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MORFOLOGIA BACTERIANA

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MORFOLOGIA BACTERIANA 
AS BACTÉRIAS: 
As bactérias são seres relativamente simples formados por uma única célula, ou seja, 
seres unicelulares cuja o material genético não está envolto por uma membrana sendo 
então seres procariotos 
MORFOLOGIA BACTERIANA 
Microscopicamente, as bactérias são diferenciadas de acordo com suas características 
morfológica em cocos, bacilos e espirilos 
 
COCOS: são esféricos e podem formar diferentes arranjos: 
Diplococos: cocos em dupla 
Estreptococos: em cadeia 
Estafilococos: agrupados em cachos 
Tétrades: agrupados em quatro 
Sarcina: grupo de oito cocos com formato semelhante a um cubo 
BACILOS: são bactérias que possuem forma de bastonetes. Eles apresentam poucos 
arranjos, podendo aparecer em: 
Diplobacilos: bacilos em dupla 
Estreptobacilos: em cadeia 
ESPIRILOS: Bactérias em formato semelhante a um saca-rolhas 
 
COLORAÇÃO DE GRAM 
Além da classificação morfológica em cocos, bacilos e espirilos, as bactérias são 
classificadas de acordo com características tintoriais, em gram-positivas e gram-
negativas, de acordo com a coloração de Gram 
A coloração de Gram baseia-se na diferença da composição da estrutura da parede 
celular da célula bacteriana. 
 
 
O método é feito a partir de um esfregaço bacteriano, fixado em calor e corado com 
cristal violeta, lugol, álcool e fucsina, respectivamente 
Como funciona? 
1- No processo de coloração de Gram, o corante cristal e o lugol são absorvidos de 
forma idêntica tanto em bactérias gram-positivas tanto em bactérias gram-
negativas, ambas adquirem coloração roxa, em razão dos complexos formados 
pela ação dos dessas duas substâncias no citoplasma da célula 
2- Após o tratamento com álcool, apresentam comportamento diferente, no qual as 
gram-negativas são decoradas e as gram-positivas permanecem na coloração 
original 
3- No final do processo, é adicionada fucsina, que age somente nas bactérias 
descoradas pelo álcool na etapa anterior. Sendo assim, ao analisar o esfregaço, 
podemos concluir que as bactérias de coloração roxa são as denominadas gram-
positivas e as vermelhas são as gram-negativas 
 
Estruturas bacterianas e suas funções 
As bactérias possuem várias estruturas internas e externas: parede celular, citoplasma, 
membrana citoplasmática, ribossomos, cápsula, fímbrias e DNA bacteriano 
Obs: a capsula, flagelos e fímbrias estão presentes em apenas alguns gêneros e espécies 
1.Parede celular: a parede celular das células gram-positivas e gram-negativas 
apresentam diferenças marcantes em sua estrutura e composição e de modo geral 
conferem proteção à célula bacteriana. 
A parede celular das células gram-positivas é mais espessa, sendo composta por uma 
única camada quimicamente constituída por proteína e ácidos teicocos. Já a parede 
celular das gram-negativas, é formada por uma dupla camada. Sendo a primeira 
constituída de lipopolissacarídeos, fosfolipídeos e lipoproteína, e outra camada fina de 
peptideoglicano. Entre a membrana externa e a de peptideoglicano, existe um espaço 
denominado espaço periplasmático, que contém altas concentrações de enzimas 
degradoras, além de proteínas de transporte. 
 
Membrana citoplasmática serve de barreira responsável pela separação do meio 
externo e o meio interno (citoplasma). Essa barreira é altamente seletiva e atua 
impedindo a passagem livre de moléculas e íons. A membrana é composta por 60% de 
proteínas imersas na bicamada de lipídeos (40%). 
A membrana possui função de: 
 -Transporte de solutos; 
- Acomodação de proteínas, ácidos teicocos, lipossacarídeos, polissacarídeos 
extracelulares; 
 -Duplicação do DNA; 
-Secreção de enzimas hidrolíticas que tem função de romper coma as macromoléculas 
do meio, fornecendo subunidades que servirão como nutrientes 
Capsula: é uma estrutura que fica ligada a parede celular e promove o revestimento 
interno de algumas bactérias, sendo considerado fator de virulência por conferir 
resistência a fagocitose. Essa capsula também possui a capacidade de: 
-Servir de reservatório de água e nutrientes, aumentando a capacidade invasiva de 
bactérias patogênicas; 
-Favorecer aderência ao hospedeiro ou objetos, contribuindo na formação de biofilmes. 
DNA: o DNA bacteriano contém praticamente todas as informações necessárias para a 
sobrevivência da célula e sua autoduplicação. O seu conteúdo está dividido em duas 
estruturas: cromossomo bacterianos e plasmídeos 
estrutura CROMOSSOMO PLASMÍDEO 
características Único e circular Moléculas pequenas e 
circulares de DNA 
localização Moléculas ficam aderidas 
à parte interna da 
membrana 
Livres no citoplasma 
função Possui genes que 
codificam proteínas úteis 
para a manutenção 
bacteriana 
Codificam proteínas 
associadas a resistência 
bacteriana a antibióticos, 
promovendo degradação 
das moléculas 
farmocológicas 
 
Flagelos: são estruturas que conferem motilidade à célula bacteriana, estando presente 
praticamente com exclusividade em bacilos gram-negativos e raramente em cocos 
Estruturalmente os flagelos são complexos, possuindo um corpo basal que fica ancorado 
na membrana citoplasmática e atravessa a parede celular da bactéria. Em continuidade, 
encontramos uma peça intermediária com morfologia semelhante a um gancho, que 
termina numa estrutura filamentosa. A estrutura basal do flagelo é composta por uma 
proteína denominada flagelina, responsável pela vibração dessa membrana. 
Fimbrias: são estruturas curtas menores que os flagelos e são localizadas na parte 
externa das bactérias. Atuam como condutor de material genético de célula a célula. 
Muitas bactérias que apresentam fímbrias possuem capacidade de produzir resist~encia 
bacteriana 
Ribossomos: são partículas citoplasmáticas responsáveis pela síntese de proteínas, 
sendo constituído 60% por RNA e 40% por proteína. 
Esporos: são estruturas formadas por algumas bactérias gram-positivas. Os esporos são 
originados em situações que há um longo período de carência nutricional ou de 
condições adversas. 
Esporulação: Algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais, 
estruturas resistentes denominadas Esporos. A célula que origina o esporo se desidrata, 
forma uma parede grossa e sua atividade metabólica torna-se muito reduzida. Certos 
esporos são capazes de se manter em estado de dormência por dezenas de anos. Ao 
encontrar um ambiente adequado, o esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que 
passa a se reproduzir por divisão binária. 
Obs: Esporulação não é um meio de redrodução 
Nutrição e crescimento bacteriano 
PH bacteriano 
A maioria das bactérias crescem melhor dentro de variações pequenas de Ph sempre 
perto da neutralidade (entre PH 6,5 e 7,5). Poucas crescem em ph ácido (ph 4,0). O ph 
7,0 é o mais adequado para a absorção dos nutrientes e o mais recomendado ao cultivo 
de bactérias. 
Oxigênio 
O oxigênio é o receptor final de hidrogênio no processo de respiração aeróbica da 
bactéria e entra por um processo denominado difusão. Com isso, de acordo com a 
presença ou não de hidrogênio, as bactérias são divididas em anaeróbicas e aeróbias. 
Aeróbicas: desenvolvem em ambientes onde há a presença de oxigênio 
Anaeróbias: se desenvolvem na presença de gás carbônico e são classificadas em: 
a) Anaeróbias facultativas: se desenvolvem na presença ou ausência de oxigênio; 
b) Anaeróbias estritas: necessitam obrigatoriamente de uma atmosfera rica em gás 
carbônico em razão da toxidade ao oxigênio que a bactéria apresenta. 
Crescimento e reprodução bacteriana 
O aumento da população bacteriana depende de um somatório de fatores metabólicos 
progressivos que resultam na origem de duas células-filhas idênticas a partir de uma 
célula-mãe. 
A maioria das bactérias se reproduzem por um processo assexuado denominado fissão 
binária. Nesse processo os conteúdos do material genético da célula-mãe se duplicam e 
posteriormente essa célula se divide,originando duas células-filhas idênticas. 
Para alguns autores, a troca de material genético por bactérias é considero uma 
reprodução sexuada. Nesse processo, fragmentos de DNA são passados de uma célula 
(bactéria doadora) para outra (bactéria receptora), levando à junção do material das 
duas. Após esse processo, a bactéria divide-se, assim como observado na reprodução 
assexuada. A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três 
formas: 
a) Transformação: Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA 
dispersas no meio e são incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser 
proveniente, por exemplo, de bactérias mortas; 
b) Transdução: Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria 
a outra usando vírus como vetores (bactériófagos); 
c) Conjugação: Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de 
uma bactéria doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea". Isso acontece 
através de microscópicos tubos proteicos, chamados fímbrias, que as bactérias 
"macho" possuem em sua superfície.

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