Buscar

AUTOMEDICAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
UNIFAMINAS – FACULDADE DE MINAS 
BIOMEDICINA 
 
 
 
 
 
 
GABRYELLE AMORIM WERLICK 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OCORRÊNCIA DE AUTOMEDICAÇÃO 
NA POPULAÇÃO DE MURIAÉ-MG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Muriaé - MG 
 2021 
2 
 
 
 
 
UNIFAMINAS – FACULDADE DE MINAS 
BIOMEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABRYELLE AMORIM WERLICK 
 
 
 
 
 
OCORRÊNCIA DE AUTOMEDICAÇÃO 
NA POPULAÇÃO DE MURIAÉ-MG 
 
 
 
 
 
 
Monografia de conclucão de curso 
apresentado ao curso de 
biomedicina, UNIFAMINAS, como 
requisito parcial à obtenção de 
título de Bacharel em Biomedicina. 
Orientador: Profa. Dra. Luciana de 
Andrade Agostinho. 
 
 
 
Muriaé - MG 
2021 
3 
 
 
 
UNIFAMINAS – FACULDADE DE MINAS 
BIOMEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
OCORRÊNCIA DE AUTOMEDICAÇÃO 
NA POPULAÇÃO DE MURIAÉ-MG 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador(a): Profa Dra. Luciana de Andrade Agostinho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Muriaé – MG 
2021 
4 
 
AGRADECIMENTOS 
 
“O que eu faço pelos meus servos é isto: eu lhes dou a vitória.” O Senhor falou.” 
Isaías 54:17 
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida e da sabedoria. Pela 
proteção, saúde, força, perseverança e fé que me proporcionastes para superar 
todas as dificuldades ao longo dessa trajetória e permitir essa vitória. 
Aos meus pais Luis Alberto e Elessandra, que tornaram esse sonho possível, 
por acreditarem em mim, por todos os princípios passados e pelo amor 
incondicional, essa conquista é nossa. 
Aos meus irmãos Luisa, Mikaelle e Luis Gabryel, por me ensinarem muito, pela 
companhia durante essa jornada e, principalmente, para a conclusão desse 
trabalho. 
Ao Matheus, por todo amor, companhia e por nunca medir esforços para me 
ajudar. Por sonhar meus sonhos e tornar tudo possível. 
Aos meus tios Luciumar, Cheila e Elêuza, que são o verdadeiro significado de 
família e que me ensinam tanto, por serem exemplo de caráter, honestidade e 
união. 
Aos meus amados e inesquecíveis avós Velerson e Maria de Lourdes (in 
memoriam), por tudo que fizeram por mim e hoje comemoram do céu essa 
conquista. Vocês estão sempre no meu pensamento e iluminam a minha vida. 
Saudades eternas. 
À Ísis que me acompanhou, me orientou e tornou tudo mais leve. 
Às minhas companheiras de jornada, Naiara e Keytilyn, por caminharmos juntas 
durante esse tempo de muitas lutas, desespero, dificuldades e alegrias. 
À Isabela, pelas aulas marcantes no laboratório, por ter feito parte deste trabalho 
me ajudando e me tranquilizando. Encerro esse ciclo com o coração feliz e 
agradecido por ter a oportunidade de aprender com essa profissional 
excepcional. 
À minha orientadora Luciana, que esteve presente no momento mais difícil, me 
ajudou a continuar e agora faz parte do término desse ciclo muito especial. 
Cumpre seu papel com êxito e é um exemplo de ser humano e profissional. 
Gratidão eterna. 
Aos mestres, principalmente Christiane Mariotini, Emílio Santana e Fernanda 
Mara, por todos os ensinamentos. Vocês marcaram essa fase muito importante 
pra mim e são espelhos da profissional que serei. 
Por fim, agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram com a 
realização deste sonho. 
5 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1- Absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME) dos fármacos
 ......................................................................................................................... 16 
Figura 2- Principais sintomas que levaram à automedicação em 2018 ........... 19 
Figura 3 - Os medicamentos mais consumidos por conta própria pelos brasileiros
 ......................................................................................................................... 20 
Figura 4 – Porcentagem de participantes que realizaram compra de 
medicamentos sem receita médica....................................................................25 
Figura 5 – Ocasião que ocorre a compra de medicamentos ............................ 28 
Figura 6 – Motivações para a automedicação .................................................. 29 
Figura 7 – Fármacos utilizados para a automedicação......................................31 
Figura 8 - Sintomas que levaram à 
automedicação...................................................................................................35 
Figura 9 – Conteúdo digital com o objetivo de conscientização da prática de 
automedicação...................................................................................................39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Sexo, idade e grau de escolaridade dos participantes.....................24 
Tabela 2 - Última vez que realizou automedicação e tempo de uso.................36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 9 
2. OBJETIVOS .......................................................................................... 11 
 2.1 Objetivo geral ........................................................................................ 11 
 2.2 Objetivo específico ............................................................................... 11 
 3. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ........................................................... 12 
 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 14 
 4.1 Toxicologia social...................................................................................14 
 4.2 Toxicoepidemiologia..............................................................................14 
 4.3 Fármacos, farmacocinética e farmacodinâmica....................................15 
 4.4 Efeitos indesejáveis dos fármacos........................................................17 
 4.5 Interações medicamentosas.................................................................18 
 4.6 Principais medicamentos utilizados para a automedicação..................18 
 4.7 Intoxicação por automedicação.............................................................20 
 4.8 Critérios para a automedicação.............................................................21 
 5. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................23 
 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................24 
 7. CONCLUSÃO..........................................................................................40 
 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................41 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
RESUMO 
O alto consumo de medicamentos, sobretudo no cenário atual, nos leva 
considerar e discutir os riscos que os fármacos podem nos trazer, pois mesmo 
tendo benefícios, podem ocorrer efeitos adversos, complicações e até a morte, 
principalmente quando utilizados sem recomendação médica. Levando em conta 
que os medicamentos tem um alto consumo com o intuito de aliviar sintomas e 
tratar doenças, ele pode mascarar enfermidades e adiar o diagnóstico e o 
tratamento correto. Dessa forma, realizamos uma pesquisa epidemiológica 
entrevistando 54 indivíduos de ambos os sexos, na faixa-etária de 18 a 65 anos 
para avaliar a porcentagem de adeptos à prática de automedicação na cidade 
de Muriaé-MG. Ainda, com o objetivo de educação em saúde, foi criado um 
conteúdo digital informativo, visto que a rede social tem um nível de alcance 
muito alto em pouco tempo, permitindo a divulgação dos perigos da 
automedicação à população. Como resultados vimos que a grande maioria dos 
entrevistados pertencem ao sexo feminino, na faixa-etáriade 18 a 25 anos e com 
ensino superior incompleto, 94% dos respondentes já se automedicaram, 
31,37% relataram ter feito uso de medicamentos que necessitavam de 
prescrição médica. Além disso, a grande maioria (55%) faz uso quando sente 
alguma dor/incômodo e faz aquisição do medicamento quando o que tem em 
casa acaba. Em caso de dúvidas sobre qual fármaco utilizar, realizam pesquisa 
antes de comprar, principalmente com médicos e internet, além de 
lerem/seguirem a bula. Os medicamentos mais utilizados foram para tratar 
gripe/resfriados. Em relação aos efeitos colaterais, apenas 3,92% relataram ter 
vivenciado. A prática da automedicação é um hábito que envolve, 
principalmente, o uso de medicamentos isentos de prescrição, logo os usuários 
devem ficar atentos aos possíveis riscos. 
PALAVRAS-CHAVE: Automedicação, medicamento, toxicologia social, efeitos 
colaterais. 
 
9 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O medicamento possui um papel importante na melhora da qualidade de vida 
e expectativa de vida da população, visto que traz benefícios à saúde. Ainda 
assim, o seu uso indevido pode gerar consequências para o indivíduo, para a 
população e sistema de saúde, sendo definido como um problema global e de 
interesse para a saúde pública. Isso intensifica a necessidade e a oportunidade 
de pesquisas sobre o consumo e a qualidade do uso de medicamentos. 
(MOREIRA, et al., 2020) 
 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50% de todos os 
medicamentos são prescritos de forma incorreta, dispensados e vendidos e mais 
de 50% dos pacientes fazem o uso incorreto. Países em desenvolvimento 
possuem uma situação ainda pior, menos de 40% dos pacientes do setor público 
e menos de 30% do setor privado sendo tratado de acordo com as diretrizes 
clínicas. (BRASIL, 2012) 
 Os medicamentos sem retenção de receita, que são os medicamentos de 
tarja vermelha, estão cada vez mais disponíveis e com mais facilidade de 
aquisição. Os medicamentos que não precisam de prescrição (MIP) fazem com 
que o índice de automedicação aumente e, devido ao uso irracional, os efeitos 
tóxicos também. (SOTERIO; DOS SANTOS, 2016) 
 O termo “automedicação” é caracterizado pela decisão de um indivíduo ou de 
seu responsável de adquirir ou utilizar um produto que trará melhoria no 
tratamento de doenças ou alívio de sintomas sem a prescrição, que pode ser 
dada pelo médico ou odontólogo. A prática da automedicação pode ocorrer pelo 
compartilhamento dos medicamentos com pessoas próximas, utilização de 
medicamentos que restaram de uma antiga prescrição, aquisição do produto 
sem prescrição e prolongamento do tratamento indicado na receita. (SECOLI, et 
al., 2018) 
 O principal efeito do fármaco é alterar funções corporais com o intuito de 
eliminar os sintomas causados pela doença do paciente. Além disso, o fármaco 
pode provocar os efeitos adversos que podem desencadear queixas, doenças 
ou até levar à óbito. Outro aspecto importante é que a automedicação pode 
10 
 
mascarar diagnósticos na fase inicial de doenças, retardando a melhora de 
sintomas e desfocando toda a terapêutica. (LULLMANN, HEINZ. et al., 2017) 
 Embora as intoxicações sejam frequentes, poucos são os estudos que 
avaliam o uso irracional de medicamentos, que pode ser prevenido. As agências 
reguladoras, juntamente com os profissionais da saúde podem atuar na 
educação e conscientização populacional, bem como no controle das 
propagandas e divulgação dos medicamentos, evitando promessas milagrosas 
e incentivos quanto ao seu uso indiscriminado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo geral 
O objetivo deste estudo é promover um levantamento sobre a prática da 
automedicação na população de Muriaé-MG e alertar a população sobre os 
perigos desta. 
 
2.2 Objetivo específico 
1) Realizar um estudo epidemiológico qualitativo e quantitativo, por meio da 
elaboração de um questionário, que será aplicado em indivíduos 
residentes na cidade de Muriaé-MG. 
2) Organizar os dados estatisticamente e, posteriormente, confrontar com os 
dados presentes da literatura. 
3) Gerar conteúdo digital para informar a população sobre os riscos da 
automedicação.
12 
 
3. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA 
 
 
 Para que o uso do fármaco seja correto é preciso seguir três princípios: 
medicamento certo, na dose certa e na hora certa, seguindo a posologia prescrita. A 
posologia adequada faz com que a concentração plasmática da droga seja contínua 
dentro da janela terapêutica (RISCADO, 2014). A farmacocinética do princípio ativo 
irá caracterizar a posologia do fármaco. Vários fatores são levados em consideração 
na indicação da posologia, como a forma farmacêutica, a dose indicada, o intervalo 
entre as doses e a via de administração, podendo ser oral, dérmica, respiratória, 
intramuscular, intravenosa e subcutânea. (OGA, SEIZI. et al., 2008) 
 Alguns especialistas consideram a automedicação como forma comum de 
autocuidado, porém, essa prática pode ser altamente perigosa a nível individual e 
coletiva, principalmente pelo fato de que todo medicamento causa danos ao 
organismo. Para que os danos sejam diminuídos, o ideal seria que a utilização do 
medicamento acontecesse após a prescrição de um profissional qualificado, seja ele 
médico, dentista ou farmacêutico. Visto que são necessários conhecimentos em 
farmacologia, bioquímica, fisiologia, patologia, microbiologia e interação 
medicamentosa. (SILVA, et al., 2014) 
 O grande número de medicamentos utilizados sem a orientação médica, é 
indicado como o principal agente tóxico responsável pelas intoxicações humanas 
registradas no país e, quase sempre, os indivíduos que fazem uso não conhecem os 
malefícios que pode causar (LESSA, et al., 2008). De acordo com o Sistema 
Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), no período de 2010 a 
2017 foram registrados 6.756 casos de intoxicação devido a automedicação. 
(SINITOX) 
 O indivíduo que realiza a automedicação está exposto ao risco de ter um retardo 
no diagnóstico ou diagnóstico ineficaz, devido ao mascaramento dos sintomas, 
favorecendo o agravamento da patologia. A escolha inadequada do medicamento, 
administração incorreta, dosagem inadequada e uso reduzido ou prologado do 
medicamento, favorecendo a dependência, ocorrências de efeitos colaterais graves, 
o não conhecimento das interações medicamentosas, alergias, intoxicações, 
armazenamento incorreto e uso do medicamento após a validade são fatores 
relevantes para a toxicologia social. Os efeitos indesejados influenciam 
13 
 
consideravelmente nos custos despendidos com saúde, além de impactar a vida 
humana. (MATOS et al., 2018). 
 A internet possui um papel significativo no incentivo ao uso irracional de 
medicamentos. Castiel e Vasconcellos-Silva demonstram esta preocupação com a 
seguinte indagação: “Como lidar com a possibilidade de estímulo à automedicação 
e a suposta proliferação de “cybercondríacos?”. Ainda não existe resposta para essa 
pergunta, mas as disponibilidades trazidas pelas farmácias online e pelos anúncios 
na internet, facilitam a compra de medicamentos de todos os tipos sem prescrição e, 
consequentemente, contribui com a automedicação. (SOUZA, et al., 2008). 
 Neste contexto, em dezembro de 2019 foi descoberto em Wuhan – China, o início 
de um surto de pneumonia de causa desconhecida. Logo a etiologia da doença foi 
identificada, um novo coronavírus denominado Severe acute respiratory syndrome 
coronavirus 2 (SARS-CoV-2). Alguns medicamentos se tornaram alvos de 
discussões, principalmente a Hidroxicloroquina, Cloroquina, Ivermectina e 
Azitromicina. Muitos indivíduos começaram a se automedicar, buscando uma 
solução rápida e fácil para conter a doença ou até mesmo preveni-la, além de serem 
influenciados por ideologias. Com isso, observou-se maior número de buscas viainternet por esses medicamentos e a escassez deles no mercado, intoxicações e até 
mesmo morte. (GUIMARÃES; CARVALHO, 2020) 
 Cientes que a população está exposta ao grande número de informações e ao 
uso da internet, justifica-se a realização deste estudo, onde compreendemos que a 
medicação pode trazer benefícios, mas que se utilizada de forma inadequada pode 
ser tóxica, expondo o paciente a riscos e reações indesejadas e perigosas. 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
4.1 Toxicologia social 
 
 A toxicologia social estuda os efeitos indesejados causados pelo uso não curativo 
de drogas ou medicamentos e o uso de fármacos de maneira diferente do que se 
apresenta na descrição, prolongando ou encurtando o tempo de consumo, alteração 
da dose e método de administração (OGA, SEIZI. et al., 2008). Essa área engloba 
elementos ilícitos e lícitos e qualquer tipo de exposição e possui o intuito de prevenir, 
diagnosticar e tratar os casos de intoxicações. É possível estudar os efeitos das 
drogas, identificar a consumação de drogas e, assim, possibilitar a escolha das 
medidas corretas para que não aconteça a dependência de drogas (RESOLUÇÃO 
Nº 135, 2007). A toxicologia está entre as 36 áreas de habilitações da Biomedicina, 
onde o profissional habilitado estuda os efeitos adversos das substâncias com 
caráter tóxico através de análises físicas, químicas e biológicas, realizam os exames 
para diagnóstico e estudos clínicos e experimentais. (CRBM – 5º REGIÃO, 2019) 
 
4.2 Toxicoepidemiologia 
 
 O elevado número de intoxicações medicamentosas no Brasil se caracteriza por 
diversos motivos, um deles é a grande disponibilidade de fármacos presentes no 
mercado varejista que não garantem segurança e eficácia. Além disso, existe uma 
carência de fiscalização e controle por parte de autoridades, o que leva ao uso 
inadequado de medicamentos, devido a isso, existe uma facilidade de consumo, e 
essa alta aquisição no Brasil, o torna o 5º país dentre os maiores consumidores de 
medicamentos. (NUNES, et al., 2017) 
 De acordo com Centro de Informações Toxicológicas (CIT), no Brasil, entre 2000 
e 2019, foram registrados 390.832 atendimentos devido a exposição de agentes 
tóxicos. Dentre esses números, se encontra a condição de exposição, sendo, não 
intencional, intencional e outros, como: abstinência, automedicação, prescrição 
inadequada e uso indevido (CIT, 2019). Segundo a SINITOX, entre 2000 e 2017 
foram registrados 492.127 casos de intoxicação medicamentosa, sendo 14.191 
casos devido à automedicação. (SINITOX) 
15 
 
 A Anvisa foi criada em 1999, com o intuito de proteger e promover a saúde, 
viabilizando a segurança sanitária (GOVERNO DO BRASIL, 2021). É a principal 
responsável na prevenção com a estratégia de agir principalmente na educação, 
desde os pacientes leigos até os profissionais da saúde. Juntamente com o 
Ministério da Saúde, a Anvisa procura meios legais para reforçar a fiscalização e a 
circulação das propagandas medicamentosas, intervindo com o objetivo de garantir 
que os pacientes estejam cientes de que todo medicamento possui contraindicação 
e interação medicamentosa (GOMES, 2012). Além disso, o SINITOX recebe 
notificações sobre intoxicações medicamentosas, em que é possível ter 
conhecimento sobre quais os locais mais decorrentes, idade, gênero e através de 
qual substância ocorreu a intoxicação (FIOCRUZ, 2009). A desvantagem é que os 
dados contidos são somente de notificações, o que não possibilita ter uma ideia clara 
de quantos casos realmente acontecem, visto que muitas pessoas não têm 
conhecimento dos efeitos adversos e isso pode passar despercebido e, 
consequentemente, não acontece a notificação. (NUNES, et al., 2017) 
4.3 Fármacos, farmacocinética e farmacodinâmica 
 
 Devido a estudos realizados, os fármacos já possuem estrutura química 
conhecida e seus efeitos colaterais também já foram descritos. A finalidade dos 
fármacos é promover um efeito benéfico para o organismo, como alívio dos sintomas 
e diminuição da dor. Porém, dependendo de como for o uso, pode causar o efeito 
contrário, tendo caráter tóxico. Os medicamentos são elaborados e fornecidos com 
o objetivo terapêutico. Para isso, é necessário seguir normas e protocolos, instituídos 
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) durante a fabricação e é 
necessário fiscalizar todo o processo. Até que os medicamentos cheguem às 
drogarias e farmácias, eles passam por um processo industrial para atingir o estado, 
tamanho, estabilidade e a forma correta, para que isso aconteça, é preciso que tenha 
a presença do fármaco ou uma associação destes para que todo esse processo seja 
realizado de forma eficiente e ter como resultado o medicamento pretendido. 
(TAVEIRA; GUIMARÃES, 2014) A farmacocinética compreende os processos de 
absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME) (Figura 1). Este processo 
tem grande relevância sobre o efeito farmacológico no organismo, pelo fato de que 
as fases de ADME influenciam na concentração e o tempo consumido pelas 
moléculas do fármaco em seu local de ação e, com isso, interferem na quantidade 
16 
 
de fármaco livre alcançará seus receptores (PEREIRA, 2007). Para que aconteça o 
efeito do medicamento, ele precisa ser absorvido, distribuído até seu alvo antes de 
sofrer metabolização ou excreção. Em qualquer instante o fármaco livre pode ser 
encontrado equilibrado com os reservatórios teciduais, as proteínas e o sítio-alvo 
(receptores), apenas uma parte do fármaco consegue interagir com os receptores 
específicos e resultar na resposta farmacológica. É possível observar o metabolismo 
de um fármaco e notar os metabólitos ativos e inativos resultantes; os ativos, no 
entanto, podem realizar efeito farmacológico sobre os receptores-alvo ou sobre 
outros receptores. (GOLAN et al., 2014) 
 
 
Figura 1- Absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME) dos fármacos. 
Fonte: GOLAN et al., 2014. 
 
 O processo de disposição de toxicantes no organismo pode sofrer influência de 
diversos fatores, pode acontecer de não haver a absorção, acontecer de o toxicante 
depositar em tecido de armazenamento ou pode sofrer redução da toxicidade devido 
ao metabolismo. Essa separação das etapas de ADME serve como entendimento 
por ser bastante didático, visto que no organismo esses processos acontecem todos 
ao mesmo tempo. (JUNQUEIRA, et al., 2018). A farmacodinâmica é caracterizada 
pelos efeitos que o fármaco causa no organismo que pode ser quantificado pela 
concentração e a resposta do organismo em relação à dose. O que se espera é que 
essa relação tenha vínculo com à ligação fármaco-receptor, o que acontece em 
muitas combinações de nossa espécie. A resposta a um fármaco vai de acordo com 
a concentração de sítio alvos ligados. Vários receptores de fármacos podem ser 
caracterizados em dois estados de conformação: estado ativo e estado inativo. 
17 
 
Muitos fármacos atuam ligando esses receptores e interferem nas chances destes 
se encontrarem em uma dessas conformações. As propriedades farmacológicas são 
baseadas em seus efeitos sobre a situação dos receptores cognatos. Quando há a 
ligação do fármaco ao receptor e acontece a conformação ativa, este é nomeado 
agonista; enquanto um fármaco que bloqueia a ativação do receptor é denominado 
antagonista. Existem fármacos que não se adequam em nenhuma das duas 
categorias, são os agonistas parciais e os agonistas inversos. A janela terapêutica é 
um limiar de concentração do fármaco, que produz o efeito esperado (benéfico) sem 
se tornar tóxico em uma população. É preciso muita cautela ao administrar fármacos 
com uma janela terapêutica pequena, porque pode haver rápida alteração 
plasmática; é preciso que a dose seja efetiva sem alcançar a toxicidade. (GOLAN et 
al., 2014) 
4.4 Efeitos indesejáveis dos fármacos 
 
 O efeito adverso refere-sea qualquer efeito maléfico ou não desejável que ocorre 
após a administração do fármaco nas doses geralmente utilizadas no ser humano 
para a prevenção, diagnóstico ou tratamento de patologias ou sintomas. 
Normalmente esses efeitos são leves, mas podem acontecer complicações e até 
mesmo levar a pessoa a óbito (FONTELES, 2009). Paracelso no século XVI afirmou: 
“Todas as substâncias são tóxicas. Não há nenhuma que não seja tóxica. A dose 
estabelece a diferença entre um tóxico e um medicamento”. Isso nos traz a referência 
sobre a concentração do fármaco, porém, os efeitos dos fármacos variam, podendo 
ser de maior ou menor gravidade e ser mais frequente ou não. (GOVERNO DE SÃO 
PAULO) 
 A variabilidade genética individual tem influência sob a capacidade de interação 
medicamentosa e dos efeitos adversos causados no organismo. Ou seja, em uma 
determinada população, respostas incomuns a medicamentos podem acontecer 
devido a um polimorfismo genético de enzimas que participam do processo de 
metabolização. Esse processo faz a conversão de fármacos em metabólitos que são 
mais solúveis e, com isso, são secretados com mais facilidade ou pode fazer essa 
conversão ocorrer em pró-fármacos, fazendo com que fiquem terapeuticamente 
ativos ou acarretar o aparecimento de metabólitos tóxicos. (PÊSSOA, et al., 2006) 
18 
 
 É importante a avaliação dos riscos que o medicamento traz antes de utilizá-lo, 
visto que os benefícios precisam ser maiores que os riscos. Por exemplo, para quem 
se encontra com uma infecção grave, a dor de barriga é um efeito adverso aceitável; 
mas não é aceitável para quem está com dor de cabeça. Há estudos que mostram 
que de 3 a 6% das internações em hospitais são decorrentes de efeitos adversos de 
medicamentos, o que causa grande preocupação. (SCHENKEL, 1991) 
4.5 Interações medicamentosas 
 
 Os fármacos desencadeiam a ação farmacológica. Já no medicamento o fármaco 
se encontra juntamente com ingredientes auxiliares na formulação. O medicamento 
é a combinação das substâncias em uma determinada dose e na forma farmacêutica 
particular. As características destes representam as propriedades químicas, físicas 
e biofarmacêuticas que interferem no uso. A administração de medicamentos e os 
efeitos que geram se alteram de acordo com a situação que o paciente se apresenta, 
como doenças e metabolismo. A resposta da terapêutica varia de acordo com fatores 
externos, como a alimentação, uso de substâncias e medicamentos. A interação não 
é apenas medicamentosa, mas sim entre qualquer exposição que o paciente esteja 
submetido. No entanto, pode acontecer a interação entre a patologia contida no 
indivíduo e o medicamento administrado, chamada de interação medicamento-
enfermidade. Além disso, as interações medicamentosas podem ser do tipo 
medicamento-alimento, medicamento-teste diagnóstico, medicamento-substância 
química e medicamento-medicamento. Existem dados que mostram que 
aproximadamente 6,5% das internações em hospitais aconteçam devido a 
interações medicamentosa. Em teoria, essas interações são evitáveis porque as 
interações são pouco percebidas e, consequentemente, não são constadas. Em 
contrapartida, isso ocorre devido à falta de percepção juntamente com a baixa 
divulgação dessas situações. (FUCHS; WANNMACHER, 2017) 
4.6 Principais medicamentos usados para a automedicação 
 
 O Brasil está entre os países que mais consomem medicamentos no mundo, 
tendo aproximadamente uma farmácia para cada 3.300 habitantes. Essa 
disponibilidade de farmácias facilita a compra de medicamentos que, 
consequentemente, aumenta o consumo de medicamentos pela população. 
19 
 
Especialistas acreditam que esse grande consumo é relativo com a dificuldade de 
acesso aos serviços de saúde, ao costume da população em fazer a automedicação 
e pela facilidade de aquisição de medicamentos sem a prescrição médica. Segundo 
a Organização Mundial da Saúde (OMS), metade dos usuários de medicamentos 
fazem o uso de forma inadequada. De acordo com a ANVISA, o uso irracional de 
fármacos, facilitado pela grande disponibilidade no comércio, expõe as pessoas a 
riscos e até a morte. Geralmente os sintomas decorrentes da automedicação são 
infecção respiratória, dor de cabeça, má digestão (Figura 2). Enquanto os 
medicamentos mais utilizados no Brasil são: anticoncepcionais, analgésicos, 
descongestionantes nasais, antiinflamatórios e alguns antibióticos que podem ser 
comprados sem prescrição e sem orientação médica (Figura 3). A ANVISA tem o 
entendimento e a preocupação com esse cenário e, para isso, tem o objetivo de fazer 
a promoção sobre a utilização segura e correta dos medicamentos comercializados 
através de alertas à população, frisando os riscos de efeitos indesejáveis que as 
substâncias ou fármacos podem causar. (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE; 
MUSIAL, et al., 2007) 
 
 
Figura 2 - Principais sintomas que levaram à automedicação em 2018. 
Fonte: Pesquisa – Automedicação no Brasil (2018) (ictq.com.br) 
 
https://ictq.com.br/pesquisa-do-ictq/871-pesquisa-automedicacao-no-brasil-2018
20 
 
 
Figura 3 - Os medicamentos mais consumidos por conta própria pelos brasileiros. 
Fonte: https://www.ictq.com.br/pesquisa-do-ictq/871-pesquisaautomedicacao-no-brasil-
2018. 
 
4.7 Intoxicação por automedicação 
 
 A substância capaz de causar dano ao organismo, modificando uma função e 
levar à morte é denominada toxicante. De acordo com a National Academy of 
Sciences, o efeito tem caráter nocivo quando apresenta alterações da capacidade e 
da funcionalidade do organismo em compensar uma nova sobrecarga, ou acontece 
a diminuição da capacidade do organismo de se manter em homeostase devido a 
uma longa exposição ao fármaco. Isso aumenta as chances aos efeitos adversos. 
(OGA, et al., 2008) De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-
Farmacológicas (SINITOX), entre 2010 e 2017, houve 224.808 casos de intoxicação 
no Brasil, entre eles, 623 óbitos e 153 pessoas que adquiriram sequelas. Os 
principais sintomas de intoxicação medicamentosa são: convulsões, vômitos, 
diarreia, sonolência, queimação no estomago e boca, mudança na cor dos lábios, 
suor excessivo, perda de equilíbrio, dispneia, confusão mental, paralisia e perda de 
consciência. (Drauzio Varella; SINITOX). Quando o indivíduo está intoxicado e vai 
para emergência, é necessária uma conduta diferente e uma boa relação entre o 
médico e o paciente, para que haja uma comunicação eficiente, em que devem ser 
descritos os tipos de agentes tóxicos, quantidades e o tempo. A descontaminação 
deve ser realizada o quanto antes, podendo ser por meio de indução ao vômito, 
sonda nasogástrica ou lavagem do conteúdo gástrico, carvão ativado e laxantes. A 
https://www.ictq.com.br/pesquisa-do-ictq/871-pesquisaautomedicacao-no-brasil-2018
https://www.ictq.com.br/pesquisa-do-ictq/871-pesquisaautomedicacao-no-brasil-2018
21 
 
diurese forçada e alcalinização da urina, hemólise e hemoperfusão ou antídoto e 
antagonistas são procedimentos mais específicos e que precisam ser feitos com 
mais cautela. O exame físico auxilia significativamente no diagnóstico juntamente 
com o resultado do exame de dosagem sérica da substância, proporcionando a 
gravidade da intoxicação. É imprescindível ter o conhecimento do contexto detalhado 
e saber lidar com a situação de maneira humana. (SILVA; COSTA, 2018) 
4.8 Critérios para a automedicação 
 
 A prescrição médica muitas vezes é substituída por sugestões de medicamentos 
de pessoas mais próximas não autorizadas e até mesmo balconistas em farmácia. 
Outro meio comum de automedicação é através da reutilização de antigas receitas, 
mesmo não tendo indicação para o uso contínuo. 
 Segundo PELICIONI (2005), a automedicação responsável pode representar 
economia para o indivíduo e para o sistema de saúde, porque evita o acúmulo de 
pessoas nos serviços em saúde. Por outro lado, a automedicaçãonão adequada 
tende a aumentar os efeitos indesejados e interferir em patologias já existentes, 
podendo mascarar o diagnóstico ou a condição real do indivíduo e piorar o estado 
de saúde (MATOS, et al., 2018). Para minimizar a automedicação, é importante 
promover educação para saúde, tendo como objetivo informar a sociedade sobre os 
riscos que o uso inadequado pode trazer e orientar sobre o uso racional. Isso é 
importante e, ao longo tempo, pode diminuir o índice de automedicação e, 
consequentemente, o número de intoxicações. (SOTERIO, 2016) 
 A divulgação científica é essencial para que a população tenha conhecimento 
sobre a ciência e o quanto ela é presente no dia a dia. No entanto, é importante que 
o marketing com conteúdo sobre medicamentos seja produzido e publicado pelas 
empresas da área de saúde, proporcionando informações comerciais e, quando são 
mostradas com autoridades influentes, possuem um maior impacto. O biomédico, 
sendo um agente de saúde e podendo atuar à nível de saúde pública pode engajar-
se neste sentido. Além disso, pelo grande alcance em pouco tempo, a mídia possui 
um papel muito importante na disseminação de informações. Com isso, pode ser 
uma grande influenciadora de consciência social ou, até mesmo, inconsciência 
(muitas vezes vista através das Fake News). Ou seja, todo o conteúdo postado tem 
22 
 
uma resposta, seja ela influenciando à automedicação ou a medicação responsável 
prescrita. (LIMA, 2016) 
 
23 
 
5. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 Foi realizado um estudo quantitativo e qualitativo, durante o mês de agosto de 
2021, por meio de um questionário autoaplicável (de forma online), baseado no 
questionário utilizado no “Estudo comparativo do uso da automedicação entre 
universitários da área da saúde e universitários de outras áreas não relacionados à 
saúde na universidade de Marília-SP”, publicado pela Brazilian Journal of Surgery 
and Clinical Research – BJSCR e no questionário usado na pesquisa “A influência 
do marketing de conteúdo feito por empresas de saúde na automedicação”, trabalho 
apresentado ao Centro Universitário de Brasília. Ambos foram adaptados para a 
pesquisa em questão (questionário disponível em anexo 1), contendo 19 perguntas, 
sendo elas: perguntas de múltipla escolha e mistas (combinação de perguntas 
fechadas e abertas). Os critérios de inclusão para a aplicação do questionário foram: 
pessoas de ambos os sexos na faixa-etária de 18 a 65 anos da cidade de Muriaé-
MG. 
 De acordo com as respostas obtidas, foi realizada uma análise do número de 
pessoas e o motivo da automedicação dos participantes e, com isso, foi possível 
obter uma comparação com os achados na literatura. Os dados obtidos foram 
tabelados, graficados e organizados estatisticamente no programa Excel. É 
importante ressaltar que este trabalho foi submetido a Plataforma Brasil e aprovado 
(CAAE 48044221.4.0000.5105). 
 Por fim, enquanto agentes promotores de saúde, foi elaborado um informativo 
digital para alertar a população sobre o perigo da automedicação. Este informativo 
será divulgado através das redes sociais com o intuito de atingir o máximo de 
pessoas possíveis. 
 
24 
 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que tenha uma 
farmácia para cada 10 mil habitantes. No Brasil, existem 3,3 farmácias para cada 10 
mil habitantes (DOMINGUES, et al., 2015). Essa grande disponibilidade de farmácias 
torna cada vez mais fácil a aquisição de medicamentos de forma irracional, tornando 
o Brasil um dos países recordistas em automedicação. (SOARES, 2019) 
 Neste trabalho, realizamos a aplicação de um questionário online com o objetivo 
de avaliar a automedicação dos participantes, assim como a presença de efeitos 
indesejados e quais foram eles. Voluntariaram-se 54 pessoas residentes em Muriaé-
MG, na faixa-etária de 18 a 65 anos, visto que é um intervalo onde ocorre maior taxa 
de automedicação, pois é considerada maior independência dos indivíduos. 
Ressaltando que indivíduos com idade inferior a 18 anos podem ser influenciado 
pelos pais e maiores de 65 anos possuem maiores chances de sofrerem influência. 
(MENDES, 2010) 
 As primeiras questões abordadas no questionário foram para avaliar o perfil dos 
participantes. De acordo com a tabela 1, podemos observar que a maioria dos 
respondentes são do sexo feminino (78%), encontram-se faixa-etária de 18 a 25 
anos e possuem ensino superior incompleto (Tabela 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEXO 
Feminino 74% 
Masculino 26% 
IDADE 
Entre 18 a 25 anos 37,03% 
Entre 25 a 30 anos 9,25% 
Entre 30 a 35 anos 12,96% 
Entre 35 a 40 anos 16,66% 
Entre 40 a 45 anos 11,11% 
Entre 45 a 50 anos 3,70% 
Entre 50 a 55 anos 1,85% 
Entre 55 a 60 anos 
Entre 60 a 65 anos 
 5,55% 
 1,85% 
GRAU DE ESCOLARIDADE 
Ensino fundamental completo 3,70% 
Ensino médio completo 18,51% 
Ensino superior incompleto 
Ensino superior completo 
40,74% 
37,03% 
Tabela 2 - Sexo, idade e grau de escolaridade dos participantes. 
Fonte: dados da pesquisa. 
25 
 
 Com isso, analisamos a porcentagem de participantes que praticaram a 
automedicação, e o resultado mostrou que 94% dos participantes declararam ter 
praticado (Figura 4). 
 
Figura 4 - Porcentagem de participantes que realizaram compra de medicamentos sem 
receita médica, onde 94% realizaram a automedicação e 6% não são adeptos à prática de 
automedicação. 
Fonte: dados da pesquisa. 
 
 Em 2014, o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) relatou que 76,4% 
da população brasileira consome medicamentos por conta própria. (BISPO, et al., 
2017). Nesse contexto, segundo ARRAIS (2016) e BERTOLDI (2004), foi constatado 
que a automedicação é predominante no sexo feminino, podendo ser devido à dores 
mais frequentes, principalmente durante o período menstrual, gestacional e 
menopausa. Esse alto índice está diretamente relacionado com o uso de 
anticoncepcional, visto que muitas mulheres fazem uso sem orientação médica. 
Além disso, as mulheres tendem a ser mais preocupadas com a saúde e se sujeitam 
mais vezes aos serviços de saúde e, por isso, elas ficam mais expostas ao uso de 
medicamentos. 
 De acordo com os dados obtidos, a faixa-etária com o maior índice de 
automedicação foi entre 18 e 25 anos, esse número tem relação com o perfil dos 
participantes desta pesquisa que são, em sua maioria, estudantes. CORDEIRO 
(2017) relatou que a predominância do consumo de medicamentos por mulheres 
nessa faixa-etária se justifica devido a maioria estar se graduando na área da saúde; 
94%
6%
26 
 
CUNHA (2019) defende que a educação proporciona um suporte para a 
automedicação, vista como bem sucedida. Ou seja, um maior grau de entendimento 
é um fator que aumenta a probabilidade do indivíduo se automedicar, visto que é 
preciso conhecer o sintoma, uma medicação e uma dose adequada para a 
assistência da automedicação mais segura. Enquanto DOMINGUES (2017) destaca 
o baixo nível de prevalência de consumo de medicamentos sem prescrição por 
adultos com a idade mais avançada (50 a 65 anos), devido o maior uso dos serviços 
de saúde. Esse dado se mostra próximo do que foi obtido nessa pesquisa, onde 4% 
dos que não são adeptos à prática de automedicação, pertencem a faixa-etária de 
55 a 65 anos. 
 O maior índice de automedicação se encontra em indivíduos que possuem ensino 
superior incompleto, seguido de indivíduos com ensino superior completo. Segundo 
PINHEIRO (2013), isso se deve ao fato de que geralmente existe um maior contato 
com o Sistema de Saúde ou até mesmo contato com meios terapêuticos anteriores, 
o que traz uma maior confiança para se automedicar. 
 Destes 94%, 31,37% relataram comprar medicamentos que necessitavam 
receita. DOMINGUES (2017), observou em sua pesquisa que metade dos 
medicamentos utilizados precisavam de prescrição médica, sendoque 1/5 precisam 
de receita médica de controle especial. Com as respostas obtidas por ele, foi possível 
observar que os respondentes conseguiram adquirir por meio do SUS, pelo 
Programa Farmácia Popular do Brasil e compra realizada em farmácias. Vale 
ressaltar que para aquisição de medicamentos nestes locais é necessário a 
apresentação da receita médica. No Brasil, dados mostram que 35% dos 
medicamentos adquiridos são através da automedicação, sendo 44,1% necessária 
a apresentação de receita. (ROCHA, 2014) 
 As farmácias são essenciais para fazer a ligação entre o medicamento e o 
comprador e, consequentemente, possuem um papel considerável em relação à 
automedicação. Muitas vezes os balconistas são os prescritores e atuam 
possibilitando o uso inadequado, gerando prejuízo à população, visto que essa 
prática faz com que os serviços de saúde sejam cada vez menos procurados. 
(VITOR, 2008) 
 
27 
 
 Deste modo, podemos considerar o Projeto de Lei nº 3923 de 2004: 
 “Fornecimento de medicamentos sem receita 
médica. 
Art.281 A. Vender, entregar ou fornecer a 
qualquer título medicamentos sem receita 
médica, quando exigida. 
Pena – detenção de 3 (três) meses a 1(um) ano. 
Parágrafo único. Na mesma pena incide quem 
vende, entrega ou fornece a qualquer título 
medicamentos, mediante apresentação de 
receita que não atenda aos requisitos 
regulamentares.” 
(CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2004) 
 
 Neste contexto, foi questionado quando ocorre a compra de medicamentos: a 
maioria relatou comprar quando sente alguma dor/incômodo 55%, quando o remédio 
que tem em casa acaba 24% ou somente quando o médico prescreve 21% (Figura 
5). 
 
Figura 5 - Ocasião que ocorre a compra de medicamentos. 
Fonte: dados da pesquisa. 
Somente quando o 
médico prescreve
21%
Quando sente 
alguma 
dor/incômodo
55%
Quando o 
remédio que 
tem em casa 
acaba
24%
28 
 
 
 Este resultado nos mostra que as pessoas tem tendência a realizar compra de 
medicamentos quando há presença de alguns sintomas, mas procuram médico para 
casos especiais (LIMA, 2016). O grande armazenamento de medicamentos em casa 
é alarmante, visto que também é um fator que contribui para a automedicação, 
tornando mais fácil uma possível confusão entre fármacos e maior risco de 
intoxicação. (PEREIRA, 2008) 
 Foi questionado a motivação da compra de medicamentos sem receita médica, 
onde 61% dos participantes afirmaram comprar medicamentos que já usaram e 
conhecem, 22% diz ter informações suficientes sobre medicamentos para comprá-
los, 11% pesquisa sintomas antes de comprar o medicamento e 6% atribui a compra 
sem receita à demora no atendimento no sistema de saúde (Figura 6). 
 
Figura 6 - Motivações para a automedicação. 
Fonte: dados da pesquisa. 
 
 De acordo com os dados obtidos, podemos ver que a maioria dos 
participantes (61%) realizaram a compra de medicamentos que já fez uso e que 
conhece. No entanto, foi questionado se os participantes se basearam em receitas 
antigas e 55% relataram ter baseado em suas próprias receitas antigas, enquanto 
11% relataram ter embasado em receitas antigas de pessoas próximas. O costume 
6%
22%
61%
11%
Demora no atendimento no Sistema de Saúde
Tenho informações suficientes sobre medicamentos para comprá-los
Compro medicamentos que já usei e conheço
Pesquiso sobre os sintomas antes de comprar o medicamento
29 
 
de armazenar medicamento e prescrições de consultas passadas também influencia 
a prática, especialmente em pessoas mais próximas, visto que existe a crença de 
que se um medicamento específico e a dosagem foi benéfica para uma pessoa, trará 
benefícios para as outras também, deste modo, os comentários circulam e se tornam 
um meio de verificação para os efeitos dos fármacos. Esse comportamento oferece 
prejuízos à sociedade pois possibilita a ingestão acidental, baixa eficiência devido ao 
armazenamento inapropriado e troca de medicamentos. (HERNANDEZ, 2019) 
 Dos participantes da pesquisa, 22% relataram ter informações suficientes 
sobre medicamentos para comprá-los, isso pode ser justificado devido aos 
respondentes terem, em sua maioria, ensino superior incompleto (são universitários). 
De acordo com GAMA (2017), a motivação dos estudantes de usar medicamentos 
sem receita, é o fato deles acreditarem que não é necessário passar por consulta 
médica devido à baixa complexidade da patologia. A automedicação é fortemente 
influenciada pela autoconfiança dos estudantes, automedicação anterior “bem 
sucedida” e a crença de que as experiências obtidas durante a graduação são 
suficientes para a seleção correta do medicamento para o quadro clínico. 
 Aqui, 11% dos respondentes relataram pesquisar os sintomas antes de 
comprar o medicamento. Com isso, também foi questionado a quem recorrem para 
sanar dúvidas sobre o medicamento. Então, foi visto que 47% relataram sanar 
dúvidas com o médico, 41% na internet e 12% com amigos e parentes. O médico 
trabalha exercendo um papel entre a indústria farmacêutica e o usuário, 
proporcionando a receita. Normalmente, acontece a participação do 
farmacêutico/balconista como mediador da compra, que possui influência sobre a 
compra (SOUZA, 2013). Segundo LIMA (2016) entre o médico e o 
farmacêutico/balconista entra o “Dr. Google”, o que torna mais comum o 
autodiagnóstico. Isso reforça a necessidade de que é preciso, cada vez mais, que a 
população tenha acesso a informações seguras. 
 Por fim, 79,62% dos participantes relataram ter lido/seguido a bula. A mesma 
segue as normas legais, inclusive a Lei Federal n. 8078/90, que tem o intuito de 
informar de maneira clara todos os detalhes que o fármaco possui, inclusive efeitos 
adversos e detalhes sobre a quantidade. Essa linguagem de fácil entendimento não 
é por acaso, tem o objetivo de combater o uso irracional de medicamentos, visto que 
30 
 
tende informar sobre o uso correto e sua importância. No Brasil, de acordo com a 
SINITOX, 50% dos medicamentos comercializados são consumidos de forma 
indevida. (SANTOS, 2019) 
 A demora no atendimento no Sistema de saúde também foi relatada por 6% dos 
participantes. Segundo NAVES (2010), foi justificado a demora no atendimento no 
sistema de saúde, má qualidade e grande número de pessoas. A procura de serviços 
de saúde acontece em situações que esperam ser de rápida resolução e não é isso 
que acontece. Esse empecilho contribui para que os pacientes procurem o meio mais 
fácil de se beneficiarem: acessando as farmácias. No entanto, 64% dos 
respondentes relataram ter recebido conselhos não solicitados na farmácia pelo 
farmacêutico. Os balconistas agem como prescritores possibilitando a 
automedicação e esse comportamento influencia a resistência da população em 
relação ao sistema de saúde e, assim, fazem a substituição pelo fácil acesso ao 
medicamento nas farmácias. (VITOR, 2008) 
 Neste contexto, foram analisados os medicamentos usados pelos participantes, 
sendo possível ter mais de uma opção de medicamentos utilizados. A predominância 
foi uso de remédios para resfriado e gripes (80,39%), seguido de 
analgésicos/antitérmicos (78,43%), xaropes para tosse, antialérgicos e anti-
histamínicos (74,50%), anti-inflamatórios (68,62%), 
descongestionantes/vasoconstritores (35,29%), corticoides nasais (sprays) 
(27,45%), antibióticos (25,49%), contraceptivos orais (21,56%), gotas otológicas 
(13,72%), corticoides sistêmicos (via oral) (11,76%), antiasmáticos (3,92%), outros 
(11,76%) (Figura 7). 
31 
 
 
Figura 7 - Fármacos usados para automedicação. 
Fonte: dados da pesquisa. 
 O inverno é a principal estação do ano em que os problemas respiratórios se 
tornam mais incidentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca 
de 3,3 milhões de pessoas tenham complicações devido à gripe anualmente, isso 
acontece devido ao desenvolvimento de vírus e bactérias.Além da piora de alergias 
respiratórias, aumento da poluição ambiental, mudanças climáticas, ar seco e o uso 
de cobertas e casacos guardados há muito tempo (PORTAL FIOCRUZ). Em relação 
a alta porcentagem referente aos remédios para resfriados/gripes encontrada nesta 
pesquisa, pode ser que esse número tenha se apresentado elevado devido a época 
do ano que foi aplicado o questionário, visto que é a estação com maior índice de 
resfriado e gripes. Não foi achado estudo que tivesse esse mesmo perfil como 
predominância, mas sim sendo o segundo grupo de medicamentos mais consumidos 
(TARLEY, 2018). É interessante salientar que esse número é influenciado pela 
facilidade de aquisição, visto que não possuem necessidade de apresentação de 
receita médica e existe uma vasta disponibilidade dos mesmos no mercado (MATOS, 
2018). No entanto, seu uso indiscriminado pode provocar sonolência, cefaleia, 
tontura, vômitos, alterações cardíacas, tremores e distúrbios neuropsíquicos. 
(GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ) 
 O alto nível de uso de analgésicos/antitérmicos indica a alta prevalência de dor 
na população, o que nos leva acreditar que seja devido às respostas em relação aos 
acontecimentos diários (ARRAIS, 2016). O uso exacerbado destes fármacos pode 
fazer com que a cefaleia se torne crônica (COSTA, 2016). Este medicamento usado 
80.39%
78.43%
74.50%
74.50%
68.62%
35.29%
27.45%
25.49%
21.56%
13.72%
11.76%
11.76%
3.92%
Remédios para resfriado/gripes
Analgésicos/antitérmicos
Xaropes para tosse
Antialérgicos/anti-histamínicos
Anti-inflamatórios
Descongestionantes/vasoconstritores
Corticoides nasais (sprays)
Antibióticos
Contraceptivos orais
Gotas otológicas
Corticoides sistêmicos (via oral)
Outros
Antiasmáticos
32 
 
para o tratamento da dor, é o mesmo utilizado para o tratamento de febre de doenças 
virais/bacterianas/inflamatórias. O uso irracional de medicamentos proporciona 
perigos para a saúde do indivíduo, como enfermidades e mascaramento de doenças, 
o que atrasa o diagnóstico inicial, a melhora dos sintomas desfoca toda a terapêutica. 
(SILVA, 2020; COSTA, 2016) 
 Em relação ao uso de xarope para tosse, TARLEY (2018) mostrou uma 
prevalência de 82,2% dos usuários da área da saúde e 77,7% de indivíduos de 
outras áreas, em que observou que o uso por conta própria acontece, geralmente, 
em casos de doenças autolimitadas, descartando o uso de antibióticos. No entanto, 
o uso de xaropes para tosse, desde que seja feito com responsabilidade, poderia 
aliviar os sintomas. Em contrapartida, o uso irregular pode acarretar alterações no 
funcionamento normal cardíaco, reações alérgicas, sonolência, distúrbio de atenção 
e mascaramento de tuberculose e câncer. (NEGRI, 2017) 
 Os antialérgicos ou anti-histamínicos são bastante utilizados e receitados em 
casos de alergias agudas, visto que estes atuam inibindo a ação da histamina e, 
consequentemente, inibindo a vermelhidão, lesões, coceira e calor. Em 
contrapartida, são considerados sedantes, dificultam a concentração e proporcionam 
cefaleia. (OLIVERA, 2021; OLIVEIRA, 2020; VALLE, 2017) 
 Os anti-inflamatórios são utilizados em casos de inflamação, caracterizados por 
mudanças na vascularização, se apresentando com dor, calor, rubor e vermelhidão. 
Esses fármacos tem o intuito de conter e reverter esse processo inflamatório de 
forma rápida e eficaz. O uso crônico dos AINES pode resultar em lesões, erosões e 
úlceras no estômago e/ou duodeno devido a alteração na mucosa digestiva, além de 
problemas cardíacos e renais. (LIMA, 2018; VIEIRA, 2017) 
 Geralmente pacientes que possuem rinite, tem como sintoma a obstrução da 
cavidade nasal, causando uma resistência nasal e, consequentemente, esses 
indivíduos são os que mais consumem vasoconstritores. Essa obstrução nasal 
acontece devido ao aumento de muco que altera a ventilação nasal, esses 
medicamentos atuam aliviando o incômodo através da vasoconstrição. Esse 
fenômeno pode fazer a constrição de vários vasos sanguíneos podendo levar 
arritmias cardíacas, hipertensão arterial e alterar a função de células do sistema 
imunológico, como os granulócitos. (FERNANDES, 2017) 
33 
 
 Ainda neste contexto, os corticoides nasais são também utilizados nos casos de 
rinite alérgica e não alérgicas, rinossinusite e polipose nasal. A ação deste fármaco 
acontece devido a ativação intracelular dos receptores de glicocorticoides. A ação 
tende a ser demorada (torno de 12h) e os efeitos indesejados são leves, sendo 
sangramento e irritação nasal. (JÚNIOR, 2013) 
 A aquisição de antibióticos por conta própria reflete a flexibilidade das farmácias 
em disponibilizar o produto sem a necessidade de apresentação da receita médica. 
O uso exacerbado e indiscriminado colabora com a resistência bacteriana. (MAUÉS, 
2020; OLIVEIRA, 2021) 
 Os anticoncepcionais orais utilizados por 21,56% das participantes, é um método 
com um alto índice de sucesso e eficácia, mas os efeitos colaterais e modo de uso 
são poucos discutidos, são fármacos que possuem elevados efeitos colaterais a 
curto e longo prazo, além do mau uso trazer ineficiência no efeito. O uso precoce 
pode aumentar os fatores de risco e doenças sistêmicas. Os que possuem 
combinações com o estrogênio exógeno pode permitir a retenção de água de sódio, 
além de estimular a disfunção endotelial que facilitam o AVC, trombose venosa 
profunda e tromboembolismo pulmonar, visto que esses medicamentos conseguem 
alterar o sistema hemostático. (OLIVEIRA, 2021) 
Semelhante aos dados que encontramos, em GALATO (2012), 23,6% das mulheres 
relataram tomar anticoncepcional por conta própria, no entanto, praticamente 
metade delas tinham alguma contraindicação para uso. 
 Alguns autores como TARLEY (2018) e SILVA (2014) obtiveram dados constando 
uso de gotas otológicas, mas é um assunto pouco abordado na literatura. BALBANI 
(2004) questionou sobre a venda livre desse tipo de fármaco, relatando que o uso 
irracional tende a aumentar e, mesmo que pareçam inofensivos, também possuem 
seus efeitos adversos, principalmente em pacientes com perfuração timpânica que 
estão ainda mais expostos a toxicidade do medicamento. 
 Os corticoides possuem ação anti-inflamatória e imunossupressora, são feitos 
através do cortisol, portanto, é um derivado sintético. Atua diretamente com o 
hormônio aldosterona, influenciando o equilíbrio eletrolítico e do sódio. A exposição 
prolongada a medicamentos desse caráter pode provocar hipertensão, fratura óssea, 
catarata, náusea, vômito, problemas gastrointestinais e cardíacos. (VIANA, 2020) 
34 
 
 A asma é uma doença crônica inflamatória das vias aéreas ocasionada por vários 
fatores, é marcada pela presença de obstrução e alteração das vias aéreas e 
hiperresponsividade brônquica, causando dispneia, tosse, aperto no peito, sibilos e 
broncoespamos. Para o tratamento, são utilizados broncodilatadores e anti-
inflamatórios, no entanto, existe uma parcela da população que evoluí para a asma 
crônica severa onde não respondem ao tratamento e, por isso, há um elevado índice 
de óbito. Geralmente, os efeitos indesejáveis estão mais presentes quando acontece 
a administração oral, sendo possível observar tremores de extremidades e 
taquicardia (LIMA, 2009; ARAÚJO, 2016). 
 A frase utilizada nos comerciais de medicamentos: “Ao persistirem os sintomas o 
médico deverá ser consultado” estimula o uso irracional, contribuindo para a procura 
médica somente se os sintomas permanecerem. Esse e tantos outros exemplos 
estimulam a prática de automedicação, além de ressaltarem os benefícios e pouco 
discutir sobre a possibilidade de efeitos indesejados. Essa propagando é ainda mais 
perigosa via internet, pois acontece o compartilhamento de informação ainda menos 
explicativa, afirmando apenas o lado benéfico. (ROCHA, 2014) 
 Referente aos sintomas e/ou doenças apresentados pelos participantesque 
levaram à automedicação, 83,35% dos participantes relataram resfriado/gripe, 
74,50% dor de cabeça, 60,11% alergias, 56,86% infecções/inflamações de garganta, 
42,59% febre, 33,33% sinusite, 31,37% relataram rinite, 11,11% lesões de pele, 
9,25% infecções/inflamações de ouvido, 9,25% refluxo, 5,55% doenças pulmonares 
e 3,70% doenças de cabeça ou pescoço (Figura 8). 
35 
 
 
Figura 8 - Sintomas que levaram à automedicação. 
Fonte: dados da pesquisa. 
 
Os sintomas que os participantes acreditavam ter e que levaram a 
automedicação, a maioria são doenças autolimitadas, o que explica o uso apenas 
para o alívio dos sintomas e da qualidade de vida destes indivíduos. Porém, o dado 
obtido é alarmante, visto que a maioria dos participantes se automedicaram. Ainda, 
outro fato preocupante, é o uso de antibióticos sem receita médica, que é um perigo 
para a automedicação, visto que pode acarretar resistência bacteriana. (TARLEY, 
2018; TEIXEIRA, 2019) 
 De 51 participantes, 2 pessoas relataram ter tido efeitos indesejáveis: uma sentiu 
apenas enjoo, a outra sentiu enjoo, dor de cabeça e queda de pressão. Uma terceira 
pessoa relatou que não houve melhora dos sintomas. No entanto, não foi possível 
concluir qual o fármaco que causou os efeitos e a dosagem, visto que os 
participantes relataram ter feito uso de diversos medicamentos. Geralmente, os 
efeitos adversos são leves e esperados, não é necessário realizar tratamento e nem 
parar o uso para que eles acabem. Embora as pessoas que realizam tratamento por 
conta própria estão expostas ao risco de gerar novos efeitos adversos, acontecendo, 
assim o efeito cascata. Apesar de serem leves, não podem ser ignorados, visto que 
afetam o bem-estar do indivíduo e contribuem significativamente para o uso correto 
e a confiança de quem fez a prescrição. (SOUSA, 2018) 
82.35%
74.50%
60.11%
56.86%
42.59%
33.33%
31.37%
14.81%
11.11%
9.25%
9.25%
5.55%
3.70%
Resfriado/gripe
Dor de cabeça
Alergias
Infecções/inflamações de garganta
Febre
Sinusite
Rinite
Outros
Lesões de pele
Infecções/inflamações de ouvido
Refluxo
Doenças pulmonares
Doenças de cabeça ou pescoço
36 
 
 Nesse cenário, foi questionado qual foi a última vez que os respondentes se 
automedicaram e por quanto tempo fez uso da medicação (Tabela 2). 
ÚLTIMA VEZ DE MEDICAÇÃO SEM PRESCRIÇÃO 
Há menos de uma semana 25,92% 
Entre uma a duas semanas 16,66% 
Entre três a quatro semanas 9,25% 
Um mês atrás 15,68% 
Outro 31,37% 
TEMPO DE USO DA MEDICAÇÃO 
1 dia 
 
2 dias 
 
3 a 5 dias 
 
Mais de 5 dias 
25,92% 
 
9,25% 
 
39,21% 
 
23,52% 
Tabela 3 - Última vez que realizou automedicação e qual o tempo de uso. 
Fonte: dados da pesquisa. 
 
 Em relação a última consulta médica, 3,92% relataram ter sido há menos de 
uma semana, 17,64% entre uma semana a um mês, 27,45% entre um e três meses 
atrás e, por fim, 50,98% há mais de três meses. O intervalo entre a ocorrência da 
automedicação em relação a última consulta médica é discrepante, o que confirma 
a automedicação. Em relação ao período de uso dos medicamentos, é 
imprescindível que haja uma receita médica, visto que os tratamentos prescritos têm 
embasamento em estudos científicos, quando ocorre a automedicação, o tratamento 
é afetado, porque em muitos casos o tratamento é abandonado devido a persistência 
dos sintomas ou até mesmo resolução destes e os efeitos colaterais. O não 
cumprimento do período de uso faz com que o indivíduo não tenha sua saúde 
restabelecida. (NASCIMENTO; FILHO, 2015) 
 Diante do que foi mencionado e os perigos que a prática de automedicação 
causa, devemos reforçar o quanto pode ser maléfico o uso indevido de 
medicamentos. De acordo com FERREIRA (2013), a automedicação dos 
barbitúricos, benzodiazepínicos e antidepressivos, principalmente quando utilizados 
37 
 
de forma combinada, tem como finalidade suicídio. O que reforça o pensamento de 
Paracelso, ainda no século XVI: “A diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. 
(GOVERNO DE SÃO PAULO) 
 De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), a automedicação pode 
levar até 10 milhões de pessoas à óbito até 2050 em todo mundo. Além de afetar a 
economia, visto que existe uma previsão de que até 2030 a resistência 
antimicrobiana afete 24 milhões de pessoas, onerando o sistema de saúde. Nesse 
cenário, não existirá antibióticos eficientes e haverá altos índices de mortes por 
casos leves e no setor da economia, haverá perda de produtividade e fatores mais 
agravantes que atingirá toda a população. Essa situação é alarmante para a saúde 
pública, principalmente ao que se refere ao SUS, terá o aumento de consultas, 
exames, diagnósticos, novas prescrições e internações, isso leva a contratação de 
novos profissionais e novos leitos. No Brasil, 40 a 60% das doenças infecciosas se 
apresentam resistentes aos medicamentos e, pelo menos 700 mil pessoas morrem 
devido a isso. (SOARES, 2019; OLIVEIRA, 2020) 
 Os fármacos sofrem biotransformação antes de serem secretados, isso impede 
que fiquem por tempo ilimitado no organismo. A metabolização é dividida em fase 1 
(oxidação, redução e hidrólise) e fase 2 (conjugação), tendo o fígado como órgão 
protagonista neste processo, proporcionando a otimização da farmacocinética dos 
variados compostos (PEREIRA, 2007). Durante a pandemia pelo novo Coronavírus, 
ainda neste ano, o Hospital das Clínicas da Unicamp diagnosticou o primeiro caso 
de hepatite medicamentosa devido ao ‘kit covid’, composto por hidroxicloroquina, 
azitromicina e ivermectina. Vale ressaltar que pesquisas já confirmaram que estes 
medicamentos não possuem eficácia em relação ao coronavírus, mas os mesmos 
foram apontados, principalmente nas redes sociais, sendo eficientes para o 
tratamento precoce. (OLÍMPIO, 2021; GOLAN., et al., 2014). Ainda, neste contexto, 
um estudo realizado na Nigéria constatou que a ivermectina reduz a contagem e 
motilidade dos espermatozoides, além de proporcionar alterações morfológicas. 
(ESTADO DE MINAS, 2021) 
 Diante de tantas incertezas provenientes da pandemia, muitas pessoas 
procuraram se automedicar por se sentirem mais seguras quanto a infecção pelo 
coronavírus. Assim, observou-se intensa procura de suplementos alimentares, 
38 
 
medicamentos antiparasitários e até mesmo antibiótico. Obviamente, sabemos que 
os medicamentos são benéficos à saúde desde que sejam prescritos corretamente 
para a doença apresentada e utilizados da forma correta, o uso de medicamentos 
por contra própria e receitados de forma incorreta pode trazer prejuízos ao indivíduo. 
(SOUZA, et al., 2021) 
 Visto isso, as mídias sociais são poderosas quanto a popularização de conteúdos 
na internet, facilitando a chegada das informações para as pessoas leigas e 
abrangendo várias pessoas de todas as idades, ressaltando que grande parte da 
sociedade possui alguma rede social. Nesse cenário, o Instagram é um dos 
aplicativos mais usados, se apresentando como foco de muitas empresas para 
divulgação, visto que tem um alcance considerável no quesito propagação de 
conteúdo e informações. (NEVES; COUTINHO, 2016) 
 Através deste estudo foi possível observar o grande conteúdo na literatura 
discutindo os perigos da automedicação, mesmo assim, é necessário sempre 
reforçar esse assunto e alertar a população dos malefícios do uso irracional de 
medicamentos. Para isso, criamos um conteúdo digital (Figura 9) com o objetivo de 
informar a população destes riscos, que muitas vezes são desconhecidos. Desse 
modo, estaremos colaborando com a chegada dessas informações a diferentes 
públicos, para que com o tempo as pessoas estejam mais conscientes sobre o 
problema da automedicação. 
39 
 
 
 
 
Figura 9 - Conteúdo digital com o objetivo de conscientização da prática de automedicação. 
40 
 
7. CONCLUSÃO 
 
 Através deste estudo pode-se concluir que a maioria daspessoas são adeptos à 
prática de automedicação, estando expostas a possíveis reações adversas e 
complicações que o medicamento pode trazer. A grande maioria fez aquisição do 
produto sem a apresentação de prescrição médica e uma parte considerável dos 
participantes conseguiram realizar a compra de medicamentos que possuem venda 
livre proibida. É importante salientar que a dificuldade de atendimento no sistema 
de saúde é um fator que contribui para que as pessoas procurem um caminho mais 
fácil para obtenção de medicamentos e os meios de comunicação podem contribuir 
para a conscientização e promoção da saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Governo do Brasil. 2021. 
Disponível em: <https://www.gov.br/pt-br/orgaos/agencia-nacional-de-vigilancia-
sanitaria>. Acesso em: 07 set. 2021. 
 ARAÚJO, Bruna Costa Tavares. Estudo da dispensação de antiasmáticos em 
uma farmácia comunitária no interior da Paraíba. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Graduação) - Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande, PB. 2016. 
Disponível em: <http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/9488/1/ 
PDF%20-%20Bruna%20Costa%20Tavares%20Ara%C3%BAjo.pdf>. Acesso em: 18 
set. 2021. 
 ARRAIS, Paulo Sérgio Dourado., et al. Prevalência da automedicação no Brasil e 
fatores associados. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 50 (supl. 2), p. 1-11, 2016. 
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rsp/a/PNCVwkVMbZYwHvKN9b4ZxRh/? 
lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 07 set. 2021. 
 BALBANI, Aracy Pereira; DUARTE, Jurandir Godoy; MONTOVANI, Jair Cortez. 
Análise retrospectiva da toxicidade de gotas otológicas, medicamentos tópicos 
nasais e orofaríngeos registrada na grande São Paulo. Revista da Associação 
Médica Brasileira. São Paulo, v.50, p.433-438, 2004. Disponível em: 
<https://www.scielo.br/j/ramb/a/XGg6zDVQww3PCwyKBp4npSj/abstract/?lang=pt>. 
Acesso em: 18 set. 2021. 
 BERTOLDI, Andréa Dâmaso., et al. Utilização de medicamentos em adultos: 
prevalência e determinantes individuais. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 38, 
n. 2, p. 228-38, 2004. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rsp/a/3DXpLSFjqy4nf 
VytbK6TZ6G/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 07 set. 2021. 
 BISPO, Naiara Santos., et al. Automedicação: solução ou problema?. XVI SEPA 
- Seminário Estudantil de Produção Acadêmica, UNIFACS, 2017. Disponível em: 
<https://revistas.unifacs.br/index.php/sepa/article/view/4899/3484>. Acesso em: 07 
set. 2021. 
 Brasil. Ministério da saúde. Secretaria de ciência, Tecnologia e Insumos 
Estratégicos. Uso racional de Medicamentos: Temas Selecionados / Ministério da 
Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos – Brasília: 
https://www.gov.br/pt-br/orgaos/agencia-nacional-de-vigilancia-sanitaria
https://www.gov.br/pt-br/orgaos/agencia-nacional-de-vigilancia-sanitaria
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/9488/1/%20PDF%20-%20Bruna%20Costa%20Tavares%20Ara%C3%BAjo.pdf
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/9488/1/%20PDF%20-%20Bruna%20Costa%20Tavares%20Ara%C3%BAjo.pdf
https://www.scielo.br/j/rsp/a/PNCVwkVMbZYwHvKN9b4ZxRh/?%20lang=pt&format=pdf
https://www.scielo.br/j/rsp/a/PNCVwkVMbZYwHvKN9b4ZxRh/?%20lang=pt&format=pdf
https://www.scielo.br/j/ramb/a/XGg6zDVQww3PCwyKBp4npSj/abstract/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/rsp/a/3DXpLSFjqy4nf%20VytbK6TZ6G/?format=pdf&lang=pt
https://www.scielo.br/j/rsp/a/3DXpLSFjqy4nf%20VytbK6TZ6G/?format=pdf&lang=pt
https://revistas.unifacs.br/index.php/sepa/article/view/4899/3484
42 
 
Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/ 
bvs/publicacoes/usoracionalmedicamentostemasselecionados.pdf>. Acesso em: 06 
mar. 2021. 
 Consumo de medicamentos: um autocuidado perigoso. Conselho Nacional de 
Saúde. Disponível em: <http://www.conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2005/ 
medicamentos.htm>. Acesso em: 20 mar. 2021. 
 CORDEIRO, Nicolas, et al. Consumo de estimulantes cerebrais em acadêmicos 
da área da saúde na cidade de Ponta Grossa-PR. Visão Acadêmica, v. 18, n. 2, 
2017. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/328052734.pdf>. Acesso em: 
14 set. 2021. 
 COSTA, Luana Pimenta; GARCIA, Paula da Costa. Uso racional de 
medicamentos: os perigos da automedicação. 2016. Disponível em: 
<http://www.atenas.edu.br/uniatenas/assets/files/magazines/USO_RACIONAL_DE
_M EDICAMENTOS_os_perigos_da_automedicacao.pdf>. Acesso em 30 set. 2021. 
 CONCEITOS BÁSICOS DE TOXICOLOGIA. Governo de São Paulo. Disponível 
em:<https://cetesb.sp.gov.br/emergencias-quimicas/aspectosgerais/toxicologia/con 
ceitos-basicos-de-toxicologia/>. Acesso em: 07 out. 2021. 
 CUNHA, Laís Fabrício Oliveira; BACHUR, Tatiana Paschoalette Rodrigues. A 
influência da educação médica na prática da automedicação entre acadêmicos de 
medicina. Revinter, v. 12, n. 01, p. 19-26, fev. 2019. Disponível em: 
<http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/51832/1/2019_art_lfocunha.pdf>. 
Acesso em: 30 set. 2021. 
 Dados de intoxicação. Sistema Nacional de Informações Tóxico- 
Farmacológicas. Disponível em: <https://sinitox.icict.fiocruz.br/dados- nacionais>. 
Acesso em: 20 mar. 2021. 
 DOMINGUES, Paulo Henrique Faria., et al. Prevalência da automedicação na 
população adulta do Brasil: revisão sistemática. Rev Saúde Pública. 2015; 49 (36): 
1-8.[citado em 14 de maio de 2020]. Disponível em: http://www.scielo.br/ 
pdf/rsp/v49/pt_0034- 8910-rsp-S0034-89102015049005709.pdf. Acesso em: 09 
set. 2021. 
 
http://bvsms.saude.gov.br/%20bvs/publicacoes/usoracionalmedicamentostema
http://bvsms.saude.gov.br/%20bvs/publicacoes/usoracionalmedicamentostema
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/uso_racional_medicamentos_temas_selecionados.pdf
http://www.conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2005/%20medicamentos.htm
http://www.conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2005/%20medicamentos.htm
https://core.ac.uk/download/pdf/328052734.pdf
http://www.atenas.edu.br/uniatenas/assets/files/magazines/USO_RACIONAL_DE_M%20EDICAMENTOS_os_perigos_da_automedicacao.pdf
http://www.atenas.edu.br/uniatenas/assets/files/magazines/USO_RACIONAL_DE_M%20EDICAMENTOS_os_perigos_da_automedicacao.pdf
https://cetesb.sp.gov.br/emergencias-quimicas/aspectosgerais/toxicologia/con%20ceitos-basicos-de-toxicologia/
https://cetesb.sp.gov.br/emergencias-quimicas/aspectosgerais/toxicologia/con%20ceitos-basicos-de-toxicologia/
http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/51832/1/2019_art_lfocunha.pdf
https://sinitox.icict.fiocruz.br/dados-
https://sinitox.icict.fiocruz.br/dados-nacionais
43 
 
 DOMINGUES, Paulo Henrique Faria, et al. Prevalência e fatores associados à 
automedicação em adultos no Distrito Federal: estudo transversal de base 
populacional. Epidemiol. Serv. Saúde [online]. 2017, vol.26, n.2, pp.319-330. ISSN 
1679-4974. Disponível em: <http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v26n2/2237-9622-ess-
26-02-00319.pdf>. Acesso em: 09 set. 2021. 
 ESTADO DE MINAS. Ivermectina altera funções de espermatozoides, aponta 
estudo. Correio Braziliense, 08 de setembro de 2021. Disponível em: 
<https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2021/09/4948343ivermecti 
na-altera-funcoes-de-espermatozoides-aponta-estudo.html>. Acesso em: 20 set. 
2021. 
 FERNANDES, Fábio Alves. O uso indiscriminado de medicamentos. Trabalho 
de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora da Faculdade Araguaia, 
como parte dos requisitos para a obtenção do título de Licenciado em Ciências 
Biológicas. Goiânia, 2017. 
 FERREIRA, Daniella Galdêncio. Intoxicação medicamentosa: aspectos 
relevantes da casuística de motivações suicidas. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Graduação). Universidade Federal da Paraíba. 2013. Disponível em: 
<https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/557/1/DGF11072014.pdf>. 
Acesso em: 20 set. 2021. 
 FONTENELES, Marta Mariade França., et al. Reações adversas causadas por 
fármacos que atuam no sistema nervoso: análise de registros de um centro de 
farmacovigilância do Brasil. Rev Psiq Clín. 2009;36(4):137-44. Disponível em: < 
https://www.scielo.br/j/rpc/a/dG7jrXQz7Pbt5nnn78QbXHG/?format=pdf&lang=pt>. 
Acesso em: 07 out. 2021. 
 FUCHS, Flávio Danni; WANNMACHER, Lenita. Farmacologia clínica e 
terapêutica. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
 GALATO, Dayani; MADALENA, Jaqueline; PEREIRA, Greicy Borges. 
Automedicação em estudantes universitários: a influência da área de formação. 
Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 12, p. 3323-3330, 2012. Disponível 
em: <https://www.scielosp.org/pdf/csc/2012.v17n12/3323-3330/pt>. Acesso em: 17 
set. 2021. 
 GAMA, Abel Santiago Muri; SECOLI, Silvia Regina. Automedicação em 
estudantes de enfermagem do Estado do Amazonas – Brasil. Revista Gaúcha de 
Enfermagem, Porto Alegre, v. 38, n. 1, e65111, 2017. Disponível em: 
http://scielo.iec.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edlibrary&format=iso.pft&lang=e&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=DOMINGUES,+PAULO+HENRIQUE+FARIA
http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v26n2/2237-9622-ess-26-02-00319.pdf
http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v26n2/2237-9622-ess-26-02-00319.pdf
https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2021/09/4948343ivermecti%20na-altera-funcoes-de-espermatozoides-aponta-estudo.html
https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2021/09/4948343ivermecti%20na-altera-funcoes-de-espermatozoides-aponta-estudo.html
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/557/1/DGF11072014.pdf
https://www.scielo.br/j/rpc/a/dG7jrXQz7Pbt5nnn78QbXHG/?format=pdf&lang=pt
https://www.scielosp.org/pdf/csc/2012.v17n12/3323-3330/pt
44 
 
<https://www.scielo.br/j/rgenf/a/HQm9Gznw68wWrB7wtWR4FMQ/?lang=pt&format
=pdf>. Acesso em: 12 set. 2021. 
 GOLAN, David E. e col. Editora Guanabara Koogan, 3ª edição, 2014. 
 GOMES, Ana Carolina Moreira. Automedicação: um importante problema de 
saúde pública. Pindamonhangaba: Faculdade de Pindamonhangaba, 2012. 
 GUIMARÃES, Ádria Silva; CARVALHO, Wellington. Desinformação, 
Negacionismo e Automedicação: a relação da população com as drogas 
“milagrosas” em meio à pandemia da COVID-19. Interamerican Jornal of Medicine 
and Healt. 3. 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.31005/iajmh.v3i0.147>. 
Acesso em: 13 mar. 2021. 
 HABILITAÇÕES. Conselho Regional de Biomedicina – 5º região. 2019. 
Disponível em: <https://crbm5.gov.br/toxicologia-a-procura-da-dose-perfeita/>. 
Acesso em: 13 mar. 2021. 
 HERNANDEZ, Keimys Levya; NETO, Walfrido Salmito Almeida. Avaliação da 
automedicação na população da UBS Francisco Maiarino Maia, Município Miguel 
Alves. Monografia, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ, 2019. Disponível em: 
<https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13741/1/MM1%20T02%20TCC%2
01.pdf>. Acesso em: 12 set. 2021. 
 Infecções respiratórias, como gripes e resfriados, aumentam no inverno. 
PORTAL FIOCRUZ. Disponível em: <http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-
noticias/43-infeccoes>. Acesso em: 06 set. 2021.0 
 Intoxicação por medicamentos. Governo do Estado do Paraná. Disponível em: 
<https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Intoxicacao-por-Medicamentos#>. Acesso 
em: 19 set. 2021. 
 JÚNIOR, João Ferreira Mello, et al. Brazilian Academy of Rhinology position 
paper on topical intranasal therapy. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, vol. 
79, n0.5935/1808-8694.20130067. 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/ 
j/bjorl/a/ddNMcgKJKPmsWdKj9stLnNc/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 18 set. 
2021. 
 JUNQUEIRA, D. D. et al; Toxicologia Forense; Edgard Blücher, Cap 3, pag. 
https://doi.org/10.31005/iajmh.v3i0.147
https://crbm5.gov.br/toxicologia-a-procura-da-dose-perfeita/
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13741/1/MM1%20T02%20TCC%201.pdf
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13741/1/MM1%20T02%20TCC%201.pdf
http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/43-infeccoes
http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/43-infeccoes
https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Intoxicacao-por-Medicamentos
https://www.scielo.br/%20j/bjorl/a/ddNMcgKJKPmsWdKj9stLnNc/?lang=pt&format=pdf
https://www.scielo.br/%20j/bjorl/a/ddNMcgKJKPmsWdKj9stLnNc/?lang=pt&format=pdf
45 
 
55, 1 ed. São Paulo, 2018. 
 LESSA, Marise de Araújo; BOCHNER, Rosany. Análise das internações 
hospitalares de crianças menores de um ano relacionadas a intoxicação e efeitos 
adversos de medicamentos no Brasil. Revista Bras. Epidemiol, v.11, n.4, p.660–
674, 2008. 
 LULLMANN, Heinz. et al; Farmacologia: texto e atlas; Artmed, Cap , pag. 88, 7 
ed. Porto Alegre, 2017. 
 LIMA, Alana Silva; ALVIM, Haline Gerica de Oliveira. Revisão sobre 
antiinflamatório não-esteroidais: ácido acetilsalicílico. Revista de Iniciação Científica 
e Extensão, 2018; 1(Esp): 169-74. Disponível em: 
<https://revistasfacesa.senaaires.com.br/index.php/iniciacaocientifica/article/view/6
9/34>. Acesso em: 18 set. 2021. 
 LIMA, Lidia M.; LIMA, Nathália M. A contribuição o do LASSBio® no 
Desenvolvimento de Novos Candidatos a Protótipos de Fármacos Antiasmáticos. 
Revista Virtual de Química, v. 1, n. 1, 2009. 
<http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v1n1a06.pdf>. Acesso em: 18 set. 
2021. 
 LIMA, Sabrina dos Santos. A influência do marketing de conteúdo feito por 
empresas de saúde na automedicação. Centro Universitário de Brasília Instituto 
CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento – ICPD (Monografia de Especialização), 
2016. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/ 
235/12292/1/51500273.pdf>. Acesso em: 14 set. 2021. 
 MATOS, Januária Fonseca., et al. Prevalência, perfil e fatores associados à 
automedicação em adolescentes e servidores de uma escola pública 
profissionalizante. Cad. saúde colet. vol.26 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2018. 
Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414462X2018000 
100076&script=sciarttext&tlng=pt>. Acesso em: 13 mar. 2021. 
 MAUÉS, Karem Maria Gaia. Et al. Verificação da automedicação com 
antibióticos no Município de Soure-PA. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do 
Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol. 12, pp. 136-148. Junho de 2020. ISSN: 2448-
0959. Disponível em: <https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/ 
https://revistasfacesa.senaaires.com.br/index.php/iniciacaocientifica/article/view/69/34
https://revistasfacesa.senaaires.com.br/index.php/iniciacaocientifica/article/view/69/34
http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v1n1a06.pdf
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/%20235/12292/1/51500273.pdf
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/%20235/12292/1/51500273.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-462X2018000100076&script=sci_arttext&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-462X2018000100076&script=sci_arttext&tlng=pt
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/%20automedicacao-com-antibioticos
46 
 
automedicacao-com-antibioticos>. Acesso em: 17 set. 2021. 
 MENDES, Cíntia Maria de Melo. Perfil da automedicação em duas populações 
do município de Teresina [dissertação]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará; 
2010. 
 MOREIRA, Thais Abreu., et al. Uso de medicamentos por adultos na atenção 
primária: inquérito em serviços de saúde de Minas Gerais, Brasil. REV BRAS 
EPIDEMIOL 2020. Rio de Janeiro, vol 23. p. 1-15, 2020. Disponível em: 
<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415790X2020000100424&script=sci_artt
ext>. Acesso em 7 mar. 2021. 
 MUSIAL, Diego Castro. et al. A automedicação entre os brasileiros. SaBios- 
Rev.Saúde e Biol., v. 2, n. 2, p. 5-8. Disponível em: <http://revista2.grupointegrado. 
br/revista/index.php/sabios2/article/view/85>. Acesso em: 20 mar. 2021. 
 NASCIMENTO, Marne; FILHO, Celso Carvalho Araújo. Melhora interrompida: 
parar medicação interfere na saúde. SAMP, ano 8 - nº30,

Outros materiais