é a análise de O2 consumido e o CO2 produzido quando na atividade física proposta, prendendo-se o acesso nasal fazendo com que a respiração seja apenas bucal. Existem duas formas de se produzir a espirometria, de forma clássica e computadorizada onde a segunda realiza as medições e cálculos de forma instantâneo, contudo, a primeira ainda é vista como “padrão ouro”. 
 
2) Faça um resumo do sistema anaeróbio alático (ATP-CP), sistema anaeróbio lático (glicólise) e sistema aeróbio. 
 
Sistema anaeróbio alático (ATP-CP): também conhecido como sistema fosfogênico, é a forma mais simples e mais rápida de contribuição de um grupo fosfato e energia de ligação da PC ao ADP formando o ATP, reação esta estimulada pela enzima creatina quinase. Cabe destacar que da mesma forma que o ATP é combalido em ADP + P, ele é ressintetizado pela reação PC. Por causa das células musculares aglomerarem pouco PC, a formação de ATP é limitada. 
Esse sistema fornece energia para exercícios curtos e de alta intensidade. 
 
Sistema anaeróbio lático (Glicólise): através da quebra de glicose ou glicogênio (neste sentido dependendo do substrato haverá diferença no produto bioenergético sendo duas ou três ATP) formando duas moléculas de piruvato ou lactato, que irão envolver uma série de reações acopladas e estimulada por enzimas. A exemplo, quando o substrato for o glicogênio, a reação ocorre com a adição de um ATP e mesmo que o glicogênio dispense a fosforilação pelo ATP, irá ocorrer pelo fosfato inorgânico, gerando duas moléculas de ATP a cada duas reações separadas. Na quebra da glicose, por conseguinte ocorrerá a formação de três ATP. 
 
Sistema aeróbio: ocorre na mitocôndria por duas vias metabólicas, o ciclo de Krebs e a cadeia de transporte de elétrons. O Ciclo de Krebs tem como função primária completar a oxidação de carboidratos, gorduras e proteínas usando NADH+ e FAD como transportadores de hidrogênio, produzindo CO2 e fornecendo elétrons a serem passados pela cadeia de transporte de elétrons que irá fornecer energia para a produção aeróbia de ATP através das enzimas catalizadoras das mitocôndrias. 
A cadeia de transporte de elétrons é a via responsável pela fosforilação oxidativa. Os transportadores de hidrogênio reduzido NADH+ e FADH não reagem com o O2, assim os elétrons removidos dos átomos de hidrogênio passam por uma série de transportadores (citocromos) liberando energia para refosforilar ADP e formar ATP e água. Em síntese, a cadeia de transporte de elétrons fornece energia que impulsiona a produção de ATP na mitocôndria. 
 
3) O que é o consumo de oxigênio pós-exercício (EPOC)? 
 
Durante o exercício físico, há uma demanda maior de oxigênio para suprir as necessidades metabólicas do organismo. Entretanto, logo no início do exercício, essa demanda é maior do que a oferta desse gás. Isso cria um déficit de oxigênio que precisa ser suprido durante o exercício. 
Após o exercício, a demanda de oxigênio não retorna, de imediato, aos níveis de repouso. O consumo de oxigênio permanece elevado durante algum tempo, teoricamente para normalizar algumas funções como respiração, frequência cardíaca e temperatura corporal. Esse consumo excessivo após o término do exercício é conhecido como EPOC – Excess Postexercise Oxygen Consumption 
– ou, em português, “Consumo de Oxigênio Pós-exercício”. 
 
4) Explique com que finalidades o limiar de lactato pode ser utilizado. 
 
O limiar de lactato é a intensidade do exercício em que o lactato (ácido láctico) começa a acumular no sangue. Na corrida, esse é o nível estimado de esforço ou ritmo. Quando um corredor ultrapassa o limiar, a fadiga começa a aumentar a uma velocidade cada vez maior. Para corredores experientes, o limite ocorre a cerca de 90% de sua frequência cardíaca máxima e entre 10k e o ritmo de corrida de meia-maratona. Para corredores comuns, o limiar de lactato ocorre abaixo dos 90% de sua frequência cardíaca máxima. Conhecer seu limiar de lactato pode ajudar você a determinar a intensidade de seu treino ou quando você deve se esforçar mais durante uma corrida. 
Treinar exatamente no limiar irá fazer com que seu corpo aumente a produção de lactato, isso quer dizer que seu corpo começará a ter mais lactato disponível capaz de tamponar mais ácido e aguentar por mais tempo atividades de alta intensidade. Por isso é importante também estar fazendo os testes, para analisar a evolução desse limiar.
Outro benefício em saber o ponto do limiar é para as competições:
· Para dar o sprint final na prova;
· Quanto tempo você aguenta puxar o pelotão em uma prova de bike;
· Quanto tempo você aguenta manter o ritmo em uma subida.
Tudo isso é importante para fazer uma estratégia para competição, saber onde você pode ir além do limiar e onde deve segurar para ter um bom rendimento. Já é possível encontrar suplemento de lactato, ainda não no Brasil, onde o objetivo é aumentar o limiar de lactato. Com mais lactato disponível maior será o tamponamento e maior será o tempo em atividade de alta intensidade.
5) Quais os fatores determinantes da seleção de combustível? Explique, com as suas palavras, cada fator. 
 
Idade, tipo de fibra muscular e disponibilidade de substrato.
· Idade: As crianças apresentam menor concentração de lactato sanguíneo, quando comparadas aos adultos. Por essa razão, quando analisamos as concentrações de lactate das crianças, devemos empregar a terminologia apropriada, de acordo com a faixa etária e o nível de maturação sexual.
· Tipo de fibra muscular: As fibras lentas ou do tipo 1 utilizam melhor o Sistema aeróbio para a produção de energia, quando comparadas com as fibras rápidas ou do tipo 2.
· Disponibilidade de substrato: A quantidade de glicose (ou glicogênio0 e de ácidos graxos interfere no desempenho e na quantidade de lactato sanguíneo formado. Portanto, antes de realizar a análise do lactato sanguíneo, é importante ficar atento à dieta do indivíduo e se este se recuperou dos treinamentos e/ou das competições.
6) Faça um resumo sobre o papel do encéfalo na fadiga induzida pelo exercício. 
 
Um aumento na concentração de serotonina (5-HT) no cérebro, durante o exercício físico intenso e prolongado, está diretamente relacionado a um prejuízo na função do SNC. Com correspondente desenvolvimento da fadiga, e consequente diminuição do desempenho. Entretanto, os fatores que determinam as funções da 5-HT ainda não estão totalmente compreendidos, pois no SNC ela parece depender da localização, ao passo que, na periferia, talvez dependa dos seus níveis de concentração. O principal fator sugerido para o aumento dos níveis da 5-HT é a elevação dos elementos necessários á sua síntesecomo, por exemplo, os níveis de triptofano (TRP). 
 
7) Explique por que o exercício físico melhora a saúde do encéfalo. 
 
Durante a atividade física, o corpo naturalmente produz mais serotonina e endorfina, neurotransmissores relacionados à sensação de bem-estar e que ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade. Isso causa a chamada “estabilização afetiva”, que ajuda a memória e melhora a capacidade de raciocínio rápido. Ao praticar atividades aeróbicas, o corpo libera o fator neuro trófico derivado do cérebro, uma proteína que estimula o crescimento de novas células cerebrais e está relacionada ao aprendizado. Ela também protege o cérebro de possíveis danos. 
 
8) O que é fadiga? Quais os fatores que afetam o processo de fadiga? Quais as causas da fadiga muscular? 
 
A fadiga muscular é uma situação que acontece quando há sobrecarga no músculo, ou seja, quando se faz um esforço físico maior que o normal, resultando em dor muscular, fraqueza e diminuição do desempenho, no caso da atividade física, por exemplo. 
O grau e a causa da fadiga muscular são dependentes da duração, intensidade e natureza dos exercícios, composição do tipo de fibra muscular, nível de condicionamento físico e fatores ambientais como altitude, umidade e temperatura. 
Essa situação é muito comum de acontecer após a realização de atividade física intensa e falta de descanso entre um treino e outro, porém pode acontecer também como consequência da deficiência de minerais, como cálcio, potássio ou magnésio ou ser devido a doenças, como diabetes descompensada ou alterações renais. 
 
9) Quais os tipos de fibras musculares? Quais as suas características? 
 
As fibras musculares podem ser classificadas através de suas características contráteis e metabólicas. São elas: fibras do tipo I (contração lenta) e fibras do tipo IIA e IIB (contração rápida). A classificação em fibras brancas e vermelhas está em desuso porque foi idealizado com base em amostras modificadas por corantes, o que altera a cor original da fibra 
· Fibras do tipo I (Contração lenta - CL): Também denominadas de fibras tônicas, encurtam-se com relativa lentidão e geram energia predominantemente através do metabolismo aeróbico. São mais resistentes à fadiga e bem apropriadas para o exercício aeróbio prolongado e que exijam maior resistência, como corrida em distância, ciclismo ou natação. São encontradas em maiores quantidades nos músculos posturais do corpo, como os músculos das. As fibras são avermelhadas devido ao alto conteúdo de mioglobina no músculo. 
· Fibras do tipo II (contração rápida - CR): Também chamadas de fibras fásicas. Nas fibras deste tipo, a energia é gerada através de processos anaeróbicos para contrações rápidas e vigorosas. São rotuladas como fibras de grande velocidade de encurtamento e altas propriedades. Importantes contribuintes para o sucesso na execução de manobras que exijam contração muscular rápida e forte, como correr em velocidade ou saltar.
Possuem um número reduzido de mitocôndrias, uma capacidade limitada de metabolismo aeróbio e poucos capilares. Esses fatores contribuem para que essas fibras possuam baixa resistência à fadiga, se comparadas com as fibras do tipo I. No entanto, são ricas em enzimas glicolíticas, que proporcionam uma grande capacidade anaeróbia, requerida em atividades que necessitam de uma fonte de energia rápida. Podem ser subdivididas em dois tipos: tipo IIA – fibra que possui características intermediárias (aeróbias e anaeróbias) e tipo IIB – fibra que possui maior potencial anaeróbio do que aeróbio.
10) Faça um resumo, com as suas palavras, sobre como ocorre a regulação da força no músculo. 
 
Todas as células possuem um potencial elétrico em sua membrana, uma bomba eletro gênica, ou seja, que gera uma diferença de potencial entre a parte intra e extracelular. Na parte intracelular encontramos íons de potássio e ânions proteicos, e extracelular é encontrado íons de sódio e cloro. A diferença de concentração destes íons, é ocasionado por um mecanismo que faz com que haja maior entrada de potássio e saída de sódio da célula, a Bomba de Sódio Potássio. Quanto maior a concentração de sódio no meio extracelular, maior será a tendência deste em retornar ao meio intracelular devido a diferença da concentração de gradiente dos meios, e com o decorrer do tempo o equilíbrio retorna. Já o potássio possui maior facilidade de se difundir que o sódio, sendo que existe maior quantidade de canais de potássio, mesmo assim este permanece na célula pelo simples fato da atração sofrida pelos ânions. O potencial de ação é quem dá origem a um fluxo de corrente que aumenta a permeabilidade ao sódio das porções em repouso, que excitam as seguintes e assim por diante, propagando o estímulo como uma nas duas direções e ao longo de toda a membrana. Apenas o sistema muscular e o nervoso têm a capacidade de modificar o potencial de repouso das células, essa variação é chamada de potencial de ação, e se divide em despolarização e repolarização. Na despolarização o estímulo (mecânico, elétrico ou químico) aumenta a permeabilidade da membrana ao sódio, fazendo com que entre para dentro da célula. Se não haver fluxo suficiente para excitação da membrana, a célula irá retornar para o estado de repouso. Porém quando a penetração de sódio consegue alcançar o limiar de excitação da célula, esse desequilíbrio torna seus canais completamente permeáveis a ele. Consequentemente também aumenta a repulsão de cargas negativas. A entrada excessiva de cargas positivas (íons sódio) leva o potencial de repouso, inicialmente negativo, para valores mais positivos. A brusca perda de negatividade interna da célula durante tal processo é que se dá o nome de despolarização. A entrada contínua de sódio torna o interior da célula cada vez mais positivo isto vai freando o influxo por eletrorepulsão. Assim, os canais por onde passa o sódio começam a fechar e os de potássio a abrir. Por ser uma característica inerente à membrana, a bomba de sódio não cessa em nenhum momento. Ao final do potencial de ação as concentrações tendem a permanecer as mesmas de antes (célula pronta para receber novo estímulo). A repolarização surgirá no ponto de origem do estímulo, percorrendo progressivamente a membrana. 
 
 
REFERÊNCIAS: 
Gomide, E.B.C. Bases fisiológicas dos movimentos humanos. Batatais: 
Claretiano, 2015. 
Plowman, S.A.; SMITH, D.L. Fisiologia do exercício para saúde, aptidão e desempenho Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 
Wilmore, J.H.: COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício Barueri: 
Manole, 2010.

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