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TEMA 3 AV INSTITUCIONAL Sistema Nacional de Avaliação Institucional no Brasil

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DESCRIÇÃO
O Sistema Nacional de Avaliação no Brasil e a sua relação com os
organismos internacionais.
PROPÓSITO
Compreender o sistema de avaliação institucional educacional
brasileiro, com vistas a atingir parâmetros internacionais.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer o contexto da construção de sistemas de avaliação da
educação em âmbito nacional baseado nos parâmetros internacionais
MÓDULO 2
Identificar as características do Sistema Brasileiro de Avaliação
INTRODUÇÃO
No presente material, discutiremos a respeito do Sistema Nacional de
Avaliação Institucional no Brasil, que podemos comparar a uma bateria
de exames pedida pelo médico para acompanhar nossa saúde. Os
exames oferecem diversas informações, mas não um diagnóstico. Este
só é obtido após a interpretação pelo médico.
Sendo assim, as diversas avaliações que compõem nosso sistema de
avaliação nacional originam muitos dados, que, por si só, não retratam
a educação nacional. Sendo mais claro: são milhares de escolas,
milhões de alunos, professores sendo formados todos os dias,
prefeituras, estados, União, empresas. Tudo isso faz parte de uma
mesma rede, prevista na Constituição. O princípio é lindo: Educação
para Todos, um compromisso social, mas, ao mesmo tempo, estão
envolvidas forças econômicas, pessoas, experiências de vida. Como
saber se o investimento é suficiente? Como saber que ações são
necessárias? A educação é esse todo complexo, essa enorme rede.
Uma avaliação apenas não é viável para estudar, pensar esse enorme
esforço. É necessário construir um sistema, complexo, que cruze
informações. Ainda assim, serão só dados, retratos, informações que
servem para atuar na educação, números em si não definem a
educação.
Voltando ao nosso exemplo, vale pensar que o objetivo do médico não
é o diagnóstico, mas sim a cura. Portanto, nosso Sistema de Avaliação
não tem a finalidade de apenas diagnosticar a realidade educacional do
país, mas avançar na garantia do direito a uma educação de qualidade,
que é um dever do Estado. Tal cenário se amplia no contexto de mundo
globalizado, visto que as fronteiras entre as nações não são
impermeáveis.
Então, vamos discutir a respeito do Sistema Nacional de Avaliação
Institucional do Ensino Superior, no Brasil, entendendo que a avaliação
institucional oferece um retrato do nosso sistema de ensino e que,
como até a década de 1990, ele não existia de fato, dialogou com as
dinâmicas internacionais para ser organizado e constantemente
reestruturado. Vamos lá?
Imagem: Shutterstock.com
MÓDULO 1
 Reconhecer o contexto da construção de sistemas de
avaliação da educação em âmbito nacional baseado nos
parâmetros internacionais
ORGANISMOS
INTERNACIONAIS, SUAS
MÉTRICAS E IMPACTO NA
GESTÃO POLÍTICA E
EDUCACIONAL BRASILEIRA
MAS QUAL DESAFIO?
Professora Claudia Costin faz um debate sobre o desafio histórico que
essa nova realidade precisa enfrentar e medir.
Veja a manchete da capa do jornal, na sequência, atentando para a
sigla contida nela:
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rômulo Rosa
A sigla OMS tem sido muito presente em nosso cotidiano na história
recente. Por que isso aconteceu? Certamente, você inferiu que
ouvimos muito falar da OMS por causa da pandemia da COVID-19.
Ora, se a questão é uma doença, ela está diretamente relacionada à
área da Saúde e, por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se
tornou protagonista das orientações a serem tomadas pelos países.
Além disso, será que a OMS sempre existiu? Por que, enquanto
sociedade, surgiu a necessidade de termos uma organização mundial
para este fim? E no caso da Educação? Será que essa é uma questão
que demande organizações internacionais?
Vivemos em um mundo globalizado. Embora pareça que esta frase
seja quase uma obviedade, apenas a partir da década de 1980 e, de
maneira mais acentuada, na de 1990, com o avanço das tecnologias
das telecomunicações, passamos a usar o termo globalização.
Então, para melhor compreendermos o contexto de criação dos
organismos internacionais e o impacto deles nas tomadas de decisão
internas, voltaremos um pouco no tempo. Partiremos do contexto pós-
guerra.
Após dois grandes conflitos podemos notar um mundo reflexivo,
como podemos não mergulhar novamente nas mesmas situações.
Diante disso, as ideias a respeito de um novo sistema político-
econômico, idealizado no século anterior, passaram a ocupar o debate
sobre o papel do Estado. Este sistema foi denominado Estado de
bem-estar social.
O ano de 1945 foi marcado pelo fim da Segunda Guerra Mundial. No
mesmo ano foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU), um
organismo internacional, como a OMS.
A ONU foi criada como resultado das conferências de paz, que tinham
por finalidade assegurar a paz e o desenvolvimento dos países. Para
caminhar em direção a tais objetivos, diferentes frentes de atuação
foram criadas. Cada uma delas ofereceu serviços distintos para as
nações, como, por exemplo, a disponibilização de crédito financeiro
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javascript:void(0)
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para a necessária reconstrução dos países. Essas frentes permeiam as
ações dos países membros e, provavelmente, você já ouviu falar sobre
algumas delas. Confira alguns exemplos a seguir de instituições
criadas em 1946:
 
Imagem: Shutterstock.com
FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA
(UNICEF)
Criada para oferecer apoio às crianças e adolescentes, por meio de
suporte para programas.
 
Imagem: Shutterstock.com
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A
EDUCAÇÃO CIÊNCIA E A CULTURA (UNESCO)
Objetiva atingir a paz e o desenvolvimento econômico das nações pela
educação, ciência e cultura.
DOIS GRANDES CONFLITOS
Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) e Segunda Guerra
Mundial (1939 – 1945).
ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL
O Estado de bem-estar social é um princípio em que a função do
Estado é garantir a organização e o provimento de serviços
básicos ao cidadão, reduzindo de forma gradual as
desigualdades, tornando-as mais amenas.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES
UNIDAS (ONU)
Organismo internacional é uma instituição composta por mais de
uma nação, que visa um objetivo comum.
Nos debates a respeito da agenda da paz mundial, um dos fatores para
a sua efetivação era a necessidade de uma maior equidade entre as
nações. Nessa discussão, a educação passou a ser compreendida
como um fator de promoção de equidade.

1944
Com relação a este objetivo (equidade), uma organização relevante no
cenário internacional foi criada, o Banco Mundial (BM). Inicialmente
tinha como intuito a reconstrução dos países no pós-guerra e,
atualmente, consiste em uma instituição financeira que oferece
empréstimos com o objetivo de oferecer recursos para países em
desenvolvimento. Discutiremos mais adiante o impacto desse
organismo na educação de maneira detalhada.
1948
Outro organismo internacional foi criado para administrar os recursos
disponibilizados para a reconstrução da Europa no pós-guerra,
promover a cooperação entre os países europeus e criar zonas de livre
comércio tendo como fim o desenvolvimento: a Organização Europeia
de Cooperação Econômica (OECE).
Também em 1948, a ONU, indignada com as atrocidades cometidas na
Segunda Guerra, redige a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, documento que estabelece os direitos fundamentais do ser
humano, independentemente da nação.
Logo no caput , a declaração estabelece o ensino e a educação como
meios de assegurar os direitos nela estabelecidos, enquanto ideal
comum. Cabe destacar que, em seu artigo XXVI, a instrução gratuita,
pelo menos nos graus elementares e fundamentais, é reconhecida
como direito humano, e as instruções técnico-profissional e superior
também devem ser acessíveis a todos, baseadas no mérito (ONU,
1948).


1961
A OECE passou a ter uma finalidade mais abrangente e absorveu
países fora da Europa. Desse modo, a partir desse ano passou a se
chamar Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE). Paraum país se tornam membro dessa
organização, é necessário o alinhamento com as políticas praticadas
pelos países do grupo, como, por exemplo, a definição da educação
como direito.
A PARTIR DA DÉCADA DE 1980
No lugar da doutrina de bem-estar social, o neoliberalismo ganhou
espaço no cenário da economia mundial. Segundo essa linha de
pensamento, o Estado deve reduzir sua ação na economia e as
interações sociais devem ser moldadas de acordo com as
necessidades do mercado.
Nessa lógica, o desenvolvimento individual dos sujeitos ocasionaria o
bem-estar de todos, não sendo o Estado responsável por isso. Então,
teoricamente, o desenvolvimento das habilidades dos cidadãos caras
ao mercado de trabalho ocasionaria o enriquecimento da nação e,
consequentemente, a compreensão da educação como fator
econômico ganhou força.

ORGANISMOS INTERNACIONAIS E
AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Diante do panorama anteriormente apresentado, vimos que os
organismos internacionais reúnem diferentes países em prol de causas
em comum, nos quais a educação é uma preocupação estratégica para
atingi-las. Desse modo, os financiamentos internacionais não são
donativos, mas uma estratégia para atingir determinados objetivos.
Quando um país recebe um financiamento, deve, como contrapartida,
seguir orientações determinadas pelas organizações, o que demanda
instrumentos destinados a acompanhar a eficiência da aplicação
desses recursos.
Observe a manchete a seguir
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rômulo Rosa
Questione-se sobre o motivo pelo qual uma instituição financeira se
preocupa com o financiamento da educação de um país. O Estado
deve atuar para garantir ações em que não haja interesse da iniciativa
privada ou nas quais o custo de investimento não seja comportado pela
iniciativa privada.
Assim, tudo aquilo que tem pessoas dispostas a consumir (comprar) e
cujo esforço para comprar é reconhecido, como o Ensino Superior,
deixa de uma função a ser mantida pelo Estado. O Estado deve
regular, garantir, mas não ser o fornecedor direto. Veja o comparativo a
seguir:
Escola no Estado de bem-estar social
Algo que é distribuído para a população pelo governo conforme seus
interesses.

Escola no modelo neoliberal
A educação é um bem que todos buscam, pagam para adquiri-la
(Estado, as pessoas, as empresas) e ela se mantém pela sua
atratividade mercadológica.
 COMENTÁRIO
Por essa perspectiva, pode-se debater se o Estado deve manter
universidades públicas.
A resposta é que, se por um lado existe o investimento em pesquisas e
retorno social, também há manutenção de cursos e profissionais de
baixo interesse do mercado e alto custo.
O mote aqui não é a observação econômica, mas conhecer o
contexto é fundamental para entender como foi construído o
nosso atual olhar para a educação e seus sistemas.
Como observamos, o Banco Mundial nasceu em um contexto de
necessidade da manutenção da paz e de reconstrução dos países após
as guerras mundiais. Até os anos 1960, para atingir esse objetivo, o
Banco aplicava seus fundos em financiamentos para importações e
acertos orçamentários, além de realizar investimentos em projetos de
geração de energia, transporte e comunicações.
Com as pressões sociais, motivadas pelas desigualdades econômicas
que permaneciam, essa instituição financeira mudou de estratégia nas
décadas seguintes e passou a investir em profissionalização da mão de
obra, que seria qualificada tecnicamente para viabilizar a maior
eficiência dos processos. Mas não se iluda, não estamos falando de um
modelo assistencialista. Com o redirecionamento do foco de atuação
do Banco Mundial para a área da educação, os países interessados em
obter crédito passaram a alinhar suas políticas públicas em educação
com a agenda neoliberal, garantindo uma proximidade de seus
interesses.
No Brasil, esse alinhamento se iniciou a partir da década de 1970,
quando, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), projetos
financiados pelo Banco Mundial incentivaram o ensino
profissionalizante, entendendo-o como fator de crescimento econômico
e diminuição da pobreza. No financiamento seguinte, o objeto de
intervenção eram as Secretarias Estaduais de Educação, com o
planejamento e a gestão das unidades escolares. No projeto seguinte,
os financiamentos da parceria BM/MEC voltaram-se para o 1º grau
(atuais séries iniciais do ensino fundamental), que era uma demanda
social.
 
Foto: Governo do Brasil / Caixa Econômica Federal/ Wikimedia
Commons/ Domínio público.
 Um bilhete da Loteria Esportiva, de 1972, com mensagens sobre o
Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).
A partir da década de 1990, como vimos, o neoliberalismo ganhou força
e seus preceitos passaram a se alinhavar com a área educacional,
importando a lógica empresarial para o campo, tornando-se uma
estratégia do BM para a área.
 COMENTÁRIO
Lembra que discutimos o fato de os financiamentos oferecidos pelos
organismos internacionais não serem caridade? Pois bem, quando um
país aceita um financiamento, em contrapartida, ele admite seguir as
orientações dessas instituições para nortear suas tomadas de decisões
e formular políticas públicas. Ou seja, um país que assume a cultura
neoliberal em suas ferramentas institucionais obtém maiores facilidades
de crédito junto aos organismos credores, não somente com relação ao
Banco Mundial.
No Brasil, a incorporação dos ideais neoliberais foi intensificada a partir
do primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-
1998). No entanto, a adoção desses princípios no campo educacional
se chocava com a construção social que se tinha até então, orientada
pelos princípios constitucionais (1988), tecidos em fóruns nacionais de
educação, que defendiam uma educação pública, gratuita e para todos,
acompanhada de uma luta a favor da melhoria das condições de
trabalho docente.
Destacam-se as seguintes estratégias do BM para a educação
brasileira:
Foco no investimento na educação básica por parte do Estado e
direcionamento dos recursos para o setor privado, no caso da
educação superior.
Incremento dos investimentos em insumos instrucionais em oposição a
fatores humanos.
Podemos identificar essas estratégias de gestão da educação em
programas do governo que apresentam volumosos investimentos,
como é o caso do PNLD, PROUNI E REUNE.
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Priorizar o conceito de qualidade fornecido pelo Banco Mundial reflete
como é interpretado o papel da educação neste cenário neoliberal, no
qual a excelência do ensino seria refletida pela capacidade de
aprimorar “vínculos entre educação e necessidades requeridas pelas
novas relações de produção e consumo” (OLIVEIRA, 2007, p. 91).
PNLD
O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) é
destinado a avaliar e a disponibilizar obras didáticas, pedagógicas
e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, de
forma sistemática, regular e gratuita, às escolas públicas de
educação básica das redes federal, estaduais, municipais e
distrital e às instituições de educação infantil comunitárias,
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas
com o Poder Público.
Fonte: MEC
PROUNI
O Programa Universidade para Todos (PROUNI) do Ministério da
Educação é um programa que oferece bolsas de estudo, integrais
e parciais (50%), em instituições particulares de educação
superior. Somente poderá se inscrever no Prouni o estudante
brasileiro que não possua diploma de curso superior e que tenha
participado do Enem mais recente e obtido, no mínimo, 450
pontos de média das notas. Além disso, o estudante não pode ter
tirado zero na redação.
Fonte: MEC
REUNI
O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais (REUNI) busca ampliar o acesso e a
permanência na educação superior. Para alcançar o objetivo,
todas as universidades federais aderiram ao programa e
apresentaram ao ministérioplanos de reestruturação, de acordo
com a orientação do Reuni. As ações preveem, além do aumento
de vagas, medidas como a ampliação ou abertura de cursos
noturnos, o aumento do número de alunos por professor, a
redução do custo por aluno, a flexibilização de currículos e o
combate à evasão.
Fonte: MEC
INDICADORES, GESTÃO E
CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA
Você deve estar se perguntando no momento: estamos falando bem ou
mal da educação neoliberal?
Com os avanços tecnológicos, sociais e políticos, entramos em contato
com novas trocas, novos valores, novas dinâmicas sociais. Se a
educação no início e ao longo do século XX era um bem
estratégico, de 1970 em diante ela passou a ser um bem material.
E como um bem, ela tem um valor. A educação não deixou de ter um
papel social, o Estado não está desobrigado de oferecê-la, mas a
maneira de gerir e pensar a educação passou a ter métricas de
investimento. Como tal, é necessária uma mudança na sua gestão.
Esse processo foi executado durante os governos de Fernando
Henrique Cardoso, Luís Inácio, Dilma Rousseff, Michel Temer e
Jair Bolsonaro, independentemente das diversas correntes
políticas adotadas por eles.
 
Imagem: Shutterstock.com
Todos esses líderes do Executivo apresentaram, na figura de seus
ministros da Educação, ações para consolidar e estruturar um sistema
de medição, regulamentação e investimento público na educação. Nas
próximas linhas, vamos entender como ele foi organizado no Brasil.
 COMENTÁRIO
Diversos autores identificam o alinhamento aos ideais dos organismos
internacionais investidores como algo prejudicial à soberania nacional.
Segundo Oliveira e Pádua (2000), deixar setores estratégicos nas
mãos da iniciativa privada sob orientação externa provocou uma
redução das responsabilidades estatais, levando ao abandono das
áreas sociais. No contexto de países com acentuada desigualdade
social, tal negligência ocasiona o aprofundamento dessa desigualdade.
Compreendendo a educação como elemento para o desenvolvimento e
direito humano, em 1990, diferentes instâncias da ONU como a
UNESCO, a UNICEF e o Banco Mundial, organizaram a Cúpula
Mundial de Educação para Todos, em Jomtien, na Tailândia. Nessa
reunião, os governos, agências internacionais, associações e
organizações não governamentais, com representatividades em todo o
mundo, juntaram-se para idealizar meios de colocar em prática algo
que já estava em leis em muitos países: a educação como um dos
direitos humanos. Isso se deveu ao fato dela ainda não ser uma
realidade no cenário mundial.
A Cúpula Mundial de Educação para Todos originou a Declaração
Mundial sobre Educação para Todos, um plano de ação para satisfazer
as necessidades básicas de aprendizagem, tendo como objetivo
universalizar o acesso à educação e promover a equidade (UNESCO,
1990).
Esta reunião definiu compromissos a serem cumpridos pelos países
signatários e, partindo desse imperativo, o Brasil formulou o Plano
Decenal de Educação para Todos.
Este plano marca a aceitação, pelo governo brasileiro, das estratégias
formuladas nos foros internacionais para a melhoria da educação
básica. Segundo o Plano, até 2003, o governo brasileiro deveria
garantir as necessidades básicas educacionais para promover a
aprendizagem dos conteúdos essenciais para a vivência e
compreensão da realidade social contemporânea.
Como veremos mais adiante, diversas leis brasileiras foram
influenciadas por esta Declaração. A cúpula reuniu-se novamente após
dez anos em Dakar e, dentre os acordos, estava o monitoramento mais
efetivo e regular do progresso das metas do documento ratificado pelas
nações, incluindo avaliações periódicas.
Diante da necessidade de acompanhar, ao redor do mundo, o
desenvolvimento das ações com vistas às metas estabelecidas no
campo da educação, observamos um incremento das avaliações
padronizadas externas ou avaliações em larga escala.
 
Imagem: Shutterstock.com
Os resultados obtidos nessas avaliações oferecem dados sobre as
realidades educacionais dos países, porém esses dados brutos não
são capazes de oferecer elementos suficientes para realizar um
diagnóstico confiável, identificar demandas ou subsidiar a formulação
de estratégias. Sendo assim, a partir de uma metodologia de
tratamento sobre os dados, damos origem a indicadores sociais que
oferecem uma tradução de um conceito social abstrato a partir da
interação entre diferentes dados.
Embora pareça que este conceito de indicadores seja algo muito
complexo, observamos referências a eles em diversas situações
cotidianas, como é o caso do Produto Interno Bruto (PIB).
Indicadores como esses são muito veiculados por serem utilizados por
pessoas do governo para embasar políticas públicas; por estudantes
tentando compreender o contexto socioeconômico em que vivem; pelos
cidadãos, para acompanhar a eficiência dos recursos obtidos pelo
Estado e pelo setor privado, para nortear decisões de investimentos e
análises de risco.
 
Foto: Shutterstock.com
 SAIBA MAIS
No campo da educação, há vários indicadores, que englobam
diferentes dados, não somente as notas em provas como outras
informações, como a frequência, a formação dos professores, as
condições de infraestrutura da escola etc. Esses indicadores ajudam a
compreender o contexto educacional de modo amplo e, a partir de seu
diagnóstico, formular políticas públicas para avançar na qualidade de
acesso e efetivação da aprendizagem.
Pode parecer simples, mas não é! A professora Claudia Costin, que
atuou no Banco Mundial como diretora de projetos internacionais de
educação, faz um histórico comparando as realidades nacional e
internacional para demonstrar que os novos paradigmas tinham uma
missão muito ingrata: levar mais alunos a concluir o ensino e gerar
mecanismos para compreender esse processo.
PRINCIPAIS AVALIAÇÕES
INTERNACIONAIS EM LARGA
ESCALA
No âmbito das avaliações internacionais, a mais relevante, devido ao
grande número de países participantes e por atingir todos os
continentes, é o exame realizado pelo Programme for International
Student Assessment (PISA).
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PROGRAMME FOR
INTERNATIONAL STUDENT
ASSESSMENT
Em livre tradução: Programa Internacional de Avaliação
Estudantil.
O exame do PISA é realizado a cada três anos, desde 2000, pela
OCDE. No Brasil, é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). O exame é realizado
digitalmente com estudantes de 15 e 16 anos, idade limite da
obrigatoriedade de ensino da maioria dos países participantes do
organismo. Estudantes de escolas públicas e privadas são avaliados
em três grandes áreas do conhecimento: Leitura, Matemática e
Ciências.
Em geral, para a realização dos exames de larga escala são
elaboradas matrizes de referência para definir o que será avaliado. No
caso do PISA, a avaliação trienal concentra-se em três domínios, e
para cada um deles é definida uma Matriz de Referência (INEP, 2020).
São eles:
Letramento em leitura
Letramento matemático
Letramento científico
 SAIBA MAIS
O QUE É UMA MATRIZ DE REFERÊNCIA?
O termo Matriz de Referência ou Quadro Conceitual (em inglês
Framework ) é utilizado especificamente no contexto das avaliações
em larga escala para definir o construto e os fundamentos teóricos de
cada teste ou questionário que compõem a avaliação, indicar as
habilidades ou traços latentes a serem medidos e orientar a elaboração
de itens. Além disso, também orienta a construção de escalas de
proficiência, que especificam os níveis em que os estudantes se
encontram e quais habilidades provavelmente são capazes de realizar
no contexto da avaliação.
Fonte: INEP.
O PISA engloba dados obtidos, além dos exames realizados pelos
estudantes, em questionários respondidos por estudantes, diretores de
escola, professores e responsáveis, a respeito do histórico familiar dos
estudantes, ambientes e abordagens de aprendizagem (INEP, 2020).
Os resultados da avaliação são contrastadoscom os demais países,
constituindo o ranking de desempenho. No caso do Brasil, o
compromisso com a melhoria do desempenho no PISA está legalmente
assumido na meta 7, tópico 7.11, do Plano Nacional de Educação
(PNE) (BRASIL, 2014), onde são projetadas metas a serem
alcançadas, indicadas através das médias obtidas nas provas de
matemática, leitura e ciências:
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem
horizontal
PISA 2015 2018 2021*
Metas estabelecida no PNE 438 455 473
Média dos resultados obtidos 395 400 -
* adiado para 2022, devido à pandemia da Covid-19 
 Tabela: Notas no PISA (média geral) 
Extraída de: Brasil, 2015.
Na primeira edição do exame, o Brasil ocupou a última posição, tendo
melhorado pouco seu desempenho, que está estagnado desde 2009. É
importante considerar que o número de países participantes do estudo
mais que dobrou entre a primeira e a última edição, realizada em 2018.
 ATENÇÃO
A má colocação do país neste ranking acontece apesar de o Brasil
investir proporcionalmente mais em educação, 6% do PIB, do que
outros países. Esse percentual de investimento em educação é maior
do que 80% dos países do estudo, incluindo membros da OCDE. Tal
constatação evidencia uma possível ineficiência do Estado. O Banco
Mundial, informou, na conferência de Dakar, que os recursos para
educação existem, mas são mal aproveitados (ANJOS, 2012).
Outro indicador, também realizado pela OCDE, e coordenado no Brasil
pelo INEP, é o Teaching and Learning International Survey (TALIS).
Criado para preencher lacunas do PISA, o TALIS foca no espaço
pedagógico e nas condições de trabalho.
Abrangendo escolas das redes pública e privada, países membros e
convidados da OCDE, a TALIS é aplicada a professores e diretores de
instituições de ensino, tendo como foco o ambiente de aprendizagem e
as condições de trabalho dos professores.
TEACHING AND LEARNING
INTERNATIONAL SURVEY
Em livre tradução: Pesquisa Internacional sobre Ensino e
Aprendizagem.
 SAIBA MAIS
Na última pesquisa, quase a totalidade dos professores brasileiros,
aproximadamente 94%, concordam com o ambiente pacífico nas
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escolas e nos relacionamentos, resultado que contrasta com a taxa de
bullying no Brasil, que é o dobro da média dos países da OCDE
(OECD, 2018). Outras taxas comparativas podem ser analisadas no
documento Country Note (OECD, 2018), documento, no qual os
resultados obtidos pelo TALIS são organizados e comparados.
Além do PISA e do TALIS, existem outras avaliações externas
internacionais com vistas à compreensão sobre a dinâmica da
expansão e da qualidade educacional. Desde a criação da Declaração
Mundial Todos pela Educação, a UNESCO vem desenvolvendo
estudos educacionais comparativos, através do programa World
Education Indicators (WEI). A International Association for the
Evaluation of Educational Achievement (IEA) também realiza a sua
pesquisa, intitulada Trends in International Mathematics and
Science Studies (TIMMS).
WORLD EDUCATION
INDICATORS
Em livre tradução: Indicadores de Educação Mundial.
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INTERNATIONAL ASSOCIATION
FOR THE EVALUATION OF
EDUCATIONAL ACHIEVEMENT
Em livre tradução: Associação Internacional de Avaliação de
Desempenho Educacional.
TRENDS IN INTERNATIONAL
MATHEMATICS AND SCIENCE
STUDIES
Em livre tradução: Tendências Internacionais em Estudos de
Matemática e Ciências.
PARA REFLETIR
Diante do que discutimos até aqui, podemos notar que os países com
maior vulnerabilidade econômico-social, como é o caso do Brasil,
dependem dos financiamentos dos organismos internacionais.
Nessa relação, os países devedores têm como condicionantes assumir
as estratégias definidas pelos credores que, por sua vez, criam
instrumentos para verificar se os países devedores estão cumprindo o
acordado. No entanto, essa dinâmica interfere em diferentes instâncias:
desde a tomada de decisões governamentais, como a elaboração de
políticas públicas para a educação; passando pelos currículos locais,
que se alinham às matrizes de referência das avaliações externas e
impactando no que será ensinado e aprendido nos cotidianos
escolares.
Será que é possível aferir e mensurar tudo o que um sujeito precisa
desenvolver para um bem-viver em sociedade? E mais, será que temos
um consenso na sociedade do que é uma educação de qualidade?
Você pode imaginar a complexidade de uma avaliação externa e em
larga escala ser aplicada para avaliar a capacidade de um estudante,
como, por exemplo, no que se refere a sua oralidade, como ele se sai
em um trabalho em grupo ou, ainda, se tem disciplina?
 
Foto: Shutterstock.com
Muitas habilidades e competências relevantes, que podem ser
desenvolvidas nas escolas, não são meramente cognitivas e/ou não
são aferíveis por esse tipo de avaliação. Tampouco é possível indicar
os múltiplos fatores capazes de interferir na aprendizagem. Além disso,
sabemos que os sujeitos têm pontos de partida diferentes diante de
uma meta a ser atingida.
Podemos, então, entender os dois lados que as avaliações externas
em larga escala nos trazem:
 
Foto: Shutterstock.com
Oferecem informações relevantes para a gestão educacional e para o
controle social da qualidade da educação oferecida.

 
Foto: Shutterstock.com
Causam efeitos colaterais indesejados que podem, inclusive, caminhar
em direção oposta ao que é buscado.
Dentre esses efeitos indesejáveis, podemos citar o empobrecimento do
currículo escolar. Como as escolas e sistemas se veem pressionados a
obter bons resultados nessas avaliações e estatísticas, eles podem vir
a priorizar apenas as competências avaliadas pelos exames ou
progredir estudantes para o ano de escolaridade seguinte, sem que
eles estejam aptos e sem oferecer ferramentas pedagógicas para que
obtenham sucesso diante desta situação.
Tal controvérsia levanta tantos questionamentos que Diane Ravitch,
maior idealizadora do currículo nacional dos Estados Unidos, que
impulsionou a adoção de testes padronizados e a de um modelo
empresarial para o sistema de ensino, publicou um livro que refuta a
lógica da reforma educacional por ela defendida 40 anos antes. A
autora aponta como essa reforma trouxe mais prejuízos do que
avanços para a educação escolar americana. Cabe destacar que esse
modelo serviu de referência para inúmeros sistemas de ensino mundo
afora.
 RESUMINDO
Diante do exposto, podemos afirmar, sem medo de errar, que essas
avaliações externas e em larga escala, além dos indicadores e
estatísticas sociais, são necessárias. Todavia, elas oferecem uma visão
reduzida sobre os processos de ensino-aprendizagem.
A partir dessa constatação, você docente ou futuro docente, como pode
conjugar o bom desempenho de seus alunos nessas avaliações em
larga escala com uma prática pedagógica rica e diversa?
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. RELACIONE AS COLUNAS DE ACORDO COM A
DEFINIÇÃO CORRETA DE CADA ELEMENTO
APRESENTADO:
(A) BANCO MUNDIAL 
(B) ORGANISMO INTERNACIONAL 
(C) ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
(D) DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS
HUMANOS
( ) DOCUMENTO QUE ESTABELECE OS DIREITOS
FUNDAMENTAIS DO SER HUMANO,
INDEPENDENTEMENTE DE SUA NAÇÃO. 
( ) TEM COMO FINALIDADE ASSEGURAR A PAZ E O
DESENVOLVIMENTO DOS PAÍSES. 
( ) INSTITUIÇÃO COMPOSTA POR MAIS DE UMA
NAÇÃO. 
( ) INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE OFERECE
RECURSOS PARA PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO.
AGORA, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA A
CORRESPONDÊNCIA ADEQUADA:
A) D; C; B; A
B) B; A; C; D
C) A; B; C; D
D) D; B; C; A
E) A; C; D; B
2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE
AO PROGRAMA EDUCACIONAL MAIS RELEVANTE, DE
CARÁTER INTERNACIONAL, QUE PERMITE A CADA
PAÍS AVALIAR OS CONHECIMENTOS E AS
HABILIDADES DE SEUS ESTUDANTES EM
COMPARAÇÃO COM OS DE OUTROS PAÍSES:
A) Teaching and Learning International Survey (TALIS)
B) Programme for International Student Assessment (PISA)
C) World Education Indicators (WEI)
D) InternationalAssociation for the Evaluation of Educational
Achievement (IEA)
E) Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura
GABARITO
1. Relacione as colunas de acordo com a definição correta de cada
elemento apresentado:
(A) Banco Mundial 
(B) Organismo internacional 
(C) Organização das Nações Unidas 
(D) Declaração Universal dos Direitos Humanos
( ) Documento que estabelece os direitos fundamentais do ser
humano, independentemente de sua nação. 
( ) Tem como finalidade assegurar a paz e o desenvolvimento dos
países. 
( ) Instituição composta por mais de uma nação. 
( ) Instituição financeira que oferece recursos para países em
desenvolvimento.
Agora, assinale a alternativa que indica a correspondência
adequada:
A alternativa "A " está correta.
 
Como observamos, os organismos internacionais possuem influência
nas ações de todos os países. O Banco Mundial e a Organização das
Nações Unidas são os principais organismos internacionais. Acordos
entre os países são celebrados nas conferências realizadas por essas
entidades supranacionais. Estes acordos pautam instrumentos
legislativos e políticas públicas ao redor do mundo, como é o caso da
Declaração Internacional dos Direitos Humanos. O objetivo dessa
questão é que o estudante consiga diferenciar os atores e as ações
internacionais.
2. Assinale a alternativa que corresponde ao programa
educacional mais relevante, de caráter internacional, que permite a
cada país avaliar os conhecimentos e as habilidades de seus
estudantes em comparação com os de outros países:
A alternativa "B " está correta.
 
Embora todas estas siglas estejam em inglês, isto não interfere que o
aluno reconheça o PISA. Este conhecimento é necessário, pois o PISA
é a avaliação mais utilizada no mundo.
MÓDULO 2
 Identificar as características do Sistema Brasileiro de
Avaliação
SISTEMA NACIONAL DE
AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO
Imagine que você levou seu carro à uma oficina mecânica e, na hora
do pagamento, o mecânico informou que você deve pagar um valor,
sem que ele oferecesse informações sobre os serviços e peças que
utilizou no seu carro. Tampouco evidenciou que tais procedimentos
melhoraram o desempenho e o funcionamento do seu veículo, como é
feito nas ordens de serviço. O que você pensaria a respeito desta
postura?
 
Imagem: Shutterstock.com
Pois bem, toda oneração, principalmente de bens públicos, demanda
uma prestação de contas que não se refere somente aos valores
despendidos, mas também aos efeitos que eles produzem. Desse
modo, nesta seção, vamos conhecer a respeito dos instrumentos que o
nosso país desenvolveu para sanar tais demandas.
Como vimos anteriormente, os organismos internacionais oferecem
financiamentos para os países, sob a exigência de assumirem
determinadas ações. Para acompanhar se tais ações estão sendo
efetivas, os organismos internacionais criam ferramentas, como
avaliações em larga escala, questionários, originando indicadores e
estipulando metas a serem cumpridas.
Como ocorre no âmbito interno do nosso país?
 RESPOSTA
Da mesma maneira como as instituições que financiam recursos para
os países demandam um acompanhamento dos resultados obtidos
pelo investimento realizado, os cidadãos que custeiam o sistema
educacional público com seus impostos também demandam uma
prestação de contas de sua eficiência.
HISTÓRIA DA CRIAÇÃO DO
SISTEMA
Primeiramente, vamos entender um pouco do conceito de sistema: ele
é a unidade de vários elementos intencionalmente reunidos, de modo a
formar um conjunto coerente e operante (SAVIANI, 1996, p. 80).
Atualmente, o sistema educacional brasileiro é avaliado,
nacionalmente, de maneira muito análoga aos processos realizados
pelas avaliações internacionais, constituindo um Sistema de Avaliação
Institucional. Tal sistema veio se complexificando e consolidando ao
longo do tempo, notadamente a partir de meados da década de 1990.
Os processos pelos quais nosso sistema passou para chegar à
configuração que temos hoje é o assunto que abordaremos nos
próximos parágrafos.
Segundo o Censo Escolar de 2020, o sistema educacional brasileiro
possui, na etapa da educação básica, 179.533 escolas que atendem a
23.790.817 estudantes. Você consegue imaginar o quão caótico seria
acompanhar e oferecer direcionamento para essa magnitude de
público, sem um panorama geral? Seria como dirigir um veículo gigante
às cegas.
Vamos entender como se deu o processo de avaliação do Sistema
Educacional brasileiro:

DÉCADA DE 1930
Os primeiros dados coletados pelo convênio em 1932 foram publicados
em 1939. Tais dados passaram a nortear a Sinopse Estatística da
Educação Básica, uma das formas de apresentação dos dados
declarados pelas escolas, que permanece até os dias de hoje.
Podemos identificar a iniciativa de criação desta sinopse como o
primeiro esforço sistematizado de termos um diagnóstico da educação
brasileira, importante para a obtenção e divulgação de informações
educacionais para nortear as tomadas de decisão.
A Sinopse Estatística da Educação Básica oferecia informações
referentes aos elementos ligados diretamente à instituição escolar.
Mais adiante, foi identificada a necessidade de avaliar um possível
impacto dos contextos socioeconômicos nas aprendizagens.
DÉCADA DE 1960
Em 1966, o Centro de Estudos de Testes e Pesquisas Psicológicas
(CETPP), da Fundação Getulio Vargas, elaborou e aplicou exames em
uma amostra de estudantes do ensino médio. No exame, foram
avaliadas as áreas de Linguagem, Matemática, Ciências Físicas e
Naturais e Estudos Sociais. Além do exame, os estudantes deviam
preencher “um questionário sobre características socioeconômicas dos
alunos e suas aspirações” (GATTI, 2009).
Na mesma década, foram realizados outros estudos menores com esta
mesma perspectiva, com o início da parceria entre Centro Brasileiro de
Pesquisas Educacionais, ligado ao Instituto Nacional de Estudos
Pedagógicos (INEP) e ao Ministério da Educação (MEC).
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
INÍCIO DA DÉCADA DE 1980
Na década de 1980, foi criado o Programa de Expansão e Melhoria da
Educação no Meio Rural Nordeste (EDURURAL-NE), uma parceria
entre o Banco Mundial e o MEC para oferecer maior abrangência e
qualidade do ensino em áreas rurais, desenvolvido em todos os
estados do Nordeste. A avaliação realizada para acompanhar o
programa e os usos de seus resultados, tendo uma metodologia bem
definida e cuidadosa com a coleta e análise dos dados, foi considerada
um exemplo a ser replicado, para se caminhar em direção a uma
educação “mais condizente com as necessidades das populações
menos favorecidas” (GATTI, 2009).
MEADOS DA DÉCADA DE 1980
As políticas públicas educacionais eram elaboradas em consonância
com a área de administração, lógica instituída pelo regime civil-militar.
Com a destituição do regime militar, em 1985, e o contexto da
redemocratização do país, valores progressistas foram incorporados
aos debates educacionais e a gestão educacional herdada do antigo
regime passou a contrastar com eles.
Nesse panorama, passam a circular nas discussões do campo o ideal
de uma gestão democrática da educação, embasada pelos princípios
de igualdade ao acesso à educação e ao pluralismo de ideias, valores
consolidados pela Constituição Federal de 1988.
Concomitantemente, os levantamentos realizados pelo MEC
evidenciaram a situação de fracasso escolar, traduzida nas elevadas
taxas de repetência. Tal constatação encorpou a pressão social por
uma educação de qualidade e direcionou as políticas públicas e
legislação ao longo das décadas seguintes.


FINAL DA DÉCADA DE 1980
A redemocratização exige uma nova constituinte. A Constituição
Federal de 1988, no primeiro artigo da sessão que aborda o direito à
educação, define que a educação é um direito de todos e dever do
Estado em conjunto com a sociedade. Ainda, estabelece que esta
educação é necessária para o pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e suaqualificação para o
trabalho. No segundo artigo, sétimo inciso, está prevista a garantia do
padrão de qualidade.
Logo, se educação de qualidade é uma garantia, ela precisa ser
comprovada. É deste imperativo que surge a necessidade de
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monitoramento dela. No caso, as avaliações são o meio de se ter tal
monitoramento.
Cabe destacar que, embora as avaliações dos sistemas educacionais
tenham relação com o controle social dos gastos públicos, a educação
é um bem público e, portanto, esta avaliação engloba as instituições
particulares de ensino, previstas na Constituição de 1988.
DÉCADA DE 1990
Em 1996, foi sancionada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN), Lei 9.394/96, que instituiu como dever da União
“assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no
ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os
sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria
da qualidade do ensino” (BRASIL, 1996).

GARANTIA
Garantia, segundo o dicionário Oxford, é ato ou palavra com que
se assegura o cumprimento de obrigação, compromisso ou
promessa.
Como já discutimos, avaliamos os sistemas educacionais para
monitorar o desempenho das políticas públicas da área. No entanto, é
importante sabermos quais objetivos temos com essas políticas. No
campo da educação não há um consenso do que vem a ser uma
educação de qualidade, além disso, inúmeros aspectos integram este
conceito como, por exemplo, infraestrutura, formação docente, clima
escolar, merenda, dentre tantos outros fatores que impactam no direito
de aprender.
Diante disso, a LDBEN estabeleceu padrões mínimos de qualidade,
“definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem.” Além disso, indicou que os currículos do ensino
fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, que
influenciarão também as matrizes das avaliações externas e em larga
escala (BRASIL/1996).
Imagem: Shutterstock.com
BRASIL NO CAMINHO DA
GESTÃO DE INDICADORES
Você lembra que os organismos internacionais exigiam alinhamento
entre as políticas públicas do país interessado e as orientações
oferecidas por eles? Uma dessas orientações é a instituição de um
sistema nacional de avaliação. Diante dessa demanda, a LDBEN
instituiu que o Plano Nacional de Educação (PNE, um plano
decenal que define metas para a educação do país neste período)
estará em sintonia com a Declaração Mundial Sobre Educação
para Todos (PNUD, UNESCO, UNICEF, Banco Mundial), assinada
em Jomtiem em 1990, como vimos anteriormente. Com isso, estados
e municípios, com auxílio de caráter suplementar da União, são
incumbidos de integrar todos os estabelecimentos de Ensino
Fundamental a um único sistema nacional de avaliação do rendimento
escolar.
Com a Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001, o PNE foi aprovado e, para
estabelecer os mecanismos necessários para acompanhamento das
metas, instituiu o Sistema Nacional de Avaliação e o desenvolvimento
de sistemas de informação e de avaliação em todos os níveis e
modalidades de ensino, com constante aperfeiçoamento dos processos
de coleta e difusão dos dados, considerados instrumentos
indispensáveis para a gestão do sistema educacional e melhoria do
ensino.
Em 2007, foi assinado o Decreto 6.094 que implementou o Plano de
Metas Compromisso todos pela Educação. Em seu artigo primeiro, é
citada a melhoria da qualidade da Educação Básica e é organizado um
comitê com diversos atores-chave para mobilizar a acompanhar a
evolução nas metas estabelecidas para a educação.
 
Imagem: Shutterstock.com
 SAIBA MAIS
Atualmente, estamos sob a vigência do PNE sancionado pela Lei nº
13.005, de 25 de junho de 2014, com previsão até 2024 que, dentre
seus objetivos, visa a permanência dos alunos, mensurada pelo Censo
Brasil, e a qualidade do ensino, mensurada pelo Sistema de Avaliação
da Educação Básica (SAEB), viabilizando o cálculo do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), instrumentos que vamos
conhecer adiante.
SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – SAEB
 
Imagem: Inep.
 Sistema de Avaliação da Educação Básica.
O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) é um conjunto de
avaliações externas em larga escala. A coleta de informações é
realizada bienalmente por meio de provas e questionários para
qualificar a Educação Básica brasileira, bem como levantar dados
sobre as condições em que o ensino está sendo realizado.
Em sua primeira edição, em 1990, foram aplicados exames para
estudantes da 1ª, 3ª, 5ª e 7ª séries do Ensino Fundamental, que
contemplaram as áreas de Português, Matemática, Ciências Naturais e
Redação, em uma amostra de escolas públicas no país. A matriz de
referência desta edição foi balizada pelos currículos dos sistemas
estaduais de ensino. De forma semelhante, a avaliação foi realizada
em 1993.
Em 1995, o SAEB trouxe inovações. Para conhecer o contexto dos
alunos, foi iniciada a aplicação de questionários socioeconômicos. As
provas mantiveram as bases fundamentais das edições anteriores, mas
com uma nova metodologia de composição e análise de dados, a
Teoria de Resposta ao Item (TRI).
TEORIA DA RESPOSTA AO ITEM
A TRI deu origem à metodologia de avaliação utilizada, que não é
apenas o somatório de quantas questões o avaliado acertou, ou o
percentual de acerto. Este método tem por unidade o item. O item
é o conjunto de três características das questões: a dificuldade, a
possibilidade de acerto ao acaso (chute) e a capacidade da
questão em selecionar os avaliados que realmente têm as
competências necessárias para atender à finalidade da prova.
 SAIBA MAIS
É elaborada também a escala de proficiência, que seria a gradação das
habilidades dos alunos, variando de 0 a 9. A interpretação desta régua
é cumulativa, por exemplo, se o que está sendo avaliado é a
alfabetização, a escala contempla, em um ponto menor, a leitura de
palavras com sílabas simples (àquelas compostas apenas pela dupla
consoante-vogal, c/v) e, em ponto maior, a leitura de palavras com
sílabas complexas (exemplo: consoante-consoante-vogal, ccv).
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Conclui-se que o aluno com habilidade de maior proficiência, como ler
palavras mais complexas, possui a habilidade de ler as mais simples. A
escala de desempenho é única para todos os anos de aplicação e
séries, permitindo a comparabilidade entre os anos de aplicação.
Na edição de 1997 do SAEB pudemos observar algumas modificações:
a alteração do público-alvo, contemplando os estudantes da 4ª e 8ª
séries do Ensino Fundamental e de 3ª série do Ensino Médio; inserção
das áreas de Física, Química e Biologia; inclusão de escolas
particulares na amostragem.
Em 1999, a reformulação mais importante foi a criação das Matrizes de
Referência do SAEB, que passaram a embasar a formulação das
questões e a análise dos dados. A Geografia também passou a ser
avaliada. Nas matrizes de referência, os conteúdos associados a
competências e habilidades desejáveis para cada série e para cada
disciplina são divididos em descritores.
É importante dizer que as matrizes não abordam todo o currículo e não
devem ser tomadas como metodologia para ensino em sala de aula,
que é muito mais abrangente.
Em 2001, as áreas de conhecimento são resumidas a Língua
Portuguesa e Matemática, alinhando-se à metodologia do PISA.
Na edição de 2005, o SAEB foi reestruturado, sendo composto por
duas avaliações, a Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB) e a
Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC ou PROVA
BRASIL). Os resultados do SAEB de cada município e escola
passaram a ser divulgados, e não apenas os resultados a nível federal
e por região, como era antes. Esse procedimento oportuniza que cada
unidade escolar e município tenha ciência do seu desempenho e crie
estratégias para alcançar melhores rendimentos. Este novo formato
também viabilizou o cálculo do IDEB.Os testes do Saeb são elaborados a partir de matrizes de referência
(INEP, 2020). Os conteúdos associados a competências e habilidades
desejáveis para cada série e para cada disciplina são subdivididos em
partes menores, os descritores, cada uma especificando o que os itens
das provas devem medir. Os descritores, por sua vez, traduzem uma
associação entre os conteúdos curriculares e as operações mentais
desenvolvidas pelos alunos. Os descritores, portanto, especificam o
que cada habilidade implica e são utilizados como base para a
construção dos itens de diferentes disciplinas.
Por exemplo, em Língua Portuguesa, temos o tópico Procedimentos de
Leitura; dentro deste tópico temos descritores, que variam de localizar
informações explicitas em um texto a distinguir um fato da opinião
relativa a esse fato.
Em Matemática, no tópico de Grandezas e Medidas, temos como
exemplo de descritores estabelecer relações entre unidades de medida
de tempo, resolver problemas envolvendo o cálculo do perímetro de
figuras planas e coisas cotidianas como estabelecer trocas entre
cédulas e moedas brasileiras.
Imagem: Rômulo Rosa
 Composição do SAEB até 2019.
A ANEB manteve os procedimentos da avaliação amostral (atendendo
aos critérios estatísticos de no mínimo dez estudantes por turma),
sendo realizada nas redes públicas e privadas. Estudantes do 5º e 9º
ano do ensino fundamental e do 3º do ensino médio passaram por este
exame. Aqui o foco é avaliar a equidade, qualidade e eficiência da
educação. Os dados são publicados regionalmente e a nível estadual.
Já a ANRESC ou PROVA BRASIL é censitária, ou seja, avalia todos
os estudantes em todas as instituições públicas que atendam ao critério
mínimo de trinta estudantes matriculados no 5o e 9º ano do Ensino
Fundamental. Os resultados são divulgados por escola e por redes,
municipal, estadual e federal. O objeto de estudo é o sistema público
de ensino. O sistema de avaliação seguiu com esta metodologia até
2013, e os exames aplicados nas séries do Ensino Fundamental agora
são de caráter censitário na rede pública.
Nesta edição, um novo exame passou a fazer parte do SAEB, a
Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), prevista no Pacto
Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).
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Metodologicamente, a ANA funciona de maneira semelhante à Prova
Brasil, com suas matrizes de referência e escalas de proficiência. Esta
avaliação é censitária e realizada com os alunos do 3º ano do ensino
fundamental das escolas públicas. O objetivo da ANA é obter
informações sobre a alfabetização e a matemática na rede pública de
ensino. Enquanto as demais avaliações que ocorrem no SAEB são
bienais, a ANA é realizada todos os anos.
No SAEB seguinte, os estudantes do Ensino Médio de escolas públicas
também passaram a fazer parte da avaliação de forma censitária. Além
disso, o INEP lançou a plataforma Devolutivas Pedagógicas, que, ao
trazer interpretações dos dados obtidos pela Prova Brasil, aproximou
os resultados estatísticos à realidade de docentes e gestores,
facilitando a utilização desses para a gestão escolar.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi promulgada em 2017 e
passou a orientar a matriz curricular do SAEB, em 2019, para o 2º e o
9º anos do ensino fundamental e educação infantil. Os demais anos
mantêm a matriz anterior, para permitir a comparação entre os
resultados. Notamos a incorporação da etapa da Educação Infantil ao
sistema de avaliação, de forma experimental, com questionários para
diretores, professores e gestores públicos.
PACTO NACIONAL PELA
ALFABETIZAÇÃO NA IDADE
CERTA (PNAIC)
De acordo com a Secretaria de Educação de Santa Catarina, o
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) “é um
compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito
Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as
crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final
do 3º ano do ensino fundamental” em português e matemática.
 ATENÇÃO
Na mesma edição de 2019, ANA, ANEB e ANRESC integraram um
sistema único e todas as avaliações passaram a ser identificadas pelo
nome SAEB, acompanhado das etapas, áreas de conhecimento e tipos
de instrumentos envolvidos. O letramento em português e matemática
passou a ser realizado no 2º ano do ensino fundamental, como previsto
na BNCC.
Os últimos números do SAEB realizado em 2019, mostram que o
exame foi aplicado em mais de 72 mil escolas, e 5,6 milhões de
estudantes fizeram os testes de Língua Portuguesa e de Matemática
nas etapas do 5º ano do ensino fundamental, 9º ano do ensino
fundamental e 3ª série do ensino médio. Além disso, foram aplicados
questionários contextuais para estudantes, professores e diretores, e o
questionário da escola para atender aos diferentes levantamentos que
compõem o SAEB.
Uma das formas de publicação dos resultados do SAEB é o ganho de
aprendizagem, que é a evolução da proficiência média em relação à
última edição do SAEB.
Analise o gráfico a seguir, extraindo informações e alguns
questionamentos possíveis:
Imagem: Inep.
 Ganho de aprendizagem por estado no SAEB de 2011 a 2017.
Com esse gráfico, podemos observar a evolução por estado na área de
Língua Portuguesa, desde 2011 até 2017. Observe que a barra que
representa a nota média obtida por cada estado, dentro de sua
respectiva região.
Lembra que na Introdução apontamos para o fato de que a apuração
dos números não deve gerar uma leitura equivocada? Por exemplo:
olhar o gráfico e notar um desempenho pior no Nordeste em relação ao
Sudeste, e concluir que não precisamos de investimento de educação
no Sudeste, somente no Nordeste. O exemplo é simplório, mas é
provocativo e necessário. Esses números devem dar subsídios a
gestores, ser testados e analisados.
 EXEMPLO
O desempenho médio do Ceará, tão melhor do que outras regiões e
até o destaque nacional, ficou atrás somente de São Paulo. Como será
que, tendo um cenário econômico semelhante aos demais estados
nordestinos, o Ceará conseguiu ter notas tão altas? Esta questão
despertou o interesse do Banco Mundial que, em 2020, publicou um
estudo sobre a experiência do Ceará com a Educação Básica.
Entendeu? Não gera uma descoberta, mas uma investigação.
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Rômulo Rosa
Este estudo concluiu que as seguintes práticas levaram a esta melhoria
no desempenho nas avaliações do estado (GRUPO BANCO MUNDIAL,
2020):
Distribuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) coletado de acordo com o desempenho no IDEB
(composto pelo SAEB, como veremos mais adiante);
Intensificação do papel das secretarias estaduais de educação na
formação de professores, que passaram a oferecer cursos,
materiais didáticos, dentre outras ações de apoio técnico aos
municípios;
Desenvolvimento do Programa Escola Nota 10, no qual as
escolas que têm bons níveis de desempenho prestam assistência
técnica a outras escolas e são premiadas, enquanto as escolas
com pior desempenho podem ser penalizadas;
Estabilidade política do estado;
Monitoramento contínuo do aprendizado pelo IDEB e pelo
Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará
(SPAECE).
Provavelmente você já ouviu falar do IDEB, mesmo antes de ingressar
na universidade. Isso acontece porque ele é um indicador muito
utilizado para o controle da qualidade da educação por parte da
sociedade, ou seja, um instrumento de pressão social para cobrar
resultados dos gestores públicos. A seguir, encontramos mais
informações sobre este indicador.
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA (IDEB)
 
Imagem: Inep.
 Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
Como pincelamos anteriormente, o IDEB foi criado em 2007 para
acompanhar a qualidade do ensino. Com esse intuito, o INEP conjugou
dois fatores elementares: o fluxo escolar e o desempenho escolar.
O fluxo escolar trata de aprovação dos estudantes para o ano de
escolaridade seguinte, reprovação eabandono. O acompanhamento
desses dados é realizado pelo Censo Escolar, que discutiremos
adiante. Já o desempenho escolar é aferido pelas provas do SAEB.
A associação as duas variáveis (fluxo e rendimento) é relevante, pois
impede que os resultados obtidos no SAEB sejam mascarados pelo
fluxo.
 EXEMPLO
Um aluno que avançou para o ano de escolaridade seguinte sem ter
adquirido as habilidades básicas previstas ou um estudante que se saiu
bem nos exames por estar refazendo um ano de escolaridade qualquer.
Matematicamente, o IDEB varia de 0 a 10 e é o produto entre a média
de proficiência da etapa Prova Brasil (ANRESC), do SAEB (separados
em Língua Portuguesa e Matemática) e a média das aprovações
(separados entre as etapas iniciais e finais do Ensino Fundamental e o
Ensino Médio).
Embora tenhamos uma meta a ser atingida pelo IDEB em nível
nacional, cada unidade escolar e sistema de ensino (municipal e
estadual) tem metas próprias a serem atingidas.
Com relação às notas do IDEB, o Brasil obteve 3,8 na primeira edição,
realizada em 2005, e tem como meta atingir 6,0 em 2021. A média 6,0
foi estabelecida pela comparação com países desenvolvidos, membros
da OCDE. Na última edição, em 2019, o IDEB observado para o Brasil
foi de 5,9.
EXAME NACIONAL DO ENSINO
MÉDIO – ENEM
 
Imagem: Inep.
Em 1998, através da portaria nº 438 de28 de maio, o MEC institui o
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O ENEM foi criado tendo
como objetivos avaliar o desempenho dos estudantes no ensino médio
e criar uma alternativa de acesso ao ensino superior que, na época, era
realizado por seleções de ingresso (vestibulares) específicas de cada
instituição.
O exame é aplicado anualmente sob a coordenação do INEP. Possui
uma matriz de competências própria, com habilidades necessárias para
a vida profissional e acadêmica, previstas de serem adquiridas ao
longo da educação básica.
O ENEM avalia o domínio básico das seguintes competências:
Uso da norma culta da língua portuguesa;
Compreensão das diferentes linguagens, tais como: a
matemática, a científica, a artística, dentre outras.
Compreensão de fenômenos naturais, processos histórico-
geográficos, produções tecnológicas, manifestações artísticas;
Solução de situações-problema com visão crítica para tomada de
decisões, construir argumentações consistentes e elaboração de
propostas de intervenções na realidade, considerando aspectos
socioculturais e conhecimentos desenvolvidos nas diferentes
etapas da escolarização.
 ATENÇÃO
O ENEM é opcional. Os interessados em realizar o exame pagam taxa
de inscrição, que ajuda no financiamento da elaboração e aplicação
das provas, sendo prevista por lei a isenção do pagamento para alunos
com incapacidade financeira comprovada.
Resguardado o sigilo individual de cada participante, o INEP possui um
banco de dados, no qual é possível analisar os resultados de forma
global. Tais dados originam relatórios que são divulgados para
instituições de ensino superior, secretarias de educação e
pesquisadores. Com isso, os gestores têm acesso a informações
capazes de contribuir para a formulação de políticas públicas e ampliar
a compreensão a respeito do ensino no país.
EXAME NACIONAL PARA
CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
DE JOVENS E ADULTOS – ENCCEJA
 
Imagem: Inep.
 Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e
Adultos.
Realizada pela primeira vez em 2002, esta avaliação objetiva conferir
as competências de jovens e adultos que:
Não terminaram o Ensino Fundamental ou o Ensino Médio na
idade apropriada;
Estão privados de liberdade;
Residem no exterior.
O ENCCEJA também está a cargo do INEP, mas a certificação dos
alunos é responsabilidade das secretarias estaduais de educação e
institutos federais de educação, ciência e tecnologia. As aplicações fora
do Brasil são realizadas em parceria com o Ministério das Relações
Exteriores.
O exame acontece uma vez por ano e é composto por uma prova de
redação e quatro provas objetivas. Cada prova é composta por trinta
questões de múltipla escolha:
Ensino fundamental
São avaliadas as seguintes áreas:
Ciências Naturais;
Matemática;
Linguagens;
História e Geografia.
Ensino médio
São avaliadas as seguintes áreas:
Química, Física e Biologia;
Matemática;
Linguagens;
História, Geografia, Sociologia e Filosofia.
EXAME NACIONAL DE
DESEMPENHO DOS ESTUDANTES –
ENADE
 
Imagem: Inep.
 Exame nacional de Desempenho dos Estudantes.
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE),
realizado pelo INEP desde 2004, avalia o desempenho dos graduandos
e é pré-requisito para a conclusão da graduação. Embora o exame
tenha periodicidade anual, cada ano avalia uma grande área de
conhecimento, que recebe a nomenclatura de ciclos, sendo cada área
avaliada trienalmente.
As áreas de conhecimento para os cursos de bacharelado e
licenciatura derivam da tabela de áreas do conhecimento divulgada
pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq). Já os eixos tecnológicos são baseados no Catálogo Nacional
de Cursos Superiores de Tecnologia (CNCST), do Ministério da
Educação.
 
Imagem: Shutterstock.com
 ENADE: ciclos de avaliação.
NO CICLO I
São avaliados cursos de bacharelado em Ciências Agrárias, da Saúde,
Engenharias, Arquitetura e Cursos Superiores de Tecnologia nas áreas
de Ambiente e Saúde, Produção Alimentícia, Recursos Naturais, Militar
e Segurança.
NO CICLO II
Passam pelo exame os cursos de bacharelado das Ciências Humanas,
com ênfase nos cursos de licenciatura nas áreas de conhecimento de
Ciências da Saúde; Ciências Humanas; Ciências Biológicas; Ciências
Exatas e da Terra; Linguística, Letras e Artes, além de Cursos
Superiores de Tecnologia nas áreas de Controle e Processos
Industriais, Informação e Comunicação, Infraestrutura e Produção
Industrial.
NO CICLO III
Passam pelo teste os cursos de Ciências Sociais Aplicadas e Cursos
Superiores de Tecnologia nas áreas de Gestão e Negócios, Apoio
Escolar, Hospitalidade e Lazer, Produção Cultural e Design.
O ENADE possui os seguintes instrumentos de coleta de dados:
A prova em si;
O Questionário do Estudante, destinado a levantar informações
que permitam caracterizar o perfil e o contexto de seus processos
formativos;
O Questionário de Percepção de Prova, destinado a levantar
informações que permitam medir o entendimento dos estudantes
em relação à prova.
O Questionário do Coordenador de Curso, destinado a levantar
informações que permitam caracterizar o perfil do coordenador de
curso e o contexto dos processos formativos dos estudantes
avaliados no ENADE.
As provas do ENADE são elaboradas pelo INEP, a partir do Banco
Nacional de Itens da Educação Superior. Esse banco é resultante da
colaboração de docentes do Ensino Superior, que são selecionados
mediante edital de chamada pública.
O ENADE integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (SINAES). Os resultados do ENADE, aliados às respostas do
Questionário do Estudante, são insumos para o cálculo dos Indicadores
de Qualidade da Educação Superior.
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) é
formado por três componentes principais: a avaliação das instituições,
dos cursos e do desempenho dos estudantes.
Os principais objetivos da avaliação envolvem melhorar o mérito e o
valor das instituições, áreas, cursos e programas, nas dimensões de
ensino, pesquisa, extensão, gestão e formação; melhorar a qualidade
da educação superior e orientar a expansão da oferta.
O Sinaes possui uma série de instrumentos complementares:
autoavaliação, avaliação externa, Enade, avaliação dos cursos de
graduação e instrumentos de informação como o censo e o cadastro.
Fonte: Inep
A nota no ENADE varia de 1 a 5 e a avaliação é composta por duas
etapas. A primeira, Formação Geral (FG), conta com dez questões,
sendo oito de múltipla escolha e duas discursivas. A segunda,
Componentes Específicos (CE), é composta por trinta questões,sendo
27 de múltipla escolha e as restantes discursivas.
A etapa FG avalia as competências relacionadas à compreensão de
temas exteriores ao âmbito específico do curso, ligados à realidade
brasileira e mundial e a outras áreas do conhecimento. A etapa CE
avalia o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos
programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso
de graduação. A nota final do estudante é a média ponderada entre as
partes, na qual a etapa CE tem peso de 75%.
 SAIBA MAIS
Em 2019, 70% dos cursos de graduação que receberam a nota máxima
no ENADE eram ministrados em universidades públicas. Das 1.426
instituições públicas testadas, mais de 20% conquistaram a nota 5.
Entre as 6.360 universidades privadas testadas, menos de 2%
obtiveram a avaliação máxima. Além da distinção do desempenho
entre instituições públicas e privadas, também é possível acessar os
resultados por unidade federativa, curso ou instituição.
EXAME NACIONAL DE
REVALIDAÇÃO DE DIPLOMAS
MÉDICOS EXPEDIDOS POR
INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO
SUPERIOR ESTRANGEIRA –
REVALIDA
 
Imagem: Inep.
 Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos
por Instituição de Educação Superior Estrangeira.
O REVALIDA, instituído em 2019, é destinado a médicos que
concluíram o curso de medicina no exterior e querem exercer a
profissão no Brasil. Para isso, é preciso que o conhecimento do
profissional esteja em nível equivalente ao exigido nas Diretrizes
Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina no Brasil.
O processo de revalidação de diplomas obtidos em território
estrangeiro já era previsto na LDBEN.
Esta avaliação é dividida em duas etapas: parte teórica e avaliação de
habilidades clínicas. Tem periodicidade semestral e é custeada pelos
interessados em exercer a medicina no país.
Para participar, os profissionais formados em medicina devem ter
nacionalidade brasileira ou estrangeira em situação legal, indicar em
qual instituição pública deseja a revalidação do diploma, ter CPF e
apresentar o diploma da instituição de ensino superior estrangeira,
reconhecida no país de origem pelo seu ministério da educação ou
órgão equivalente.
PROVINHA BRASIL
 
Imagem: Inep.
 Provinha Brasil.
A Provinha Brasil, instituída em 2007, é um exame aplicado duas vezes
ao ano, por meio do qual os estudantes do 2º ano do ensino
fundamental de escolas públicas brasileiras são avaliados nas áreas de
Língua Portuguesa e Matemática.
A Provinha Brasil tem por objetivo avaliar o nível de alfabetização nos
anos iniciais do ensino fundamental; oferecer resultados da qualidade
da alfabetização, prevenir o diagnóstico tardio das dificuldades de
aprendizagem; melhorar a qualidade de ensino.
Este exame embasa o Guia de Correção e Interpretação de
Resultados, documento no qual são descritos os cinco níveis de
desempenho, identificados a partir das análises e estatísticas das
questões de múltipla escolha.
A partir da identificação das habilidades e do grau de dificuldade das
questões, como na metodologia do SAEB, são definidos limites
mínimos, que caracterizam cada nível de alfabetização, assim como
cada nível de matemática, que as crianças demonstraram. o Sistema
Provinha Brasil-Escolas divulga os resultados em relatórios por aluno,
por turma, por escola e por questão.
 SAIBA MAIS
Acesse o site do INEP e pesquise os modelos utilizados na Provinha
Brasil, que também indicamos no Explore+ ao final do tema.
PROVA NACIONAL DE CONCURSO
PARA O INGRESSO NA CARREIRA
DOCENTE – PROVA DOCENTE
A Prova Docente é uma iniciativa do INEP que visa fornecer
subsídios para a valorização e contratação de professores da
Educação Básica por parte dos estados e municípios. Instituída em
2011, tem periodicidade anual e cabe às administrações locais
escolherem se o exame fará parte do seu processo seletivo e, caso
positivo, como será utilizado. Esta alternativa de processo seletivo tem
custos reduzidos para os estados e municípios e, com ela, o professor
pode se inscrever em diferentes concursos.
Sua matriz de referência foi elaborada pela Diretoria de Estudos
Educacionais do INEP em conjunto com uma comissão técnica de
professores e pesquisadores vinculados a instituições de ensino no
país.
Em 2012, foi feita uma aplicação-piloto, chamada de pré-teste, com o
objetivo de obter dados para a realização desta pesquisa.
Até agora aprendemos sobre diferentes métricas obtidas por avaliações
e indicadores. Mas o primeiro esforço para coletar dados padronizados
em larga escala sobre a educação no Brasil foi o Censo Escolar, em
1964. Censo é um conjunto de dados estatísticos dos habitantes de
uma localidade. Isto quer dizer que o Censo Escolar é um conjunto de
dados capazes de gerar análises e comparações entre as escolas ou
localidades. Conheceremos um pouco mais sobre este levantamento a
seguir.
CENSO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO
BÁSICA
 
Imagem: Inep.
 Censo Escolar.
Desde 1964, o INEP realiza, além das avaliações, um levantamento de
dados sobre o fluxo escolar dos alunos. O Censo Escolar da Educação
Básica, como é chamado esse levantamento, é feito por meio de uma
pesquisa declaratória, em parceria com as secretarias de educação e
as escolas públicas e privadas.
Realizar uma pesquisa declaratória, neste caso, significa que as
informações requeridas pelo INEP, para compor o Censo Escolar, são
obtidas pelo preenchimento de questionários com informações
declaradas pela escola. Esses dados devem ter registro junto à
instituição de ensino, como matrículas, diários de classe, histórico
escolar, dentre outras fontes.
A partir de 1998, o Censo Escolar é realizado anualmente e, no
momento, é preenchido por uma robusta plataforma on-line, o Sistema
Educacenso.
O preenchimento dos questionários produzidos pelo INEP está dividido
em dois momentos: o primeiro consiste no cadastro dos alunos, das
turmas, das escolas e dos docentes; o segundo, na alimentação da
plataforma com dados de rendimento e fluxo escolar.
 
Imagem: Shutterstock.com
PRINCIPAIS VARIÁVEIS LEVANTADAS
POR ALUNO
Sexo, idade, cor ou raça, transporte escolar, necessidades
educacionais especiais e se o aluno foi aprovado ou não.
 
Imagem: Shutterstock.com
INFORMAÇÕES LEVANTADAS POR
TURMA
Horários, existência de atividades complementares e tipo de disciplinas.
Já sobre as escolas, são levantadas informações a respeito do local da
instituição, da situação de funcionamento, das condições de
infraestrutura, dos equipamentos didáticos, da alimentação etc.
Em 2007, questionários sobre os professores começaram a ser
aplicados, obtendo informações sobre sexo, idade, cor ou raça,
escolaridade, turmas e disciplinas na qual lecionam.
O Censo Escolar da Educação Básica compreende todas as
modalidades de ensino: regular, especial, profissional e educação de
jovens e adultos.
Observando os resultados do Censo Escolar da Educação Básica de
2019, é possível identificar que as matrículas no ensino médio caíram
mais de 4% em relação ao ano anterior. Também houve queda no
ensino de jovens e adultos e no ensino fundamental. Contrastando com
estas quedas, houve um incremento no número de matrículas de
crianças até três anos.
CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR –
CENSUP
 
Imagem: Inep.
 Censo da Educação Superior
O sistema de coleta do Censo da Educação Superior é semelhante ao
do Censo Escolar da Educação Básica. Também é realizado
anualmente, desde 1995, e sob coordenação do INEP. O objeto de
estudo deste levantamento são as informações a respeito dos alunos,
professores e instituições ligados ao ensino superior.
A pesquisa é realizada com o preenchimento das informações
solicitadas na plataforma on-line Sistema CENSUP, em que se tem o
registro de todas as instituições de ensino superior e informações sobre
seus cursos. A partir desses dados, pode-se conhecer sobre a
infraestrutura da instituição de ensino, vagas, candidatos, situação,
ingressos e concluintes, além de docentes.
No percursorealizado ao longo do módulo, observamos diversas
iniciativas que visam melhor compreender o sistema educacional
brasileiro, que transcendem as fronteiras nacionais, originando um
complexo sistema de avaliação da educação.
Buscando sistematizar os marcos desta trajetória avaliativa, trazemos a
seguir uma linha do tempo com os principais marcos deste processo.

1939
Sinopse estatística da educação básica.
1944
Início do Banco Mundial.


1945
Fim da Segunda Guerra Mundial.
Criação da ONU.
1961
OCDE.


1964
Censo Escolar.
1988
Constituição Federal.


1990
SAEB.
Declaração Mundial sobre Educação para Todos.
1995
Censo Educação Superior.


1996
LDBEN.
1998
ENEM.


2000
PISA.
2002
ENADE.


2004
ENADE.
2007
IDEB.
Provinha Brasil.


2011
Prova Docente.
2019
REVALIDA.

PARA REFLETIR
ABORDAGENS HISTÓRICAS
DOS INDICADORES DE
EDUCAÇÃO
O professor Rodrigo Rainha navega na linha do tempo que acabamos
de conferir, apontando o que cada marco representa para a educação
brasileira.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A RESPEITO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA (SAEB), JULGUE AS
AFIRMATIVAS A SEGUIR:
TEM EM SUA COMPOSIÇÃO UM CONJUNTO DE
AVALIAÇÕES EXTERNAS EM LARGA ESCALA.
ALÉM DOS TESTES, INCLUI QUESTIONÁRIOS
SOCIOECONÔMICOS.
POSSUI MATRIZES DE REFERÊNCIA, QUE
EMBASA A FORMULAÇÃO DAS QUESTÕES.
TEM COMO RESULTADO O SOMATÓRIO DE
QUANTAS QUESTÕES O ESTUDANTE ACERTOU.
ESTÃO CORRETAS AS AFIRMATIVAS:
A) I, II e III
B) I, II e IV
C) I, III e IV
D) II, III e IV
E) Apenas a I
2. OBSERVE O TRECHO DA REPORTAGEM DA
REVISTA NOVA ESCOLA E ASSINALE A ALTERNATIVA
QUE PREENCHE A LACUNA DE MANEIRA CORRETA:
O INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS
EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP) DIVULGOU
EM SETEMBRO OS RESULTADOS DO IDEB 2019, QUE
MOSTRAM QUE TODAS AS ETAPAS AVANÇARAM,
AINDA QUE EM RITMO DIFERENTE. NOS ANOS
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL, O IDEB PASSOU
DE 5,8 PARA 5,9. NOS ANOS FINAIS, DE 4,7 PARA 4,9.
O ENSINO MÉDIO REGISTROU O MAIOR SALTO: APÓS
TRÊS EDIÇÕES DE ESTAGNAÇÃO E UM AUMENTO DE
APENAS 0,1 ENTRE 2015 E 2017, O ÍNDICE SUBIU DE
3,8 PARA 4,2. AINDA ASSIM, FICOU LONGE DA META
DE 5. O ÚNICO QUE ATINGIU A META, NO CASO 5,7,
FOI O 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.
ESSES DADOS SÃO OBTIDOS GRAÇAS AO FATO DE O
BRASIL POSSUIR UM:
A) Sistema de Avaliação Nacional da Educação.
B) Instituto Nacional de Pesquisa em Educação.
C) Fundo de Financiamento da Educação Básica.
D) Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
E) Ministério da Educação.
GABARITO
1. A respeito do Sistema de Avaliação da Educação Básica
(SAEB), julgue as afirmativas a seguir:
Tem em sua composição um conjunto de avaliações externas
em larga escala.
Além dos testes, inclui questionários socioeconômicos.
Possui matrizes de referência, que embasa a formulação das
questões.
Tem como resultado o somatório de quantas questões o
estudante acertou.
Estão corretas as afirmativas:
A alternativa "A " está correta.
 
O SAEB é formado por avaliações e questionários socioeconômicos
para que seja possível a interpretação dos dados de acordo com as
condições em que o ensino é realizado. Além disso, o SAEB possui
uma metodologia robusta, baseada nos itens, escalas de proficiência,
descritores e matrizes de referência. Portanto, o resultado não é
calculado a partir do somatório de acertos.
2. Observe o trecho da reportagem da Revista Nova Escola e
assinale a alternativa que preenche a lacuna de maneira correta:
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP) divulgou em setembro os resultados do IDEB 2019,
que mostram que todas as etapas avançaram, ainda que em ritmo
diferente. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o IDEB
passou de 5,8 para 5,9. Nos anos finais, de 4,7 para 4,9. O Ensino
Médio registrou o maior salto: após três edições de estagnação e
um aumento de apenas 0,1 entre 2015 e 2017, o índice subiu de 3,8
para 4,2. Ainda assim, ficou longe da meta de 5. O único que
atingiu a meta, no caso 5,7, foi o 5º ano do Ensino Fundamental.
Esses dados são obtidos graças ao fato de o Brasil possuir um:
A alternativa "D " está correta.
 
O IDEB varia de 0 a 10. Portanto, pelos dados do texto, é possível que
o estudante identifique de qual indicador a questão trata. Isso é
importante, pois o IDEB é o principal indicador pelo qual se estipulam
as metas para a educação básica no país. No entanto, o IDEB é um
índice que só pode ser obtido por ter sido consolidado um Sistema de
Avaliação Nacional da Educação.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos compreender que a educação é socialmente vista como um
bem público e uma dimensão estratégica para efetivação de uma
responsabilidade social. Isso quer dizer que a educação se relaciona
com outras pautas, extremamente caras à sociedade, como a paz, a
diminuição das desigualdades sociais, o exercício da cidadania, dentre
outras.
Diante disso, presenciamos, tanto no âmbito nacional quanto no
internacional, a criação e o aperfeiçoamento de inúmeros instrumentos
que visam acompanhar a qualidade e a eficiência da educação.
Constatar dada realidade, de um cenário educacional, por si só, não
gera avanços na direção dos resultados que esperamos do processo
de ensino-aprendizagem oferecido, mas a interpretação dessa
fotografia oferece informações que balizam as tomadas de decisões
de gestores educacionais.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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brasileiro? IX ANPED SUL, Caxias do Sul. Publicado em 2012.
Consultado na internet em: 19 mar. 2021.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano
Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Consultado na
internet em: 15 abril 2021.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional. Consultado na internet em: 19
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da Educação, 2015.
GATTI, B. A. Avaliação de sistemas educacionais no Brasil.
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Consultado na internet em: 19 mar. 2021.
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sucesso do Ceará e Sobral nas reformas educacionais para a
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LIMA, M. R. IV Conferência Nacional de Educação e o Convênio
Estatístico: breve relatório sobre a pesquisa no arquivo da Associação
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OLIVEIRA, D. A. (Org.). Gestão democrática da educação: desafios
contemporâneos. Petrópolis: Vozes, 2007.
OLIVEIRA, M. A. M.; PÁDUA, I. C. A. A reforma da educação
profissional: avanço ou retrocesso? In : III Seminário ANPAE –
Sudeste 3, Anais eletrônicos, Vitória (ES). Publicado em: 2000.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assembleia
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RAVITCH, D. Vida e Morte do Grande Sistema Escolar Americano:
como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a
educação. 1. ed. Porto Alegre: Sulina, 2011.
UNESCO. Declaração Mundial sobre Educação para Todos.
Jomtien, 1990. Consultado na internet em: 19 mar. 2021.
SAVIANI, D. Educação brasileira: Estrutura e sistema. 7. ed.,
Campinas: Autores Associados, 1996.
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE SANTA CATARINA.
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).
Consultado na internet em: 15 abril 2021.
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