Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INFECÇÃO ENDODÔNTICA É importante ter o referencial do teto da câmara pulpar porque a depender da distância que se tem da superfície até o teto da câmara pulpar, haverá maior probabilidade de infecção por microrganismos, passagem de substâncias tóxicas, enzimas, entre outros. ❖ Polpa ➢ Tecido conjuntivo composto por células/fibras/nervos/vasos sanguíneos e linfáticos -> por isso tem sensibilidade. A polpa só responde a sensação de dor; ➢ Estrutura super protegida - asséptica ❖ Infecção endodôntica ➢ Refere-se à penetração, implantação e multiplicação dos microrganismos no tecido pulpar implicando em dano para os tecidos pulpar e periapical. Quando o teto da câmara pulpar é fino as bactérias conseguem ter acesso a polpa mesmo sem que haja ruptura das estruturas, mas para ser considerada infecção endodôntica é necessário que esse microrganismo consiga se estabelecer e se multiplicar na polpa e consequentemente causar danos no tecido pulpar e periapical, tanto através de mecanismos de agressão indiretos, quanto direto. ➢ Infecção Mista polimicrobiana.As bactérias presentes interagem entre si e se tornam mais patogênicas quando ocorre essa associação. Infecções monomicrobianas não conseguem causar a infecção. ❖ Vias de infecção da polpa e do periápice ➢ Túbulos dentinários: esses túbulos possuem forma lacônica [a medida que vai chegando mais perto da câmara pulpar esses túbulos vão ficando mais amplos e mais numeroso, ou seja, quanto mais próximo do teto haverá maior permeabilidade desses túbulos dentinários] ■ Teto entre 0,8-0,3 mm: inflamação mesmo na ausência de bactérias, devido à difusão de produtos pelo fluido dentinário. Pulpite reversível. ■ Teto menor que 0,2 mm: processo inflamatório com presença de bactérias. Inicialmente caracterizada como pulpite reversível, mas se não houver remoção do tecido cariado (raspagem/capeamento sem atingir a polpa [paredes laterais -para não causar exposição da polpa] e lavagem com produto alcalino [água de cal] e algo com flúor para a formação da ponte de dentina [tecido mais endurecido] - restauração provisória- depois pode se fazer a raspagem do lugar que contêm microrganismos e fazer a restauração definitiva) ela pode ser irreversível. ■ Composição de defesa a invasão bacteriana nos túbulos dentinários: ● Prolongamentos odontoblásticos e fibras colágenas: competem e impedem que as bactérias ocupem esses espaços ● Fluido dentinário: fluxo com direção periférica (do meio interno para o meio externo- pressão intrapulpar) tende a jogar as bactérias para cima; ● Anticorpos e proteínas do sistema complemento: impedem o crescimento ➢ Exposição pulpar: já houve ruptura do teto da câmara pulpar por lesão profunda de cárie, fraturas acidentais ou iatrogênicas, causando exposição pulpar e a infecção. Inicialmente a infecção é feita por bactérias sacarolíticas, gram positivas, anaeróbias facultativas, com o passar dos dias, da dieta e do ambiente, as bactérias passam a ser anaeróbias estritas e proteolíticas. ➢ Via hematogênica: entrando através da corrente sanguínea. Anacorese. Quando o trauma, ainda que sem rompimento das estruturas, leva a um processo inflamatório e as bactérias presentes na corrente sanguínea são atraídas por essa inflamação, entrando pelo forame apical. Corrente galvânica [restaurações de diferentes materiais, por exemplo amálgama e ouro causam a corrente galvânica]. ➢ Progressão apical da doença periodontal: indivíduos com perda óssea, doença periodontal avançada, as bactérias entram pelos forames colaterais ou progridem para região de periápice e entram por lá. Bactérias anaeróbia estrita gram negativa, proteolítica [tipo de microrganismos que predominam na doença periodontal]. ➢ Por contiguidade: um dente com infecção pulpar avançada pode “”contaminar”” os dentes próximos por contiguidade. ❖ Classificação das infecções endodônticas: ➢ Infecção intra-radicular primária (infecção inicial): pode causar pulpite ➢ Infecção intra-radicular secundária: ➢ Infecção intra-radicular persistente: resultante de um tratamento ineficaz. Necessário utilizar substâncias para irrigação, por exemplo, o líquido de Darkson e solução de Nilton [hipoclorito a 0,5 e 1%, respectivamente] além do trabalho mecânico. ➢ Infecção extra-radicular: Fora do canal, após o processo de necrose pulpar. ❖ Bactérias e infecções endodônticas ➢ Se não houver tratamento após a inflamação pulpar, pode ocorrer necrose pulpar [não oferece resistência a infecção bacteriana podendo ocasionar em lesão periapical], irreversível, dependendo dos: ■ número de virulência dos microrganismos ■ resistência do hospedeiro ■ estado de microcirculação ■ grau de drenagem do edema gerado durante a inflamação ➢ Necrose: leva a um aumento do número de bactérias: ■ os restos de células desintegradas servem de nutrientes para as bactérias; ■ os mecanismos de defesa, teciduais e sanguíneos desaparecem; ■ reduz a tensão de oxigênio; ■ alteração do ambiente endodôntico [bactérias proteolíticas] ■ gerando sucessão microbiana ➢ Sucessão microbiana: ■ Bactérias gram positivas sacarolíticas anaeróbicas facultativas dão lugar a anaeróbias estritas, gram negativas e proteolíticas. ■ Espécies comumente associada a infecção pulpar com quadro de necrose em lesão de periápice: Prevotella intermedia, Porphyromonas gingivalis, Fusobacterium nucleado. ❖ Infecções persistentes ➢ Causadas por microrganismos resistentes aos procedimentos intra-canais de desinfecção ■ Espécies comuns: Enterococcus faecalis, S. epidermidis [bactérias anaeróbicas facultativas/gram positivas]; Escherichia coli, P. aeruginosa, Klebsiella spp [bactérias não orais; Candida albicans e Candida glabrata [fungos]. ❖ Infecções secundárias ➢ Causadas por microrganismos que penetram no canal durante tratamento endodôntico ■ Espécies comuns: leveduras como a Candida ❖ Infecções extra radiculares ➢ Causadas a partir de um processo de necrose pulpar, as bactérias chegam até o periápice e provocam colonização típica ■ Microbiota predominante: anaeróbias estritas, produzem pigmento enegrecido (BPPN- Bacilos produtores de pigmento negro)- protege as bactérias de oxigênio. ■ Espécies predominantes: P. endodontalis, P.gingivalis, P.nigrescens, T. denticola, P.intermedia, T. forsythensis, C.rectus e P.micros. ❖ Como as bactérias sobrevivem na lesão perirradicular? ➢ Bactérias proteolíticas: se nutrem do fluido tecidual, células desintegradas, componentes da matriz do conjuntivo ❖ Como conseguem fugir da defesa do hospedeiro? ➢ Mecanismos de virulência: ■ Proteases de IgG e IgA: enzimas que quebram anticorpos ■ Ação proteolítica sobre C3 e C5: quebram proteínas do nosso sistema complemento ■ Cápsulas: dificulta o processo de fagocitose ❖ Após infectar elas formam o biofilme perirradicular.
Compartilhar