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HIV Vírus da imunodeficiência humana/ Síndrome da imunodeficiência adquirida - Retrovírus (vírus de RNA, com a enzima transcriptase reversa), não oncogênico pertencente ao gênero dos lentivírus. - Existem duas espécies isoladas em pacientes com AIDS: HIV-1 (mais agressivo e mais prevalente nas Américas e na Europa) e HIV-2 (mais leve- prevalente na África - continente mais atingido- e na Ásia) - Vírus altamente mutável: O HIV-1 pode ser de três grupos principais o M (major - responsável pela pandemia e possui subgrupos de A-K e é passível a recombinação pelo contato dos diferentes subgrupos -> A/G, B/F…), O (outlier) e o N (new/ não M, não O) Formas de transmissão - Sexual: - Intercursos retal (maior - falta de lubrificação causando microfissuras e altamente vascularizado); - Intercursos vaginal (mulheres são mais vulneráveis à infecções devido a anatomia dos órgãos genitais); - Ps: infecções prévias podem aumentar os riscos de infecção pelo vírus HIV. - Parenteral: - Material perfurocortante (percutâneo: 0,3 - 0,5% - essa valor é relativamente pequeno porque o vírus é extremamente sensível às variações ambientais); - Transfusão sanguínea: hoje as bolsas de sangue são triadas. - Vertical (20-30%): - Intra-útero (uso de medicamentos prévios); - Durante o trabalho de parto; - Amamentação. Fatores epidemiológicos Quando descoberta a infecção por HIV era de prevalência em pessoas de classe social alta, nos centros urbanos. Entretanto, hoje em dia as pessoas de baixa renda estão cada vez mais se infectando com o vírus, além disso, há uma tendência à interiorização da prevalência. Além disso, quando descoberta era uma doença de prevalência entre homossexuais, mas essa tendência mudou. - 50-60 milhões de infectados; - 31 milhões de mortes de adultos e crianças; - 3 milhões de novos casos anuais; - 1 a 2 milhões de mortes por ano. Propriedades do vírus - vírus envelopado (sensíveis à fatores externos); - duas cópias de RNA (mesmo precisando apenas de uma); - Três enzimas virais: proteases, transcriptase reversa e integrase (carregando porque não encontrarão essas enzimas no hospedeiro); - O envelope contém duas glicoproteínas gp120 e gp41 Qual é o alvo do HIV? - Células T CD4+ -> moléculas CD4 - Infectam também células dendríticas e macrófagos Etapa de adsorção e penetração do vírus na célula - ligação da molécula gp120-CD4 - mudança na conformação da gp120 fazendo com que ela entre em contato com co receptores da célula - esse co receptor permite que a gp41 tenha contato com a superfície da célula e ocorra a entrada do vírus na célula por fusão (o envelope do vírus se funde à membrana plasmática e tem a entrada do vírus na célula) Ciclo do vírus nas células Após a fusão, tudo o que não for material genético será desintegrado pelas enzimas das nossas células, ficando o vírus na forma de material genético (RNA de fita simples). Inicialmente, o vírus precisa converter o RNA de fita simples em DNA de fita dupla. Para isso o vírus utiliza a transcriptase reversa. Uma vez tendo um DNA viral, ele será integrado em nosso DNA, com a ajuda da integrase. Quando o DNA vírus se encontra integrado ao nosso DNA, ele é denominado de pró-vírus e entra em um estado de latência (fica inerte sem produzir nenhum tipo de sintomatologia). Quando ocorre o comando de replicação, o material genético que codifica as proteínas virais é transcrito em RNA mensageiro, vai para o citoplasma e é traduzido. No citoplasma as partículas virais são formadas e com a ajuda da enzima protease o vírus é montado (maturação). Após montado o vírus passa pelo processo de brotamento, que é a saída da célula com um pedaço da membrana. Mecanismo de imunodeficiência das células T na infecção pelo HIV O excesso de brotamento acaba induzindo uma alteração da permeabilidade da membrana e consequente morte celular. - 100 bilhões de novas partículas virais são produzidas por dia Uma pessoa HIV positivo é analisada através da contagem de linfócitos T CD4. - 1-2 bilhões de células T morrem diariamente; - No início da infecção o sistema imune consegue repor as células, posteriormente não consegue mais acompanhar a perda; - No início da infecção o HIV coloniza os órgãos linfóides e não o sangue Mecanismo da imunodeficiência das células T na infecção pelo HIV Principais formas de morte da células: - brotamento - ataque pelas células TCD8 - vida útil Infecção por HIV de células não T - A maioria dos macrófagos infectados se encontra no tecido e não no sangue - Não sofrem efeito citoplasmático com os linfócitos T, podendo servir de reservatório (fica principalmente na forma latente e não no ciclo clássico - como o macrófago se encontra mais nos tecidos, ele fica inacessível para o sistema imunológico) - Os macrófagos possibilitam a migração do vírus para diversas partes do corpo - Sistema Nervoso - Células dendríticas: células dendríticas são infectadas pelo vírus e o transportam para o linfonodo (as células dendríticas são células apresentadoras de antígeno, portanto, levam os vírus até os linfonodos- regiões mais povoadas de linfócitos TCD4). Curso de infecção, via de transmissão sexual História natural da infecção por HIV (sem intervenção medicamentosa) - Síndrome retroviral aguda: - Alto nível de proliferação viral no linfonodo; - viremia (alta concentração de vírus no sangue, que em seguida vai para os linfonodos); - proliferação lenta em tecidos linfóides; - Duração de 2-4 semanas com sintomas não específicos: dor na garganta, diarréia, mialgia, adenopatia cervical, febre, exantema e perda de peso (fase caracterizada como uma gripe) - Fase intermediária crônica: - já ocorreu a disseminação do vírus para os outros linfonodos e a maioria dos vírus se encontram em estado de latência; - há replicação contínua do HIV, predominantemente nos tecidos linfóides (lenta inicialmente) e pode durar até 10 anos ; - aparecimento de doenças oportunistas como candidíase oral e a herpes-zoster; - pode durar de 7-10 anos; - AIDS: - Colapso da defesa - aumento dramático do vírus no plasma; - febre longa que não passa, perda de peso e diarréia (aumento do peristaltismo); - Graves infecções oportunistas, neoplasias secundárias e doenças neurológicas clínicas; - Sarcoma de Kaposi Infecções orais associadas ao HIV - Candidíase - Leucoplasia pilosa: característica de borda de língua - Doenças periodontal necrosantes - Sarcoma de Kaposi: câncer induzido pelos herpes vírus
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